Jesus, o divino Mestre, não viveu afastado dos filhos dos homens; para poder beneficiá-los, baixou do Céu à Terra onde eles estavam, para que a pureza e santidade de Sua vida se refletissem sobre a senda de todos, iluminando-lhes o caminho para o Céu. O Redentor do mundo procurou tornar Suas lições claras e simples, para que todos as compreendessem. Geralmente preferia o ar livre para Suas palestras. Não havia casa que comportasse a multidão que O seguia; mas tinha especiais motivos para ir às campinas e praias a fim de ministrar-lhes Suas lições e ensinos. Tinha ali uma vista majestosa da paisagem e utilizava cenas e objetos com os quais as pessoas de vida humilde estavam familiarizadas, para ilustrar-lhes as verdades importantes que lhes tinha a ensinar. Aos Seus ensinos costumava associar as obras de Deus na natureza. Os pássaros, que despreocupados entoavam seus cânticos; as flores dos vales, resplandecendo em suas belas cores; os lírios descansando em sua pureza no seio dos lagos; as árvores majestosas, as terras cultivadas, as ondeantes searas, o solo estéril, as árvores improdutivas, as eternas montanhas, os impetuosas correntes, o sol poente tingindo e dourando o horizonte — tudo isso Ele empregava para impressionar Seus ouvintes acerca das verdades eternas. Harmonizava as obras dos dedos de Deus no Céu e na Terra com as palavras de vida que Se lhes propunha imprimir na mente, para que, pela contemplação de Suas maravilhosas obras na natureza, Suas lições lhes fossem continuamente lembradas. TS1 275.3
Em todos os Seus esforços Cristo procurou tornar interessantes os Seus ensinos. Sabia que a multidão cansada e faminta não podia receber benefício espiritual, e não Se esqueceu de suas necessidades materiais. Em certa ocasião realizou um milagre para alimentar cinco mil pessoas que haviam se reunido para ouvir de Seus lábios as palavras de vida. Quando anunciava a preciosa verdade aos Seus ouvintes, Jesus observava as coisas que O rodeavam. A paisagem geralmente atraía a vista de todos e despertava a admiração nos que eram amantes do belo. Ele podia exaltar a sabedoria de Deus nas obras da criação, e associar Seus sagrados ensinos, conduzindo a mente dos ouvintes através da natureza para o Autor da natureza. TS1 276.1
Deste modo as paisagens, árvores, pássaros, flores do vale, colinas, lagos e o céu radiante eram associados na mente dos ouvintes com verdades solenes que se tornariam lembranças sagradas ao serem reconsideradas, depois de Sua ascensão aos Céus. TS1 276.2
Quando Cristo ensinava o povo, não empregava o tempo em orar. Não o sujeitava, como os fariseus, a longas e tediosas cerimônias e orações. Aos Seus discípulos ensinou como deviam orar: “E, quando orares, não sejas como os hipócritas, pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que vê o que está oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará. E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que, por muito falarem, serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois a eles, porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós Lho pedirdes. Portanto, vós orareis assim.” Mateus 6:5-9. TS1 276.3