Ao fazerem grande quantidade de trabalho comercial, nossas casas publicadoras estão expostas ao perigo de ter que imprimir leitura de valor duvidoso. Certa ocasião em que esses assuntos me foram apresentados, o meu Guia perguntou a alguém que ocupava cargo de responsabilidade numa instituição de publicações: “Quanto está cobrando pela execução deste trabalho?” Foram-Lhe mostradas as importâncias. Disse Ele: “É uma importância pequena demais. Se continuar com esse negócio terá prejuízo. Mas mesmo que recebesse muito mais, essa espécie de leitura só trará um grande prejuízo. A influência que exerce sobre os obreiros é desmoralizadora. Todas as mensagens que Deus lhes enviar, apresentando a santidade da obra, serão neutralizadas por esse procedimento de aceitar imprimir tais coisas.” T7 164.1
O mundo está inundado de livros que mais conviria destruir que divulgar. Livros sobre guerras indígenas e assuntos similares, publicados e distribuídos com a finalidade de ganhar dinheiro, melhor seria se nunca fossem lidos. Esses livros contêm fascinação satânica. A descrição horripilante de crimes e atrocidades exerce sobre muitos jovens uma influência enfeitiçante, incitando-lhes o desejo de alcançar celebridade por meio de atos da maior violência. Grande número de obras existe que são mais estritamente históricas e cuja influência nem por isso é melhor. As atrocidades, as crueldades e as práticas licenciosas descritas nessas obras têm atuado em muitos espíritos como um fermento que os leva à prática de atos semelhantes. Livros que descrevem as práticas satânicas dos seres humanos estão fazendo publicidade das más obras. Não é necessário reviver os pormenores horríveis do crime e sofrimentos, e ninguém que crê na verdade presente deveria contribuir para a perpetuação de sua lembrança. T7 164.2
As novelas de amor, e histórias frívolas e provocantes, constituem outra espécie de livros que são uma maldição para todo leitor. Pode o autor inserir um bom conceito moral, e entremear a sua obra de sentimentos religiosos; não obstante, em muitos casos, Satanás não fica senão disfarçado com vestes angélicas, a fim de com mais facilidade enganar e seduzir. Em grande medida a mente é influenciada pelas coisas de que se nutre. Os leitores de histórias frívolas ou provocantes ficam incapacitados para o cumprimento dos seus deveres. Vivem uma vida irreal, e não têm desejo de examinar as Escrituras para nutrir-se do maná celestial. Ficam com a mente debilitada e perdem a faculdade de considerar os grandes problemas do dever e do destino. T7 165.1
Foi-me instruído que a juventude está exposta aos maiores perigos, como conseqüência das más leituras. Satanás está constantemente levando, tanto os jovens como os adultos, a encantarem-se com histórias sem valor. Se fosse possível inutilizar boa parte dos livros publicados, isso deteria uma praga que está fazendo um trabalho espantoso de enfraquecer a mente e corromper o coração. Ninguém está tão firme nos princípios da justiça a ponto de ficar livre da tentação. Toda essa leitura imprestável deve ser banida resolutamente. T7 165.2
Não temos do Senhor permissão para empenhar-nos, quer na impressão, quer na venda dessas publicações; pois são o veículo da perdição de muitas pessoas. Eu sei o que escrevo; pois esse assunto me foi apresentado. Não se empenhem nesse trabalho, pensando em ganhar dinheiro, os que crêem na mensagem para este tempo. O Senhor lançará uma maldição sobre o dinheiro assim obtido; Ele espalhará mais do que é ajuntado. T7 166.1
Outra espécie de leitura existe, mais corruptora do que a lepra, mais mortífera do que as pragas do Egito, contra as quais as nossas casas publicadoras precisam precaver-se constantemente. Ao aceitarem trabalhos comerciais, devem exercer vigilância a fim de não serem recebidos em nossas instituições manuscritos que apresentem a própria ciência de Satanás. Não tenham jamais entrada em nossas casas publicadoras os trabalhos que exponham as teorias destrutoras da alma, tais como o hipnotismo, espiritismo, romanismo e outros mistérios da iniquidade. T7 166.2
Não seja manuseado pelos nossos obreiros coisa alguma que semeie uma semente de dúvida quanto à autoridade ou a pureza das Escrituras. De maneira alguma sejam as convicções dos incrédulos apresentadas aos jovens cujo espírito, com tanta avidez, aceita qualquer novidade. Por mais elevado que seja o preço pago por essa publicação, ele só produzirá imenso prejuízo. T7 166.3
Permitir que tal coisa aconteça em nossas instituições equivale a pôr em mãos dos nossos obreiros e a apresentar ao mundo o fruto proibido da árvore do conhecimento. Equivale a convidar Satanás para entrar com sua ciência sedutora; e a insinuar os seus princípios nas próprias instituições estabelecidas para o avanço da santa obra de Deus. Imprimir obras dessa espécie, equivale a municiar as armas do inimigo e colocá-las nas mãos deles para que as use contra a verdade. T7 166.4
Acha você que Jesus continuará em nossas instituições de publicações para atuar sobre as mentes humanas pelos Seus anjos ministradores; acha você que, se permitirmos que, na própria instituição, Satanás perverta o espírito dos obreiros, Ele fará da verdade que sai dos nossos prelos um poder para advertir o mundo? Poderá a bênção divina ser posta sobre as publicações que saem do prelo, se do mesmo prelo saem heresias e enganos satânicos? “Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa?” Tiago 3:11. T7 167.1
Os administradores das nossas instituições precisam reconhecer que ao aceitarem esse cargo se tornam responsáveis pelo alimento intelectual fornecido aos obreiros enquanto estejam na instituição. São responsáveis pela espécie de impressos que saem dos nossos prelos. Serão chamados a prestar contas pela influência exercida pela introdução de matéria que polua a instituição, contamine os obreiros, ou engane o mundo. T7 167.2
Se for permitido que tais coisas tenham entrada em nossas instituições, logo se descobrirá que o poder sutil dos sentimentos satânicos não é facilmente eliminado. Se for consentido que o tentador semeie a má semente, ela germinará e frutificará. Haverá uma seara para que ele ceife nas próprias instituições estabelecidas com os recursos do povo de Deus para o avanço da Sua causa. Disso resultará que, em vez de enviar ao mundo obreiros cristãos, será enviado um grupo de incrédulos instruídos. T7 167.3
Nesses assuntos, uma responsabilidade pesa não somente sobre os administradores, mas também sobre os servidores. Tenho alguma coisa que dizer aos obreiros de cada casa publicadora existente entre nós: Se você ama e teme a Deus, evite o contato com aquele tipo de conhecimento contra o qual Deus advertiu a Adão. Evitem os digitadores de escrever uma única frase a respeito dessas coisas. Abstenham-se os revisores de ler; os impressores, de imprimir; e os encadernadores, de encaderná-las. Se for pedido que você faça esse trabalho, convoque uma reunião dos obreiros da instituição, a fim de que haja compreensão do que essas coisas significam. Podem os que administram a instituição insistir em que você não é responsável, que aos administradores compete decidir esses assuntos. Mas você é responsável — responsável pelo uso dos seus olhos, mãos e mente. Eles lhe foram confiados por Deus para usá-los para Ele, não para o serviço de Satanás. T7 167.4
Quando são impressos em nossas casas publicadoras assuntos que incluem erros que neutralizam a obra de Deus, Ele considera responsáveis não somente os que permitem que Satanás prepare uma armadilha para as pessoas, mas também os que de qualquer maneira cooperam na obra da tentação. T7 168.1
Meus irmãos que ocupam cargos de responsabilidade: Cuidem de não atrelar ao carro da superstição e heresia os seus obreiros. Não permitam que as instituições estabelecidas por Deus para disseminar a verdade vivificante sejam transformadas em veículo disseminador do erro destruidor de almas. T7 168.2
Que as nossas casas publicadoras, desde a menor até a maior, se recusem a imprimir uma única linha desses assuntos perniciosos. Compreendam todos aqueles com quem temos que tratar, que os impressos que contêm a ciência de Satanás estão excluídos de todas as nossas instituições. T7 168.3
Não somos postos em contato com o mundo para ser levedados pela sua falsidade, mas para, como instrumentos de Deus, ser para o mundo um fermento da verdade divina. T7 168.4