Deve-se tomar alguma providência quanto ao cuidado para com os ministros e outros fiéis servos de Deus, que, devido a se exporem ou a trabalharem em excesso em Sua causa, adoeceram e necessitam de repouso e restauração, ou que, devido à idade e à perda de saúde não são mais capazes de levar encargos e suportar o calor do dia. Os ministros são muitas vezes designados para um campo de trabalho que eles sabem que lhes será prejudicial à saúde; mas, não querendo recuar diante de lugares probantes, arriscam-se, esperando ser um auxílio e uma bênção para o povo. Depois de algum tempo verificam que sua saúde decai. Experimenta-se uma mudança de clima e de trabalho, sem produzir benefício; e então, que hão de eles fazer? OE 426.1
Esses fiéis obreiros de Deus que, por amor de Cristo renunciaram às perspectivas oferecidas pelo mundo, preferindo a pobreza aos prazeres ou fortuna; que, esquecidos de si mesmos, trabalharam ativamente para atrair almas a Cristo; que deram liberalmente para fazer avançar vários empreendimentos na causa de Deus, tombando na batalha, fatigados e doentes, e sem meios de subsistência, não devem ser deixados a lutar na pobreza e no sofrimento, ou sentir-se como pobres. Ao sobrevir-lhes doença ou enfermidade, não se deixem nossos obreiros sentir-se sobrecarregados com a ansiosa interrogação: “Que será de minha esposa, de meus filhos, agora que não posso mais trabalhar e suprir-lhes as necessidades?” É simplesmente justo que se tomem providências para satisfazer às necessidades desses obreiros fiéis, e dos que deles dependem. OE 426.2
Provê-se generosamente a manutenção dos veteranos que combateram por sua pátria. Esses homens apresentam as cicatrizes e enfermidades que os acompanham por toda a vida, revelando os perigosos conflitos em que se empenharam, suas marchas forçadas, as intempéries a que se expuseram, seus sofrimentos nas prisões. Todas essas provas de sua lealdade e sacrifício, dão-lhes um justo direito para com a nação que ajudaram a salvar — direito que é reconhecido e honrado. Que providências, entretanto, têm tomado os adventistas do sétimo dia a respeito dos soldados de Cristo? OE 427.1
Nosso povo não tem sentido como deve, a necessidade disso, e daí ter sido essa questão negligenciada. As igrejas não se têm preocupado, e embora a luz da Palavra de Deus lhes haja iluminado o caminho, têm negligenciado esse mui sagrado dever. Essa negligência quanto a Seus fiéis servos tem desagradado sobremodo ao Senhor. Nosso povo deve ser tão pronto a auxiliar essas pessoas quando em circunstâncias adversas, como o foi para aceitar seus recursos e serviços enquanto elas se achavam com saúde. OE 427.2
Deus colocou sobre nós a obrigação de dar especial atenção aos pobres de entre nós. Mas esses ministros e obreiros não devem ser classificados entre os pobres. Eles constituíram para si mesmos, no Céu, um tesouro que não falta. Serviram a associação em suas necessidades, e agora a associação os deve servir a eles. OE 427.3
Quando se nos apresentam casos dessa espécie, não os devemos passar por alto, indo a outra coisa. Não devemos dizer: “Aquentai-vos, e fartai-vos” (Tiago 2:16), sem tomarmos ativas providências para lhes suprir as necessidades. Isso se tem feito no passado, e assim os adventistas têm, em certos casos, desonrado sua profissão de fé, e dado ao mundo ocasião de censurar a causa de Deus. OE 427.4
É agora o dever do povo de Deus afastar de si esse opróbrio, provendo a esses servos do Senhor lares confortáveis, com alguns poucos hectares de terra, nos quais possam cultivar seus produtos e sentir que não dependem da caridade dos irmãos. Com que prazer e tranqüilidade haviam de esses fatigados obreiros contemplar esse pequenino lar sossegado, onde seus justos direitos ao descanso fossem reconhecidos!... OE 428.1