Eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo; tremeu a terra, fenderam-se as rochas. Mateus 27:51. CT 308.3
No dia seguinte, os átrios do templo encheram-se de adoradores. ... Mas nunca dantes fora aquele serviço testemunhado com tão contraditórios sentimentos. As trombetas e os instrumentos de música, bem como as vozes dos cantores, eram tão altos e claros como de costume. Mas dir-se-ia estar tudo possuído de um sentimento de estranheza. Um após outro indagava de um singular acontecimento que ocorrera. Até então o santíssimo fora guardado impenetrável. ... CT 308.4
Somente uma vez ao ano era penetrado, e pelo sumo sacerdote. Mas agora um curioso horror se via em muitos semblantes, pois o compartimento se achava exposto aos olhares de todos. No momento exato em que Cristo expirou, o pesado véu de tapeçaria, feito de puro linho, e belamente trabalhado em ouro, escarlate e púrpura, fora rasgado de alto a baixo. O lugar em que Jeová Se encontrara com o sumo sacerdote, para comunicar Sua glória, o lugar que fora a sagrada câmara de audiência de Deus, jazia aberto a todos os olhos — não mais reconhecido pelo Senhor. CT 309.1
Muitos que, naquela ocasião, tomaram parte do serviço, nunca mais se uniram aos ritos pascoais. A luz brilharia em seu coração. Os discípulos deviam comunicar-lhes o conhecimento de que o grande Mestre havia chegado. CT 309.2
Como de costume, as pessoas levaram os doentes e sofredores para os átrios do templo, indagando: Quem nos pode informar acerca de Jesus de Nazaré? Muitos vieram de longe para vê-Lo e ouvi-Lo. ... Não queriam ser mandados embora. Mas eram expulsos dos átrios do templo, e o povo de Jerusalém não pôde deixar de ver o contraste entre essa cena e as cenas da vida de Cristo. CT 309.3
De todos os lados, ouvia-se o clamor: “Queremos Cristo, o Médico.” Um mundo sem Cristo era trevas e escuridão, não só para os discípulos, os enfermos e sofredores, mas para os sacerdotes e príncipes. Os líderes judeus e até mesmo as autoridades romanas acharam mais difícil lidar com um Cristo morto do que com um Cristo vivo. O povo soube que Jesus fora morto pelos sacerdotes. Fez indagações quanto a Sua morte. Os pormenores de Seu julgamento foram o máximo possível conservados em segredo; mas durante o tempo em que Ele permaneceu no sepulcro Seu nome andava em milhares de lábios, e notícias de Seu irrisório julgamento, e da desumanidade dos sacerdotes e principais circulavam por toda parte. — Manuscrito 111, 1897; Manuscript Releases 12:417-419. CT 309.4