E aconteceu que, quando estavam à mesa, tomando Ele o pão, abençoou-o e, tendo-o partido, lhes deu; então, se lhes abriram os olhos, e O reconheceram; mas Ele desapareceu da presença deles. Lucas 24:30, 31. CT 326.4
A simples refeição da noite, composta de pão, é prontamente preparada. É colocada diante do Hóspede, que estende as mãos para abençoar o alimento. Por que recuam os discípulos, assombrados? Seu Companheiro estende as mãos exatamente da mesma maneira pela qual o fazia o Mestre. Olham outra vez, e eis que Lhe vêem nas mãos os sinais dos cravos. Ambos exclamam imediatamente: É o Senhor Jesus! Ressuscitou dos mortos! CT 326.5
Erguem-se para lançar-se-Lhe aos pés em adoração. Mas Ele Se desvanece diante de seus olhos. Contemplando o lugar que fora ocupado por Aquele cujo corpo estivera havia pouco no sepulcro, dizem um para o outro: “Porventura, não nos ardia o coração, quando Ele, pelo caminho, nos falava, quando nos expunha as Escrituras?” Lucas 24:32. CT 327.1
Mas com essas grandes novas a comunicar, não se podiam sentar e conversar. Desapareceram-lhes a fadiga e a fome. Cheios de alegria, põem-se imediatamente a caminho outra vez pela mesma estrada por onde tinham vindo, apressando-se para dar as alvissareiras novas aos discípulos na cidade. A noite é escura, mas resplandece sobre eles o Sol da Justiça. Salta-lhes de gozo o coração. Parecem estar em um mundo novo. Cristo é um Salvador vivo. Não mais O pranteiam como morto, mas se regozijam por um Redentor vivo. ... CT 327.2
Em alguns lugares o caminho não é seguro, mas sobem pelas partes íngremes, escorregando na lisura das rochas. Não vêem, não sabem que estão sendo protegidos por Aquele que com eles viajara pelo mesmo caminho. Tendo na mão o cajado de peregrino, avançam sempre, desejando ir mais depressa do que ousam fazê-lo. Perdem o trilho, mas tornam a encontrá-lo. Correndo aqui, tropeçando acolá, vão sempre para a frente, tendo bem próximo ao lado, por todo o caminho, o invisível Companheiro. CT 327.3
Entrando em Jerusalém, vão ao cenáculo onde Jesus passara as horas da última noite antes de Sua morte, instruindo os discípulos. Embora tarde, sabem que os discípulos não dormirão, enquanto não tiverem a certeza do que aconteceu ao corpo de seu Senhor. Encontram a porta da câmara fechada a trave, por segurança. Batem pedindo entrada, mas nenhuma resposta. Tudo quieto. Dão então seu nome. A porta é cautelosamente aberta, mas assim que eles entram, é novamente trancada para evitar espias. — Manuscrito 113, 1897. CT 327.4