O governo de Deus é moral; o governo de César é civil. Cristo lida com a moralidade. Mas precisamos entender o que constitui a moralidade. Existe um sentido geral da palavra, em que dizemos: “Tal pessoa não é cristã, mas é moral”. Ao considerarmos o sentido estrito da palavra, significa “estar em harmonia com a lei de Deus”. A palavra “civil” tem que ver com as relações existentes entre os seres humanos. A palavra “moral”, por sua vez, tem que ver com a relação existente entre o ser humano e Deus. A pessoa verdadeiramente moral será civil. Não temos dúvida disso. E o único propósito do governo civil é tornar civis aqueles que, não fosse por ele, não o seriam. Refiro-me a pessoas que não são governadas por uma lei suprema de moralidade, ou seja, pela lei de Deus no coração. NPE 100.1
O único propósito do governo de César não é conceder direitos aos homens – é Deus quem os concede –, mas sim proteger os homens em seus direitos dados por Deus. Nenhum grupo de pessoas pode conferir direitos a outro grupo de pessoas, mas podem protegê-las no uso correto dos direitos que já possuem. Tais direitos lhes pertencem. São concedidos por Deus. Se os homens não quiserem ser morais, César virá com seu poder e, com toda a razão, forçará aqueles que não querem ser morais a serem civis. A conduta externa é o que chamamos de civilidade; a conduta interna é moralidade. Deus habita no coração, fazendo com que os homens sejam morais ao conferir-lhes Seu próprio caráter moral. Mas César não consegue fazer isso. Ele é incapaz de entrar na mente e ver quando os homens estão cometendo pecado. Tudo que ele consegue fazer é observar o corpo e ver se o homem está ou não cometendo um crime; só pode forçar a serem civis os homens que não quiserem ser morais. NPE 100.2