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A oportunidade de Pilatos VJ 96

Esperando ouvir dEle a verdade, chamou-O para perto de si e perguntou: VJ 96.8

“És Tu o Rei dos judeus?” João 18:33. VJ 96.9

Cristo não respondeu diretamente a essa pergunta, mas devolveu-lhe outra pergunta: VJ 96.10

“Vem de ti mesmo esta pergunta ou to disseram outros a Meu respeito?” João 18:34. VJ 96.11

O Espírito de Deus estava operando no coração de Pilatos. A pergunta de Jesus tinha o objetivo de levá-lo a examinar mais profundamente seu coração. Pilatos entendeu o significado da pergunta e seu próprio coração se abriu ante ele, sentindo a alma se agitar pela convicção. Nesse momento, porém, um sentimento de orgulho se apoderou dele, e voltando-se para Jesus, disse-Lhe: VJ 96.12

“Porventura, sou judeu? A Tua própria gente e os principais sacerdotes é que Te entregaram a mim. Que fizeste?” João 18:35. VJ 97.1

A grande oportunidade de Pilatos havia passado; contudo, Jesus desejava que o governador compreendesse que Ele não viera para ser um rei da Terra e por isso lhe disse: VJ 97.2

“O Meu reino não é deste mundo. Se o Meu reino fosse deste mundo, os Meus ministros se empenhariam por Mim, para que não fosse Eu entregue aos judeus; mas agora o Meu reino não é daqui.” João 18:36. VJ 97.3

“Então, Lhe disse Pilatos: Logo, Tu és Rei? Respondeu Jesus: Tu dizes que sou Rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a Minha voz.” João 18:37. VJ 97.4

Pilatos tinha desejo de conhecer a verdade. Sua mente estava confusa. Avidamente apanhou as palavras de Cristo e seu coração se comoveu com o desejo de conhecer e obter a verdade. Então perguntou a Jesus: “Que é a verdade?” João 18:38. VJ 97.5

Mas não esperou pela resposta. Fora do tribunal, a turba chegou ao máximo da agitação e tumulto. Os sacerdotes clamavam por uma ação imediata e Pilatos teve que se voltar para os interesses do momento. Dirigindo-se ao povo, declarou: VJ 97.6

“Eu não acho nEle crime algum.” João 18:38. Essas palavras, vindas dos lábios de um juiz gentio, eram uma reprovação esmagadora da deslealdade e falsidade dos príncipes de Israel que incriminavam o Salvador. VJ 97.7

Quando os sacerdotes e anciãos ouviram o juízo de Pilatos, sua decepção e fúria não conheceram limites. Fazia muito tempo que haviam planejado e esperado por essa oportunidade. Quando viram que havia possibilidade de libertação de Jesus, ficaram a ponto de despedaçá-Lo. VJ 97.8

Descontrolados e irracionais, começaram a praguejar, comportando-se como verdadeiros demônios. Aos gritos, denunciaram Pilatos, ameaçando-o de censura por parte do governo romano. Acusaram-no de se recusar condenar alguém que eles afirmavam ter-se insurgido contra César. Então se puseram a clamar: VJ 97.9

“Ele alvoroça o povo, ensinando por toda a Judéia, desde a Galiléia, onde começou, até aqui.” Lucas 23:5. VJ 97.10

Até ali Pilatos não havia pensado em condenar Jesus, pois estava certo de Sua inocência. Mas quando ouviu que Cristo era da Galiléia, decidiu enviá-Lo a Herodes, o governador daquela província, o qual se encontrava então em Jerusalém. Através dessa manobra, Pilatos pensou em transferir a responsabilidade de suas mãos para as de Herodes. VJ 97.11

Jesus estava enfraquecido pela fome e exausto pela falta de sono. Além disso, sofria pelo tratamento cruel que havia recebido. Mesmo assim, Pilatos O devolveu aos soldados e Ele foi arrastado entre os insultos e zombaria da multidão impiedosa. VJ 98.1