Não se deve exigir, em nossas reuniões campais, que um ou dois obreiros dirijam todas as pregações e ensinos no terreno bíblico. Efetuar-se-á, por vezes, mais benefício, dividindo a grande congregação em grupos. Assim pode o educador em matéria bíblica chegar em mais estreito contato com o povo, do que numa grande assembléia. OE 407.1
Há muito mais pregação do que devia haver, em nossas reuniões campais. Isso impõe aos ministros um pesado encargo e, conseqüentemente, fica negligenciado muito do que merece atenção. Muitas pequeninas coisas que abrem a porta a males sérios, passam despercebidas. O ministro é prejudicado em sua resistência física, e privado do tempo de que necessita para meditação e oração, a fim de manter sua própria alma no amor de Deus. E quando se amontoam tantos discursos, um após outro, o povo não tem tempo de assimilar o que ouve. A mente fica-lhes confusa, e os serviços se lhes tornam enfadonhos e fatigantes. OE 407.2
Deve haver menos pregação e mais ensino. Há pessoas que desejam uma luz mais definida do que a que recebe ouvindo os sermões. Alguns requerem mais tempo do que outros para compreender os pontos apresentados. Se se pudesse esclarecer um pouco mais a verdade apresentada, vê-la-iam e dela se haveriam de apoderar; ela seria como um prego firmado em lugar seguro. OE 407.3
Foi-me mostrado que nossas reuniões campais hão de crescer em interesse e êxito. Ao aproximarmo-nos do fim, tenho visto que deve haver, nessas reuniões menos pregação, e mais estudos bíblicos. Haverá por todo o acampamento pequenos grupos, de Bíblia na mão, e várias pessoas dirigindo um estudo escriturístico de maneira franca, em forma de conversação. OE 407.4
Era este o método por que Cristo ensinava Seus discípulos. Quando as grandes multidões se apinhavam em torno do Salvador, Ele costumava dar instruções aos discípulos e às massas. Então, depois do discurso, os discípulos misturavam-se com o povo, repetindo-lhes o que Cristo dissera. Muitas vezes os ouvintes haviam aplicado mal as palavras de Cristo, e os discípulos lhes diziam o que declaravam as Escrituras, e o que Cristo havia ensinado que elas diziam. — Testimonies for the Church 6:87, 88. OE 408.1
O grande Mestre punha Seus ouvintes em contato com a Natureza, a fim de ouvirem a voz que fala em todas as coisas criadas; e quando o coração deles se enternecia e o espírito se achava numa disposição de receptividade, Ele os ajudava a interpretar os ensinos espirituais das cenas sobre que pousava seu olhar. As parábolas por meio de que gostava de ensinar lições da verdade, mostram quão aberto se achava Seu espírito às influências da Natureza, e como Ele Se deleitava em tirar os ensinos espirituais do ambiente da vida diária. As aves do céu, os lírios do campo, o semeador e a semente , o pastor e as ovelhas — tais eram as coisas com que Cristo ilustrava a verdade imortal. Ele tirava também ilustrações dos acontecimentos da vida, fatos da experiência familiar aos ouvintes — o fermento, o tesouro escondido, a pérola, a rede de pescar, a moeda perdida, o filho pródigo, a casa na rocha, e na areia. Em Suas lições havia qualquer coisa que interessava todos os espíritos, que falava a todo coração. — Educação, 102. OE 408.2