Deus confiou a cada um de nós sagrados depósitos, pelos quais nos considera responsáveis. É desígnio Seu que eduquemos de tal modo a mente que sejamos aptos a exercitar os talentos que Ele nos deu de maneira a efetuar o máximo bem, e refletir a glória do Doador. A Deus somos devedores de todas as faculdades do espírito. Essas faculdades podem ser cultivadas, dirigidas e controladas de modo tão sábio, que realizem o desígnio para que nos foram concedidas. É dever educar a mente de modo a manifestar as energias da alma, e desenvolver cada faculdade. Quando todas as faculdades se acham em exercício, o intelecto será fortalecido, e o desígnio para que elas foram dadas terá seu cumprimento. TS1 293.1
Muitos não fazem a maior soma de bem, porque aplicam o intelecto em uma direção, negligenciando dar atenção às coisas para que julgam não ser aptos. Algumas faculdades fracas são assim deixadas inativas, porque não é agradável o trabalho que as chamaria à atividade e assim lhes daria vigor. Todas as energias da mente devem ser exercitadas, todas as faculdades cultivadas. A percepção, o discernimento, a memória, e todas as faculdades de raciocínio, devem ter igual vigor, a fim de que a mente seja bem equilibrada. TS1 293.2
Caso certas faculdades sejam usadas em detrimento de outras, não se cumpre plenamente o objetivo de Deus em nós; pois todas essas faculdades têm que ver umas com as outras, e são em alto grau interdependentes. Uma não pode ser eficientemente usada sem o funcionamento de todas, para que se possa manter cuidadosamente o equilíbrio. Se se der toda a atenção e força a uma delas, enquanto as outras jazem adormecidas, aquela se desenvolverá vigorosamente, e levará a extremos, visto nem todas haverem sido cultivadas. Algumas mentes são atrofiadas, e não devidamente equilibradas.*Testimonies for the Church 3:32-36 (1872). Naturalmente todas as mentes não são constituídas da mesma maneira. Temos mentes de várias espécies; algumas são fortes em certos pontos, e muito fracas em outros. Estas deficiências, tão evidentes, não precisam, nem devem existir. Se os que as possuem fortalecessem os pontos fracos de seu caráter mediante cultivo e exercício, eles se tornariam fortes. TS1 293.3
É agradável, mas não muito proveitoso exercitar as faculdades naturalmente mais vigorosas, ao passo que negligenciamos as fracas, mas que necessitam ser cultivadas. As mais débeis devem receber a devida atenção, para que todas as faculdades do intelecto sejam bem equilibradas, fazendo todas sua parte como um maquinismo bem regulado. Dependemos de Deus para a conservação de todas as nossas faculdades. Os cristãos estão para com Ele na obrigação de exercitar a mente de maneira que todas as faculdades sejam fortalecidas, e desenvolvidas em maior plenitude. Se isto negligenciamos, elas nunca realizarão o desígnio para que foram destinadas. TS1 294.1
Não temos o direito de negligenciar nenhuma dessas faculdades a nós dadas por Deus. Vemos por toda parte pessoas obsessivas. São freqüentemente sadias, em todos os sentidos menos um. A razão disso é que um órgão da mente foi mais exercitado ao passo que os outros foram deixados adormecidos. Aquele que esteve em uso constante tornou-se gasto, enfermo, e o homem tornou-se uma ruína. Deus não é glorificado com essa atitude. Houvesse tal pessoa cultivado todos os órgãos igualmente, e todos teriam saudável desenvolvimento; não haveria sido lançada sobre um todo o trabalho, e portanto nenhum se haveria esgotado. TS1 294.2