Deus tem maneiras várias de operar, e possui obreiros diversos, aos quais confia diferentes dons. Um obreiro pode ser bom orador, outro bom escritor, outro ainda pode possuir o dom da oração sincera, fervorosa, outro o de cantar, e ainda outro a capacidade de expor com clareza a Palavra de Deus. E cada um desses dons se deve tornar uma força em favor de Deus, pois Ele opera por meio do obreiro. A um dá o Senhor a palavra da sabedoria, a outro conhecimentos, a outro fé; todos, porém, devem trabalhar sob a mesma direção, isto é, tendo a Cristo como Cabeça. A diversidade de dons conduz à diversidade de operação; “mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos”. 1 Coríntios 12:6. OE 483.1
O Senhor deseja que Seus escolhidos servos aprendam a se unir num esforço harmônico. Talvez pareça a alguns que o contraste entre seus dons e os de seus coobreiros é demasiado grande para permitir que se unam em esforço assim harmônico; mas, ao lembrarem que há variedade de espíritos a serem atingidos, e que alguns rejeitarão a verdade apresentada por um obreiro, abrindo o coração à verdade de Deus ante o modo diferente de outro, eles hão de esforçar-se esperançosamente por trabalhar juntos, em união. Seus talentos, conquanto diversos, podem-se achar todos sob a direção do mesmo Espírito. Em toda palavra e ação, manifestar-se-ão bondade e amor; e ao ocupar cada obreiro fielmente o lugar que lhe é designado, a oração de Cristo em favor da unidade de Seus seguidores será atendida, e o mundo conhecerá que esses são Seus discípulos. OE 483.2
Os obreiros de Deus devem unir-se uns aos outros com amorável simpatia e confiança. Aquele que diz ou faz qualquer coisa que tenda a separar os membros da igreja de Cristo, está anulando os desígnios de Deus. Disputas e dissensões na igreja, o nutrir suspeitas e incredulidade, são desonrosos para Cristo. Deus deseja que Seus servos cultivem afeição cristã uns pelos outros. A verdadeira religião liga os corações, não somente com Cristo, mas uns aos outros, na mais terna união. Quando soubermos o que significa estar assim unidos com Cristo, e com nossos irmãos, uma fragrante, benéfica influência acompanhará nossas obras aonde quer que formos. OE 484.1
Os obreiros nas cidades grandes devem-se desempenhar de suas várias partes, fazendo todo esforço para produzir os melhores resultados. Cumpre-lhes falar com fé e agir de maneira a impressionar o povo. Não devem limitar a obra a suas idéias particulares. Tem-se feito muito isso entre nós, como um povo, e tem servido para afastar o êxito da obra. ... OE 484.2
Nenhuma criatura humana deve ligar outras a si, como se as devesse dominar, dizendo-lhes que façam isso, proibindo-lhes que façam aquilo, comandando, ditando, agindo como um oficial para com uma companhia de soldados. Assim procediam os sacerdotes e príncipes no tempo de Cristo, mas não é correto. Depois que a verdade houver impressionado o coração, e homens e mulheres tiverem aceito seus ensinos, devem ser tratados como propriedade de Cristo, e não do homem. Em ligando o espírito das pessoas a vós, estais levando o mesmo a desprender-se da Fonte de sua sabedoria e suficiência. Eles devem confiar inteiramente em Deus; somente assim podem crescer em graça. OE 484.3
Por maior que seja a pretensão de um homem quanto à sabedoria e conhecimentos, a menos que seja ensinado pelo Espírito Santo, é profundamente ignorante das coisas espirituais. Precisa compreender o perigo em que se encontra, bem como sua ineficiência, e confiar completamente nAquele que é o único capaz de guardar as almas que a Ele se entregam, capaz de lhes comunicar o Seu Espírito e enchê-las de desinteressado amor para com os outros, habilitando-as assim a dar testemunho de que Deus enviou ao mundo Seu Filho para salvar os pecadores. Os que estão verdadeiramente convertidos, hão de avançar juntos, em unidade cristã. Não haja divisão na igreja de Deus, nada de imprudente autoridade sobre os que aceitam a verdade. Em tudo que se faça e diga, deve aparecer a mansidão de Cristo. OE 485.1
Cristo é o fundamento de toda igreja verdadeira. Temos Sua inalterável promessa de que Sua presença e proteção serão dadas a Seus fiéis, aos que andam em Seu conselho. Cristo tem de ser o primeiro, até ao fim. Ele é a fonte da vida e da força, da justiça e santidade. E Ele é tudo isso para aqueles que tomam o Seu jugo e aprendem dEle a ser mansos e humildes. OE 485.2
O dever e gozo de todo serviço é exaltar a Cristo perante o povo. Este é o fim de todo trabalho verdadeiro. Fazei com que Cristo apareça; escondei nEle o próprio eu. Isto é sacrifício que tem valor. — Testimonies for the Church 9:144-147. OE 485.3