Nossos irmãos devem estar prontos a investigar, com sinceridade, todo ponto controvertido. Se um irmão está ensinando um erro, os que se acham em posição de responsabilidade devem sabê-lo; e se está ensinando a verdade, devem colocar-se ao lado dele. Todos devemos saber o que se está ensinando entre nós; pois se é verdade, precisamos dela. Todos nos achamos em obrigação para com Deus, quanto a conhecer o que Ele nos envia. Ele nos deu orientações por onde provar toda doutrina — “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não têm iluminação”. Isaías 8:20 (TT). Se a luz apresentada concorda com este texto, não nos compete rejeitá-la pelo fato de não concordar com nossas idéias. OE 300.3
Ninguém disse que havemos de encontrar perfeição nas investigações de qualquer homem; isso, porém, eu sei, que nossas igrejas estão perecendo por falta de ensino sobre o assunto da justiça pela fé em Cristo, e verdades semelhantes. OE 301.1
Não importa por meio de quem seja a luz enviada, devemos abrir o coração para recebê-la com a mansidão de Cristo. Mas muitos não fazem isso. Quando se apresenta um assunto controvertido, despejam pergunta em cima de pergunta, sem admitir um ponto bem fundamentado. Oh! Possamos nós agir como homens que querem luz! Dê-nos Deus Seu Espírito Santo dia a dia, e faça resplandecer sobre nós a luz de Seu rosto, para que sejamos alunos na escola de Cristo. OE 301.2
Quando é apresentada uma doutrina que nos não satisfaz o espírito, devemos dirigir-nos à Palavra de Deus, buscar o Senhor em oração, e não dar lugar ao inimigo para vir com suspeitas e preconceitos. Nunca devemos permitir que se manifeste o espírito que indispôs os sacerdotes e principais contra o Redentor do mundo. Eles se queixavam de que Ele perturbava o povo, e desejavam que os deixasse em paz, pois causava perplexidade e dissensões. Deus nos envia luz para ver de que espírito somos. Não nos devemos iludir a nós mesmos. OE 301.3
Em 1844, quando se apresentava à nossa atenção qualquer coisa que não compreendíamos, ajoelhávamo-nos e pedíamos a Deus que nos ajudasse a assumir a devida atitude: e depois éramos habilitados a chegar à justa compreensão, e a ter todos a mesma opinião. Não houve dissensão, nem inimizade, nem ruins suspeitas, nem mau juízo contra os irmãos. Se tão-somente soubéssemos o mal do espírito de intolerância, quão cuidadosamente dele haveríamos de fugir! OE 302.1
Temos de estar firmados na fé segundo a luz da verdade que nos foi dada em nossa primeira experiência. Naquele tempo, erro após erro procurava forçar entrada entre nós; ministros e doutores introduziam novas doutrinas. Nós investigávamos as Escrituras com muita oração, e o Espírito Santo nos trazia ao espírito a verdade. Por vezes noites inteiras eram consagradas à pesquisa das Escrituras, a pedir fervorosamente a Deus Sua guia. Juntavam-se para esse fim grupos de homens e mulheres pios. O poder de Deus vinha sobre mim, e eu era habilitada a definir claramente o que era verdade ou erro. OE 302.2
Ao serem assim estabelecidos os pontos de nossa fé, nossos pés se colocavam sobre um firme fundamento. Aceitávamos a verdade ponto por ponto, sob a demonstração do Espírito Santo. Eu era arrebatada em visão, e eram-me feitas explanações. Foram-me dadas ilustrações de coisas celestiais, e do santuário, de modo que fomos colocados em posição onde a luz sobre nós resplandecia em raios claros e distintos. OE 302.3
Eu sei que a questão do santuário se firma em justiça e verdade, tal como a temos mantido por tantos anos. O inimigo é que desvia os espíritos para atalhos ao lado. Ele folga quando os que conhecem a verdade se absorvem em coligir textos escriturísticos para amontoar em torno de teorias errôneas, sem fundamento na verdade. As passagens bíblicas assim usadas, são mal-aplicadas; não foram dadas para corroborar o erro, mas para robustecer a verdade. OE 303.1
Precisamos aprender que os outros têm os mesmos direitos que nós. Quando um irmão recebe nova luz sobre as Escrituras, deve expor francamente sua atitude, e todo ministro deve pesquisar nas Escrituras com espírito sincero, para ver se os pontos apresentados podem ser corroborados pela Palavra Inspirada. “Ao servo do Senhor não convém contender, mas sim ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor; instruindo com mansidão os que resistem, a ver se porventura Deus lhes dá arrependimento para conhecerem a verdade.” 2 Timóteo 2:24, 25. OE 303.2
Toda alma precisa olhar para Deus em contrição e humildade, para que Ele guie, dirija e abençoe. Não devemos confiar aos outros a investigação das Escrituras para nós. Alguns de nossos irmãos dirigentes têm-se freqüentemente colocado em posição errônea; e se Deus mandasse uma mensagem e esperasse por esses irmãos mais idosos para abrir caminho ao progresso da mesma, ela nunca chegaria ao povo. Esses irmãos hão de achar-se nessa atitude até que se tornem participantes da natureza divina em grau maior do que nunca. OE 303.3
Há tristeza no Céu por motivo da cegueira espiritual de muitos de nossos irmãos. Nossos ministros mais jovens, que ocupam posições de menos importância, têm de fazer decididos esforços para chegar à luz, penetrar mais e mais profundamente na mina da verdade. OE 304.1
A repreensão do Senhor estará sobre os que impeçam o caminho, para que não chegue ao povo mais clara luz. Uma grande obra tem de ser feita, e Deus vê que nossos dirigentes necessitam de maior luz, a fim de se unirem aos mensageiros que Ele envia para realizarem a obra que Ele intenta que se faça. O Senhor tem suscitado os mensageiros, e dotado-os de Seu Espírito, e tem dito: “Clama em alta voz, não te detenhas, levanta a tua voz como a trombeta e anuncia ao Meu povo a sua transgressão, e à casa de Jacó os seus pecados.” Isaías 58:1. Ninguém corra o risco de interpor-se entre o povo e a mensagem do Céu. Essa mensagem há de chegar ao povo; e se não houvesse nenhuma voz entre os homens para a anunciar, as próprias pedras clamariam. OE 304.2
Eu suplico a todo ministro que busque o Senhor, ponha de lado o orgulho e a luta pela supremacia, e humilhe o coração diante de Deus. A frieza de coração, a incredulidade dos que deveriam ter fé é que mantêm fracas as igrejas. OE 304.3