O pensamento de que a justiça de Cristo nos é imputada, não por algum mérito de nossa parte, mas como um dom gratuito de Deus, é um precioso pensamento. O inimigo de Deus e do homem não quer que esta verdade seja claramente apresentada; pois sabe que, se o povo a aceitar plenamente, está despedaçado o seu poder. Se ele pode dominar a mente de maneira que a dúvida e a incredulidade e as trevas constituam a experiência dos que professam ser filhos de Deus, ele os pode vencer com a tentação. OE 161.1
Aquela fé simples, que toma a Deus em Sua palavra, deve ser estimulada. O povo de Deus deve ter aquela fé que lança mão do poder divino; “porque pela graça sois salvos por meio da fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus”. Efésios 2:8. Os que crêem que Deus, por amor de Cristo, lhes perdoou os pecados, não devem, pela tentação, deixar de prosseguir em combater o bom combate da fé. Sua fé deve-se tornar mais forte, até que sua vida cristã bem como suas palavras, declarem: “O sangue de Jesus Cristo... nos purifica de todo o pecado.” 1 João 1:7. OE 161.2
Se queremos ter o espírito e poder da terceira mensagem angélica, temos de apresentar a lei e o evangelho juntos, pois eles andam de mãos dadas. À medida que um poder de baixo está incitando os filhos da desobediência para anular a lei de Deus, e pisar a verdade de que Cristo é nossa justiça, um poder de cima está operando no coração dos leais, para exaltarem a lei, e erguerem a Jesus como Salvador completo. A menos que o poder divino seja trazido para a experiência do povo de Deus, falsas teorias e ideias tornarão a mente cativa, Cristo e Sua justiça serão eliminados da experiência de muitos, e sua fé ficará sem poder ou vida. OE 161.3
Os ministros precisam apresentar a Cristo em Sua plenitude, tanto nas igrejas, como em novos campos a fim de que os ouvintes possuam fé inteligente. O povo deve estar instruído de que Cristo lhes é salvação e justiça. É o estudado desígnio de Satanás impedir as almas de crer em Cristo como sua única esperança; pois o sangue de Cristo, que purifica de todo pecado, só é eficaz em favor daqueles que acreditam em Seus méritos, e o apresentam perante o Pai, como fez Abel em sua oferta. OE 162.1
A oferta de Caim foi uma ofensa a Deus, por ser uma oferta destituída de Cristo. O tema de nossa mensagem não é somente os mandamentos de Deus, mas a fé de Jesus. Uma brilhante luz fulge em nossa estrada hoje, e induz a maior fé em Jesus. Devemos receber cada raio de luz, e nele andar, a fim de que se não torne nossa condenação no juízo. Nossos deveres e obrigações se tornam mais importantes ao obtermos visão mais nítida da verdade. A luz manifesta e condena os erros que se ocultavam nas trevas; e, ao chegar a luz, a vida e o caráter dos homens devem mudar correspondentemente, para com ela se harmonizarem. Pecados que eram outrora cometidos por ignorância, devido à cegueira do espírito, já não podem continuar a merecer condescendência sem que se incorra em culpa. À medida que se concede maior luz, os homens se devem reformar, elevar e refinar por ela, ou ficarão mais perversos e obstinados do que antes de ela lhes vir. OE 162.2