Loading...
Larger font
Smaller font
Copy
Print
Contents
  • Results
  • Related
  • Featured
No results found for: "".
  • Weighted Relevancy
  • Content Sequence
  • Relevancy
  • Earliest First
  • Latest First
    Larger font
    Smaller font
    Copy
    Print
    Contents

    Capítulo 26

    The Three Corners [Os três cantos]. Reunião lotada. Louvor. Universalismo. Locais de reunião. Oposição. O sonho. Um amplo jardim fronteiro. Os escravos são obrigados a ir à reunião sobre o advento. Convencidos da verdade. De Maryland para casa. Visita a algumas das Ilhas do mar. O primeiro desapontamento no movimento do segundo advento. Aguardando a visão. O tempo de tardança.AJB 271.1

    Assim que chegamos ao lugar chamado The Three Corners, pela aparência do lugar temíamos ter ali poucos ouvintes. Ali só havia uma escola, uma pensão, uma igreja metodista à distância e algumas casas espalhadas: isso era tudo o que pudemos ver. Comprometemo-nos a começar a reunião naquela noite. Os administradores metodistas se recusaram a ceder a igreja deles. Por fim, conseguimos a escola para realizarmos o encontro daquela noite, e nos hospedamos na “pensão universalista” do Sr. Dunbar.AJB 271.2

    Um pregador metodista daquela região nos disse que realizara um culto no último domingo ali e só haviam comparecido dezoito ouvintes. Ele disse então:AJB 271.3

    – Imagino que a doutrina de vocês atrairá alguns mais.AJB 271.4

    Imagine a nossa surpresa quando chegou a hora da reunião e encontramos o local cheio, a ponto de uma grande parte da congregação ter que ficar empoleirada em cima dos bancos, olhando por cima da cabeça das pessoas. Finalmente encontramos um lugar para pendurarmos o “Gráfico de 1843”. O irmão Gurney começou a cantar um dos hinos favoritos sobre o advento, o que acalmou o auditório, deixando as pessoas em silêncio. A reunião continuou sendo assistida com profundo interesse até o final.AJB 271.5

    Em seguida falamos do nosso desejo de realizar mais quatro reuniões, e de começar na tarde do dia seguinte. Porém, dissemos que não tínhamos um local aberto para nós. Depois de esperarmos um momento, o dono da pensão disse:AJB 271.6

    – Senhores, podem realizar a reunião em minha casa.AJB 271.7

    Hesitei por um momento, questionando se seria apropriado realizar uma reunião do advento num local onde se vendiam e consumiam bebidas sem restrição. Como ninguém mais se pronunciou, escolhi a pensão do Sr. Dunbar como o local para a próxima reunião na tarde do dia seguinte. Creio que marcamos para as duas da tarde. Depois de chegarmos à pensão, o Sr. Dunbar entrou acompanhado de várias senhoras, dizendo:AJB 272.1

    – Cavalheiros, essas senhoras vieram para ouvir vocês cantarem mais de seus novos hinos. Elas estão encantadas com as músicas e interessadas na doutrina de vocês!AJB 272.2

    Após o desjejum da manhã seguinte, o nosso anfitrião começou, de uma forma muito cavalheiresca, a nos mostrar os pontos de vista inconsistentes de professos cristãos e as belezas da doutrina do universalismo. Para nos pouparmos de longos argumentos, dissemos a ele que não tínhamos nada que ver com a doutrina universalista. Dissemos que havíamos ido ali para pregarmos sobre a vinda de Cristo, e que queríamos que ele e seus vizinhos se preparassem. Nossa conversa acabou ali e ele saiu. Depois de um tempo ele voltou para a pensão e disse:AJB 272.3

    – Bem, meus senhores, a igreja metodista está aberta para vocês palestrarem. Os administradores se sentiram mal por terem negado a vocês o uso da igreja deles. Ela já está pronta para a reunião do advento dessa tarde. Não acreditei que eles deixariam vocês realizarem as reuniões na minha pensão.AJB 272.4

    Assim que a nossa reunião começou naquela tarde, um homem que parecia inteligente e bem vestido entrou e sentou-se próximo ao centro da igreja. Enquanto eu explicava uma passagem do livro de Apocalipse, ele me olhou com seriedade e balançou a cabeça. Eu disse ao público:AJB 272.5

    – Aqui está um senhor discordando com a cabeça. Ele não acredita.AJB 272.6

    Antes de eu terminar o meu sermão, e quando ainda estava citando outra passagem da mesma fonte, o homem repetiu o mesmo movimento. Eu disse:AJB 272.7

    – Esse cavalheiro está discordando com a cabeça outra vez. Ele não crê.AJB 272.8

    Seu semblante mudou e ele pareceu confuso. Quando o irmão Gurney e eu descemos do púlpito depois de encerrarmos a reunião, o homem se esforçou para abrir caminho através da multidão, pegou a minha mão e disse:AJB 272.9

    – Eu quero que você vá para minha casa hoje à noite.AJB 273.1

    Agradeci e disse:AJB 273.2

    – Iria com prazer, mas tenho um amigo aqui.AJB 273.3

    – Também quero que seu amigo vá. Quero que você leve esse gráfico com você – ele disse, apontando para o Gráfico de 1843.AJB 273.4

    Outro homem também nos pediu para irmos à sua casa para o jantar, cerca de três quilômetros de onde estávamos. E aquele primeiro homem disse que iria também.AJB 273.5

    À noite, a nossa congregação foi maior e muito atenta. Após a reunião, nosso novo amigo levou-nos em sua carruagem com sua esposa. Logo depois que partimos, ele perguntou à esposa se ela se lembrava do sonho que ele lhe havia contado, e ela respondeu afirmativamente.AJB 273.6

    – Bem – disse ele –, esses são os dois anjos que vi.AJB 273.7

    Ele começou a contar o seu sonho. Tudo o que contarei a seguir é o que consigo lembrar:AJB 273.8

    Pouco antes de chegarmos a Three Corners, o homem havia sonhado que estava em companhia de dois anjos que traziam boas novas, e ele se lembrava perfeitamente de como eles eram.AJB 273.9

    – Então, naquele momento em que você falou pela segunda vez que eu estava balançando a cabeça negativamente, prestei atenção em você. Pensei que já o tinha visto antes. Ali me lembrei do meu sonho, e vi que, pela aparência pálida de vocês, vocês eram os dois anjos, principalmente você, por causa da verruga na sua bochecha direita que eu havia visto em meu sonho.AJB 273.10

    Ele desceu da carruagem e abriu o portão de sua casa. Eu pensei que logo chegaríamos à sua casa. Depois de alguns momentos, o homem contou que eram cinco quilômetros do portão da frente até a sua casa! A plantação dele era grande, e ele possuía muitos escravos. Era um homem com muito tempo livre, e já tinha aprendido com algum autor alguns conceitos exóticos sobre o livro de Apocalipse. Foi por isso que ele havia balançado negativamente a cabeça enquanto eu fazia a minha aplicação, porque seus pontos de vista eram opostos aos meus. Ele e sua esposa nos trataram bem boa parte da noite; e até a hora de começarmos a reunião da tarde seguinte ele ficou fazendo perguntas sobre a doutrina do advento, sobre o gráfico, etc. Quando a carruagem do Sr. Hurt estava pronta, ele pediu desculpas por seu descuido em não nos pedir para falar com seus servos (os escravos). Eu fiquei aliviado com o ocorrido, já que eu preferia falar com eles na congregação mista. Quando estávamos entrando na carruagem, ele disse ao seu cavalariço, que estava segurando as rédeas:AJB 273.11

    – Sam – Harry, ou algum outro nome –, você pode dizer para todos comparecerem à reunião desta noite?AJB 274.1

    – Sim, sinhô.AJB 274.2

    – Não se esqueça: TODOS ELES!AJB 274.3

    – Pode deixá, sinhô, que vô me alembrá disso.AJB 274.4

    Isso nos alegrou, pois gostaríamos que os escravos ouvissem a pregação juntamente com o seu senhor.AJB 274.5

    O preceptor da escola e o Sr. Dunbar (o dono da pensão) eram os dois grandes líderes universalistas daquela região do país. Ambos agora estavam interessados na nova doutrina. O preceptor fechou a escola para participar da última reunião da tarde, e entrou com três grandes livros debaixo do braço. Ele esperava, eu suponho, nos confundir em alguma das nossas explicações sobre as profecias, mediante citações de línguas mortas. Ele apelou para seus livros apenas uma vez, e não conseguindo provar seu ponto de vista, calou-se até o fim da reunião. Pela fisionomia deles, eu estava convencido de que ele e o Sr. Dunbar tinham se convencido da verdade. Quando o encontrei depois da reunião, arrastando seus livros para sua casa, eu disse:AJB 274.6

    – O que você acha do assunto agora?AJB 274.7

    – Eu desisto.AJB 274.8

    À noite, a galeria estava lotada de negros. Inquestionavelmente, a maioria deles era composta de escravos do Sr. Hurt. Eles ouviram com evidente atenção. Qualquer coisa que resultasse em libertação de sua perpétua escravidão era para eles boas novas. A congregação parecia muito disposta a ouvir. No fim da reunião, dissemos que tínhamos que seguir viagem rumo à Elktown, cerca de 40 quilômetros ao norte, a fim de nos reunirmos com as pessoas de lá na noite seguinte. Dissemos também que gostaríamos que alguém dos nossos ouvintes ali nos levasse. O Sr. Hurt atenciosamente se ofereceu para nos levar até lá em sua carruagem particular, e combinou conosco para ficarmos aquela noite em sua casa. Enquanto esperávamos por sua carruagem depois da reunião, o Sr. Dunbar veio até nós em particular para perguntar se aquela doutrina já tinha sido pregada no norte e também na Inglaterra, e se era daquela maneira que o irmão Miller a apresentava. Dissemos que sim, mas acrescentamos que o irmão Miller a explicava de forma superior, e com uma luz muito mais clara do que nós tínhamos a capacidade de fazer. Ele então foi embora, parecendo estar em profunda angústia.AJB 274.9

    O Sr. Hurt chegou com sua carruagem e fomos embora com ele. Ele parecia muito perturbado enquanto relatava a própria experiência e a da esposa e como havia se recusado a ser um líder de classe entre os metodistas, e lamentava que eles não pudessem se batizar.AJB 275.1

    Em nosso trajeto na manhã seguinte, paramos na pensão, e quando saímos do nosso quarto com a bagagem para acertarmos as contas, o Sr. Dunbar e o preceptor da escola estavam sentados na mesa do bar, com as Bíblias abertas, ouvindo o Sr. Hurt contar sobre o sonho que tivera conosco e sobre a sua fé na doutrina do segundo advento. O Sr. Dunbar e o preceptor disseram que enxergavam a verdade como nunca antes, e insistiram para que ficássemos e continuássemos com as reuniões.AJB 275.2

    – Além disso – eles disseram –, vocês estão convidados a pregar em uma cidade cerca de 20 quilômetros a leste daqui.AJB 275.3

    Nós respondemos que o nosso compromisso anterior em Elktown nos obrigaria a estar lá naquela noite. Então eles nos rogaram para retornarmos, porém os nossos compromissos eram ainda mais para o norte. Portanto, não poderíamos atender ao pedido deles.AJB 275.4

    Deixando a pensão, o Sr. Hurt nos conduziu à sua carruagem e nos levou até Elktown, a aproximadamente 40 quilômetros dali, e apresentou-nos, bem como a mensagem, aos seus amigos no percurso. Em Elktown, ele também se esforçou para viabilizar as nossas reuniões. Quando nos despedimos, depois de orar com ele, ele disse:AJB 275.5

    – Daria tudo o que possuo aqui, se eu pudesse ter o mesmo sentimento que eu creio que vocês têm com relação a esta obra.AJB 276.1

    Depois disso, nunca mais ouvimos falar dele.AJB 276.2

    Realizamos cinco reuniões no Palácio de Justiça de Elktown. Alguns professaram crer, e estavam ansiosos para ouvir mais se pudéssemos ter ficado com eles mais tempo. De Elktown pegamos o trem para Filadélfia, e de lá para a cidade de Nova Iorque. Lá nos encontramos com o Sr. Miller, que tinha acabado de voltar de Washington, D.C., onde estivera dando uma série de palestras. De Nova Iorque, viajamos para o leste, a bordo de um navio a vapor de Long Island, para Fall River, Massachusetts. À noite, depois de passarmos pelo Hurl Gate, penduramos o Gráfico de 1843 no centro da cabine dos passageiros. Depois de termos cantado um hino do advento, um grupo grande de pessoas se aproximou e começou a indagar sobre as imagens no gráfico. Respondemos que, se eles se sentassem calmamente, tentaríamos explicar. Depois de um tempo, disseram estar prontos para ouvir, e assim o fizeram de maneira muito atenta por algum tempo até que fomos interrompidos por uma ventania crescente vinda do leste, o que nos obrigou a procurar um porto para atracar. Por conta do vendaval violento, a rota do navio foi alterada, e os passageiros desembarcaram na costa de Connecticut e seguiram de trem para Boston. O assunto do advento do Salvador foi retomado dentro dos vagões, e continuou a ser discutido até que nos separamos na estação em Boston.AJB 276.3

    Antes da passagem do tempo [o primeiro desapontamento], visitamos algumas ilhas, pertencentes à Massachusetts e Rhode Island, a saber: Nantucket, Martha Vineyard e Block Island. Dos 10 ou 12 mil habitantes nessas ilhas, muitos professaram crer e se uniram ao movimento do advento.AJB 276.4

    À medida que a primavera de 1844 se aproximava, e estávamos mais perto do tão esperado tempo, divulgado pelo Sr. Miller e outros, em que se encerrariam os períodos proféticos da visão de Daniel que apontavam para a vinda do nosso Senhor e Salvador, a obra tornava-se cada vez mais entusiasmante. Provavelmente nada, desde o dilúvio, nos dias de Noé, jamais chegou a se igualar àquele período de 1844.AJB 276.5

    Naquela época, o ponto mais difícil de definir foi quando na história do mundo teriam se iniciado os 2.300 dias. Finalmente ficou estabelecido que o ano 457 a.C. era o único período confiável. Portanto, a soma dos 457 anos antes de Cristo e os 1843 anos completos depois de Cristo dava exatamente 2.300 anos completos.AJB 276.6

    As Escrituras também deixavam claro que cada ano começava com a lua nova na primavera, apenas 14 dias antes da páscoa anual (ver Êxodo 12:1-6; 13:3-4). Portanto, foi definido que o dia 17 de abril de 1844, de acordo com o calendário romano, correspondia ao fim do ano de 1843, de acordo com o calendário bíblico.AJB 277.1

    A passagem desse período representou o primeiro desapontamento do movimento do advento. Aqueles que sentiam o peso da mensagem ficaram em profunda angústia de espírito. Foram cercados por aqueles que exultavam de alegria por causa do fracasso do cálculo. Naquele momento de provação, as Escrituras foram pesquisadas com muita diligência a fim de verificar, se possível, a causa do desapontamento. Na profecia de Habacuque foram encontradas algumas questões com relação à visão que nunca tinham sido particularmente examinadas antes. Lê-se assim: “Porque a visão ainda está para cumprir-se no tempo determinado, mas se apressa para o fim e não falhará; se tardar, espera-o, porque certamente virá, não tardará” (Habacuque 2:2, 3).AJB 277.2

    Naquela época havia aproximadamente 50 mil fiéis no movimento adventista nos Estados Unidos e no Canadá que nunca, até a passagem do tempo, tinham percebido ou entendido que havia uma tardança ou tempo de espera na visão. A passagem de Habacuque e outras passagens das Escrituras de igual importância incentivaram os provados a perseverar com fé inabalável. Eles eram diversas vezes atacados por seus adversários com questionamentos como:AJB 277.3

    – O que vocês vão fazer agora, já que o tempo passou? Vocês determinaram o tempo para a volta de Cristo ao fim dos 2.300 dias da visão de Daniel. O tempo passou e Cristo não veio. Ora, por que não assumem que estavam errados e desistem logo de tudo?AJB 277.4

    A resposta era:AJB 277.5

    – Porque o Senhor disse: “Espera-o!”AJB 277.6

    – Esperar pelo quê?AJB 277.7

    – Pela visão.AJB 278.1

    – Esperar por quanto tempo?AJB 278.2

    – Ele não disse por quanto tempo, mas disse: “ESPERA-O, PORQUE CERTAMENTE VIRÁ”. Vocês estão nos pedindo para desistir? Não ousaremos!AJB 278.3

    – Por quê?AJB 278.4

    – Porque a ordem do Senhor ao seu povo confiante e desapontado, neste momento especial do movimento do segundo advento, foi que ESPERÁSSEMOS!AJB 278.5

    Larger font
    Smaller font
    Copy
    Print
    Contents