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Consideração Pelos que Têm Responsabilidades CBV 483

Muitas pessoas têm tão poucos encargos, seu coração tem experimentado tão pouco as angústias reais, sentido tão pouca perplexidade e preocupação em auxiliar o próximo, que não podem compreender o trabalho de quem tem verdadeira responsabilidade. São tão incapazes de apreciar seus trabalhos como a criança de compreender os cuidados e fadigas do preocupado pai. A criança admira-se dos temores e perplexidades do pai: parecem-lhe inúteis. Mas quando os anos de experiência forem acrescentados à sua vida, quando tiver de carregar as próprias responsabilidades, olhará de novo para a vida do pai, e compreenderá então o que outrora lhe era incompreensível. A amarga experiência deu-lhe o conhecimento. CBV 483.3

A obra de muitas pessoas que têm responsabilidades não é compreendida, não são apreciados seus trabalhos, enquanto a morte não os abate. Quando outros retomam as funções que eles exerciam, e enfrentam as dificuldades que eles encontraram, compreendem quanto a sua fé e coragem foram provadas. Muitas vezes perdem de vista, então, os erros que estavam tão prontos a censurar. A experiência ensina-lhes a simpatia. É Deus quem permite que os homens sejam colocados em posições de responsabilidade. Quando erram, tem poder para corrigi-los, ou para retirá-los do cargo que exercem. Devemos acautelar-nos de não tomar em nossas mãos o direito de julgar, que pertence a Deus. CBV 484.1

A conduta de Davi para com Saul contém uma lição. Por ordem de Deus, Saul foi ungido como rei de Israel. Devido à sua desobediência, o Senhor declarou que o reino lhe seria tirado, e contudo quão amável, atenciosa e paciente foi a conduta de Davi para com ele! Procurando Davi para lhe tirar a vida, Saul dirigiu-se para o deserto, e sozinho penetrou justamente na caverna em que Davi, com seus homens de guerra, estava escondido: “Então, os homens de Davi lhe disseram: Eis CBV 484.2

“Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Rm 12:21). aqui o dia do qual o Senhor te diz: Eis que te dou o teu inimigo nas tuas mãos, e far-lhe-ás como te parecer bem a teus olhos. ... E disse aos seus homens: O Senhor me guarde de que eu faça tal coisa ao meu senhor, ao ungido do Senhor” (1Sm 24:4, 6). Ordena-nos o Salvador: “Não julgueis, para que não sejais julgados, porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós” (Mt 7:1, 2). Lembrai-vos de que cedo o relato da vossa vida passará em revista diante de Deus. Lembrai-vos de que Ele disse: “És inescusável quando julgas, ó homem; ... pois tu, que julgas, fazes o mesmo” (Rm 2:1).