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    8. Surgimento e Progresso do Adventismo

    Um vasto campo está diante de mim, e cumpre-me ser breve ao tratar desse assunto, ou matérias mais importantes ficarão fora deste volume por falta de espaço. Portanto, posso dar só um rápido esboço dos aspectos mais proeminentes desse grande movimento. Devo, principalmente, a um artigo publicado no Advent Shield [Escudo do Advento] de maio de 1844, escrito por Josiah Litch, o que comentarei sobre o tópico. O primeiro período de espera havia acabado de passar quando o Sr. Litch revisou todo o movimento do advento, apresentando fatos a respeito dele que serviram para a edificação e para o ânimo de todos os crentes. Esses fatos nunca devem ser perdidos de vista pelos crentes verdadeiros, até que a fé no advento seja consumada. Segue o relato:MH 103.1

    O surgimento da causa do advento, tal como desenvolvida pelo Sr. Miller, pode ser datada de 1831 d.C., pois, embora ele tenha descoberto seus princípios já em 1818, foi somente em 1831 que ele começou a divulgá-los publicamente.MH 103.2

    Seu primeiro passo nessa obra foi a publicação de uma série de artigos sobre a segunda vinda de Cristo, que apareceram no Vermont Telegraph [O Telégrafo de Vermont], um jornal batista publicado em Brandon, Vermont. Esses artigos foram escritos para que ele se sentisse aliviado da forte impressão que o acompanhava de que devia anunciar essas ideias para o mundo.MH 103.3

    Mas depois de escrever e publicar essas informações, em vez de encontrar alívio de suas responsabilidades, como esperava, ele passou a ouvir, com mais intensidade ainda, seu admoestador interior a pressioná-lo dizendo: “Vá e conte ao mundo, ou o sangue deles será requerido de suas mãos”. Para livrar-se dessa forte impressão, ele escreveu uma sinopse de suas ideias, e, na primavera de 1832, publicou-a em forma de panfleto, o qual foi espalhado pelo país e enviado a diferentes partes do mundo, entre os postos missionários.MH 103.4

    Chegaram convites de todas as partes para o Sr. Miller, os quais ele aceitou, viajando e trabalhando com muito sucesso entre as pessoas, mas com pouco incentivo dos ministros.MH 103.5

    Em 1836, o Sr. Miller encontrou um amigo que se comprometeu a publicar um volume de suas palestras, a série que ele normalmente ministrava como um curso. A publicação dessas palestras constituiu uma nova era na história da causa do advento, pois, a partir daquele momento, onde quer que ele fosse pregar, as palestras que eram deixadas escritas continuavam a pregar, confirmando os que estavam parcialmente convencidos da verdade. Dessa maneira, sua obra deixou de ser, por assim dizer, escrita na areia, como anteriormente. Temos aqui uma forte e marcante demonstração do poder e da influência da página impressa, para o bem ou para o mal.MH 104.1

    Esses livros gradualmente se espalharam por lugares onde ele nunca estivera presente, criando no público o interesse em pesquisar o assunto por si mesmo. Todavia, foi somente no inverno de 1837-38 que o trabalho passou a atrair a atenção de muitos em Massachusetts. Por volta do mês de fevereiro, em 1838, várias cópias das palestras chegaram a essa região, despertando grande comoção. Uma cópia caiu nas mãos do editor do Boston Daily Times, e a maior parte das palestras foram republicadas naquele jornal, alcançando grande número de leitores. O efeito dessas publicações foi tão grande, que um antídoto fez-se necessário, o que foi providenciado na forma de duas cartas da autoria do reverendo Ethan Smith.MH 104.2

    O Sr. Litch apresenta sua interessante experiência com a causa do advento na seguinte linguagem:MH 104.3

    Por ocasião da publicação dessas palestras no Boston Times, uma cópia do trabalho foi posta nas mãos deste escritor, com um pedido de que ele a lesse e desse sua opinião sobre seus méritos. A ideia de tentar descobrir a data do segundo advento de Cristo era tão estranha para ele que mal lhe passou pela mente o desejo de examinar o livro. Ele não tinha dúvida de que, em cinco minutos, poderia derrubar o argumento todo, pois, pensava ele, de acordo com Paulo (2 Tessalonicenses 2), primeiro deveria vir a apostasia, e ser revelado o Homem do Pecado, o qual era considerado, por um grande número de comentaristas, o sistema papal. Mas, de acordo com Daniel e João, esse poder devia durar 1.260 dias ou anos; e a data, aceita pelos escritores mais eruditos da época, para o começo do período, era 606 d.C. Consequentemente, esse período não terminaria antes de 1866. Era um argumento decisivo. Todavia, para agradar a um amigo, e pela curiosidade de saber que argumentos eram utilizados para apoiar uma doutrina tão inusitada, o livro foi lido. Não houve dificuldade em adotar a maioria dos pontos de vista propostos na primeira palestra. O preconceito começou a ceder, e a ideia do glorioso reino de Deus na terra renovada passou a ser muito deleitosa. A partir daí, vieram os 1.260 dias, e eu me deparei com as claras evidências de que esse período, que começara em 538, havia terminado em 1798. Meu grande argumento contra o retorno do Senhor, que parecera tão forte e indestrutível, logo desvaneceu, e uma nova visão sobre o assunto brilhou a partir do argumento de Paulo, cuja essência era a seguinte: com o término do período predito, o papado é consumido pelo sopro da boca do Senhor, devendo, em seguida, ser destruído pelo fulgor da vinda de Cristo. Portanto, não pode haver milênio algum antes da volta de Cristo, pois o reinado do Homem do Pecado e um milênio glorioso não podem coexistir. Assim, a velha fábula do milênio estava perdida.MH 104.4

    Antes de concluir a leitura do livro, fiquei plenamente convencido de que os argumentos eram tão claros e simples, e ao mesmo tempo tão bíblicos, que era impossível refutar a posição que o Sr. Miller se empenhara em estabelecer.MH 105.1

    O dever se apresentou, então, na seguinte pergunta: “Se essa doutrina é verdadeira, não deveria você, como ministro do evangelho, apresentá-la e proclamá-la?” Certamente, eu tinha que fazê-lo. “Então, por que não o faz?” Ora, se no final ela se mostrar falsa, o que será de minha reputação? Além disso, se não for verdadeira, ela colocará a Bíblia em descrédito, depois que a data passar. Mas há outra questão a ser considerada sobre esse assunto. Como saberemos se a doutrina é verdadeira ou falsa? Não é apenas pelo testemunho das Escrituras que podemos verificar sua veracidade? O que elas ensinam? Esta é a verdadeira pergunta. Se for verdade que o Senhor voltará tão brevemente, o mundo deve saber; se não for, o assunto deve ser discutido, e o erro, exposto. Eu creio que a Bíblia ensina a doutrina, e se eu acredito assim, é meu dever torná-la tão conhecida quanto puder. Trata-se de um assunto bíblico, e de suprema importância; e discuti-lo não fará mal a ninguém. Essas profecias e períodos estão na Bíblia e significam alguma coisa – e se não for isso, qual o significado deles? Assim raciocinei até que o Senhor, através de um sonho, me mostrou minha própria indignidade, e me deu coragem para suportar o opróbrio em favor de Cristo. Decidi, então, que, custasse o que custasse, apresentaria a verdade sobre esse assunto.MH 105.2

    Assim que o Sr. Litch chegou a essa decisão, ele publicou uma sinopse das ideias do Sr. Miller num panfleto intitulado Midnight Cry [O Clamor da Meia-Noite]. Ele continuou apresentando palestras, e também publicou uma segunda obra com 204 páginas, intitulada “A Probabilidade da Segunda Vinda de Cristo por Volta de 1843 d.C.”.MH 105.3

    Foi nessa obra que o cálculo de que a supremacia otomana cairia no dia 11 de agosto de 1840 foi anunciado ao mundo pela primeira vez, e também o argumento sobre os 1.260 dias, mostrando que todos os eventos que predeceriam o tempo, tempos e metade de um tempo giravam em torno do ano 538 d.C., embora o decreto de Justiniano tivesse sido promulgado em 533.MH 106.1

    Essa obra circulou pela Nova Inglaterra e provocou certo interesse. O assunto parou por aí, com exceção de alguns artigos publicados nos jornais Zion’s Herald [O Arauto de Sião], de Boston, e Zion’s Watchman [O Atalaia de Sião], de Nova York, até a primavera de 1839.MH 106.2

    Naquele ano [1839], o Sr. Miller foi convidado para apresentar suas palestras em Massachusetts. Nessa viagem, ele visitou Randolph, Lowell, Groton e Lynn, onde apresentou palestras. O acesso dele a esses lugares se deu principalmente graças à influência do pastor T. Cole, de Lowell, um ministro da Conexão Cristã. Novamente, no outono e no inverno do mesmo ano, ele voltou ao estado de Massachusetts e fez apresentações em Exeter, New Hampshire e Haverhill, onde se produziu um bom efeito.MH 106.3

    Foi na reunião de Exeter que ele conheceu o pastor J. V. Himes, e recebeu seu primeiro convite para visitar Boston e apresentar uma série de palestras na capela da Rua Chardon. Sua primeira série de palestras naquele lugar estabeleceu uma nova era na história do adventismo. Em Boston, foi produzido um entusiasmo que exigiu um maior esclarecimento do assunto e, ao mesmo tempo, preparou a mente do público para custear o aluguel da Capela Marlboro para uma série de palestras. Dali em diante, estendeu-se uma influência que permeou todas as localidades adjacentes. O desejo de luz sobre o tema foi tanto, que decidiu-se fazer a impressão de uma edição nova e revisada das palestras. Esse trabalho foi assumido por aquele devoto amigo da causa, que não cobrou nenhuma taxa nem honorários. Ele alegremente assumiu o papel de revisor da obra e a superintendência da publicação, a qual um editor de Boston concordou em fazer, se pudesse ficar com os lucros decorrentes de uma edição de cinco mil cópias. E ele conseguiu. O Sr. Miller tem sido acusado com frequência de ter reservado os direitos de publicação a esse editor. Por isso, para fazer jus a ele e à causa, vale dizer que essa era a única condição sob a qual o editor assumiria o trabalho. Depois de vender cinco mil cópias, o Sr. Mussey, o editor, concluiu que já não havia mais demanda. A fim de suprir o público, o Sr. Himes, diante das insistentes solicitações e conselhos de amigos, assumiu ele mesmo a publicação da obra. Ao mesmo tempo, ele abriu mão dos direitos autorais, e, assim, para poupar a causa de censuras, expôs-se à concorrência de todos os que quisessem competir com ele. O mesmo curso de ação tem sido seguido em relação a todas as suas demais publicações. Mesmo assim, tudo o que a língua da difamação foi capaz de inventar foi despejado sobre ele, em decorrência da posição que assumiu e da atitude abnegada que tomou nessa questão.MH 106.4

    Durante as palestras do Sr. Miller em Boston, apareceu uma obra intitulada “Illustrations of Prophecy, by David Campbell” [Ilustrações da Profecia, por David Campbell]. Outras obras de caráter efêmero, oriundas de ortodoxos, incrédulos, universalistas e outros “istas”, apareceram mais ou menos na mesma época, cada uma cumprindo sua obra de derrotar, não o Sr. Miller, mas uma à outra.MH 107.1

    Diante desses repetidos ataques vindos do púlpito e da página impressa, sentiu-se a necessidade de criar um órgão de comunicação, através do qual a opinião pública quanto aos vários relatórios que circularam falando sobre o Sr. Miller e suas ideias pudesse ser esclarecida. Por muito tempo ele procurou alguém que assumisse a supervisão de um jornal através do qual ele pudesse falar ao público, mas não conseguia encontrar um homem, que, por amor ou por dinheiro, assumisse a tarefa e suportasse o menosprezo de um mundo descrente.MH 107.2

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