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    Argumento com Base nos Tipos

    Pela providência de Deus, no movimento do sétimo dia a atenção das pessoas foi voltada para os tipos da lei de Moisés. O argumento apresentado havia sido o de que, assim como os tipos da primavera, a saber, a páscoa, o molho movido e a oferta de manjares, haviam se cumprido na ordem e no momento certo quando na crucifixão de Cristo, em Sua ressurreição e na descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes, assim também os tipos do outono seriam cumpridos, no tempo certo, nos eventos relacionados com o segundo advento. Tal raciocínio parecia ser conclusivo e convincente. A posição assumida era a de que, assim como o sumo sacerdote saía do santuário típico no décimo dia do sétimo mês, e abençoava o povo, Cristo, nosso Sumo Sacerdote, também sairia naquele dia do Céu para abençoar Seu povo expectante.MH 157.2

    Mas deve-se ter em mente que, nessa época, os tipos que apontavam para a obra no santuário celestial não eram compreendidos. Na realidade, ninguém tinha a compreensão correta sobre o tabernáculo de Deus no Céu. Agora vemos que os dois lugares santos do santuário típico, feitos sob a ordem do Senhor a Moisés, com seus dois ministérios distintos – os serviços diários e anuais – eram, na linguagem de Paulo aos hebreus, “figuras das coisas que estão no Céu”, “figura do verdadeiro” (capítulo 9). Ele também fala da obra dos sacerdotes judeus no capítulo 8: “os quais servem de exemplar e sombra das coisas celestiais”. Suas palavras significam o seguinte: Existe, no Céu, um santuário onde Cristo está ministrando, e esse santuário tem dois lugares santos e dois ministérios diferentes, exatamente como tinha o santuário terrestre. Se suas palavras não significarem isso, não significam nada. É natural, portanto, concluir que, da mesma forma que os sacerdotes judeus ministravam diariamente no lugar santo do santuário, e, no décimo dia do sétimo mês, ao término de seu ciclo anual de serviço, o sumo sacerdote entrava no lugar santíssimo para fazer expiação para a purificação do santuário, Cristo, igualmente, ministrou no lugar santo do santuário celestial desde o momento de Sua ascensão até o fim dos 2.300 dias de Daniel 8, em 1844. No décimo dia do sétimo mês daquele ano, Ele entrou no lugar santíssimo do tabernáculo celestial para fazer uma expiação especial, a fim de apagar os pecados de Seu povo, ou, o que seria a mesma coisa, purificar o santuário.MH 157.3

    “Até dois mil e trezentos dias”, disse o anjo ao profeta, “e o santuário será purificado”.MH 158.1

    O santuário típico era purificado dos pecados do povo pela oferta de sangue. Sendo assim, a natureza da purificação do santuário celestial pode ser compreendida a partir de seu tipo. De porte de Seu próprio sangue, Cristo entrou no santíssimo para fazer uma expiação especial para a purificação do santuário celestial. Para exposições claras e completas sobre o santuário e a natureza de sua purificação, ver obras da autoria de J. N. Andrews e Uriah Smith sobre o assunto, à venda no escritório da Review, em Battle Creek, Michigan.MH 158.2

    Com essa visão do santuário celestial diante do leitor, pode-se perceber a falha na teoria do sétimo mês. Agora parece evidente que, a conclusão de que Cristo sairia do Céu naquele dia, não se justifica pelas premissas expostas. Mas, se o ministério de Cristo no santuário celestial estivesse determinado para durar somente um ano, e, no último dia desse ano Ele devesse fazer a expiação para a purificação do santuário celestial, assim como no tipo, então a conclusão de que Ele, naquele dia, sairia para abençoar Seu povo expectante, seria inevitável.MH 158.3

    Devemos nos lembrar, no entanto, de que “a lei tem sombras dos bens vindouros, não a imagem real das coisas” [Hebreus 10:1]. Na sombra, o ciclo anual de rituais era repetido, primeiro, no lugar santo durante todo o ano, com exceção de um dia, e, segundo, no lugar santíssimo, no último dia desse ano. Mas não é assim que ocorre no ministério de Cristo. Ele entrou, de uma vez por todas, no lugar santo do santuário celestial, por ocasião de Sua ascensão. Ali, Ele ministrou até a chegada do momento da purificação do santuário, no fechamento dos 2.300 dias, no outono de 1844. Para realizar esse trabalho, Ele entrou, então, no lugar santíssimo, também de uma vez por todas. Cristo não sofreu na cruz repetidas vezes, mas de uma vez por todas. Ele entrou no lugar santo para realizar Sua obra de uma vez por todas. Ele purifica o santuário celestial, em favor dos pecados do Seu povo, de uma vez por todas. Seu ministério no lugar santo, desde sua ascensão na primavera de 31 d.C. até o outono de 1844, totaliza 1.813 anos e seis meses. Da mesma forma que a duração do tempo do ministério de Cristo no lugar santo só pôde ser definida quando esse período se encerrou, assim, a duração de Seu ministério no santíssimo não pode ser definida antes do seu encerramento. Portanto, por mais que a expiação para a purificação do santuário típico, que ocorria no décimo dia, provasse que nosso grande Sumo Sacerdote entraria no lugar santíssimo do tabernáculo celestial no décimo dia do sétimo mês, isso não prova que Ele sairia naquele dia do lugar santíssimo.MH 159.1

    Mas o que, exatamente, foi realizado no décimo dia do sétimo mês, tornou-se objeto de discussão. Alguns tomaram a precipitada posição de que o movimento não havia sido dirigido pela providência divina. Eles abandonaram sua confiança naquela obra, não tendo fé nem paciência suficientes para “esperar” e “vigiar” até que tudo fosse explicado, à luz do santuário e das três mensagens de Apocalipse 14; eles se afastaram, para dizer o mínimo, em direção à perdição.MH 159.2

    Outros tremiam por esse passo temerário, e sentiam a mais profunda preocupação pelo bem-estar do rebanho, exortando os irmãos a esperar e vigiar com paciência pela vinda do Senhor, crendo plenamente que Deus estivera presente naquela obra. Entre estes estava Guilherme Miller. Numa carta publicada no Advent Herald de 11 de dezembro de 1844, ele diz:MH 159.3

    Querido Irmão Himes: Seja paciente e mantenha-se firme em seu coração, pois a vinda do Senhor está próxima. Você precisa ter paciência para que, depois de ter feito a vontade de Deus, possa alcançar a promessa. Porque ainda dentro de pouco tempo, Aquele que vem virá e não tardará.MH 160.1

    O trecho que se segue foi escrito pela animadora pena do Irmão F. G. Brown, que não foi apenas um homem de muitas habilidades, mas alguém que teve uma experiência profunda com o movimento adventista. Ele viu e sentiu o perigo de desertar, e escreveu a carta seguinte para animar seus irmãos a permanecerem firmes e crerem, para a salvação de sua alma. A carta foi escrita em 11 de novembro de 1844 e publicada no Advent Herald.MH 160.2

    Queridos irmãos e irmãs: O grande Deus tem lidado de maneira maravilhosa conosco. Quando estivemos num estado alarmante de cegueira em relação à vinda do grande e terrível Dia do Senhor, Ele achou por bem nos despertar, do nosso sono mortal, para um conhecimento dessas coisas. Quão pouco de nossa própria ação e de agentes humanos foi empregado nesse trabalho, vocês sabem. Nossos preconceitos, educação, gostos – tanto intelectuais quanto morais – estavam todos em oposição à doutrina da vinda do Senhor. Sabemos que foi o braço do Todo-Poderoso que nos preparou para receber essa graça. O Espírito Santo operou-a no mais profundo de nossas almas, incorporando-a em nosso próprio ser, de modo que ela é, agora, uma parte de nós, e ninguém a poderá tomar. Ela é nossa esperança, nossa alegria; ela é tudo para nós. A Bíblia fala sobre ela. Cada uma de suas páginas está carregada com o assunto da imediata vinda do Senhor, e muito do que vemos no mundo nos fortalece na crença de que o Juiz está às portas! No presente, tudo está a nos provar. Bem, até agora tivemos paz quase ininterrupta e tremenda alegria. É verdade que enfrentamos algumas provações no passado, mas o que foram elas em comparação com a glória a ser revelada? É-nos permitido viver nos dias do Filho do homem, o qual Jesus disse ser um dia desejável. Que honra especial! Que privilégio indizível!MH 160.3

    Seríamos tão egoístas a ponto de não estar dispostos a enfrentar uma pequena provação, apenas por esse dia, quando todos os nossos dignos e honrados predecessores se submeteram, com tanta paciência, aos labores e sofrimentos em sua peregrinação e de sua época? Que isso jamais se passe! Como nunca antes, sentimos que Ele não Se afastou de nós nem por um momento. Começaremos, agora, tais quais os filhos de Israel, a duvidar, temer e lamentar, depois de Ele haver, de maneira tão frequente e clara, nos livrado vez após outra com Sua mão? Teria Deus nos abençoado com santificação, salvação e glória, só para depois nos repreender e nos destruir? Tal pensamento é quase blasfemo. Fora com ele! Será que, apesar de termos estado com o Senhor por tanto tempo, ainda não O conhecemos? Será que lemos nossa Bíblia em vão? Será que nos esquecemos do registro de Seus maravilhosos feitos para com Seu povo em todas as eras passadas? Façamos uma pausa, esperemos, leiamos, oremos antes de agir precipitadamente ou pronunciar um julgamento apressado sobre os caminhos e as obras de Deus. Se tudo estiver escuro e não enxergarmos tão claramente quanto antes, não sejamos impacientes. A luz brilhará quando Deus enxergar que isso será para o nosso bem. Notem o seguinte, queridos: nosso grande Josué certamente nos levará à terra prometida. Não tenho nenhum temor quanto a isso, e não desistirei Dele enquanto Ele não desistir de mim.MH 160.4

    Ele está realizando Sua obra de maneira correta. Glória seja ao Seu nome! Lembrem-se de que vocês têm navegado por muito, muito tempo, e começaram a se considerar marinheiros bastante habilidosos, até que se aproximaram da costa. O dever de vocês era ceder o comando a Ele, mas como é difícil entregar a preciosa carga e a nobre nau em Suas mãos! Vocês tremem e temem que a heroica embarcação naufrague, e que o carregamento adquirido a um custo tão elevado vá para o fundo do oceano! Mas eu lhes digo: não temam! Renunciem ao comando do barco e, como um bom oficial livre de suas obrigações e amante da vida familiar, voltem ao convívio de seus queridos. Animem-nos com as palavras “está tudo bem”.MH 161.1

    Vocês terminaram seu trabalho. Agora, sejam pacientes e receberão sua recompensa.MH 161.2

    Era preciso que nossa ‘fé’ e ‘paciência’ fossem provadas, antes que nossa obra se completasse. Encerramos nossa missão para com o mundo algum tempo atrás. Essa é minha convicção. Agora, Deus nos deu uma curta temporada de autopreparação, para nos provar perante o mundo. Quem agora suportará o teste? Quem está decidido a ver a consumação de sua fé, a viver ou morrer? Quem irá para o Céu mesmo se tiver que ir sozinho? Quem enfrentará a batalha até o fim, embora os que portam as armaduras desfaleçam, temam e fracassem? Quem manterá o olhar fixo na tremulante bandeira de seu Rei e, se necessário for, sacrificará sua última gota de sangue por ela? Somente esses são dignos de ser coroados; somente esses colherão os gloriosos lauréis.MH 161.3

    Devemos estar já a pouca distância do porto. A obra recente de Deus por nós é prova disso. Precisávamos justamente dessa obra, uma vez que Cristo está vindo em breve. Louvo a Deus por essas gloriosas manifestações de Si mesmo ao Seu povo. Não O desonrem, indagando se a obra não passou de obra de homens, pois Ele, muito em breve, há de reivindicá-la, bem como Sua Palavra. Creio nisso solenemente. Não se deixem seduzir pelas iscas que podem ser lançadas para minar sua confiança em Deus. O mundo e a igreja nominal não sabem absolutamente nada sobre a esperança de vocês. Não há como fazer com que eles nos entendam. Vamos deixá-los em paz. Vocês já sepultaram uma vez o nome e a reputação de vocês, e não se deem ao trabalho de desenterrá-los novamente, agora que vocês, por amor a Cristo, estão sendo falsamente difamados com toda espécie de calúnias. Orem por seus inimigos. Olhem para a frente, para que suas mentes não venham a se ocupar com as coisas desta Terra outra vez: seus negócios, preocupações, labutas, prazeres e amigos. A Bíblia, a Bíblia é o melhor dos mestres agora. A oração, a oração é a melhor auxiliadora. O próximo sinal que teremos será o derradeiro. Oh! Que nenhum de nós seja encontrado com as lâmpadas apagadas quando o Mestre vier! Oh, quão solene é a admoestação repetida pelo Senhor: Vigiem, vigiem, vigiem.MH 162.1

    Muitos concluíram que grandes mudanças, intimamente ligadas ao destino final do homem, ocorreram no décimo dia do sétimo mês, embora não tivessem, até o momento, uma posição bem definida sobre o que, de fato, ocorrera.MH 162.2

    Joseph Marsh, editor de Voice of Truth [Voz da Verdade], disse, em 7 de novembro de 1844:MH 162.3

    Nós realmente acreditávamos que Ele viria naquele tempo; e agora, embora estejamos tristes por conta de nosso desapontamento, alegramo-nos por termos agido de acordo com nossa fé. Tivemos, e ainda temos, uma consciência limpa, para com Deus e com os homens, nessa questão. Deus nos tem abençoado abundantemente, e não temos dúvida de que, muito em breve, todas as coisas cooperarão para o bem de Seu querido povo e para a Sua glória.MH 162.4

    De bom grado, admitimos que estivemos errados quanto à natureza do evento que esperávamos no décimo dia do sétimo mês, mas ainda não podemos admitir que nosso grande Sumo Sacerdote não tenha realizado, naquele dia, tudo o que o tipo justificava que esperássemos. Agora acreditamos que Ele o fez.MH 162.5

    A que altura do cumprimento da profecia nos encontramos? Essa pergunta logo se tornou objeto da mais interessante indagação. Alguns se renderam aos clamores da igreja e do mundo, que os incitavam a confessar que tinham se equivocado, pelo menos, quanto ao tempo. Entre esse número estavam vários ministros qualificados. A temerosa conduta deles aumentou, em grande medida, a ansiedade para compreender nossa verdadeira posição. Foi um momento de grande provação. Muitos pareciam ter uma forte inclinação à deserção, o que acabou por amadurecer neles uma debandada geral na direção do Egito. Finalmente, um grande número se firmou, com maior ou menor clareza, sobre uma posição que abarcava os seguintes pontos:MH 163.1

    1. A parábola das dez virgens representava o grande movimento do advento, e cada aspecto da narrativa correspondia a um evento da história do segundo advento.MH 163.2

    2. Em resposta à indagação “Onde estamos?”, ficou definido que estávamos no momento ao qual se aplicavam as palavras de nosso Senhor: “Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora” (Mateus 25:13), proferidas após a parábola.MH 163.3

    3. Havia chegado o tempo de comparar a experiência dos que estavam buscando o reino, aqui chamado de “reino dos céus”, com um casamento oriental, e que, para tanto, tal experiência já deveria ter se tornado histórica, pois isso permitiria ver que cada especificação da parábola já havia sido cumprida.MH 163.4

    4. O momento em que a comparação da experiência do segundo advento com os eventos das bodas deveria ocorrer foi apontado por nosso Senhor, ao Ele dizer: “Então, o reino dos céus será semelhante a dez virgens”. Quando? Ele havia acabado de concluir uma descrição de dois tipos de servos, no capítulo 24: um servo dando o alimento no tempo certo à casa de seu senhor, e o outro servo espancando esse servo bom e fiel, e dizendo em seu coração: “O meu senhor tarde virá”. É exatamente nesse momento que os eventos, ligados à história do advento, são comparados com as especificações da parábola. Esses dois servos estavam envolvidos no mesmo trabalho. Mas, por alguma razão, um deles começa a dizer em seu coração: “O meu senhor tarde virá”, e espanca o seu conservo. Qualquer pessoa, que estivesse disposta a enxergar, perceberia um claro cumprimento dessa parábola nos trabalhos e no procedimento dos ministros do advento, logo após a passagem do tempo. Todos chegaram àquele momento como um grupo de irmãos. Mas o tempo passou. Alguns, como consequência, ficaram impacientes, abandonaram sua confiança na obra e fizeram confissões a uma igreja e a um mundo escarnecedores, dizendo que haviam sido controlados por uma influência humana ou satânica; e, já que outros não agiram como eles, e continuaram fortalecendo e alimentando a casa do Senhor com o pão do Céu, esses ministros estavam prontos para espancá-los.MH 163.5

    O alimento espiritual para aquele tempo não era, sob hipótese alguma, aquele ensinamento que os faria deixar a posição que haviam assumido, fazendo-os voltar para o Egito com choros e lamentações. Mas o “alimento no tempo certo” eram as exposições da Palavra de Deus, que mostravam Sua mão guiando o movimento, e os animadores testemunhos mencionados nas páginas acima, vindicando o movimento do advento. É humilhante e doloroso perceber que foi permitido a Satanás trazer guerra para dentro das fileiras do movimento do segundo advento.MH 164.1

    5. Com base no significado da parábola, o Noivo havia chegado. Chegado aonde? Resposta: Às bodas. As bodas do Cordeiro deveriam ocorrer neste nosso mundo, por ocasião do segundo aparecimento de Cristo, uma vez que o Noivo não chegou? Mas, se as bodas do Cordeiro devessem acontecer no Céu, a posição poderia estar correta. É exatamente aqui que a ordem do nosso Senhor aos que esperam se encaixa, de forma especial: “Estejam cingidos os vossos lombos, e acesas as vossas candeias. E sede vós semelhantes aos homens que esperam o seu senhor, quando houver de voltar das bodas” (Lucas 12:35, 36). Se o nosso Senhor, em Seu segundo aparecimento, volta das bodas, então as bodas do Cordeiro devem acontecer no Céu, antes de Sua volta. Portanto, a vinda do noivo na parábola ilustra alguma mudança na posição e na obra do nosso grande Sumo Sacerdote, no Céu, mudança essa relacionada às bodas do Cordeiro.MH 164.2

    Numa carta para o Voice of Truth, na edição de 19 de fevereiro de 1845, Guilherme Miller diz:MH 164.3

    Presumo, Irmão Marsh, que você tenha visto o Advent Mirror dos irmãos Hale e Turner, impresso em Boston, edição de janeiro de 1845, a respeito das bodas da parábola das virgens. Creio que, no geral, eles estão certos – que não pode ser a vinda pessoal de Cristo. Por quê? Dirá você. Leia Lucas 12:36: “E sede vós semelhantes aos homens que esperam o seu senhor, quando houver de voltar das bodas, para que, quando vier e bater, logo possam abrir-lhe”. Veja que a Sua vinda, pela qual esperamos, ocorrerá depois das bodas.MH 164.4

    Teria Cristo vindo no sentido mencionado em Mateus 25:10? Eu acho que sim.MH 165.1

    Eu sei que muitos dos meus irmãos, por quem tenho grande estima, discordarão de mim nessa questão. Eu os aconselharia e não apresentar resistência. Lembrem-se do que diz Tiago 5:9: “Irmãos, não vos queixeis uns contra os outros, para que não sejais condenados. Eis que o Juiz está à porta”. Parece que, neste exato momento, quando precisamos de paciência, o apóstolo, por inspiração do divino Espírito, previu o risco de queixas e ofensas mútuas, e advertiu-nos a não praticá-las, para que não sejamos condenados, pois “o Juiz está à porta!”MH 165.2

    Peço que os queridos irmãos tomem providências para que ofereçamos o devido alimento no tempo certo. Que ninguém diga em seu coração “meu Senhor tarde virá”, e comece a espancar, ferir e odiar a seu conservo. Aquele que procurar salvar sua vida agora, conformando-se com o mundo ou com os mundanos, perde-la-á; e, aquele que perder sua vida agora, por amor à verdade, esse achará a vida eterna.MH 165.3

    6. A ideia estabelecida de que, nas bodas do Cordeiro, a igreja é a noiva de Cristo, estava entre os erros do passado. Através de pesquisa, viu-se claramente que havia duas coisas que as Escrituras do Antigo e do Novo Testamentos ilustram como bodas. Primeiro, a união do povo de Deus com seu Senhor, em todas as eras passadas, e também no tempo presente. Segundo, o recebimento, por parte de Cristo, do trono de Davi, que está na Nova Jerusalém. Mas a união de crentes com seu Senhor tem existido desde os dias de Adão, e não pode ser considerada como as bodas do Cordeiro. Supõe-se que Isaías [54:5] fala da igreja ao dizer: “Porque o teu Criador é o teu marido”. Mas Paulo, em Gálatas 4:26 e 27, aplica essa profecia à Nova Jerusalém.MH 165.4

    João diz, referindo-se a Cristo: “O que tem a noiva é o noivo” (João 3:29). É verdade que Cristo, aqui, é representado, em Sua relação com Seu povo, como o Noivo, e Seus seguidores, como a noiva. Mas não é verdade que Ele e Seus seguidores, aqui, sejam chamados de “Noivo” e “noiva”. Ninguém crê que o evento chamado de “bodas do Cordeiro” tenha ocorrido há 1.800 anos.MH 165.5

    Paulo, ao escrever para a igreja, em 2 Coríntios 11:2, diz: “Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo”. Mas será que isso prova que as bodas do Cordeiro ocorreram em Corinto? Ou teria Paulo apenas procurado representar, por meio do casamento, a união que ele efetuara, através do evangelho, entre Cristo e a igreja de Corinto?MH 166.1

    Ele também diz, em Efésios 5:23: “Porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja”. Mas, por favor, leia a partir do verso 22, e ficará claro que o assunto de Paulo aqui diz respeito à relação e aos deveres mútuos do esposo e da esposa. Isso é ilustrado e reforçado pela relação de Cristo com a igreja. Os que supõem que Paulo está definindo, aqui, quem é a esposa do Cordeiro, estão muito enganados. O assunto não é esse. Ele começa: “Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor” (Efésios 5:22). Ele acrescenta: “Vós, maridos, amai vossas mulheres” (Efésios 5:25). Esse é, de fato, um excelente assunto, mas não tem nenhuma pretensão de definir quem é a esposa.MH 166.2

    As bodas do Cordeiro não cobrem todo o período de graça em que os crentes se unem ao seu Senhor, ou seja, desde Adão até o fechamento da porta da graça. Trata-se de um evento único que deverá ocorrer em um ponto específico do tempo, exatamente antes da ressurreição dos justos.MH 166.3

    Então, quem é a noiva nas bodas do Cordeiro? Disse o anjo para João: “Vem, mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro” (Apocalipse 21:9). O anjo mostrou a igreja para João? Deixemos que João testifique: “E me transportou, em espírito, até a uma grande e elevada montanha, e me mostrou a santa cidade, Jerusalém, que descia do Céu, da parte de Deus” (Apocalipse 21:10).MH 166.4

    A Nova Jerusalém também é apresentada como a mãe. “Mas a Jerusalém que é de cima é livre, a qual é mãe de todos nós” (Gálatas 4:26). Cristo é apresentado (Isaías 9:6) como o “Pai da Eternidade” de Seu povo. A Nova Jerusalém é a mãe, e os que participam da primeira ressurreição são os filhos. E não há dúvida de que a ressurreição dos justos é representada pelo nascimento. Sendo assim, a ideia de que as bodas do Cordeiro ocorrem no Céu, antes da volta do Senhor e antes de os filhos da grande família do Céu ressuscitarem na ressurreição dos justos, é muito apropriada.MH 166.5

    Aqueles que estão decididos a abraçar a antiga ideia de que a igreja é a esposa, e de que as bodas ocorrem depois da vinda de Cristo, no momento em que os santos são arrebatados ao Céu, devem responder às seguintes perguntas:MH 167.1

    1. Que pessoas são representadas pelo homem encontrado nas bodas (Mateus 22) sem as vestes nupciais?MH 167.2

    2. Será que alguém será arrebatado por engano, a ponto de ser amarrado pelos pés e pelas mãos e lançado de volta para a Terra?MH 167.3

    3. Se a igreja é a esposa, quem são os convidados das bodas?MH 167.4

    4. A Jerusalém do alto é a mãe dos filhos da promessa. Mas, se a igreja é a esposa do Cordeiro, quem são seus filhos?MH 167.5

    5. A porta se fechou. A clara luz, vinda do santuário celestial, que mostrava que uma porta, ou ministério, foi aberta ao término dos 2.300 dias, enquanto outra era fechada, não havia ainda sido compreendida. Na ausência de luz quanto à porta fechada e à porta aberta no santuário celestial, fica fácil para o leitor compreender porque os que se mantiveram firmes em sua experiência do advento, conforme ilustrado na parábola das dez virgens, concluíram que o tempo de oportunidade para os pecadores havia terminado.MH 167.6

    Mas logo veio a luz referente ao assunto, e, então, foi visto que, embora Cristo tivesse encerrado um ministério ao término dos 2.300 dias, Ele iniciara outro no lugar santíssimo, e ainda apresentava Seu sangue diante do Pai em favor dos pecadores. Assim como o sumo sacerdote, no tipo, no décimo dia do sétimo mês, entrava no lugar santíssimo, diante da arca da aliança e do propiciatório, com o sangue que iria oferecer pelos pecados do povo, assim também Cristo, quando se encerraram os 2.300 dias, colocou-Se diante da arca de Deus e do propiciatório, para pleitear em favor dos pecadores, pelos méritos de Seu sangue. Observem o seguinte: o grande Redentor, neste momento, aproximou-Se do propiciatório para interceder em favor dos pecadores. A porta de misericórdia foi fechada? Essa é uma expressão não bíblica, mas, se me permitem usá-la, eu poderia dizer que, no sentido mais pleno da expressão, a porta de misericórdia foi aberta no décimo dia do sétimo mês de 1844, não?MH 167.7

    Todos os crentes contemplaram, então, seu misericordioso Sumo Sacerdote ao lado da arca de Deus, que contém os dez preceitos de Sua santa lei, e sobre a qual estava o propiciatório. Por ocasião da passagem do tempo [em 1844], eles estavam em harmonia com todo o batalhão do advento, então representado como a “igreja de Filadélfia”, que significa “amor fraternal”. Com que inexprimível doçura as seguintes palavras, endereçadas àquela igreja, chegaram aos seus aflitos corações: “E ao anjo da igreja que está em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi, o que abre, e ninguém fecha, e fecha, e ninguém abre: Eu sei as tuas obras; eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar” (Apocalipse 3:7, 8).MH 167.8

    Os adventistas concordavam que as sete igrejas de Apocalipse 2 e 3 simbolizavam as sete condições da igreja cristã, durante todo o período desde o primeiro advento de Cristo até Seu segundo aparecimento, e que a sexta condição representava aqueles que, a uma só voz, proclamavam que a vinda de Jesus ocorreria no outono de 1844. Essa igreja estava para entrar num período de grande provação, do qual encontrariam alívio, no que diz respeito à compreensão de sua verdadeira posição, por meio da luz sobre o santuário celestial. Depois que a luz viesse, viria também a controvérsia sobre a porta fechada e a porta aberta. Aqui se viu o elo que uniu a obra de Deus no movimento do advento, ao dever presente de guardar os mandamentos de Deus e à glória e recompensa futuras. Mas, à medida que essas ideias eram ensinadas, vindicando, assim, o movimento do advento e o sábado do quarto mandamento, houve homens, especialmente os que haviam renunciado a sua experiência com o movimento do advento, que se sentiram chamados a se opor. E sua oposição, em termos gerais, foi extremamente violenta, amarga e perversa.MH 168.1

    O assunto da porta aberta e da porta fechada, no santuário celestial, constituiu o ponto nevrálgico para o qual a discussão se voltou. Se nós estávamos corretos quanto à purificação do santuário, então a porta, ou ministério, do lugar santo, estava fechada; a porta, ou ministério, do lugar santíssimo, estava aberta; os 2.300 dias haviam terminado; a pregação sobre o tempo estava correta; e todo o movimento estava correto. Mas, se nossos oponentes mostrassem que estávamos errados sobre o assunto do santuário, e que Cristo não tinha entrado no lugar santíssimo para purificar o santuário, então os 2.300 dias não teriam terminado; a pregação sobre o tempo seria um erro; e todo o movimento estaria equivocado. Vale, também, ressaltar o seguinte: se a porta, ou ministério, do lugar santíssimo estava aberta, e a fé dos que aguardavam consistia em ver Jesus perante o propiciatório e perante a arca dos dez mandamentos, no Céu, os argumentos em favor da perpetuidade e das reivindicações de toda a lei de Deus, inclusive do quarto mandamento, eram muito convincentes. A mão do Senhor estava com aqueles que tomaram a posição firme de que o grande movimento do advento vinha diretamente de Sua providência, e de que havia chegado o momento da reforma quanto ao sábado. Muitos abraçaram essas ideias. Foi então que nossos oponentes se levantaram, com espírito de perseguição, manifestando a ira do dragão contra os que guardavam os mandamentos de Deus, e tentaram abrir a porta que estivera fechada e fechar a porta que estivera aberta, para pôr um fim à questão. Daí as fortes expressões citadas acima – “o que abre, e ninguém fecha, e fecha, e ninguém abre”. “Eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar”. O texto deixa mais do que evidente que haveria pessoas, perto do fechamento da história da igreja, que guerreariam contra a verdade de Deus, no que diz respeito à porta fechada e à porta aberta.MH 168.2

    Até os dias de hoje, os que abrigam espírito de guerra contra os que guardam os mandamentos de Deus, fazem da crença na porta fechada e na porta aberta algo odioso, e colocam a culpa disso nos adventistas do sétimo dia. Muitos deles, entretanto, são conscientes dessa injustiça. Alguns deles acreditavam, de fato, na porta fechada, à semelhança da maioria dos adventistas logo depois da passagem do tempo. Alguns de nós mantivemos essa posição por mais tempo que os que desistiram de sua experiência no movimento adventista, e desertaram rumo à perdição. E, graças a Deus que nós a mantivemos, até que a questão fosse explicada através da luz sobre o santuário celestial.MH 169.1

    Talvez compense destacar que, apesar de a crença na posição da porta fechada, ou a rejeição dela, ter sido geral, houve duas maneiras distintas e opostas de abandoná-la. Uma classe o fez abandonando sua confiança no movimento adventista, dizendo, a todos que se opuseram e zombaram deles, que haviam errado, e atribuindo a obra poderosa do EspíritoMH 169.2

    Santo às influências humanas ou satânicas. Esses, ao abandonarem a posição da porta fechada, puseram-se no lado da perdição.MH 170.1

    Outra classe deu atenção às muitas exortações de Cristo e de Seus apóstolos, aplicáveis a sua posição, que alertavam-nos de suas provações, perigos e deveres: Vigiai; sede, pois, pacientes; não abandoneis, portanto, a vossa confiança; é preciso ter perseverança; conservem-se firmes. Eles esperaram, vigiaram e oraram até que receberam a luz, e, pela fé na Palavra, viram a porta aberta do santuário celestial e Jesus, ali, reivindicando Seu precioso sangue diante da arca, no lugar santíssimo.MH 170.2

    Mas o que era a arca? Era a arca do testemunho de Deus, os dez mandamentos. Leitor, por favor, junte-se aos que confiam e esperam, enquanto eles, pela fé, entram no santuário celestial. Eles o levarão ao lugar santo e lhe mostrarão “o candelabro, a mesa, os pães da proposição” e outros móveis. Depois, eles o levarão ao lugar santíssimo, onde Jesus está vestido com as vestes sacerdotais, diante do propiciatório que está sobre a arca – que contém a lei de Deus –, servindo-lhe apenas de cobertura. Eles levantarão essa cobertura e pedirão que você olhe para dentro da arca sagrada, e ali você contemplará os dez mandamentos, uma cópia dos quais Deus deu a Moisés. Sim, querido leitor. Ali, protegidos da ira do homem e do ódio dos demônios, ao lado de Sua santidade, estão os preceitos da santa lei de Deus.MH 170.3

    Os que esperavam, vigiavam e oravam abraçaram o quarto preceito daquela lei e, com as forças renovadas, seguiram em frente, rumo aos portais dourados da cidade de Deus, encorajados pela bênção final do Filho de Deus: “Bem-aventurados aqueles que guardam os Seus mandamentos, para que tenham direito à árvore da vida e possam entrar na cidade pelas portas” (Apocalipse 22:14, KJV). Assim, eles abandonaram a posição da porta fechada mantendo sua lealdade ao Deus do Céu, tendo direito à árvore da vida e à cidade eterna dos remidos. O leitor verá a diferença entre a conduta deles e a daqueles que abandonaram a posição da porta fechada indo para o lado da perdição. Deus tenha piedade dos apóstatas.MH 170.4

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