Go to full page →

Capítulo 9 — A construção de capelas e igrejas T6 100

Em se despertando qualquer interesse numa vila ou cidade, esse interesse deve ser apoiado. Os lugares devem ser completamente trabalhados, até que se erga uma humilde casa de culto como sinal, como monumento do sábado de Deus, como uma luz entre as trevas morais. Esses monumentos devem aparecer em muitos lugares, como testemunhos da verdade. Em Sua misericórdia, Deus providenciou para que os mensageiros do evangelho vão a todos os países, línguas e povos, até que o estandarte da verdade seja estabelecido em todas as partes do mundo habitado. T6 100.1

*****

Onde quer que surja um grupo de crentes, deve-se construir uma casa de culto. Não deixem os obreiros o lugar sem fazer isso. T6 100.2

Em muitos lugares onde se tem pregado a verdade, os que a têm aceito não dispõem de muitos recursos, e pouco podem fazer quanto a garantir certas vantagens que recomendem a obra. Muitas vezes isso torna difícil a continuação da mesma. À medida que as pessoas ficam interessadas na verdade, os pastores de outras igrejas lhes dizem — e essas palavras são ecoadas pelos membros das ditas igrejas: “Esse povo não tem igreja, e vocês não têm local adequado para o culto. Esse é um grupinho pobre e ignorante. Em breve os pastores irão embora, e o interesse há de desaparecer. E o passo final será vocês abandonarem essas novas idéias que receberam.” T6 100.3

Acaso não supomos que isso traz uma forte tentação aos que vêem as razões de nossa fé e são convencidos pelo Espírito de Deus quanto à verdade presente? Repete-se muitas vezes que um grande interesse pode se desenvolver a partir de um pequeno começo. Se manifestarmos sabedoria, santificado discernimento e hábil administração no sentido de promover os interesses do reino de nosso Redentor, haveremos de fazer tudo que estiver ao nosso alcance para dar ao povo a certeza da estabilidade de nossa obra. Como resultado, serão erguidos santuários simples, onde os que aceitam a verdade encontram um lugar para adorar a Deus de acordo com os ditames de sua consciência. T6 100.4

*****

Sempre que possível, ao serem dedicadas a Deus, encontrem-se as igrejas livres de dívidas. Quando se vai edificar uma igreja, os membros devem se envolver para edificá-la. Sob a orientação de um pastor que seja guiado pelos conselhos de seus companheiros de ministério, trabalhem os recém-conversos com suas próprias mãos, dizendo: “Precisamos de uma casa de reuniões, temos de conseguir isso.” Deus pede a Seu povo que faça corajosos e unidos esforços em Sua causa. Faça-se assim, e em breve se ouvirão vozes de ações de graças: “Que coisas Deus tem feito!” Números 23:23. T6 101.1

Existem, entretanto, casos em que uma jovem igreja não é capaz de arcar imediatamente com todo o peso da construção de um prédio. Em tais casos, ajudem-na os irmãos de outras igrejas. Em alguns casos será preferível tomar algum dinheiro emprestado, a deixar de construir. Se alguém tem dinheiro e, após ofertar o que pode, ainda dá para emprestar, que o faça sem juros ou com uma taxa baixa; assim é justo empregar o dinheiro até que seja possível satisfazer o compromisso. Mas, repito, sendo possível, os edifícios de igrejas devem ser dedicados livres de dívida. T6 101.2

Em nossas igrejas, os assentos não devem ser alugados. Os ricos não devem ser honrados acima dos pobres. Não se façam distinções. “Todos vós sois irmãos.” Mateus 23:8. T6 101.3

Não devemos fazer ostentação em nenhuma de nossas igrejas, pois isso não haveria de dar impulso à obra. Nossa economia deve dar testemunho de nossos princípios. Devemos empregar métodos de trabalho que não sejam transitórios. Tudo deve ser feito com solidez. T6 101.4

*****

Foi-me apresentado o modo frouxo de certas igrejas quanto a incorrer em dívidas e conviver com elas. Em alguns casos, pesa um contínuo compromisso sobre a casa de Deus. Há um juro a ser pago, durante muito tempo. Isso não deve ser, nem é necessário que assim seja. Com a sabedoria, tato e zelo que Deus requer, será realizada uma mudança nessas coisas. As dívidas serão liquidadas. Deus pede as ofertas dos que podem dar, e mesmo os membros mais pobres podem fazer sua pequena parte. A abnegação habilitará todos a fazerem alguma coisa. Tanto idosos como jovens, pais como filhos, têm de mostrar sua fé através de suas obras. Que os membros da igreja sejam vigorosamente impressionados quanto à necessidade de desempenhar cada um sua parte. Que cada um faça o seu melhor. Quando há vontade de fazer, Deus abre o caminho. Não é Seu desígnio que Sua obra seja entravada por dívidas. T6 102.1

Deus pede sacrifício individual. Isso não trará somente prosperidade financeira, mas também espiritual. A abnegação e o sacrifício próprio hão de operar maravilhas no crescimento da espiritualidade da igreja. T6 102.2

*****

Desagrada a Deus que nossas igrejas estejam endividadas. “Minha é a prata, e Meu é o ouro, disse o Senhor dos Exércitos.” Ageu 2:8. Deus é desonrado quando esse ouro e essa prata são utilizados com finalidade egoísta, para gratificar a ambição, o orgulho ou o desejo de algum tipo de indulgência. Quando o povo escolhido de Deus embeleza suas próprias casas e investe o Seu dinheiro na gratificação egoísta, deixando a Sua causa à míngua, não podem eles ser abençoados. T6 102.3

Quando os irmãos colocam a Deus em primeiro lugar e decidem que a Sua casa não mais será desonrada através de dívidas, Deus os abençoará. Esforcem-se por colocar semanalmente alguma coisa à parte, algo além do dízimo. Tenham um cofre para tal propósito. Expliquem aos filhos que esse é o cofre da negação própria, no qual vocês colocarão cada centavo não requerido para as reais necessidades. Destina-se à casa do Senhor, para liquidar o débito da igreja, o qual desonra os Céus. Ao efetuar tal oferta, cada membro da família receberá uma bênção. T6 103.1

Deus lê todo pensamento. Observa cada ação. Tudo que é feito com o sincero propósito de fazer avançar a Sua obra, será por Ele abençoado. As duas pequeninas moedas, um copo de água fria, presenteados com simpatia e amor, serão eficazes em realizar o bem aqui, e trarão recompensa no porvir. T6 103.2

*****

A pergunta que cada cristão tem de dirigir a si mesmo como prova, é: “Tenho eu, no mais íntimo do meu coração, o supremo amor por Cristo? Amo eu Seu tabernáculo? Não será o Senhor honrado por eu tornar Sua sagrada instituição minha consideração primeira? É meu amor por Deus e por meu Redentor bastante forte para me levar a renunciar o próprio eu? Quando tentado a me distrair com entretenimentos ou diversão egoístas, hei de dizer: Não, não gastarei coisa alguma para meu próprio deleite, enquanto a casa de Deus se achar sobrecarregada de dívidas?” T6 103.3

Nosso Redentor pede muito além do que Lhe ofertamos. O próprio eu interpõe seus desejos de ser o primeiro; mas o Senhor exige o coração inteiro, a inteira afeição. Ele não entrará aí em segundo lugar. E será que não deve Cristo ser nossa primeira e mais elevada consideração? Não exigirá Ele essa prova de nosso respeito e lealdade? Essas coisas se acham no fundo da própria vida de nosso coração, no círculo familiar e na igreja. Se o coração, a alma, as energias, a vida, forem inteiramente consagrados a Deus, se as afeições Lhe forem inteiramente dedicadas, haveremos de torná-Lo supremo em todo o nosso serviço. Quando nos acharmos em harmonia com Deus, a idéia de Sua honra e glória sobrepujará a tudo mais. Pessoa alguma é a Ele preferida em nossas dádivas e ofertas. Temos a consciência do que significa ser sócios de Cristo na sagrada firma. T6 103.4

A casa onde Deus Se encontra com Seu povo será querida e sagrada a qualquer de Seus filhos leais. Não se permitirá que ela seja embaraçada com dívidas. Consentir em tal coisa, é quase o mesmo que negar a fé. Deve-se estar pronto a fazer um grande sacrifício pessoal, para que haja uma casa livre de compromissos, onde Deus Se encontre com Seu povo e o abençoe. T6 104.1

A dívida de nossas igrejas pode ser paga, se os membros tomarem sábias medidas, desenvolvendo ativos e zelosos esforços para cancelar o débito. E em todos os casos em que se salde uma dívida, seja realizada uma reunião de ação de graças, a qual será como uma nova consagração dessa casa a Deus. T6 104.2

*****

Deus prova a fé de Seu povo ao testar o seu caráter. Aqueles que em tempos de emergência estão dispostos a sacrificar-se por Ele, são os que receberão a honra de compartilharem de Sua obra. Os que não se dispõem a praticar o auto-sacrifício de modo a levar avante os propósitos de Deus, serão provados, para que o seu curso de ação apareça diante dos olhos humanos tal qual se manifesta aos olhos dAquele que lê os corações. T6 104.3

*****

Quando o Senhor vir o Seu povo restringindo seus desejos imaginários, praticando o desprendimento, não o fazendo num espírito de lamentação ou pesar — como fez a esposa de Ló ao ter de abandonar Sodoma — mas alegrando-se por amor a Cristo, então a obra prosseguirá com poder! T6 104.4