Meu espírito volve-se ao fiel Abraão que, em obediência ao mando divino a ele dado em uma visão de noite, em Berseba, segue seu caminho com Isaque ao lado. Vê diante de si o monte que, Deus lhe dissera, havia de indicar como aquele sobre que ele devia oferecer o sacrifício. Tira a lenha das costas do servo, e coloca-a sobre Isaque, aquele que devia ser oferecido. Cinge sua alma de firmeza e angustiosa severidade, pronto para a obra que Deus lhe exige. Coração quebrantado e mão desfalecida, toma o fogo, enquanto Isaque indaga: Pai, aqui está o fogo e a lenha; mas onde está a oferta? Mas oh! Abraão não lho pode dizer agora! TS1 352.2
O pai e o filho erguem o altar, e chega para Abraão o terrível momento de dar a conhecer a Isaque o que lhe tem causado angústia de alma através de toda aquela longa jornada — que o próprio Isaque é a vítima. O filho não é mais um rapazinho; está um jovem plenamente desenvolvido. Poder-se-ia haver recusado submeter-se ao desígnio paterno, se assim quisesse. Ele não acusa o pai de loucura, nem sequer lhe procura mudar o propósito. Submete-se. Crê no amor de seu pai, e em que ele não faria esse terrível sacrifício de seu filho único, não houvesse Deus assim solicitado. Isaque é amarrado pelas mãos trementes e amorosas do compassivo pai, porque assim o dissera Deus. O filho submete-se ao sacrifício, porque acredita na integridade de seu pai. Quando tudo está pronto, porém, quando a fé do pai e a submissão do filho são plenamente provadas, o anjo de Deus detém a mão suspensa de Abraão, prestes a matar seu filho, e diz-lhe que basta. “Agora sei que temes a Deus e não Me negaste o teu filho, o teu único.” Gênesis 22:12. TS1 352.3
Este ato de fé da parte de Abraão é registrado para nosso benefício. Ensina-nos a grande lição de confiança nas reivindicações de Deus, por mais rigorosas e pungentes que sejam; e isto ensina aos filhos perfeita submissão a seus pais e a Deus. Pela obediência de Abraão é-nos ensinado que coisa alguma é demasiado preciosa para darmos ao Senhor. TS1 353.1