Cristo não fez um serviço limitado. Não mediu o trabalho por horas. Seu tempo, coração, alma e força foram dados ao trabalho para o bem da humanidade. Os dias, passava-os em trabalho fatigante; longas noites, transcorria-as prostrado em oração, pedindo graça e paciência para poder fazer um trabalho mais amplo. Com fortes gemidos e lágrimas dirigia Suas petições ao Céu, para que fosse fortalecida a Sua natureza humana, a fim de poder estar preparado para lutar contra o inimigo e fortalecido para cumprir a missão de melhorar a humanidade. Cristo disse aos Seus obreiros: “Dei-vos o exemplo, para que como Eu vos fiz, façais vós também.” João 13:15. OE 292.4
“O amor de Cristo nos constrange”, dizia Paulo. 2 Coríntios 5:14. Tal era a norma que dirigia a sua conduta. Se alguma vez seu ardor no caminho do dever enfraquecia por momentos, um olhar para a cruz lhe fazia cingir de novo os lombos do entendimento e o impelia no caminho da abnegação. Nos trabalhos pelos irmãos, contava com a manifestação de infinito amor do sacrifício de Cristo, com o seu poder de subjugar e convencer os corações. OE 293.1
Quão vibrante e tocante é o apelo: “Já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós Se fez pobre, para que pela Sua pobreza enriquecêsseis.” 2 Coríntios 8:9. Sabeis a altura de que Ele desceu, a profundeza de humilhação a que Se sujeitou; Seus pés palmilharam a senda do sacrifício, e não se apartaram dela até que deu Sua vida. Para Ele não houve descanso entre o trono do Céu e a cruz. Seu amor pelo homem levou-O a aceitar todas as indignidades e a suportar todos os abusos. OE 293.2
Paulo admoesta-nos: “Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros.” Filipenses 2:2. Pede-nos que possuamos o sentimento “que houve em Cristo Jesus; que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas aniquilou-Se a Si mesmo tomando a forma de servo, fazendo-Se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-Se a Si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.”... OE 293.3
Todo o que aceita a Cristo como seu Salvador pessoal ansiará pelo privilégio de servir a Deus. Contemplando o que o Céu fez por ele, seu coração enche-se de amor sem limites e de rendida gratidão. Está ansioso por manifestar seu reconhecimento, consagrando suas faculdades ao serviço de Deus. Suspira por mostrar amor a Cristo e aos Seus remidos. Ambiciona trabalhos, dificuldades, sacrifícios. OE 294.1
O verdadeiro obreiro na causa de Deus fará o melhor, pois que assim fazendo pode glorificar seu Mestre. Procederá retamente a fim de respeitar as reivindicações de Deus. Esforçar-se-á por melhorar todas as suas faculdades. Cumprirá cada dever com os olhos em Deus. Seu único desejo será que Cristo possa receber homenagem e perfeito serviço. OE 294.2
Há um quadro representando um boi parado entre uma charrua e um altar, com a seguinte inscrição: “Pronto para um ou para outro”, pronto para o trabalho do campo ou para ser oferecido sobre o altar do sacrifício. Tal é a posição do verdadeiro filho de Deus — pronto para ir aonde o dever o chama, negar a si mesmo, sacrificar-se pela causa do Redentor. — A Ciência do Bom Viver, 497-502. OE 294.3