A verdade de Deus jamais degradará, antes elevará ao que a recebe, apura-lhe o gosto, santifica-lhe o juízo, e aperfeiçoa-o para a companhia dos puros e santos anjos no reino de Deus. Alguns há a quem a verdade encontra vulgares, rudes, esquisitos, jactanciosos, prontos a aproveitar-se de seus semelhantes para se beneficiarem a si mesmos; erram por muitas maneiras, e todavia, quando a verdade é crida de coração por eles, operará inteira mudança em sua vida. Começaram imediatamente a obra de reforma. TS1 164.1
A pura influência da verdade elevará o homem todo. Em suas relações de negócio com os semelhantes, terá o temor de Deus diante de si e amará a seu próximo como a si mesmo, tratando como quereria ser tratado. Sua conversação será verdadeira, pura e de caráter tão elevado, que os descrentes não poderão se aproveitar dela, ou com justiça falar mal dele, nem ficar aborrecidos com suas maneiras sem cortesia e sua linguagem imprópria. Ele introduzirá a santificadora influência da verdade em sua família, e fará resplandecer de tal maneira diante deles sua luz que, vendo suas boas obras, possam glorificar a Deus. Em todas as situações da vida, há de exemplificar a vida de Cristo. TS1 164.2
A lei de Deus não se satisfaz com coisa alguma que não seja a perfeição, a perfeita e inteira obediência a todos os seus reclamos. O chegar a meio caminho de suas reivindicações, e não prestar perfeita e completa obediência, de nada aproveitará. Os mundanos e infiéis admiram a coerência, e sempre se convenceram poderosamente de que Deus estava com Seu povo quando as obras desse povo correspondiam à fé que professavam. “Por seus frutos os conhecereis.” Mateus 7:20. Toda árvore é conhecida por seus frutos. Nossas palavras e ações são os frutos que apresentamos. TS1 165.1
Há muitos que ouvem os ensinos de Cristo, mas não os praticam. Fazem profissão de fé, mas seus frutos são de molde a desgostar aos que não são membros. São jactanciosos, e oram e falam orgulhosamente, exaltando-se a si mesmos, contando suas boas ações e, como os fariseus, agradecendo por assim dizer a Deus porque não são como os outros homens. No entanto esses mesmos são fraudulentos, aproveitam-se de outros nos negócios. Não dão bons frutos. Suas palavras e atos são injustos, e ainda eles parecem cegos à própria condição destituída e miserável. TS1 165.2
Foi-me mostrado que o texto seguinte é aplicável aos que se acham em tal ilusão: “Nem todo o que Me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos Céus, mas aquele que faz a vontade de Meu Pai, que está nos Céus. Muitos Me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em Teu nome? e em Teu nome não expulsamos demônios? e em Teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniqüidade.” Mateus 7:21-23. TS1 165.3
Aí está a maior ilusão que pode afetar o espírito humano; essas pessoas crêem que são justas, quando estão erradas. Julgam estar fazendo uma grande obra em sua vida religiosa, mas afinal Jesus arranca sua cobertura de justiça própria, e apresenta vividamente diante deles o verdadeiro quadro de sua própria condição, em todos os seus erros e deformidades de caráter religioso. São achados em falta quando é para sempre demasiado tarde para suprir-lhes as carências. Deus providenciou meios para corrigir o errante; todavia, se os que erram preferem seguir seu próprio juízo, e desprezam os meios ordenados por Ele para os corrigir e uni-los na verdade, serão levados à posição descrita pelas palavras de nosso Senhor, acima citadas. TS1 165.4
Deus está conduzindo um povo e preparando-o para apresentar-se como um, unido, para falar as mesmas coisas, e assim cumprir a oração de Cristo por Seus discípulos. “E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em Mim; para que todos sejam um, como Tu, ó Pai, o és em Mim, e Eu em Ti; que também eles sejam um em Nós, para que o mundo creia que Tu Me enviaste.” João 17:20, 21. TS1 166.1