Pessoas severas e propensas a censurar, desculpam-se às vezes ou procuram justificar a sua falta de cortesia cristã por que muitos reformadores manifestaram esse mesmo espírito, e alegam que a obra do presente tempo exige espírito idêntico; mas tal não é o caso. Um espírito manso e sob perfeito*Testimonies for the Church 4:485-489 (1880). controle ajusta-se melhor a qualquer meio, mesmo na companhia dos mais rudes. Zelo imprudente não beneficia a ninguém. Deus não escolheu os reformadores porque fossem homens impetuosos e ávidos dominadores. Aceitou-os tal qual eram, a despeito desses traços de caráter; ter-lhes-ia, porém, imposto responsabilidades dez vezes maiores, se tivessem sido humildes e subordinado sempre o espírito ao controle da razão. Embora os ministros de Cristo devam denunciar o pecado e a impiedade, a impureza e hipocrisia, embora algumas vezes sejam chamados a condenar o pecado entre os mais elevados bem como os humildes, expondo-lhes que a indignação de Deus cairá sobre os transgressores de Sua lei, por outro lado não lhes compete ser dominadores ou tirânicos; devem antes manifestar bondade e amor, uma disposição para salvar e não para destruir. TS1 564.4
A longanimidade de Deus ensina aos pastores e membros da igreja que aspiram ser cooperadores de Cristo, lições positivas de paciência e amor. Cristo associou Judas e o impulsivo Pedro a Si, não porque Judas fosse cobiçoso e Pedro impetuoso, mas para que dEle, seu grande Mestre, aprendessem a ser semelhantes a Ele: desinteressados, mansos e humildes de coração. Jesus descobriu traços bons nesses homens. Judas possuía talento financeiro e podia ter sido de grande utilidade à igreja, se tivesse aceito a lição dada por Cristo, repreendendo todo egoísmo, fraude e avareza, mesmo nos negócios de pouca importância. Essas lições foram muitas vezes repetidas: “Quem é fiel no mínimo, também é fiel no muito; quem é injusto no mínimo, também é injusto no muito.” Lucas 16:10. TS1 565.1