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    Capítulo 24

    Oposição à proclamação do segundo advento do Salvador. As declarações do Sr. Miller extraídas de sua “Apologia e Justificativa”. O modo extraordinário como ele foi chamado para proclamar a doutrina do advento. Sinais e maravilhas no céu.AJB 255.1

    As conferências do segundo advento, as reuniões de oração e os encontros sociais estavam se multiplicando em várias partes do país, e, na mesma proporção, surgia a oposição. Presidentes e professores de seminários teológicos; instruídos e não instruídos; ministros e membros leigos; jornais políticos e religiosos, bem como indivíduos preconceituosos: todos estavam se esforçando ao máximo, de um modo ou de outro, para refutar o que chamavam de doutrina millerita. Muitos atacaram o caráter de Miller e o denunciaram em termos mais severos. Ficará evidente nos trechos a seguir, tirados da “Apologia e Justificativa” de Miller, que eles não conheciam a reputação de Miller e nem a obra na qual ele estava envolvido.AJB 255.2

    Miller data a sua conversão de 1816, e diz:AJB 255.3

    “Fui constrangido a admitir que as Escrituras deviam ser uma revelação de Deus. Elas se tornaram o meu prazer, e em Jesus encontrei um amigo. Dediquei-me então à oração e à leitura da palavra. [...] Comecei com Gênesis. Li versículo por versículo, e não segui adiante sem que o significado das passagens ficasse totalmente claro, de modo que me livrasse de obstáculos com respeito a qualquer misticismo ou contradições. Sempre que eu encontrava qualquer coisa obscura, minha prática era de compará-la com todas as passagens que podia encontrar relacionadas ao assunto; e com a ajuda da concordância de Cruden, examinava todos os textos das Escrituras nos quais se encontravam qualquer uma das palavras importantes contidas em alguma parte obscura. Assim, deixando que cada palavra exercesse o seu devido peso na compreensão do assunto do texto, se o meu ponto de vista a respeito deste se harmonizasse com cada passagem da Bíblia relacionada ao tema, então ele não mais representava uma dificuldade para mim. Dessa maneira prossegui o estudo da Bíblia, em minha primeira leitura atenta dela, por aproximadamente dois anos, e estava plenamente convencido de que a Bíblia é a sua própria intérprete.”AJB 255.4

    “Assim cheguei, no ano de 1818, ao final do meu estudo de dois anos das Escrituras, à solene conclusão de que em 25 anos, a partir daquela data, todas as ocupações e afazeres da vida chegariam ao fim. [...] Com a solene convicção de que tais eventos significativos estavam preditos nas Escrituras para se cumprirem em tão curto espaço de tempo, fiquei tocado por uma profunda e dominante convicção de qual era meu dever para com o mundo, tendo em vista a evidência que tinha se tornado patente em minha própria mente. Se o fim estava tão próximo, era importante que o mundo soubesse disso [...]. Vez ou outra surgiam várias dificuldades e objeções em minha mente [...]. Dessa forma, eu fiquei absorvido por cinco anos: de 1818 a 1823.”AJB 256.1

    “Continuei estudando as Escrituras, e cada vez mais me convencia de que eu tinha um dever pessoal para cumprir com respeito ao assunto. Sempre que eu estava no trabalho, uma voz ficava martelando em meus ouvidos: ‘Vá e diga ao mundo sobre o perigo em que ele se encontra!’. E o alerta em Ezequiel 33:8, 9 ficava constantemente me vindo à lembrança.”AJB 256.2

    “Eu fiz tudo o que pude para fugir da convicção de que era exigida de mim alguma ação. Pensei que, falando livremente a todos sobre esse assunto, eu estaria cumprindo o meu dever e Deus levantaria os instrumentos necessários para o cumprimento da obra. Orei para que algum ministro visse a verdade e se dedicasse a proclamá-la, mas as palavras ainda impressionavam minha mente: ‘Vá e diga ao mundo! O sangue deles, Eu o requererei de ti’. [...] Tentei me justificar com o Senhor por não sair e proclamar essa mensagem ao mundo. Disse ao Senhor que eu não estava acostumado a falar em público; que eu não tinha as qualificações necessárias para prender a atenção de um auditório; que eu era muito tímido e tinha medo de ir diante do mundo. Disse-Lhe também que eles não acreditariam em mim, nem ouviriam a minha voz e que eu era pesado de língua e boca. Porém, não me sentia aliviado. Assim lutei por mais nove anos, continuando com o estudo da Bíblia. [...] Eu já estava então com 50 anos de idade, e me parecia impossível superar os obstáculos que estavam em meu caminho de modo que pudesse apresentar, com êxito, a mensagem de maneira pública.”AJB 256.3

    “Em um sábado, depois do desjejum, no verão de 1833, me sentei na escrivaninha para examinar uma questão, e quando me levantei para ir trabalhar, o pensamento me veio à mente mais intensamente do que nunca: ‘Vá e diga ao mundo!’ A impressão foi tão repentina e veio com tanta intensidade que me sentei de volta na cadeira, dizendo: ‘Eu não posso ir, Senhor’. ‘Por que não?’, pareceu ser a resposta. Então todas as minhas justificativas vieram à mente: minha falta de capacidade, etc. Mas minha angústia se tornou tão grande que fiz uma aliança solene com Deus de que, se Ele abrisse o caminho, eu cumpriria o meu dever para com o mundo. Outro pensamento me ocorreu no mesmo instante: ‘O que você quer dizer com abrir o caminho?’. ‘Ora’, eu disse, ‘se eu receber um convite para falar em público em algum lugar, eu irei e falarei das coisas que encontrei na Bíblia sobre a vinda do Senhor’. Instantaneamente todo o meu fardo se foi, e me alegrei, pensando que era pouco provável que eu fosse chamado para falar, até porque nunca tinha recebido nenhum convite do gênero antes. Ninguém conhecia as minhas lutas, e eu tinha uma expectativa mínima de ser convidado para atuar em algum campo da obra.AJB 256.4

    “Cerca de meia hora depois, antes mesmo de eu deixar a sala, o filho do Sr. Guilford, de Dresden, que ficava cerca de 25 quilômetros da minha residência, entrou e disse que seu pai o tinha enviado para que eu o acompanhasse até sua casa. Supondo que ele quisesse falar sobre negócios, perguntei-lhe o que ele queria? Ele respondeu que não haveria pregação na igreja deles no dia seguinte, e que seu pai desejava que eu fosse lá pregar às pessoas sobre a segunda vinda do Senhor. Fiquei imediatamente irritado comigo mesmo por ter feito o pacto com Deus. Rebelei-me contra o Senhor e decidi que não iria. Deixei o rapaz sem lhe dar alguma resposta e me retirei para um bosque ali perto, em grande angústia. Lá lutei com o Senhor por cerca de uma hora, tentando me livrar do pacto que fizera com Ele, mas não encontrei alívio algum. Uma impressão não saía da minha mente: ‘Você faria uma aliança com Deus e a quebraria tão rápido?’ O grande pecado de assim agir pesou excessivamente sobre mim. Por fim, eu me submeti e prometi ao Senhor que se Ele me sustentasse, eu iria, confiando em que Ele me daria graça e capacidade para realizar tudo aquilo que Ele pedisse de mim. Voltei para a casa e encontrei o garoto ainda esperando. Ele permaneceu conosco até depois do jantar, e então voltei com ele para Dresden.AJB 257.1

    No dia seguinte, até onde me lembro o primeiro domingo de agosto de 1833, apresentei publicamente a minha primeira palestra sobre o segundo advento. A igreja estava cheia, com um público atento. Assim que comecei a falar, toda a minha timidez e constrangimento foram embora, e a única coisa que me impressionava era a grandeza do assunto, que, pela providência de Deus, eu fui capaz de apresentar. Ao final do culto, fui convidado a ficar durante a semana para falar mais sobre o assunto. Aceitei o convite. As pessoas vieram em grande número das cidades vizinhas, iniciou-se um reavivamento, e fiquei sabendo que, dentre 13 famílias, todas as pessoas, com exceção de duas, felizmente se converteram. Retornei para minha casa na segunda-feira seguinte e encontrei uma carta do pastor Fuller, de Poultney, Vermont, me pedindo que eu fosse até lá e palestrasse sobre o mesmo assunto.”AJB 257.2

    “Convites muito insistentes de ministros e líderes das igrejas chegavam continuamente a partir daquele momento e durante todo o período de minha obra pública, e mais da metade deles não tinha condições de aceitar. Recebia tantos chamados urgentes para que eu trouxesse informações e visitasse lugares, sem que pudesse atendê-los, que em 1834 cheguei à conclusão de que deveria publicar meus pontos de vista em forma de panfleto, o que fiz em um pequeno livreto de 64 páginas. O primeiro auxílio que recebi de alguma fonte para custear minhas despesas foi de dois dólares e cinquenta centavos, no Canadá, em 1835. O próximo auxílio que recebi foi o pagamento da minha passagem para Lansingburgh em 1837. Desde então, não tenho recebido o suficiente para pagar minhas despesas de viagem. Eu não teria mencionado isso, se não fossem as histórias exageradas que têm circulado, trazendo-me injúria.”AJB 258.1

    “Desde o início da publicação da revista Sinais dos Tempos, em 1840, eu fui sobrecarregado com convites para trabalhar em vários lugares, que aceitei tanto quanto a minha saúde e tempo me permitiram. Trabalhei extensivamente em toda a Nova Inglaterra e no centro dos Estados, em Ohio, Michigan, Maryland, Distrito de Columbia e no leste e no oeste do Canadá, dando cerca de quatro mil palestras em mais ou menos 500 cidades diferentes.”AJB 258.2

    “Eu diria que cerca de 200 ministros aceitaram meus pontos de vista em todas as diferentes partes dos Estados Unidos e Canadá, e que aproximadamente 500 palestrantes públicos se envolveram na obra. Congregações do advento foram erguidas em quase mil localidades, e, pela minha estimativa, com um número de membros que chega a uns 50 mil crentes. Dos lugares em que trabalhei, posso recordar cerca de 6 mil casos de conversão das trevas para a maravilhosa luz de Deus – resultado dos meus trabalhos pessoais, e creio que esse número seja bem maior. Desse número, posso recordar que cerca de 700 pessoas eram infiéis antes de assistirem minhas palestras; e pode ser que este último número tenha sido o dobro. Grandes resultados também foram fruto do trabalho de meus irmãos, muitos dos quais eu gostaria de mencionar aqui se o espaço me permitisse.”AJB 258.3

    Com esses trechos acima, podemos ver primeiramente como o Sr. Miller foi profundamente impressionado com a importância e a necessidade de proclamar a doutrina do segundo advento de Cristo depois de seus dois anos de estudo da Bíblia; em segundo lugar, como ele continuou fazendo da Bíblia o seu objeto de estudo por mais 14 anos, sempre com a mesma convicção de que deveria anunciá-la ao mundo; em terceiro lugar, a maneira singular e clara como ele finalmente foi tocado para proclamar a mensagem do advento; em seguida, os resultados finais de seu trabalho. Tudo isso serve para provar que ele foi movido de maneira extraordinária a cumprir o seu dever, conduzindo a proclamação dessa importante doutrina, que, conforme já vimos antes, ocorreu também no momento certo.AJB 258.4

    O ano de 1843 foi marcante pelos sinais e maravilhas no céu, a ponto de as pessoas dizerem na época que aqueles adventistas eram os mais felizardos do mundo, pois eles tinham os sinais no céu para ajudar a comprovar a sua doutrina. Vou citar aqui um sinal que foi visto por milhões de testemunhas, que creio ter sido sobrenatural. Era um fluxo de luz brilhante que apareceu de repente no caminho do sol poente, a uma curta distância acima do horizonte, logo depois de escurecer, e que ficou visível a cada noite clara durante três semanas no mês de março. Enquanto eu estava em um culto em Rhode Island nessa época, a aparição sublime e terrivelmente grandiosa dessa luz causou muita agitação.AJB 259.1

    Durante o tempo desse fenômeno, muitos procuraram acalmar seus sentimentos dizendo que era um cometa, mas nada puderam provar. Darei a seguir algumas declarações de diferentes autores, selecionados a partir de um pequeno panfleto intitulado “Modern Phenomena of the Heavens” [Fenômenos Modernos dos Céus], de Henry Jones.AJB 259.2

    Do “New York Herald”:AJB 259.3

    “O SINAL ESTRANHO NO CÉU – O mistério que continua a pairar sobre esse visitante estranho e desconhecido, que apareceu no nosso costumeiramente calmo sistema solar, tem feito aumentar grandemente o interesse com relação a ele.”AJB 259.4

    Do “The Hydrographical Office”, Washington, DC:AJB 259.5

    “A LUZ ESTRANHA – Logo depois de nos recolhermos, o guarda que estava em turno anunciou o aparecimento do cometa no oeste. O fenômeno foi sublime e belo. A agulha da bússola foi fortemente agitada, e um intenso faixo de luz brilhava da trajetória do sol em uma direção oblíqua para o sul e para o leste. Suas bordas eram paralelas, medindo cerca de 140 quilômetros de largura e 2.800 quilômetros de comprimento.” – Tenente M. F. Maury, da Marinha dos Estados UnidosAJB 259.6

    Henry Jones fez a seguinte declaração sobre o aparecimento desse fenômeno em Connecticut:AJB 260.1

    Senhores editores: Nas noites dos dias 5, 6, 7 e 9 do presente mês, ou começando com a noite do domingo passado, os habitantes desta cidade testemunharam um fenômeno que nunca haviam visto ou ouvido falar antes, sendo visto por cerca de uma hora em cada ocasião e, principalmente, das 7 às 8 horas da noite. Aproximadamente no oeste, estando o céu claro, aparecia uma faixa branca de luz, com uma cor semelhante à luz que mais comumente aparece no norte. Parecia ser duas vezes mais larga que o sol, quando este se encontra na mesma direção, e surgiu do lugar do sol poente. – East Hampton, Connecticut, 10 de março de 1843.AJB 260.2

    Ele disse ainda:AJB 260.3

    “O irmão George Storrs, ex-morador desta cidade e recentemente passando por aqui de sua viagem do sul, nos informou que em Norfolk, Virgínia, a faixa de luz no oeste, ou o grande cometa, assim chamado, apareceu com uma cor vermelho-sangue e causou grande alvoroço entre os habitantes.”AJB 260.4

    Ao encerrar a sua declaração, ele acrescenta:AJB 260.5

    “No que diz respeito a outras notificações sobre o cometa, tenho diante de mim uma série delas por escrito, que não necessitam ser transcritas aqui, todas unanimemente dão testemunho do importante fato de que o mesmo fenômeno foi visto praticamente durante o mesmo período de tempo, ou seja, três semanas, por toda a extensão dos Estados Unidos e dos continentes orientais, e que se tratou de algo estranho.AJB 260.6

    “No que diz respeito à causa natural desta maravilha do mundo, eu seria o último homem a tentar atribuir ao cometa qualquer causa que não fosse a ação do próprio Jeová, e que Ele tenha feito isso por Sua onipotência para cumprir sua promessa concernente a tal fenômeno, e para notificar Seus santos oprimidos, rejeitados e sofredores que Ele em breve virá para libertá-los.”AJB 260.7

    Caso o leitor deseje mais fatos a respeito dessa luz estranha de 1843, ou outros sinais igualmente assustadores, basta ler o panfleto de Henry Jones citado neste capítulo.AJB 260.8

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