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    Carta Aberta

    Ao Reverendo J. H. Knowles, Secretário da União Americana do Sábado.LDN 159.2

    Caro senhor: Nos documentos mensais da Associação Americana do Domingo, editados por V. Sa, o senhor escolheu acusar-me de insinceridade; e fez o melhor para criar a aparência de que “admito em todos os aspectos o que reivindicam todos os simpatizantes da lei do descanso dominical: que o governo tem o direito de criar leis dominicais para o bem do público em geral”.LDN 159.3

    O senhor distorceu trechos do relatório do meu discurso perante a Comissão do Senado sobre a questão da lei dominical, e então colocou em itálico certas palavras e sentenças de determinado trecho na tentativa de fazer parecer que eu reconheço o direito do governo de criar leis dominicais para o bem comum.LDN 159.4

    O senhor citou do meu discurso as seguintes palavras e da seguinte forma:LDN 159.5

    “Sempre que qualquer governo procurar impor qualquer coisa relacionada a um dos primeiros quatro mandamentos, ele invade a prerrogativa de Deus, e deve ser desobedecido (eu não digo resistido, mas desobedecido). [...] O Estado, em sua legislação, jamais poderá legislar corretamente no que diz respeito à fé religiosa de qualquer homem, ou em relação a qualquer ponto dos primeiros quatro mandamentos do decálogo; mas, se no exercício de suas convicções religiosas relacionadas aos primeiros quatro mandamentos ele invade os direitos do seu próximo, o governo civil dirá então que se trata de algo ilegal. Por quê? Por que é irreligioso ou imoral? De jeito nenhum;—mas porque é um ato incivil, e somente por essa razão. [itálicos nossos – ED]”LDN 159.6

    Ao pôr em itálico essas palavras, ficou evidente o seu esforço em fazer parecer que eu admito aquilo que contínua e consistentemente neguei perante a comissão, e nego terminantemente em qualquer outro lugar. O senhor inseriu reticências na citação acima, indicando que uma porção foi omitida. E o senhor sabe muito bem que na porção excluída encontra-se o seguinte:LDN 160.1

    Senador Blair – Então o senhor se opõe a todas as leis dominicais do país?LDN 160.2

    Sr. Jones – Sim, senhor.LDN 160.3

    Senador Blair – O senhor é contra todas as leis dominicais?LDN 160.4

    Sr. Jones – Sim, senhor. Somos contrários a toda e qualquer lei dominical que já foi criada no mundo, desde a primeira promulgada por Constantino até esta proposta agora.LDN 160.5

    Senador Blair – Estadual e federal, da mesma forma?LDN 160.6

    Sr. Jones – Estadual e federal, senhor.LDN 160.7

    E não só estavam ali essas palavras, mas no trecho que o senhor publicou logo após as palavras em itálico, o senhor mesmo relatou minha categórica negação do direito de 999 pessoas de um grupo de 1.000 obrigarem o milésimo homem a descansar no dia em que a maioria descansa, como se segue:LDN 160.8

    Senador Blair – ‘A maioria tem o direito de governar naquilo que diz respeito à ordem da sociedade, e se César controla a sociedade, então a maioria tem o direito nesse país de dizer o que daremos a César.LDN 160.9

    Sr. Jones – ‘Se 999 pessoas de cada 1.000 nos Estados Unidos guardassem o sétimo dia, ou seja, o sábado, e eu considerasse ser minha escolha e direito de guardar o domingo, então eu iria insistir nisso, e eles não teriam qualquer direito de me obrigar a guardar o sábado’.LDN 160.10

    Senador Blair – ‘Em outras palavras, você assume a posição de que, para o bem da sociedade, não importando o aspecto religioso em questão, a sociedade não pode exigir abstinência do trabalho no dia de repouso, mesmo que isso perturbe os outros?’LDN 160.11

    Sr. Jones – ‘Não, Senhor’.LDN 161.1

    Senador Blair – ‘Você é lógico durante todo o seu argumento de que não deve haver nenhum dia de repouso’.LDN 161.2

    Minha última expressão, em que digo “não, senhor”, representa minha resposta à pergunta do Senador Blair se a sociedade não pode exigir abstinência do trabalho no dia de descanso. Minha resposta ali significa – e essa foi a intenção dela quando a disse – que a sociedade não pode fazer isso. Sobre a questão de perturbar os outros, eu já tinha acabado de provar que as ocupações comuns daqueles que escolhem trabalhar no domingo, ou em qualquer outro dia, não perturbam, nem podem perturbar, o descanso da maioria que escolhe descansar naquele dia.LDN 161.3

    Outro ponto: um pouco mais adiante, o senhor publica outro trecho onde se encontram as seguintes palavras:LDN 161.4

    Senador Blair – ‘Você aboliria qualquer tipo de sábado da prática humana que possa existir em forma de lei, a menos que o indivíduo aqui e ali achasse apropriado observá-lo?’LDN 161.5

    Sr. Jones – Sem dúvida, pois essa é uma questão a ser decidida entre o homem e seu Deus.LDN 161.6

    Agora, gostaria de entender como o senhor, fazendo uso de um documento mensal ou algum outro meio, dos quais se esperam argumentos sólidos e propósito sincero, consegue, até recorrendo a itálicos, fazer com que eu reconheça o direito do governo de criar leis dominicais para o bem comum. O senhor sabe que naquele discurso eu declarei distintamente que qualquer lei humana visando à imposição de qualquer dia de descanso, em vez de ser “para o bem da sociedade, é para sua ruína”.LDN 161.7

    E mais: O senhor tem consciência, pois está impresso em um de seus documentos, de que o Senador Blair me disse: “Você é lógico durante todo o seu argumento de que não deve haver nenhum dia de repouso”. O senhor está ciente também de que, em outro lugar, ele me disse novamente: “Você está sendo inteiramente lógico, pois afirma que não deveria haver nenhuma legislação dominical feita pelo Estado, nem pela nação”.LDN 161.8

    Senhor, agora repito: você me acusou de insinceridade. Qualquer um que faça esse tipo de acusação deve ser sincero. Portanto, será que o senhor poderia me explicar em que princípio o senhor baseia a sinceridade que alega ter nessa discussão, quando, mesmo diante dessas positivas e explícitas declarações contrárias e diante da confirmação do Senador Blair quanto a elas, o senhor deliberadamente procura impor em minhas palavras um significado que nunca existiu ali, que jamais pretendi que ali estivesse, e que, de forma honesta, jamais poderia ser atribuído a elas?LDN 161.9

    Mais do que isso: É difícil imaginar que o Senador Blair vai ter em alta estima o elogio que o senhor lhe faz quanto ao seu discernimento lógico, se levarmos em conta que, mesmo diante do fato de ele declarar repetidamente que fui lógico durante toda minha defesa, o senhor impõe às minhas palavras um significado cujo único efeito seria o de me fazer ilógico em toda a minha argumentação.LDN 162.1

    Não faço objeções ao fato de o senhor ter publicado minhas palavras da forma como foram ditas; mas veementemente me oponho ao fato de o senhor ter dado a elas um significado completamente contrário ao próprio significado das palavras que usei e à intenção que tinha ao usá-las. Além disso, faço objeções ao fato de o senhor ter torcido minhas declarações de tal forma que lhe foi possível colocar nelas um significado que honestamente nunca poderia se sustentar.LDN 162.2

    Naquele discurso eu também disse que, se uma pessoa idólatra neste país tentasse oferecer um sacrifício humano, o governo deveria proteger a vida de seu cidadão da prática da religião dessa pessoa. Disse também que a pessoa tem o direito de adorar qualquer ídolo que quiser, mas que não tem o direito de cometer assassinato no culto a seu ídolo, e o Estado proíbe o assassinato sem qualquer referência à religião dessa pessoa, ou se ela adora ou deixa de adorar, sem qualquer referência ao mandamento que proíbe a adoração de ídolos, e sem a mínima intenção de proibir sua idolatria. Declarei também que se alguém alegar que, pelo exemplo apostólico, devemos compartilhar nossas propriedades em comunidade, e que, para levar a efeito essa prática, ele se apossar de sua ou minha propriedade sem nosso consentimento, eu disse que o Estado proibiria esse roubo sem qualquer referência a opiniões religiosas ou sem qualquer intenção de proibir a prática de compartilhamento de propriedades. O senhor sabe que foi em referência direta a essas palavras que usei o texto que o senhor frisou em itálico. Ali nego categoricamente que o Estado possa ter o direito de legislar em relação a qualquer matéria envolvendo os quatro primeiros mandamentos do Decálogo. Mas se alguém, no exercício dos seus direitos sob os quatro primeiros mandamentos, e nesse caso sob o quarto mandamento, viesse a invadir o direito do seu próximo, como já me expressei, colocando em risco sua vida, liberdade, propriedade ou atacando seu caráter, ou ainda invadindo seus direitos de alguma forma, então o governo tem o direito de proibir essa prática por causa da incivilidade; mas sem qualquer pergunta se o homem é religioso ou não, e nunca com o propósito ou o pensamento de proibir o livre exercício do direito de qualquer homem de trabalhar em qualquer dia ou em todos os dias, conforme ele escolher.LDN 162.3

    Isso é precisamente o que cada Estado desta União faz por meio de estatutos que punem pessoas que perturbam cultos religiosos, reuniões religiosas ou assembleias pacíficas de qualquer tipo. Mas há uma grande diferença entre estatutos como esses e os que o senhor deseja que sejam promulgados. Estes são estatutos estritamente civis que proíbem a incivilidade e estão longe de qualquer coisa que se assemelhe à imposição de observâncias religiosas. Os promotores de leis dominicais se queixam de distúrbios causados a sua adoração no domingo. Se são sinceros nisso, por que eles não cobram o cumprimento das leis que já existem em seus livros de estatutos proibindo a perturbação de cultos? Na Califórnia, por exemplo, é proibida a perturbação da adoração, sob penalidade de uma multa de 500 dólares e seis meses de prisão. Mas em vez de exigir a aplicação dessas leis legítimas, o senhor propõe a proibição da perturbação da sua adoração no domingo, obrigando todos a guardar o domingo. Com base nesse mesmo princípio, o senhor adotaria também a postura de que o Estado deveria proibir a oferta de sacrifícios humanos por um idólatra, obrigando-o a guardar o segundo mandamento. Em resumo, o princípio é que o senhor gostaria que o Estado proibisse a incivilidade obrigando todos a ser religiosos. E o senhor está tão fascinado com essa visão distorcida que escolheu em sua sinceridade e mediante o uso de itálicos forçar-me a sancionar este princípio pernicioso. Mas a estratégia não funcionará. Como digo sempre, se seu culto é perturbado no domingo ou em qualquer outro momento, que o Estado puna a pessoa ou pessoas que criam o distúrbio. Que o Estado os puna mediante legítimos estatutos como os que os Estados já possuem sobre o assunto. Porém, que o estado nunca tente proibir distúrbios a cultos obrigando as pessoas a participar de cultos religiosos, nem tente proibir a incivilidade mediante a imposição de observâncias religiosas. Era isso o que eu tinha em mente, e precisamente o que tive intenção de transmitir nas palavras que o senhor colocou em itálico.LDN 163.1

    Tudo isso é confirmado pela argumentação que apresentei, na qual, imediatamente após as palavras que o senhor colocou em itálico, provei que o trabalho no domingo não perturba o descanso ou a adoração daqueles que guardam o domingo. E a conclusão disso, portanto, é que não existe base para as leis dominicais com esse pretexto. Provo isso pelo fato de que as pessoas que estão pleiteando por leis dominicais com base nesses argumentos não admitem por um instante sequer que o trabalho no sábado perturba o descanso ou a adoração das pessoas que guardam o sábado do sétimo dia. Em minha defesa mostrei que, se seu trabalho no sábado não perturba meu descanso ou minha adoração, meu trabalho no domingo não pode perturbar o seu descanso ou sua adoração. Não expressei esse argumento apenas como um princípio, mas por experiência própria. Em minha experiência de 15 anos, sei que o trabalho de outras pessoas no sábado não perturba nem meu descanso nem minha adoração nesse dia. Existem adventistas do sétimo dia em cada Estado e Território desta nação, no Canadá, bem como em quase todos os países da Europa, nas Ilhas Sandwich, na Austrália, na América do Sul, na China, na África do Sul e em outros lugares. Todos eles descansam a cada sábado; todos eles guardam o sétimo dia como o dia de descanso para com Deus. Mas, até o momento, ninguém jamais ouviu falar de um adventista do sétimo dia que alguma vez se queixou de que seu descanso no sábado foi perturbado pelo trabalho de outras pessoas. Para mostrar como isso é uma realidade, os adventistas do sétimo dia têm organizado igrejas na grande maioria dos Estados e Territórios desta União. Essas igrejas são encontradas em áreas rurais, nas aldeias e em pequenas e grandes cidades. Eles se encontram para adorar a cada sábado, embora, como todos sabem, o sábado seja o dia mais agitado da semana. Apesar disso, essas igrejas de adventistas do sétimo dia se reúnem regularmente para adorar em meio a cidades agitadas como Chicago, Denver, São Francisco, Minneapolis e Kansas City. Até o momento, ninguém jamais ficou sabendo de algum adventista do sétimo dia que tenha se queixado de que sua adoração foi perturbada pelo trabalho, os negócios, ou o transporte realizados por outras pessoas nesse dia. O fato é que nossa adoração não é perturbada por essas coisas.LDN 164.1

    Agora, senhor, se todo o trabalho, os negócios e a movimentação típicos do dia de sábado, o dia considerado por todos como o mais agitado e corrido da semana, se tudo isso, em cidades como as que citei, não perturba nosso descanso ou nossa adoração, o senhor poderia, por favor, explicar como é que o seu descanso e a sua adoração são perturbados no domingo, quando não há um milésimo de todo o trabalho, comércio ou movimentação que acontece no sábado?LDN 164.2

    Isso, caro senhor, é apenas um argumento adicional, mas que se baseia na experiência de vida de milhares de pessoas a cada sétimo dia, mostrando de forma conclusiva que toda a sua teoria e reivindicação por leis dominicais se despedaçam por completo em cada ponto.LDN 165.1

    ALONZO T. JONES.LDN 165.2

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