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Música numa caverna, 9 de Junho VF 164

A minha alma está entre leões, e eu estou entre aqueles que estão abrasados. Salmos 57:4. VF 164.1

Oh! quão preciosa é a doce influência do Espírito de Deus vindo ela às almas deprimidas e desesperançadas, encorajando os desfalecidos, fortalecendo os fracos, e comunicando coragem e auxílio aos provados servos do Senhor! Oh! que Deus é nosso Deus, o qual trata mansamente com os que erram, e manifesta Sua paciência e ternura na adversidade e quando somos vencidos por alguma grande tristeza! VF 164.2

Todo o fracasso por parte dos filhos de Deus é devido à sua falta de fé. Quando sombras rodeiam a alma, quando precisamos de luz e guia, devemos olhar para cima; há luz além das trevas. Davi não devia ter perdido a confiança em Deus por um momento sequer. Tinha motivos para confiar nEle: era o ungido do Senhor, e em meio de perigo havia sido protegido pelos anjos de Deus; fora armado de coragem para fazer coisas maravilhosas; e, se tão-somente afastasse seu espírito da situação angustiosa em que se achava colocado, e tivesse a lembrança do poder e majestade de Deus, teria estado em paz mesmo em meio das sombras da morte. ... VF 164.3

Entre as montanhas de Judá, procurou Davi refúgio da perseguição de Saul. Escapou para a caverna de Adulão, lugar este que, com uma pequena força, poderia ser mantido contra um grande exército. “E ouviram-no seus irmãos e toda a casa de seu pai, e desceram ali para ele.” A família de Davi não podia considerar-se livre de perigo, sabendo que em qualquer ocasião as desarrazoadas suspeitas de Saul poderiam dirigir-se contra eles por causa de sua relação com Davi. Tinham agora sabido — o que aliás estava sendo geralmente conhecido em Israel — que Deus escolhera a Davi para futuro governante de Seu povo; e acreditavam que com ele estariam mais livres de perigos, embora fosse um fugitivo numa solitária caverna, do que poderiam estar enquanto expostos à fúria doida de um rei invejoso. VF 164.4

Na caverna de Adulão a família estava unida em simpatia e afeto. O filho de Jessé tangia a harpa e cantava melodiosamente: “Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!” Salmos 133:1. Ele tinha provado o amargor da desconfiança por parte de seus próprios irmãos; e a harmonia que tomara o lugar da discórdia trouxe alegria ao coração do exilado. Foi ali que Davi compôs o Salmo cinqüenta e sete. — Patriarcas e Profetas, 657, 658. VF 165.1