O coração dessas pessoas está tão semeado de espinhos e cheio dos cuidados desta vida, que as coisas celestes não podem aí encontrar lugar. Jesus convida os cansados e oprimidos, prometendo-lhes descanso se a Ele forem ter. Convida-os a permutar o mortificante jugo do egoísmo e da cobiça, que os torna escravos de Mamom, por Seu jugo, que diz ser suave, e por Seu fardo, que é leve. Diz Ele: “Aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.” Mateus 11:29. Ele quer que ponham de lado os pesados fardos do cuidado e perplexidade mundanos, e tomem Seu jugo que é abnegação e sacrifício pelos outros. Este fardo demonstrar-se-á leve. Os que se recusam a aceitar o alívio que Cristo lhes oferece, e continuam a levar o mortificante jugo do egoísmo, sobrecarregando sua alma em extremo com projetos a fim de acumular dinheiro para satisfações egoístas, não experimentaram a paz e o descanso que se encontram em levar o jugo de Cristo, e em carregar os fardos da abnegação e da desinteressada beneficência carregados por Cristo em seu favor. TS1 363.1
Quando o amor do mundo toma posse do coração, e se torna paixão dominante, não fica margem para a adoração a Deus; pois as mais elevadas faculdades do espírito subordinam-se à servidão de Mamom, e não podem reter os pensamentos acerca de Deus e do Céu. A mente perde a lembrança do Senhor, estreitando-se e atrofiando-se na acumulação de dinheiro. TS1 363.2
Em virtude do egoísmo e amor do mundo, esses homens têm vivido cada vez com menos senso da magnitude da obra para estes últimos dias. Não educaram o espírito de modo a fazer do serviço de Deus sua ocupação. Não têm experiência nesse sentido. Suas posses lhes absorvem as afeições e eclipsam a magnitude do plano da salvação. Enquanto prosperam e ampliam seus empreendimentos mundanos, não vêem nenhuma necessidade de estender-se e aumentar-se a obra de Deus. Empregam os meios de que dispõem em coisas temporais e não nas eternas. O coração ambiciona mais recursos. Deus os tornou depositários de Sua lei, de modo que deixassem brilhar para os outros a luz que tão generosamente lhes foi concedida. Mas têm por tal forma acrescentado os próprios cuidados e ansiedades, que não têm tempo de beneficiar a outros com sua influência, de conversar com os vizinhos, de orar com eles e por eles, e procurar trazê-los ao conhecimento da verdade. TS1 363.3
Esses homens são responsáveis pelo bem que poderiam fazer, mas se desculpam por causa de cuidados e encargos mundanos que lhes obscurecem a mente e absorvem as afeições. Almas por quem Cristo morreu poderiam ser salvas por seus esforços pessoais e um piedoso exemplo. Almas preciosas se acham a perecer por falta da luz que Deus deu aos homens para que se refletisse na vereda dos outros. A preciosa luz, no entanto, é oculta sob o alqueire, e não ilumina os que estão na casa. TS1 364.1