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Testemunhos para a Igreja 6 - Contents
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    Capítulo 43 — Demonstrando hospitalidade

    A Bíblia põe muita ênfase na prática da hospitalidade. Não somente a recomenda como um dever, mas apresenta muitos belos quadros do exercício dessa graça e das bênçãos que ela produz. Entre eles, destaca-se o exemplo de Abraão.T6 341.1

    Vemos o patriarca, nos registros do Gênesis, logo após o meio-dia, descansando à porta de sua tenda, à sombra dos carvalhais de Manre. Passam perto três viajantes. Não fazem solicitação de hospitalidade, de nenhum favor; mas Abraão não lhes permite continuar o caminho sem se refrigerarem. É um homem idoso, revestido de dignidade e riqueza, pessoa altamente honrada e habituada a mandar. Todavia, ao ver esses estranhos, “correu da porta da tenda ao seu encontro, e inclinou-se à terra”. Dirigindo-se ao principal, disse: “Meu Senhor, se agora tenho achado graça nos Teus olhos, rogo-Te que não passes de Teu servo.” Gênesis 18:2, 3. Trouxe com as próprias mãos água para que eles lavassem os pés. Ele próprio escolheu-lhes o alimento; enquanto descansavam à sombra fresca, Sara, sua esposa, preparou-se para hospedá-los, e Abraão ficou respeitosamente ao lado deles enquanto lhe recebiam a hospitalidade. Mostrou-lhes essa bondade como a simples viajantes, estrangeiros em trânsito, os quais talvez nunca mais cruzassem o seu caminho. Finda a hospitaleira refeição, porém, os hóspedes se revelaram. Ele servira, não apenas a anjos celestiais, mas ao glorioso Comandante deles, a seu Criador, Redentor e Rei. Foram expostos a Abraão os conselhos do Céu, e ele foi chamado “o amigo de Deus”.T6 341.2

    Ló, sobrinho de Abraão, embora tivesse estabelecido seu lar em Sodoma, estava possuído do espírito de bondade e hospitalidade do patriarca. Vendo ao cair da noite dois estrangeiros à porta da cidade, e conhecendo os perigos que certamente os assaltariam naquele ímpio lugar, Ló insistiu com eles para irem à sua casa. Não pensou absolutamente no perigo que poderia resultar para ele mesmo e sua família. Fazia parte da obra de sua vida proteger os que corriam risco e cuidar dos que não tinham lar. E o ato bondosamente praticado para com dois desconhecidos viajantes introduziu anjos em seu lar. Aqueles a quem ele procurou proteger o protegeram também. Ao cair da noite, ele os levara à sua porta a fim de colocá-los em segurança. Ao alvorecer, eles o levaram, e a sua família, para fora da porta da cidade condenada, a fim de os pôr a salvo.T6 342.1

    Tais atos de cortesia foram reputados por Deus suficientemente importantes para serem registrados em Sua Palavra; e mais de mil anos depois, esses atos foram mencionados por um inspirado apóstolo: “Não vos esqueçais da hospitalidade, porque por ela alguns, não o sabendo, hospedaram anjos.” Hebreus 13:2.T6 342.2

    O privilégio concedido a Abraão e a Ló não nos é negado. Mostrando hospitalidade aos filhos de Deus, nós também podemos receber os Seus anjos em nossa morada. Mesmo nos dias atuais, anjos em forma humana entram no lar dos homens e são aí hospedados por eles. E os cristãos que vivem à luz do rosto de Deus estão sempre acompanhados por anjos invisíveis, e esses seres santos deixam após si uma bênção em nosso lar.T6 342.3

    “Dado à hospitalidade” (Tito 1:8), eis uma das especificações mencionadas pelo Espírito Santo como devendo caracterizar uma pessoa apta a assumir responsabilidades na igreja. E a toda a igreja é feita a recomendação: “Sendo hospitaleiros uns para os outros, sem murmurações. Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.” 1 Pedro 4:9, 10.T6 342.4

    Essas admoestações têm sido estranhamente negligenciadas. Mesmo entre os que professam ser cristãos, a verdadeira hospitalidade é pouco exercida. Entre nosso próprio povo, a oportunidade de ser hospitaleiro não é considerada como deve ser, como um privilégio e uma bênção. Há positivamente muito pouca sociabilidade, muito pouca disposição de dar lugar para mais dois ou três à nossa mesa de família, sem embaraço ou ostentação. Alguns alegam ser “demasiado incômodo”. Não o será se for dito: “Não fizemos nenhum preparativo especial, mas seja bem-vindo para participar do que temos.” Para o hóspede inesperado, um bom acolhimento é muito mais apreciado do que a mais elaborada refeição.T6 343.1

    É negar a Cristo fazer para as visitas preparativos que exigem tempo que de direito pertence ao Senhor. Nisso cometemos roubo para com Deus. E prejudicamos igualmente a outros. Com o preparar uma elaborada hospedagem, muitos privam a própria família da necessária atenção, e seu exemplo leva outros a imitá-los.T6 343.2

    Fadigas e preocupações desnecessárias são criadas pelo desejo de fazer alarde ao hospedar visitas. A dona-de-casa trabalha excessivamente a fim de preparar grande variedade para a mesa. Por causa dos muitos pratos preparados, os hóspedes comem demais, resultando em doença e sofrimento, provenientes do demasiado trabalho, de um lado, e de comer excessivamente, do outro. Esses elaborados banquetes são um fardo e um dano.T6 343.3

    Mas o Senhor requer que cuidemos dos interesses de nossos irmãos e irmãs. O apóstolo Paulo deu um exemplo disso. Disse ele à igreja de Roma: “Recomendo-vos pois Febe, nossa irmã, a qual serve na igreja que está em Cencréia. Para que a recebais no Senhor, como convém a santos, e a ajudeis em qualquer coisa que de vós necessitar; porque tem hospedado a muitos, como também a mim mesmo.” Romanos 16:1, 2. Febe hospedava o apóstolo, e era excelente hospedeira dos estrangeiros que necessitavam de cuidado. Seu exemplo deve ser imitado pelas igrejas de hoje.T6 343.4

    Deus Se desagrada com o interesse egoísta tantas vezes manifestado pelo sentimento de “eu e minha família”. Toda família que manifesta esse espírito necessita converter-se aos princípios manifestados na vida de Cristo. Os que se fecham em si mesmos, que não estão dispostos a se incomodar para dar hospedagem, perdem muitas bênçãos.T6 344.1

    Alguns de nossos obreiros ocupam funções em que freqüentemente lhes é necessário receber hóspedes, sejam os próprios irmãos, sejam estranhos. Alguns insistem em que a Associação tome conta disso, e que, além do salário regular deles, seja-lhes concedida uma importância suficiente para cobrir essa despesa extraordinária. O Senhor, porém, deu a obra de hospedar a todo o Seu povo. Não é plano divino que um ou dois hospedem por toda a Associação ou igreja, ou que obreiros sejam pagos para hospedar seus irmãos. Essa é uma invenção nascida do egoísmo, e os anjos de Deus tomam nota dessas coisas.T6 344.2

    Os que viajam de um lugar para outro, como evangelistas ou missionários em qualquer ramo, devem receber hospedagem dos membros das igrejas entre as quais trabalhem. Irmãos e irmãs, proporcionem um lar a esses obreiros, mesmo que seja com sacrifício pessoal.T6 344.3

    Cristo mantém um relatório de toda despesa efetuada para dar hospedagem por amor a Ele. O Senhor supre tudo quanto é necessário para essa obra. Aqueles que, por amor a Cristo, hospedam seus irmãos, fazendo o possível para tornar a visita proveitosa tanto aos hóspedes como a si mesmos, são registrados no Céu como dignos de bênçãos especiais.T6 344.4

    Em Sua própria vida, Cristo deu uma lição de hospitalidade. Quando rodeado pela multidão faminta à beira-mar, não a mandou para casa sem alimento. Ele disse aos discípulos: “Dai-lhes vós de comer.” Mateus 14:16. E, mediante um ato de poder criador, supriu alimento suficiente para satisfazer-lhes às necessidades. Mas, quão simples foi a comida proporcionada! Nada de finas iguarias. Aquele que tinha à Sua disposição todos os recursos do Céu, poderia providenciar um rico banquete. Supriu, no entanto, o que bastasse às necessidades do povo, o que constituía o alimento diário dos pescadores nas proximidades do mar.T6 345.1

    Caso as pessoas fossem hoje simples em seus hábitos, vivendo em harmonia com as leis da natureza, haveria abundante provisão para todas as necessidades da família humana. Haveria menos necessidades imaginárias, e mais oportunidades de trabalhar segundo a maneira de Deus.T6 345.2

    Cristo não procurava atrair os homens a Si, satisfazendo-lhes o desejo de ostentação A simples refeição que Ele proveu foi uma garantia, não somente de Seu poder, mas de Seu amor, do terno cuidado que tinha por eles nas necessidades comuns da vida. E ao alimentá-los com os pães de cevada, dava-lhes também a comer o pão da vida. Esse é um exemplo para nós. Nossa comida pode ser simples e mesmo escassa. Podemos ter de viver na pobreza. Talvez nossos recursos não sejam maiores do que os dos discípulos com os cinco pães e os dois peixinhos. Todavia, ao nos pormos em contato com os que necessitam, Cristo nos manda: “Dai-lhes vós de comer.” Lucas 9:13. Cumpre-nos repartir daquilo que temos; e, ao darmos, Cristo fará com que a falta nos seja suprida.T6 345.3

    Em relação a isso, vale a pena ler a história da viúva de Sarepta. A essa mulher em uma terra pagã, enviou Deus Seu servo num tempo de fome, a fim de pedir alimento. “Porém ela disse: Vive o Senhor teu Deus, que nem um bolo tenho, senão somente um punhado de farinha numa panela, e um pouco de azeite numa botija; e vês aqui, apanhei dois cavacos, e vou prepará-lo para mim e para o meu filho, para que o comamos, e morramos. E Elias lhe disse: Não temas; vai, faze conforme à tua palavra; porém faze disso primeiro para mim um bolo pequeno, e traze-mo para fora; depois farás para ti e para teu filho. Porque assim diz o Senhor Deus de Israel: A farinha da panela não se acabará, e o azeite da botija não faltará, até ao dia em que o Senhor dê chuva sobre a terra. E foi ela, e fez conforme à palavra de Elias.” 1 Reis 17:12-15.T6 345.4

    Foi maravilhosa a hospitalidade manifestada ao profeta de Deus por essa mulher fenícia, e maravilhosamente lhe foram recompensadas a fé e a generosidade. “E assim comeu ela, e ele, e a sua casa muitos dias. Da panela a farinha se não acabou, e da botija o azeite não faltou, conforme à Palavra do Senhor, que falara pelo ministério de Elias. E depois destas coisas sucedeu que adoeceu o filho desta mulher, da dona da casa, e a sua doença se agravou muito, até que nele nenhum fôlego ficou. Então ela disse a Elias: Que tenho eu contigo, homem de Deus? Vieste tu a mim para trazeres à memória a minha iniquidade, e matares a meu filho? E ele lhe disse: Dá-me o teu filho. E ele o tomou no seu regaço, e o levou para cima, ao quarto, onde ele mesmo habitava, e o deitou em sua cama. ... Então se mediu sobre o menino três vezes, e clamou ao Senhor. ... E o Senhor ouviu a voz de Elias; e a alma do menino tomou a entrar nele, e reviveu. E Elias tomou o menino, e o trouxe do quarto à casa, e o deu a sua mãe; e disse Elias: Vês aí, teu filho vive. Então a mulher disse a Elias: Nisto conheço agora que tu és homem de Deus, e que a Palavra do Senhor na tua boca é verdade.” 1 Reis 17:15-24.T6 346.1

    Deus não mudou. Seu poder não é menor agora do que nos dias de Elias. E a promessa feita por Ele não é menos garantida agora do que quando foi proferida por nosso Salvador: “Quem recebe um profeta em qualidade de profeta, receberá galardão de profeta.” Mateus 10:41.T6 346.2

    A Seus servos fiéis hoje, da mesma maneira que a Seus primeiros discípulos, aplicam-se as palavras de Cristo: “Quem vos recebe, a Mim Me recebe; e quem Me recebe a Mim, recebe Aquele que Me enviou.” Mateus 10:40. Nenhum ato de bondade praticado em Seu nome deixará de ser reconhecido e recompensado. E no mesmo terno reconhecimento Cristo inclui até o mais fraco e mais humilde da família de Deus. “E qualquer que tiver dado”, diz Ele, “só que seja um copo de água fria a um destes pequenos” — os que são como crianças em sua fé e seu conhecimento de Cristo — “em nome de discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão”. Mateus 10:42.T6 347.1

    A pobreza não nos deve excluir de manifestar hospitalidade. Cumpre-nos partilhar o que temos. Pessoas há que lutam para ganhar a subsistência, e têm grande dificuldade para conseguir que sua renda chegue para as necessidades; amam, porém, a Jesus na pessoa de Seus santos, e estão prontas a manifestar hospitalidade a crentes e descrentes, procurando tornar proveitosas suas visitas. À mesa da família, assim como ao seu altar, os hóspedes são bem-vindos. Os momentos de oração impressionam os que recebem hospedagem e mesmo uma visita pode significar a salvação de uma pessoa. O Senhor leva em conta essa obra, dizendo: “Eu recompensarei.”T6 347.2

    Irmãos e irmãs, convidem para sua casa os que estão precisando de hospedagem e de bondosa atenção. Sem fazer ostentação, ao notar sua necessidade, os levem para casa e mostrem-lhes genuína hospitalidade cristã. Há preciosos privilégios no intercâmbio social.T6 347.3

    “Nem só de pão viverá o homem” (Mateus 4:4), e como repartimos com outros nosso alimento material, assim devemos comunicar esperança, ânimo e amor cristão. Cumpre-nos “consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados de Deus”. 2 Coríntios 1:4. E pertence-nos a certeza: “Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda a boa obra.” 2 Coríntios 9:8.T6 347.4

    Achamo-nos em um mundo de pecado e tentação. Por toda parte, ao nosso redor, há pessoas perecendo sem Cristo, e Deus quer que trabalhemos por elas de toda forma possível. Quem possui um lar aprazível deve convidar para ele os jovens que não têm lar, os que se acham necessitados de auxílio, que anseiam por simpatia e palavras bondosas, respeito e cortesia. Caso deseje levá-los a Cristo, será necessário demonstrar por eles amor e respeito, como aquisição do Seu sangue.T6 348.1

    A providência de Deus nos coloca em associação com os inexperientes, com muitos necessitados de piedade e compaixão. Eles precisam de auxílio, pois são fracos. Os jovens necessitam de ajuda. Na força dAquele cuja terna benignidade deve ser exercitada para com os desamparados, os ignorantes e os que são considerados como os menores dentre Seus pequeninos, cumpre-nos trabalhar por seu futuro, pela formação de um caráter semelhante a Cristo. Aqueles que mais necessitam de auxílio às vezes provarão duramente nossa paciência. “Vede, não desprezeis algum destes pequeninos”, diz Cristo, “porque Eu vos digo que os seus anjos nos Céus sempre vêem a face de Meu Pai que está nos Céus.” Mateus 18:10. E aos que ministram a essas almas, declara o Salvador: “Quando o fizestes a um destes Meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes.” Mateus 25:40.T6 348.2

    A fronte dos que realizam essa obra vestirá a coroa do sacrifício. Mas receberão a sua recompensa. Veremos no Céu os jovens a quem ajudamos, os que convidamos para nosso lar, a quem desviamos da tentação. Veremos seus rostos refletindo o brilho da glória de Deus. “E verão o Seu rosto, e na sua testa estará o Seu nome.” Apocalipse 22:4.T6 348.3

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