Testemunho de Metódio, Bispo de Tiro
Esse pai escreveu por volta de 308 d.C., e sofreu martírio em 312 d.C. Uma parte considerável de seus escritos chegou até o nosso tempo, mas em todos eles não encontro nenhuma menção do primeiro dia da semana. Ele defendia a perpetuidade dos dez mandamentos, pois fala da besta com dez chifres:SDS 108.1
Além disso, os dez chifres e ferrões que afirma-se que ele tem sobre a sua cabeça são as dez oposições, ó virgens, do decálogo, com as quais ele estava acostumado a ferir e lançar por terra as almas de muitos, imaginando e arquitetando as coisas em oposição à lei, “Amarás o Senhor teu Deus”, e contra os outros preceitos seguintes. – Banquet of the Ten Virgins [Banquete das Dez Virgens], Discurso 8, cap. 13.SDS 108.2
Comentando sobre a festa dos tabernáculos (Levítico 23:39-42), ele diz o seguinte:SDS 108.3
Sendo essas coisas como ar e sombras fantasmas, predizem a ressurreição e a reedificação do nosso tabernáculo que havia caído por terra, e que por fim, no sétimo milênio, retomando novamente a imortalidade, celebraremos a grande festa dos verdadeiros tabernáculos na nova e indissolúvel criação, com os frutos da terra tendo sido recolhidos, e os seres humanos não mais concebendo e sendo concebidos, mas Deus descansando das obras da criação. — Discurso 9, cap. 1.SDS 108.4
Metódio compreendia acerca dos seis dias da criação, e do sétimo dia santificado pelo Criador, para ensinar que no fim dos 6.000 anos virá o grande dia de alegria para os santos de Deus:SDS 109.1
Pois, visto que em seis dias Deus fez o céu e a terra e terminou o mundo inteiro, descansou no sétimo dia de todas as obras que Ele tinha feito e abençoou o sétimo dia e o santificou. Assim, simbolicamente, no sétimo mês, depois que os frutos da terra forem recolhidos, somos ordenados a celebrar a festa ao Senhor, o que significa que, quando este mundo for terminado no sétimo milênio, quando Deus tiver concluído o mundo, Ele Se regozijará em nós. – Discurso 9, cap. 1. seç. 4.SDS 109.2
No quinto capítulo desse discurso, ele fala do dia do julgamento como “o milênio de descanso, que é chamado o sétimo dia, o verdadeiro sábado”. Ele acreditava que cada dia dos sete primeiros, representava mil anos, e assim o verdadeiro sábado do Senhor descreve o triunfo final dos santos, no sétimo milênio. E na sua obra “On Things Created” [Sobre as Coisas Criadas], seção 9, ele refere-se a essa representação de um dia como mil anos, e cita como prova disso Salmo 90:2, 4. Então ele fala da seguinte maneira:SDS 109.3
Pois como mil anos são contados como um dia à vista de Deus, e da criação do mundo até seu descanso são seis dias, assim também para o nosso tempo, seis dias estão definidos, como dizem aqueles que são matemáticos inteligentes. Portanto, dizem que uma era de seis mil anos se estende desde Adão até o nosso tempo. Pois dizem que o juízo virá no sétimo dia, isto é, no sétimo milênio.SDS 109.4
O único sábado semanal conhecido por Metódio era o antigo sétimo dia, santificado por Deus no Éden. Ele não afirma que essa instituição divina foi abolida; e o que ele diz sobre os dez mandamentos indica o contrário disso, e ele certamente não faz nenhuma alusão à festa do domingo, que, sob a autoridade do “costume” e da “tradição”, havia sido elevada por tantos acima do sábado do Senhor.SDS 110.1