O que a igreja necessita nestes dias de perigo é de um exército de obreiros que, como Paulo, se tenham educado para utilidade, que tenham uma profunda experiência nas coisas de Deus, e que sejam cheios de fervor e zelo. Necessita-se de homens santificados e abnegados; homens que não se esquivem a provas e responsabilidades; homens que sejam corajosos e verdadeiros; homens em cujo coração Cristo está formado “a esperança da glória”, e que com lábios tocados com santo fogo “preguem a Palavra”. Por falta de tais obreiros a causa de Deus definha, e erros fatais, como mortal veneno, pervertem a moral e minam as esperanças de grande parte da raça humana. — Atos dos Apóstolos, 507. OE 505.1
Os que são homens aos olhos de Deus, e como tais se acham registrados nos livros do Céu, são os que, como Daniel, cultivam toda faculdade de maneira a representar do melhor modo o reino de Deus perante um mundo que jaz na impiedade. É essencial o processo no conhecimento; pois, sendo empregado na causa de Deus, o conhecimento é uma força para o bem. O mundo necessita de homens que pensem, homens de princípios, que cresçam constantemente na compreensão e no discernimento. A imprensa se acha em necessidade de homens que a utilizem da maneira mais proveitosa, para que à verdade sejam dadas asas que a levem rapidamente a toda nação, e língua e povo. OE 505.2
“Sai pelos caminhos e valados, e força-os a entrar”, ordena-nos Cristo, “para que a Minha casa se encha.” Lucas 14:23. Em obediência a esta palavra, devemos ir aos inconversos que se acham perto de nós, e aos que estão distantes. Os “publicanos e as meretrizes” devem ouvir o convite do Salvador. Por meio da bondade e da longanimidade de Seus mensageiros, o convite se torna um poder compulsor para erguer os que se acham imersos nas maiores profundezas do pecado. OE 506.1
Os motivos cristãos exigem que trabalhemos com um firme desígnio, um infatigável interesse e crescente insistência, por essas almas a quem Satanás está procurando destruir. Coisa alguma nos deve esfriar a fervorosa, anelante energia pela salvação dos perdidos. OE 506.2
Notai como através de toda a Palavra de Deus se manifesta o espírito de insistência, de implorar a homens e mulheres que se cheguem a Cristo. Devemo-nos apoderar de toda oportunidade, tanto em particular como em público, apresentando todo argumento, insistindo com razões de peso infinito para atrair homens ao Salvador. Com todas as nossas forças nos cumpre insistir com eles para que olhem a Jesus, e aceitem Sua vida de abnegação e sacrifício. Devemos mostrar que esperamos que eles dêem alegria ao coração de Cristo, usando todos os Seus dons para honra de Seu nome. — A Ciência do Bom Viver, 164, 165. OE 506.3
Não é a duração do tempo que labutamos, mas a voluntariedade e fidelidade em nosso trabalho que o torna aceitável a Deus. É requerida uma renúncia completa do próprio eu em todo o nosso serviço. O menor dever feito com sinceridade e desinteresse é mais agradável a Deus que a maior obra quando manchada pelo egoísmo. Ele olha para ver quanto nutrimos do espírito de Cristo, e quanto nosso trabalho revela da semelhança de Cristo. Considera mais o amor e a fidelidade com que trabalhamos do que a quantidade que fazemos. OE 506.4
Somente quando o egoísmo estiver morto, banida a contenda pela supremacia, o coração repleto de gratidão e o amor houver tornado fragrante a vida — somente então, Cristo nos está habitando na alma e somos reconhecidos como coobreiros de Deus. — Parábolas de Jesus, 402. OE 507.1
De todos os povos da Terra, deviam ser os reformadores os mais abnegados, os mais bondosos, os mais corteses. Dever-se-ia ver em seus atos a verdadeira bondade dos atos desinteressados. O obreiro que manifesta falta de cortesia, que mostra impaciência ante a ignorância dos outros ou por se acharem extraviados, que fala bruscamente ou procede sem reflexão, pode cerrar a porta de corações por tal maneira que nunca mais lhes seja dado conquistá-los. OE 507.2
Como o orvalho e a chuva branda caem nas ressequidas plantas, assim deixa cair suavemente as palavras quando procurais desviar os homens de seus erros. O plano de Deus é conquistar primeiro o coração. Devemos falar a verdade com amor, confiando nEle quanto ao poder para a reforma da vida. O Espírito Santo aplicará ao coração a palavra proferida com amor. OE 507.3
Somos naturalmente egocêntricos e opiniosos. Mas, ao aprendermos as lições que Cristo nos deseja ensinar, tornamo-nos participantes de Sua natureza, daí em diante, vivemos a Sua vida. O maravilhoso exemplo de Cristo, a incomparável ternura com que compreendia os sentimentos dos outros, chorando com os que choravam e Se regozijando com os que se regozijavam, deve exercer profunda influência sobre o caráter de todos quantos O seguem em sinceridade. Mediante palavras e atos bondosos, procurarão facilitar o trilho aos pés cansados. — A Ciência do Bom Viver, 157, 158. OE 507.4
A mais elevada obra da educação não é comunicar conhecimentos, meramente, mas aquela vitalizante energia recebida mediante o contato de espírito com espírito, de alma com alma. Somente vida gera vida. Que privilégio, pois, foi o deles, por três anos em contato com aquela divina vida de onde tem provindo todo impulso doador de vida que tem abençoado o mundo! João, o discípulo amado, mais que todos os seus companheiros, entregou-se ao influxo daquela assombrosa existência. Diz ele: “A vida foi manifestada, e nós a vimos, e testificamos dela, e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai, e nos foi manifestada.” “Todos nós recebemos também da Sua plenitude, e graça por graça.” 1 João 1:2; João 1:16. OE 508.1
Não havia, nos apóstolos de nosso Senhor, coisa alguma que lhes trouxesse glória. Era evidente que o êxito de seus labores se devia unicamente a Deus. A vida desses homens, o caráter que desenvolveram, e a poderosa obra por Deus operada por intermédio deles, são testemunhos do que fará por todos quantos forem dóceis e obedientes. — O Desejado de Todas as Nações, 250. OE 508.2
Diante da honra vai a humildade. Para ocupar um elevado cargo diante dos homens, o Céu escolhe o obreiro que, como João Batista, assume posição humilde diante de Deus. O mais infantil dos discípulos é o mais eficiente no trabalho para Deus. Os seres celestes podem cooperar com aquele que busca, não se exaltar a si mesmo, mas salvar almas. Aquele que mais profundamente sente sua necessidade de auxílio divino, há de pedi-lo; e o Espírito Santo lhe dará vislumbres de Jesus que lhe fortalecerão e elevarão a alma. Da comunhão com Cristo sairá ele para trabalhar pelos que estão perecendo em seus pecados. Está ungido para sua missão; e é bem-sucedido onde muitos instruídos e intelectualmente sábios fracassariam. — O Desejado de Todas as Nações, 436. OE 508.3
Aquele que convida os homens ao arrependimento, deve comungar com Deus em oração. É mister que se apegue ao Poderoso, dizendo: “Não Te deixarei ir, se me não abençoares. Dá-me poder para conquistar almas para Cristo.” OE 509.1
Diz o apóstolo Paulo: “Quando estou fraco então sou forte.” 2 Coríntios 12:10. Quando temos a compreensão de nossa fraqueza, aprendemos a confiar num poder que nos não é inerente. Coisa alguma pode exercer sobre o coração tão poderoso domínio, como o permanente sentimento de nossa responsabilidade para com Deus. Coisa alguma atinge tão plenamente aos mais íntimos motivos de conduta, como o sentimento do amor perdoador de Cristo. Temos de pôr-nos em contato com Deus, então seremos possuídos de Seu Espírito Santo, que nos habilita a pôr-nos em contato com nossos semelhantes. OE 509.2
Regozijai-vos, pois, de que, por meio de Cristo, vos tenhais ligado a Deus, vos tenhais tornado membros da família celestial. Enquanto pondes os olhos para além de vós mesmos, haveis de experimentar contínuo sentimento da fraqueza da humanidade. Quanto menos acariciardes o próprio eu, tanto mais distinta e ampla se tornará vossa compreensão da excelência de vosso Salvador. Quanto mais intimamente vos relacionardes com a fonte da luz e do poder, tanto mais abundante a luz que sobre vós incidirá, e maior o poder com que haveis de trabalhar para Deus. Regozijai-vos de ser um com Deus, um com Cristo, e um com toda a família do Céu. — O Desejado de Todas as Nações, 493. OE 509.3
Nada é mais necessário em nossos trabalhos do que os resultados práticos da comunhão com Deus. Devemos mostrar, em nossa vida diária, que temos paz e descanso no Senhor. Esta paz no coração resplandecerá na fisionomia. Imprimirá à voz uma força persuasiva. A comunhão com Deus refletir-se-á no caráter e na vida. Os homens reconhecerão em nós, como nos primeiros discípulos, que estivemos com Jesus. Eis o que dá ao obreiro um poder que nada mais será capaz de lhe comunicar. Jamais devemos permitir ser privados de tal poder. OE 510.1
Carecemos de viver uma dupla vida — vida de pensamento e de ação, de silenciosa prece e infatigável trabalho. A energia recebida pela comunhão com Deus, unida ao ardente esforço de educar o espírito em hábitos ponderados e cautelosos, preparam para os deveres de cada dia, e conservam o espírito em paz em todas as circunstâncias, ainda as mais adversas. — A Ciência do Bom Viver, 512. OE 510.2
Há para o consagrado obreiro uma maravilhosa consolação em saber que mesmo Cristo, durante Sua vida na Terra, buscava diariamente Seu Pai em procura de nova provisão da necessária graça; e saía dessa comunhão com Deus para fortalecer e abençoar a outros. OE 510.3
Vede o Filho de Deus curvado em oração a Seu Pai! Conquanto seja o Filho de Deus, robustece Sua fé por meio da prece, e mediante a comunhão com o Céu traz a Si mesmo força para resistir ao mal e ministrar às necessidades dos homens. Como o irmão mais velho de nossa raça, conhece as necessidades dos que, cercados de enfermidades e vivendo num mundo de pecado e tentação, desejam contudo servi-Lo. Ele sabe que os mensageiros que acha por bem enviar são homens fracos e falíveis; mas a todos quantos se dedicam inteiramente ao Seu serviço, promete o divino auxílio. Seu próprio exemplo é uma garantia de que a diligente e perseverante súplica a Deus em fé — fé que leva a uma inteira confiança nEle e completa consagração a Sua obra — será eficaz em trazer aos homens o auxílio do Espírito Santo na batalha contra o pecado. OE 511.1
Todo obreiro que segue o exemplo de Cristo, estará apto a receber e empregar o poder que Deus prometeu a Sua igreja para a maturação da seara da Terra. Manhã após manhã, ao se ajoelharem os arautos do evangelho perante o Senhor, renovando-Lhe seus votos de consagração, Ele lhes concederá a presença de Seu Espírito, com Seu poder vivificante e santificador. Ao saírem para seus deveres diários, têm eles a certeza de que a invisível atuação do Espírito Santo os habilita a serem “cooperadores de Deus”. 1 Coríntios 3:9. — Atos dos Apóstolos, 56. OE 511.2