Uma classe estava registrada como empecilhos do terreno. Ao cair sobre esses o penetrante olhar do Juiz, foram distintamente revelados seus pecados de negligência. Com lábios pálidos e trêmulos reconheceram haver sido traidores do santo depósito que lhes fora confiado. Haviam tido advertências e privilégios, mas não os haviam atendido e aproveitado. Podiam ver agora que haviam presumido demasiado da misericórdia de Deus. Em verdade, não tinham a fazer confissões como as dos vis e baixamente corrompidos; mas, como a figueira, eram amaldiçoados por não produzirem frutos, por não haverem usado os talentos a eles confiados. TS1 519.2
Essa classe dera ao próprio eu o supremo lugar, trabalhando apenas pelo interesse egoísta. Não eram ricos para com Deus, não havendo correspondido a Suas reivindicações sobre eles. Conquanto professassem ser servos de Cristo, não Lhe trouxeram almas. Houvesse a causa de Deus dependido de seus esforços, e haveria definhado; pois eles, não somente retiveram os meios que lhes foram emprestados por Deus, mas a si mesmos se retiveram. Estes, porém, podiam ver agora e sentir que, assumindo para com a obra e a causa de Deus uma posição de irresponsabilidade, haviam-se colocado do lado esquerdo. Haviam tido oportunidade, mas não fizeram a obra que podiam e deviam ter feito. TS1 520.1
Foram mencionados os nomes de todos quantos professam a verdade. Alguns foram reprovados por sua incredulidade, outros por terem sido servos negligentes. Deixaram que outros fizessem a obra na vinha do Mestre, e levassem as mais pesadas responsabilidades, enquanto eles estavam servindo egoistamente seus próprios interesses temporais. Houvessem eles cultivado as aptidões que o Senhor lhes dera, teriam sido dignos de confiança como portadores de responsabilidades, trabalhando pelos interesses do Mestre. Disse o Juiz: “Todos serão justificados por sua fé, e julgados por suas obras.” Quão vividamente aparecia então sua negligência, e quão sábia a medida de Deus de dar a cada homem uma obra a fazer a fim de promover a causa e salvar seus semelhantes! Cada um devia demonstrar na família e na vizinhança uma fé viva, mediante a bondade manifestada ao pobre, a compaixão para com o aflito, o empenhar-se em obra missionária, e o ajudar a causa de Deus com Seus meios. Mas, como aconteceu em Meroz, a maldição de Deus repousou sobre eles pelo que não fizeram. Amaram a obra que traria mais proveito nesta vida; e ao lado de seus nomes no Livro consagrado às boas obras, havia um lamentável vazio. TS1 520.2