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Capítulo 2 — A obra para o tempo atual T6 14

Estamos diante de importantes e solenes acontecimentos. As profecias estão em cumprimento. Uma estranha e acidentada História está sendo registrada nos livros do Céu. Tudo em nosso mundo se mostra em estado de agitação. Há guerras e rumores de guerras. As nações estão iradas, e é chegado o tempo dos mortos serem julgados. Os acontecimentos se sucedem, alternando-se e apressando o dia de Deus, que está muito próximo. Só nos resta, por assim dizer, um pequeno instante. Embora nação esteja se levantando contra nação e reino contra reino, não se desencadeou ainda um conflito geral. Os quatro ventos sobre os quatro cantos da Terra ainda estão sendo retidos até que os servos de Deus estejam assinalados na testa. Então as potências do mundo hão de mobilizar as forças para a última grande batalha. T6 14.1

Satanás está atarefado em formular planos para o último e tremendo conflito em que todos hão de definir sua atitude. Depois de o evangelho haver sido pregado ao mundo, durante quase dois mil anos, ele continua a apresentar aos homens e mulheres a mesma cena que exibiu a Cristo. De modo maravilhoso, faz passar por diante de seus olhos o panorama dos reinos deste mundo e sua glória. Isso promete a todos os que prostrados o adorarem. Desse modo busca impor a todos o seu domínio. T6 14.2

Satanás está atuando com todas as suas forças, a fim de ocupar o lugar de Deus e destruir a todos que a isso se opuserem. E hoje vemos todo o mundo inclinando-se diante dele. Seu poder é aceito como o de Deus. Cumpre-se a profecia do Apocalipse: “toda a Terra se maravilhou após a besta”. Apocalipse 13:3. T6 14.3

Os homens na sua cegueira se ufanam de grandes progressos e conhecimentos; mas aos olhos do Onisciente se descobrem o pecado e depravação de seu íntimo. Os anjos vêem a Terra cheia de violência e crime. Acumulam-se riquezas por meio de toda a espécie de roubos, e roubos praticados não só em relação aos homens, mas também em relação a Deus. Os homens se servem dos bens a eles confiados para satisfazer seu egoísmo. Tudo que conseguem adquirir tem de servir à sua avareza. A mesquinhez e a sensualidade estão liberadas. Os homens cultivam as mesmas qualidades do arquienganador. Aceitaram-no como Deus e tornaram-se imbuídos de seu espírito. T6 14.4

Mas as nuvens da justiça divina já se condensam sobre eles, repletas dos elementos que destruíram Sodoma. Nas visões que lhe foram concedidas dos acontecimentos futuros, o profeta João contemplou essa cena. Este culto dos demônios lhe foi revelado e pareceu-lhe que todo o mundo estava à borda da perdição. Mas enquanto olhava com grande interesse, notou a assembléia dos que guardam os mandamentos de Deus. Tinham na testa o selo do Deus vivo, e disse: “Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus. E ouvi uma voz do Céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam. E olhei, e eis uma nuvem branca, e assentado sobre a nuvem Um semelhante ao Filho do homem, que tinha sobre a Sua cabeça uma coroa de ouro, e na Sua mão uma foice aguda. E outro anjo saiu do templo, clamando com grande voz ao que estava assentado sobre a nuvem: Lança a tua foice, e sega; é já vinda a hora de segar, porque já a seara da Terra está madura. E Aquele que estava assentado sobre a nuvem meteu a Sua foice à Terra, e a Terra foi segada. E saiu do templo, que está no Céu, outro anjo, o qual também tinha urna foice aguda. E saiu do altar outro anjo, que tinha poder sobre o fogo, e clamou com grande voz ao que tinha a foice aguda, dizendo: Lança a tua foice aguda, e vindima os cachos da vinha da Terra, porque já as suas uvas estão maduras. E o anjo meteu a sua foice à Terra e vindimou as uvas da vinha da Terra, e lançou-as no grande lagar da ira de Deus.” Apocalipse 14:12-19. T6 15.1

Quando a tempestade da ira de Deus irromper sobre a Terra, quão terrível será a decepção daqueles cujas casas hão de ser arrebatadas porque estavam fundadas sobre areia! Devemos apresentar-lhes a divina advertência antes que seja tarde demais! Devemos sentir agora a nossa responsabilidade de trabalhar com intenso fervor, a fim de comunicar a outros as verdades que Deus nos tem revelado para o tempo atual. Sempre podemos fazer um pouco mais. T6 16.1

O coração de Deus se comove. As pessoas são muito preciosas a Seus olhos. Foi por este mundo que Jesus chorou em agonia — por este mundo foi crucificado. Deus deu Seu Filho unigênito para salvar pecadores, e quer que nos amemos uns aos outros como nos amou. Sua vontade é que os que têm o conhecimento da verdade comuniquem esse conhecimento aos seus semelhantes. T6 16.2

Agora é o tempo de proclamar a última advertência. Uma virtude especial acompanha presentemente a proclamação dessa mensagem; mas por quanto tempo? — Só por um pouco de tempo ainda. Se deve haver uma crise, essa crise é justamente agora. T6 16.3

Todos estão decidindo agora o seu perpétuo destino. As pessoas precisam ser despertadas a fim de reconhecer a solenidade do momento, e a proximidade do dia em que terá terminado a graça. Esforços decisivos têm de ser feitos, a fim de apresentar esta mensagem ao povo de modo preeminente. O terceiro anjo deverá avançar com grande poder. Que ninguém passe por alto esta obra ou a considere como de pouca importância. T6 16.4

A luz que recebemos sobre a terceira mensagem angélica é a legítima. O sinal da besta é exatamente o que tem sido proclamado. Nem tudo que se refere a esse assunto é compreendido; nem compreendido será até que tenha sido completamente aberto o rolo do livro. Uma solene obra será, entretanto, realizada no mundo. A intimação do Senhor aos Seus servos é esta: “Clama em alta voz, não te detenhas, levanta a tua voz como a trombeta e anuncia ao Meu povo a sua transgressão, e à casa de Jacó os seus pecados.” Isaías 58:1. T6 17.1

Nenhuma mudança deverá efetuar-se nos traços gerais de nossa obra. Deve permanecer clara e distinta como foi criada pela profecia. Não nos compete entrar em aliança com o mundo, supondo com isso poder levar a melhor. Se alguém cruzar o caminho a fim de atrapalhar o avanço da obra nas linhas que Deus lhe traçou, incorrerá no desagrado divino. Nenhum traço da verdade que tornou o povo adventista do sétimo dia o que ele é, deve ser apagado. Temos antigos marcos da verdade, da experiência e do dever, e cumpre-nos defender firmemente nossos princípios diante do mundo. T6 17.2

Importa levantarem-se homens que apresentem a todos os povos as Escrituras de Deus. Homens de todas as classes e de todas as capacidades, com seus variados dons, devem cooperar harmonicamente para um resultado comum. Deverão unir-se no esforço de levar a verdade a todo o povo, cumprindo cada qual sua missão especial. T6 17.3

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Os três anjos de Apocalipse 14 são representados como voando pelo meio do Céu, o que simboliza a obra dos que estão proclamando a primeira, segunda e terceira mensagens angélicas. Todas estão relacionadas entre si. As evidências da verdade eterna e inalterável dessas importantes mensagens, tão significativas para a igreja que lhe custaram violenta oposição do mundo religioso, não estão extintas. Satanás procura constantemente projetar sombra sobre essas mensagens para que o povo de Deus não possa discernir claramente sua importância, tempo e lugar; não obstante, permanecem e deverão exercer sua influência sobre nossa vida religiosa, enquanto durar o tempo. T6 17.4

A influência dessas mensagens tem sido cada vez mais ampla e profunda, pondo em movimento as molas de ação de milhares de corações, e fazendo surgir estabelecimentos de ensino, casas editoras e de saúde. Todos esses estabelecimentos são instrumentos nas mãos de Deus, destinados a cooperar na grande obra representada pelo primeiro, segundo e terceiro anjos: a obra de advertir o mundo de que Cristo virá segunda vez com poder e grande glória. T6 18.1

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Irmãos e irmãs, meu ardente desejo é por estas palavras chamar sua atenção para a gravidade do tempo e a significação dos acontecimentos que agora estão ocorrendo. Eu lhes aponto para os movimentos intensos que atualmente estão sendo realizados para a restrição da liberdade religiosa. O santificado monumento divino foi pisoteado, e erguido em seu lugar diante do mundo o falso sábado, que não tem santidade alguma. E enquanto as potências das trevas instigam os elementos terrenos, o Senhor do Céu envia Seu poder do alto a fim de apoiar Seu movimento, despertando instrumentos para exaltarem a lei do Céu. Agora, precisamente agora, é o tempo de trabalharmos em países estrangeiros. Quando os Estados Unidos, o país da liberdade religiosa, se aliar com o papado, a fim de dominar as consciências e obrigar os homens a reverenciar o falso sábado, os povos de todos os demais países do mundo hão de ser induzidos a imitar-lhe o exemplo. O nosso povo não tem sequer utilizado a metade do poder de que dispõe para estender a mensagem de advertência. T6 18.2

O Senhor do Céu não enviará Seus juízos destinados a punir a desobediência e transgressão, até que sejam proclamadas Suas advertências. Não encerrará o tempo da graça até que a mensagem seja mais distintamente proclamada. A lei divina deve ser engrandecida; seus reclamos, expostos em seu caráter legítimo e sagrado, para que o povo seja induzido a decidir-se pró ou contra a verdade. Contudo, a obra será abreviada em justiça. A mensagem da justiça de Cristo há de soar desde uma até a outra extremidade da Terra, a fim de preparar o caminho ao Senhor. Essa é a glória de Deus com que será encerrada a mensagem do terceiro anjo. T6 19.1

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Não há obra na Terra tão importante, tão sagrada e tão gloriosa, que tanto honre a Deus, como a obra do evangelho. A mensagem apresentada para o presente tempo é a última mensagem de graça a um mundo decaído. Os que têm o privilégio de ouvir e persistem em recusar atender à sua advertência, rejeitam a última esperança de salvação. Não haverá um segundo tempo de graça. T6 19.2

A palavra da verdade — “está escrito” — é o evangelho que cumpre pregar. Diante dessa árvore da vida não foi postada uma espada inflamada. Todos os que quiserem, dela participarão livremente. Não há poder que possa vedar a uma alma comer do seu fruto. Todos podem dela comer e viver perpetuamente. T6 19.3

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Nas mensagens de Deus, proclamadas pela igreja remanescente, estão encerrados mistérios que os próprios anjos desejariam penetrar, e que profetas e reis e homens justos de todos os tempos desejaram compreender. Os profetas pregaram acerca dessas coisas e se esforçaram para compreender o que haviam predito, mas não tiveram esse privilégio. T6 19.4

Anelaram ver o que estamos vendo e ouvir o que ouvimos, mas não puderam. Vão, porém, entender tudo quando Cristo vier segunda vez, rodeado de uma multidão que ninguém poderá contar, e lhes explicar o libertamento propiciado por Seu grande sacrifício. T6 20.1

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As verdades da mensagem do terceiro anjo têm sido apresentadas por alguns como uma teoria árida; entretanto, nessa mensagem deve ser exposto o Cristo Vivo, por excelência. Deve Ele ser revelado como o primeiro e o último, como o Eu Sou, a Raiz e Rebento de Davi, como a radiante Estrela da Manhã. Através dessa mensagem o caráter de Deus em Cristo deve ser manifestado ao mundo. Deve soar o chamado: “Tu, anunciador de boas-novas a Sião, sobe a um monte alto. Tu, anunciador de boas-novas a Jerusalém, levanta a voz fortemente; levanta-a, não temas e dize às cidades de Judá: Eis aqui está o vosso Deus. Eis que o Senhor Jeová virá como o forte, e o seu braço dominará; eis que o seu galardão vem com ele, e o seu salário, diante da sua face. Como pastor, apascentará o seu rebanho; entre os braços, recolherá os cordeirinhos e os levará no seu regaço; as que amamentam, ele as guiará mansamente.” Isaías 40:9-11. T6 20.2

Agora, como o fez João Batista, devemos apontar para Jesus, dizendo: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” João 1:29. Agora, como nunca antes, deve soar o convite: “Se alguém tem sede, que venha a Mim e beba.” João 7:37. “E o Espírito e a esposa dizem: Vem! E quem ouve diga: Vem! E quem tem sede venha; e quem quiser tome de graça da água da vida.” Apocalipse 22:17. T6 20.3

Há uma grande obra a fazer, e cada esforço possível deve ser empreendido para revelar Cristo como o Salvador que perdoa pecados, Cristo como o Portador de Pecados, Cristo como a brilhante Estrela da Manhã; e o Senhor nos concederá graça perante o mundo até que a obra seja completada. T6 20.4

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Enquanto os anjos seguram os quatro ventos, cumpre-nos trabalhar com todas as nossas forças. Precisamos proclamar nossa mensagem sem demora. Perante o Universo celestial e os homens desta época degenerada, precisamos dar o testemunho de que nossa religião é uma fé e um poder, dos quais o Autor é Cristo, e Sua Palavra o divino oráculo. Pessoas pendem na balança. Ou serão súditas do reino de Deus ou escravas do despotismo de Satanás. Todos devem ter o privilégio de lançar mão da esperança embutida no evangelho; mas como podem eles ouvir sem pregador? A família humana está carente de uma renovação moral, um preparo de caráter, a fim de poder subsistir diante de Deus. Muitos estão prestes a perecer devido aos erros heréticos que predominam, os quais são calculados para neutralizar a mensagem evangélica. Quem se consagrará agora plenamente para tornar-se coobreiro de Deus? T6 21.1

Ao ver o perigo e as misérias do mundo sob a operação de Satanás, não permitamos esgotar as energias que Deus nos dá em ociosas lamentações, mas trabalhemos por nós e pelos outros. Estejamos atentos e preocupados com os que perecem. Se não forem ganhos para Cristo, perderão uma eternidade de bem-aventurança. Pensemos no que podem alcançar. Quem foi criado por Deus e redimido por Cristo é de grande valor pelas possibilidades que tem diante de si, pelas vantagens espirituais que lhe foram asseguradas, e pelas aptidões que pode vir a possuir caso seja vivificado pela Palavra de Deus, além da imortalidade que, mediante o Doador da vida, pode obter sendo obediente. Uma pessoa é de mais valor para o Céu do que um mundo inteiro de propriedades, casas, terras e dinheiro. Deveríamos empregar o máximo de nossos recursos para a conversão de uma pessoa. Uma alma ganha para Cristo irradiará a luz celestial para tudo o que a rodeia, penetrando as trevas morais e salvando outras almas. T6 21.2

Se Cristo deixou as noventa e nove a fim de buscar e salvar a única ovelha perdida, seremos nós justificados, caso façamos menos? Não seria a negligência de trabalhar como Ele trabalhou, de sacrificar-nos como Ele Se sacrificou, uma traição aos sagrados legados, um insulto a Deus? T6 22.1

É preciso acionar um alarme através da extensão e largura da Terra. Dizer ao povo que o dia do Senhor está perto, e se apressa grandemente. Ninguém fique por advertir. Poderíamos achar-nos no lugar dessas pessoas que se encontram em erro. Poderíamos ter sido colocados entre os que não tiveram contato com o cristianismo. Segundo a verdade que recebemos mais que os outros, somos nós devedores e devemos comunicá-la aos demais. T6 22.2

Não temos tempo a perder. O fim está próximo. Em breve a ida de um lugar para outro a fim de transmitir a verdade será cercada de perigos à direita e à esquerda. Far-se-á tudo para obstruir o caminho dos mensageiros do Senhor, de modo que não possam realizar o que lhes é possível executar agora. Cumpre-nos olhar de frente nossa obra, e avançar o mais depressa possível em luta intensa. Segundo a luz que me foi dada por Deus, sei que as potências das trevas estão trabalhando com intensa energia que procede de baixo, e a passos furtivos vai Satanás avançando para se apoderar dos que agora se acham adormecidos, qual lobo que se apodera da presa. Temos agora advertências que nos é possível dar, uma obra que nos é concedida fazer; em breve, porém, será mais difícil do que podemos imaginar. Ajude-nos Deus, a conservar-nos na vereda da luz, trabalhar com os olhos fixos em Jesus, nosso Líder, e, paciente e perseverantemente, avançar para a vitória. T6 22.3