Há mais pessoas do que pensamos ansiando por encontrar o caminho para Cristo. Os que pregam a última mensagem de misericórdia, devem ter em mente que Cristo tem de ser exaltado como o refúgio do pecador. Alguns ministros pensam não ser necessário pregar arrependimento e fé; julgam que seus ouvintes se acham relacionados com o evangelho, e que devem ser apresentados assuntos de natureza diferente, a fim de lhes prender a atenção. Muitas pessoas, no entanto, são lamentavelmente ignorantes quanto ao plano da salvação; precisam mais de instrução quanto a esse tema todo-importante, do que sobre qualquer outro. OE 158.2
São essenciais discursos teóricos, para que o povo veja a cadeia da verdade, elo após elo, ligando num todo perfeito; mas nunca se deve pregar um sermão sem apresentar como a base do evangelho a Cristo, e Ele crucificado. Os ministros alcançariam mais corações, se salientassem mais a piedade prática. Freqüentemente, quando se fazem séries de conferências para apresentar a verdade em novos campos, os discursos feitos são grandemente teóricos. O povo é agitado pelo que ouve. Muitos vêem a força da verdade, e ficam ansiosos de pôr os pés num firme fundamento. É então, muito especialmente, o momento de insistir com a consciência quanto à, religião de Cristo. Se se permite que as reuniões terminem sem esse trabalho prático, há grande prejuízo. OE 158.3
Às vezes homens e mulheres sem estarem convertidos, se decidem em favor da verdade devido ao peso das provas apresentadas. A obra do ministro não está completa enquanto ele não fizer sentir a seus ouvintes a necessidade de uma transformação de coração. Em cada discurso devem ser dirigidos ao povo fervorosos apelos para abandonar seus pecados e volver-se a Cristo. Os pecados populares e as condescendências de nossa época devem ser condenados, e ordenada a piedade prática. Sentindo de coração a importância das palavras que profere, o verdadeiro ministro não pode reprimir o interesse espiritual que sente por aqueles por quem trabalha. OE 159.1
Oh! quem me dera servir-me de linguagem suficientemente vigorosa para causar a impressão que desejo sobre meus companheiros de obra no evangelho! Meus irmãos, estais lidando com as palavras da vida; estais tratando com espíritos capazes do máximo desenvolvimento. Cristo crucificado, Cristo ressurgido, Cristo assunto aos Céus, Cristo vindo outra vez, deve abrandar, alegrar e encher o espírito do ministro, por tal forma, que ele apresente estas verdades ao povo em amor, e profundo zelo. O ministro desaparecerá então, e Jesus será revelado. OE 159.2
Exaltai a Jesus, vós que ensinais o povo, exaltai-O nos sermões, em cânticos, em oração. Que todas as vossas forças convirjam para dirigir ao “Cordeiro de Deus” almas confusas, transviadas, perdidas. Erguei-O, ao ressuscitado Salvador, e dizei a todos quantos ouvem: Vinde Àquele que “vos amou, e Se entregou a Si mesmo por nós”. Efésios 5:2. Seja a ciência da salvação o tema central de todo sermão, de todo hino. Seja ela manifestada em toda súplica. Não introduzais em vossas pregações coisa alguma que seja um suplemento a Cristo, a sabedoria e o poder de Deus. Mantende perante o povo a palavra da vida, apresentando Jesus como a esperança do arrependido e a fortaleza de todo crente. Revelai o caminho da paz à alma turbada e acabrunhada, e manifestai a graça e suficiência do Salvador. OE 160.1
Existe apenas uma estrada que conduz das trevas acima, para a luz, até chegar ao trono de Deus — a estrada da fé. Esta estrada não é escura nem incerta; não é o caminho de mentes finitas, nem uma vereda de feitura humana, na qual se exige tributo de todos os viandantes. A entrada para ela não se pode obter mediante obras de penitência. OE 160.2
O caminho provido por Deus é tão completo, tão perfeito, que o homem não pode, mediante obra alguma que faça, acrescentar à sua perfeição. É largo bastante para receber o mais endurecido pecador, se deveras se arrepende, e todavia demasiado estreito para que nela encontre lugar o pecado. Esta é a vereda destinada a ser seguida pelos remidos do Senhor. OE 160.3