Permanecei em Mim, e Eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em Mim. João 15:4. CT 227.2
Satanás desejou mudar o governo de Deus, afixar seu próprio selo às regras do reino de Deus. Cristo não faria parte desse desígnio, e aqui começou e se fortaleceu a guerra contra Cristo. Trabalhando de modo secreto, a não ser aos olhos de Deus, Lúcifer tornou-se um ente enganador. Dizia falsidades como se fossem a verdade. CT 227.3
Foi expulso do Céu e, aparentemente, Cristo esteve sozinho com ele no deserto da tentação. Não estava sozinho, contudo, pois havia anjos ao Seu redor, assim como são comissionados anjos de Deus para ministrar aos que sofrem os temíveis assaltos do inimigo. Cristo estava no deserto na companhia daquele com quem houve guerra no Céu, e a quem Ele venceu; e Satanás foi derrotado. CT 227.4
Agora Satanás O encontra em circunstâncias diferentes, já que a glória que O cercava não mais é visível. Ele Se humilhara, tomando sobre Si a nossa natureza. ... Que angústia mental suportou Cristo! Que aflição! Que tortura de espírito! Encontrava-Se face a face não com um asqueroso monstro, como aparece representado com asas de morcego e casco fendido, mas com um belo anjo de luz, aparentemente recém-chegado da presença de Deus. ... CT 227.5
É impossível compreender a profundidade e a força dessas tentações, a não ser que o Senhor nos leve aonde possa descortinar perante nós essas cenas por uma revelação, e ainda assim poderão ser apenas parcialmente compreendidas. ... A prova de nosso Senhor mostra que Ele podia ceder a essas tentações, ou então a batalha nada mais seria que uma farsa. Mas Ele não cedeu às solicitações do inimigo, evidenciando assim que a natureza humana, unida pela fé à natureza divina, pode ser vigorosa e suportar as tentações de Satanás. CT 227.6
A perfeita humanidade de Cristo é a mesma que podemos ter mediante ligação com Ele. Como Deus, Cristo não pôde ser tentado, como não o foi, em relação com Sua lealdade no Céu. Mas ao humilhar-Se assumindo a nossa natureza, podia ser tentado. Não assumira nem mesmo a natureza dos anjos, porém a humanidade, perfeitamente idêntica à nossa, mas sem a mácula do pecado. ... CT 228.1
Aqui, a prova de Cristo foi muito maior que a de Adão e Eva, pois Cristo assumiu nossa natureza, caída mas não corrupta, e não se corromperia a menos que recebesse as palavras de Satanás em lugar das palavras de Deus. — Manuscrito 57, 1890; Manuscript Releases 16:180-183. CT 228.2