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Oração pelos doentes OE 213

A própria essência do evangelho é restauração, e o Salvador quer que Seus servos convidem o enfermo, o desanimado e o aflito a apoderar-se de Sua força. Os servos de Deus são os canais de Sua graça, e Ele deseja, por intermédio deles, exercer Seu poder de curar. É a obra deles apresentar o doente e o sofredor a Cristo nos braços da fé. Devem viver tão chegados a Ele, e tão patentemente revelar em sua vida a operação de Sua verdade, que Ele os possa fazer instrumentos de bênçãos aos necessitados de cura física e espiritual. OE 213.1

É nosso privilégio orar com os doentes, ajudá-los a apoderar-se do escudo da fé. Anjos de Deus se acham bem perto daqueles que assim ministram à sofredora humanidade. O consagrado embaixador de Cristo que, quando solicitado a abeirar-se de um enfermo, busca firmar sua atenção sobre as realidades divinas, está realizando uma obra que há de perdurar através da eternidade. E, ao aproximar-se dos doentes com o conforto de uma esperança obtida mediante a fé em Cristo e a aceitação das divinas promessas, sua própria experiência se enriquece cada vez mais de força espiritual. OE 213.2

Tendo a consciência despertada, muita alma turbada, sofrendo de moléstias físicas em resultado de contínuas transgressões, exclama: “Senhor, tem misericórdia de mim, pecador; faze-me Teu filho”! É então que o ministro, forte na fé, deve estar pronto a dizer ao sofredor que há esperança para o penitente; que em Jesus, todo aquele que anseia auxílio e aceitação pode encontrar livramento e paz. Aquele que, em mansidão e amor, assim leva o evangelho à alma aflita, tão necessitada de sua mensagem de esperança, é um porta-voz dAquele que Se deu a Si mesmo pela humanidade. Ao proferir ele palavras eficazes, adequadas, e ao orar por uma pessoa que jaz no leito de dor, Jesus faz a petição. Deus fala por lábios humanos. O coração é tocado. A humanidade é posta em contato com a divindade. OE 213.3

O ministro deve compreender por experiência, que o poder calmante da graça de Cristo traz saúde e paz, e plenitude de alegria. Deve conhecer a Cristo como Aquele que convidou os cansados e oprimidos a virem a Ele e encontrar descanso. Não esqueça nunca que a amorável presença do Salvador circunda constantemente todo agente humano ordenado por Deus para a comunicação de bênçãos espirituais. A lembrança disto lhe dará vitalidade à fé, e fervor às petições. OE 214.1

Então ele pode comunicar o poder vitalizante da verdade de Deus aos que apelam para ele em busca de auxílio. Pode falar das obras de cura operadas por Cristo, e dirigir a mente do enfermo para Ele, como o grande Médico, que é luz e vida, bem como conforto e paz. Pode-lhes dizer que não precisam desesperar, que o Salvador os ama e que, se a Ele se entregarem, possuirão o Seu amor, Sua graça e Seu poder mantenedor. Insista com eles para que descansem nas promessas de Deus, sabendo que Aquele que deu essas promessas é nosso melhor e mais fiel Amigo. Enquanto ele se esforça por encaminhar o espírito para as coisas celestiais, verificará que o pensamento da terna simpatia dAquele que sabe a exata maneira de aplicar o bálsamo curador, dará ao doente uma sensação de descanso e sossego. OE 214.2

O divino Médico acha-Se presente na câmara do enfermo; ouve toda palavra das orações que Lhe são dirigidas na simplicidade de uma fé genuína. Seus discípulos hoje têm de orar pelos doentes, da mesma maneira que o faziam os de outrora. E haverá restabelecimentos; pois “a oração da fé salvará o doente”. Tiago 5:15. OE 215.1

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Temos na Palavra de Deus instruções relativas à oração especial pelo restabelecimento de um doente. Mas tal oração é um ato soleníssimo, e não o devemos realizar sem atenta consideração. Em muitos casos de oração pela cura de um doente, o que se chama fé não é nada mais que presunção. OE 215.2

Muitas pessoas chamam sobre si a doença pela condescendência consigo mesmas. Não têm vivido segundo as leis naturais, ou os princípios da estrita pureza. Outros têm desconsiderado as leis da saúde em seus hábitos no comer e beber, vestir ou trabalhar. Freqüentemente é alguma forma de vício a causa do enfraquecimento mental ou físico. Obtivessem essas pessoas a bênção da saúde, e muitas delas continuariam a seguir o mesmo rumo de descuidosa transgressão das leis naturais e espirituais de Deus, raciocinando que, se Ele as cura em resposta à oração, elas se acham em liberdade de prosseguir em práticas nocivas, condescendendo sem restrições com apetites pervertidos. Se Deus operasse um milagre para restaurar à saúde essas pessoas, estaria animando o pecado. OE 215.3

É trabalho perdido ensinar o povo a volver-se para Deus como Aquele que lhes cura as enfermidades, a menos que sejam também ensinados a renunciar aos hábitos nocivos. Para que recebam Sua bênção em resposta à oração, devem cessar de fazer o mal e aprender a fazer o bem. Seu ambiente deve ser higiênico, corretos os seus hábitos de vida. Devem viver em harmonia com a lei de Deus, tanto a natural, como a espiritual. OE 215.4