Jesus Cristo tornando-Se carne, Deus sendo manifesto na carne, constitui uma das verdades mais auxiliadoras, uma das mais instrutivas, a verdade acima de todas as verdades com a qual a humanidade se deve alegrar. NPE 69.3
Nesta noite, desejo estudar este assunto para nosso benefício pessoal e presente. Vamos tentar nos concentrar ao máximo, pois, a fim de compreendermos que o Verbo Se tornou carne e habitou entre nós, é necessário que empenhemos toda nossa capacidade mental. Primeiro, consideremos que tipo de carne foi essa. Com efeito, esse é o próprio fundamento da questão, pois está pessoalmente relacionado conosco. Vejamos o que dizem as Escrituras: NPE 69.4
Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também Ele, igualmente, participou, para que, por Sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à Servidão por toda a vida. Pois Ele, evidentemente, não socorre anjos, mas socorre a descendência de Abraão. Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, Se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo. Pois, naquilo que Ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados (Hebreus 2:14-18). NPE 69.5
Para que Ele, mediante a morte, tendo sido feito sujeito à morte, tomando sobre Si a carne do pecado, pudesse, por meio de Sua morte, destruir aquele que tinha o poder da morte. NPE 70.1
A versão King James da Bíblia inglesa diz: “Certamente Ele não tomou sobre Si a natureza dos anjos; mas tomou sobre Si a semente de Abraão” (Hebreus 2:16, KJV). A leitura da margem dessa mesma versão diz: “Ele não tomou posse de anjos, mas da semente de Abraão”. A Almeida Revista e Corrigida diz: “Ele não tomou os anjos”; e a Almeida Revista e Atualizada traduz da seguinte forma: “Ele, evidentemente, não socorre anjos”. Entenderemos a razão nos versos a seguir: NPE 70.2
Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, Se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus (Hebreus 2:17). NPE 70.3
Ora, as promessas foram feitas a Abraão e ao Seu descendente. Não diz: E aos descendentes, como se falando de muitos, porém como de um só: E ao teu descendente, que é Cristo (Gálatas 3:16). NPE 70.4
Ora, verdadeiramente, Ele socorre a semente de Abraão, tornando-Se, Ele mesmo, semente de Abraão. Deus, enviando Seu único Filho em semelhança de carne pecaminosa, e pelo pecado, condenou o pecado na carne, para que a justiça da lei fosse revelada em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito (cf. Romanos 8:3, 4). NPE 70.5
Assim, vocês podem perceber que o que as Escrituras afirmam claramente é que Jesus Cristo teve exatamente a mesma carne que nós – a carne de pecado, carne na qual nós pecamos, na qual, entretanto, Ele não pecou; mas carregou nossos pecados nessa carne de pecado.1Ao discutir esse assunto, W. W. Prescott estava seguindo de perto os conceitos presentes no guia de estudos bíblicos Bible Readings for The Home, amplamente divulgado em sua época, e traduzido em língua portuguesa em 2006 sob o título Estudos Bíblicos: Guia Completo de Orientação e Estudo das Escrituras Sagradas (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2006). Na verdade, este parágrafo do sermão de Prescott é quase uma transcrição exata dos comentários sob a pergunta de número seis do estudo “Vida sem Pecado”. A pergunta indaga: “Até que ponto partilhou Jesus de nossa humanidade comum?” Após citar Hebreus 2:17, o estudo tece os seguintes comentários: “Em Rom. 8:3 e 4, Paulo declara corretamente que Jesus Cristo possuía a mesma carne que nós, carne de pecado, carne na qual pecamos, na qual, entretanto, Ele não pecou; mas carregou nossos pecados nessa carne de pecado. Por haver nascido na mesma família humana, Jesus é meu irmão na carne; ‘por cuja causa não Se envergonha de lhes chamar irmãos’ (Heb. 2:11)” (p. 66). Não deixem de lado esse ponto. Sem levar em conta o modo como você considerou esse assunto no passado, considere agora como o exprime a Palavra; e quanto mais você enxergar o tema dessa maneira, mais razão terá para agradecer a Deus por haver sido assim. NPE 70.6