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Considerações sobre Daniel e Apocalipse - Contents
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    Apocalipse 11 — A Batalha Entre a Bíblia e o Ateísmo

    Versículos 1, 2: Foi-me dado um caniço semelhante a uma vara, e também me foi dito: Dispõe-te e mede o santuário de Deus, o seu altar e os que naquele adoram; mas deixa de parte o átrio exterior do santuário e não o meças, porque foi ele dado aos gentios; estes, por quarenta e dois meses, calcarão aos pés a cidade santa.APLCDA 531.1

    Continuam aqui a instrução que o anjo começou a dar a João no capítulo precedente; daí que estes versículos pertencem com razão a esse capítulo e não deviam estar separados pela presente divisão. No último versículo do capítulo 10 o anjo confiou a João, como representante da igreja, uma nova missão. Em outras palavras, como já vimos, temos nesse versículo uma profecia da mensagem do terceiro anjo. A mensagem está relacionada com o templo de Deus no Céu, e tem o propósito de preparar certa classe de pessoas como adoradores.APLCDA 531.2

    A vara de medir — O templo aqui não pode significar a “igreja”, porque a igreja é apresentada em relação com este templo, constituindo “os que nele adoram”. O templo é, portanto, o templo literal no Céu, e os adoradores, a verdadeira igreja na Terra. Mas sem dúvida estes adoradores não devem ser medidos no sentido de se verificar a sua altura. Devem ser medidos como adoradores; e o caráter só pode ser medido por um padrão de justiça, uma lei ou um princípio de ação. Chegamos assim à conclusão de que o Decálogo, a norma que Deus nos deu para medir “o dever de todo homem”, estão incluídos na vara de medir posta pelo anjo nas mãos de João. No cumprimento desta profecia sob a mensagem do terceiro anjo, esta mesma Lei foi posta nas mãos da igreja. Esta é a norma pela qual os adoradores de Deus devem ser agora aferidos.APLCDA 531.3

    Depois de ver o que significa medir os que adoram no templo, perguntamos: Que quer dizer medir o templo? Para medir algum objeto requer-se que prestemos atenção especial a esse objeto. A ordem para se levantar e medir o templo de Deus é uma ordem profética dada à igreja para examinar de modo especial o assunto do templo ou santuário. Mas como se fará isso com uma vara de medir dada à igreja? Só com os Dez Mandamentos não o poderíamos fazer. Porém, quando tomamos toda a mensagem, somos levados por ela a examinar o santuário celestial junto com os mandamentos de Deus e o ministério de Cristo. Por isso, concluímos que a vara de medir, tomada como um todo, é a mensagem especial dada à igreja, que abrange as grandes verdades particulares a este tempo, incluindo os Dez Mandamentos.APLCDA 532.1

    Esta mensagem chamou a nossa atenção para o templo celestial, e por ela veio a luz e verdade sobre este assunto. Assim, medimos o templo e o altar, ou o ministério relacionado com o templo, a obra e a posição de nosso grande Sumo Sacerdote, e medimos os adoradores com a parte da vara que se refere ao caráter: o Decálogo.APLCDA 532.2

    “Mas deixa de parte o átrio exterior do santuário” — Isto deve ser interpretado como significando que a atenção da igreja dirige-se agora ao interior do templo e ao serviço ali realizado. Os assuntos pertencentes ao átrio são agora de menor importância. Foi dado aos gentios. O átrio se refere a esta Terra, pois com relação ao santuário o átrio é o lugar onde se imolavam as vítimas cujo sangue devia ser lavado ao interior. A vítima antitípica devia morrer no átrio antitípico, e Cristo morreu no Calvário, na Judéia. Ao apresentar os gentios, a atenção do profeta é dirigida ao importante detalhe da apostasia gentílica, que ia pisar a santa cidade durante quarenta e dois meses. Assim regressamos ao passado, e é chamada a nossa atenção para uma nova série de acontecimentos. Versículo 3: Darei às minhas duas testemunhas que profetizem por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de pano de saco.APLCDA 532.3

    Este período de “mil duzentos e sessenta dias” são mencionados de diversas maneira nas Escrituras. Apresenta-se de três formas:APLCDA 533.1

    Como 1.260 dias neste versículo e em Apocalipse 12:6.APLCDA 533.2

    Como 42 meses em Apocalipse 11:2 e 13:5.APLCDA 533.3

    Como 3 ½ tempos em Daniel 7:25; 12:7 e Apocalipse 12:14.APLCDA 533.4

    Todas estas passagens referem-se ao mesmo período e podem calcular-se com facilidade. Um tempo é um ano, segundo Daniel 11:13. Um ano tem 12 meses, e um mês bíblico possui 30 dias. De modo que temos o seguinte:APLCDA 533.5

    1 ano de 12 meses, a 30 dias por mês 360 diasAPLCDA 533.6

    3 ½ tempos, de 360 dias — 1260 diasAPLCDA 533.7

    42 meses de 30 dias 1260 diasAPLCDA 533.8

    Sem dúvida, todos reconhecerão que o ano tem 12 meses, mas que o mês tenha 30 dias é algo que precisa talvez ser provado. Recebemos ajuda do relatório do dilúvio em Gênesis 7 e 8. Ali encontramos:APLCDA 533.9

    1. Que o dilúvio iniciou no dia 17 do segundo mês (Gênesis 7:11).APLCDA 533.10

    2. Que as águas começaram a baixar no dia 17 do sétimo mês (Gênesis 8:4).APLCDA 533.11

    3. Que o dilúvio durou 5 meses, desde o segundo mês até o sétimo.APLCDA 533.12

    A leitura de Gênesis 7:24 nos revela que “as águas durante cento e cinquenta dias predominaram sobre a terra.” Nosso cálculo mostrava cinco meses; o texto aqui menciona 150 dias; daí que cinco meses sejam iguais a 150 dias, ou seja, 30 dias por mês.APLCDA 533.13

    Aqui temos uma medida definida para calcular os períodos proféticos, se levamos em conta que em profecia um dia é igual a um ano literal.APLCDA 533.14

    As duas testemunhas — Durante este tempo de 1.260 dias as duas testemunhas estão vestidas de saco, ou na obscuridade, e Deus dá-lhes poder para suportar e continuar dando seu testemunho através desse escuro e sombrio período. Mas quem ou que são estas testemunhas?APLCDA 533.15

    Versículo 4: São estas as duas oliveiras e os dois candeeiros que se acham em pé diante do Senhor da terra.APLCDA 534.1

    Faz-se aqui uma alusão evidente a Zacarias 4:11-14, donde se implica que as duas oliveiras representam a Palavra de Deus. Davi testifica: “A exposição das Tuas palavras dá luz.” “Lâmpada para os meus pés é a Tua palavra, e luz para o meu caminho.” (Salmos 119:13, 105) O testemunho escrito é mais forte do que o oral. Jesus declarou acerca das Escrituras do Antigo Testamento: “São elas que de Mim testificam” (João 5:39).APLCDA 534.2

    Disse Jorge Croly:APLCDA 534.3

    “As duas testemunhas são o Antigo e o Novo Testamento. [...] O propósito essencial das Escrituras é dar testemunho da misericórdia e verdade de Deus. Nosso Senhor ordena: ‘Examinais as Escrituras, porque [...] são elas mesmas que testificam de mim.’ Ele disse isto aos judeus, descrevendo o caráter e o papel do Antigo Testamento. Mas o Novo Testamento também se destina a dar testemunho: ‘E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações.’ (Mateus 24:14).” (Jorge Croly, The Apocalypse of St. John, p. 164).APLCDA 534.4

    Estas declarações e considerações são suficientes para apoiar a conclusão de que o Antigo e o Novo Testamentos são as duas testemunhas de Cristo.APLCDA 534.5

    Versículo 5: Se alguém pretende causar-lhes dano, sai fogo da sua boca e devora os inimigos; sim, se alguém pretender causar-lhes dano, certamente, deve morrer.APLCDA 534.6

    Fazer mal à palavra de Deus é opor-se ao seu testemunho, corrompê-lo ou pervertê-lo, e afastar dela o povo. Contra os que fazem essa obra, sai fogo da sua boca para os devorar, isto é, juízo de fogo é anunciado nessa Palavra contra eles. Declara que terão por fim a sua parte no lago que arde com fogo e enxofre (Malaquias 4:1; Apocalipse 20:15; 22:18, 19). Versículo 6: Elas têm autoridade para fechar o céu, para que não chova durante os dias em que profetizarem. Têm autoridade também sobre as águas, para convertê-las em sangue, bem como para ferir a terra com toda sorte de flagelos, tantas vezes quantas quiserem.APLCDA 534.7

    Em que sentido estas duas testemunhas têm poder de fechar o céu, converter as águas em sangue, e ferir a Terra com pragas? Elias fechou o céu para que não choveu durante três anos e meio, mas o fez por ordem do Senhor. Moisés, pela palavra do Senhor, transformou as águas do Egito em sangue. Exatamente como estes juízos relatados em Seu testemunho se realizaram, assim também se cumprirá toda ameaça e juízo que pronunciaram contra qualquer povo.APLCDA 535.1

    “Tantas vezes quantas quiserem” significa que tão frequentemente suas páginas se referem a juízos que hão de vir, isso acontecerá. Um exemplo disto o mundo ainda vai experimentar na inflição das sete últimas pragas.APLCDA 535.2

    Versículos 7, 8: Quando tiverem, então, concluído o testemunho que devem dar, a besta que surge do abismo pelejará contra elas, e as vencerá, e matará, o seu cadáver ficará estirado na praça da grande cidade que, espiritualmente, se chama Sodoma e Egito, onde também o seu Senhor foi crucificado.APLCDA 535.3

    “Quando tiverem, então, concluído o testemunho”, isto é, “vestidas de pano de saco”. Terminou o tempo em que tinham que estar vestidas de pano de saco; ou, como expresso em outra parte, os dias da perseguição foram abreviados (Mateus 24:22), antes de expirar o período.APLCDA 535.4

    Em profecia, uma ‘besta’ significa um reino ou poder. (Ver Daniel 7:17, 23). Levanta-se agora a pergunta: Quando deixaram as testemunhas de Deus de estar vestidos de pano de saco? E algum reino, tal como é descrito, lhes fez guerra no tempo de que se fala? Se formos corretos na fixação do ano 538 como o início de as testemunhas estarem vestidas de pano de saco, e os 42 meses são 1.260 dias proféticos, ou anos, este período nos leva a 1798. Mas por este tempo apareceu algum reino, como é descrito, e lhes fez guerra? Note-se que esta besta, ou reino, sobe do abismo, quer dizer, não tem nenhum fundamento. É um poder ateu, ‘espiritualmente Egito’. (Ver Êxodo 5:2: “Mas Faraó disse: Quem é o Senhor, cuja voz eu ouvirei, para deixar ir Israel? Não conheço o Senhor, nem tão pouco deixarei ir Israel”). Isso é ateísmo. Manifestou algum reino semelhante espírito por volta de 1798? Sim, a França, como nação negou a existência de Deus, e fez guerra à Monarquia do Céu.” (George Storrs, Midnight Cry, 4 de maio, 1848, vol. 4, Nos. 5, 6, p. 47).APLCDA 535.5

    “No ano 1793, [...] por um ato solene da legislatura e do povo, o Evangelho foi abolido na França. Os ultrajes infligidos aos exemplares da Bíblia já não tinham importância; sua vida está em suas doutrinas, e a extinção das é a extinção da Bíblia. Pelo decreto do governo francês que declarava que a nação não conhecia a Deus, no Antigo e o Novo Testamento foram mortos em todos os confins da França republicana. Mas não podiam falar das injúrias aos livros sagrados no saque geral de todo lugar de culto. Em Lion foram arrastados amarrados na cauda de um asno em uma procissão pelas ruas. [...]APLCDA 537.1

    “Em 1° de novembro de 1793, Gobet, com os padres republicanos de Paris, tinha jogado no sótão e abjurado a religião. No dia 11 celebrou-se uma ‘grande festa’, dedicada à ‘Razão e a Verdade’ na catedral de Nossa Senhora que fora profanada e denominada “Templo da Razão’. Erigiu-se no centro da igreja uma pirâmide coroada por um templo que tinha a inscrição ‘À Filosofia’. A tocha de ‘A Verdade’ estava sobre o altar de ‘A Razão’, transmitindo luz, etc. A Convenção Nacional e todas as autoridades assistiram a esta insultante cerimônia.” (Jorge Croly, The Apocalypse of St. John, p. 175-177).APLCDA 537.2

    Sodoma espiritual — “‘Espiritualmente’ este poder ‘chama-se Sodoma’. Qual foi o pecado característico de Sodoma? A licenciosidade. Teve a França este caráter? Teve, a fornicação foi estabelecida por lei durante o período referido. ‘Espiritualmente’ nela ‘o seu Senhor também foi crucificado’. Foi isto verdade na França? Foi, em mais de um sentido. Primeiro, em 1572 uma conspiração foi feita na França para destruir todos os piedosos huguenotes; e, numa noite, 50.000 deles foram assassinados a sangue frio, e nas ruas de Paris correu literalmente sangue. Assim, nosso Senhor foi espiritualmente crucificado nos seus membros. Depois, a divisa dos infiéis franceses era “pisoteai o infame”, referindo-se a Cristo. Deste modo, pode dizer-se, mais uma vez, com verdade, ‘onde o seu Senhor foi crucificado’. O próprio espírito do abismo foi derramado sobre aquela nação.APLCDA 537.3

    “Mas a França ‘fez guerra’ à Bíblia? Sim; e em 1793 a Assembléia Francesa promulgou um decreto proibindo a Bíblia, e ao abrigo desse decreto as Bíblias foram reunidas e queimadas, cobertas de todos os possíveis sinais de desprezo e abolidas todas as instituições da Bíblia. O dia de descanso semanal foi anulado e em seu lugar consagrado cada décimo dia à folia e à profanação. O batismo e a comunhão foram abolidos. A existência de Deus foi negada e a morte considerada um sono eterno. A deusa da Razão, na pessoa de uma dissoluta mulher, foi proclamada e adorada publicamente. Há sem dúvida aqui um poder que corresponde exatamente à profecia.” (George Storrs, Midnight Cry, 4 de maio de 1843, vol. IV, p. 47).APLCDA 538.1

    Mas examinemos este ponto mais detidamente.APLCDA 538.2

    Versículo 9: Então, muitos dentre os povos, tribos, línguas e nações contemplam os cadáveres das duas testemunhas, por três dias e meio, e não permitem que esses cadáveres sejam sepultados.APLCDA 538.3

    “A linguagem deste versículo descreve os sentimentos de outras nações estranhas à que ultrajava as testemunhas. Elas veriam que guerra a infiel França tinha feito à Bíblia, mas não seriam levadas a empenhar-se nacionalmente na ímpia obra, nem tolerariam que as mortas testemunhas fossem sepultadas, ou postas fora da vista entre elas, embora jazessem mortas três dias e meio, isto é, três anos e meio, na França. Não, a própria tentativa por parte da França serviu para levar por toda parte os cristãos a envidarem novos esforços em favor da Bíblia, como vamos ver.” (Idem, p. 47). Versículo 10: Os que habitam sobre a terra se alegram por causa deles, realizarão festas e enviarão presentes uns aos outros, porquanto esses dois profetas atormentaram os que moram sobre a terra.APLCDA 538.4

    “Vemos aqui a alegria que sentiram os que odiavam a Bíblia, ou eram atormentados por ela. Durante algum tempo grande foi por toda parte a alegria dos infiéis. Mas ‘o júbilo dos ímpios é breve’, e assim sucedeu na França, porque a sua guerra contra a Bíblia e o cristianismo bem cedo os tragou a todos. Pretenderam destruir as ‘duas testemunhas’ de Cristo, mas encheram a França de sangue e terror, de sorte que ficaram horrorizados com os resultados de suas ímpias ações, e se alegraram por tirar suas ímpias mãos da Bíblia.” (Idem, p. 47).APLCDA 539.1

    Versículo 11: Mas, depois dos três dias e meio, um espírito de vida, vindo da parte de Deus, neles penetrou, e eles se ergueram sobre os pés, e àqueles que os viram sobreveio grande medo.APLCDA 539.2

    As testemunhas restauradas — “Em 1793 a Assembléia Francesa promulgou um decreto suprimindo a Bíblia. Justamente três anos depois apresentou-se à Assembléia uma resolução para suspender o decreto e dar tolerância às Escrituras. Essa resolução esteve na mesa durante seis meses, sendo então levantada e decretada sem nenhum voto contrário (1). Assim, exatamente em três anos e meio, as testemunhas ‘puseram-se sobre seus pés e caiu grande temor sobre os que os viram’. Só os pavorosos resultados da rejeição da Bíblia podiam ter levado a França a tirar suas mãos destas testemunhas.” (Idem, p. 47).APLCDA 539.3

    “Em 17 de junho, Camilo Jordão, no ‘Conselho dos Quinhentos’, apresentou o memorável relatório sobre a ‘revisão das leis relativas ao culto religioso’. Consistia de algumas propostas, que aboliam igualmente as restrições republicanas ao culto papal e as restrições papais ao protestante. Tais propostas eram as seguintes:APLCDA 539.4

    “1. Que todos os cidadãos podiam comprar ou alugar edifícios para o livre exercício religioso.APLCDA 539.5

    “2. Que todas as congregações podiam reunir-se ao toque dos sinos.APLCDA 540.1

    “3. Que nenhuma prova nem promessa de qualquer tipo que não se exigisse a outros cidadãos fosse exigida dos ministros daquelas congregações.APLCDA 540.2

    “4. Que qualquer pessoa que tentasse impedir ou por qualquer meio interromper o culto público fosse multada até em 500 libras, e não menos de 50; e se a interrupção provinha de autoridades constituídas, tais autoridades fossem multadas em uma soma dobrada.APLCDA 540.3

    “5. Que estivesse livre a todos os cidadãos a entrada às assembléias com propósito de culto religioso.APLCDA 540.4

    “6. Que todas as demais leis concernentes ao culto religioso fossem ab-rogadas.APLCDA 540.5

    “Estes regulamentos, pelo fato de abranger toda a situação dos cultos na França foram, na verdade, uma bênção particular para o protestantismo. O papado estava em vias de restauração. Mas o protestantismo, pisado sob as leis de Luís XIV, e sem apoio na fé popular, precisava do apoio direto do Estado para pôr-se em pé. O relatório parece ter como objetivo os ultrajes da igreja; as velhas proibições de celebrar culto público, de possuir lugares de culto, de ter ingressos, etc.APLCDA 540.6

    “Desde aquele tempo a igreja esteve livre na França. [...]APLCDA 540.7

    “A igreja e a Bíblia tinham estado mortas na França desde novembro de 1793 a junho de 1797. Havia transcorrido os três anos e meio; e a Bíblia, que havia sido reprimida por tanto tempo e com tanta severidade, ocupou um lugar de honra, e foi abertamente o livro do protestantismo livre.” (Jorge Croly, The Apocalypse of St. John, p. 181-183).APLCDA 540.8

    Versículo 12: e as duas testemunhas ouviram grande voz vinda do céu, dizendo-lhes: Subi para aqui. E subiram ao céu numa nuvem, e os seus inimigos as contemplaram.APLCDA 540.9

    “E subiram ao Céu” — Para compreender esta expressão, veja-se Daniel 4:22: ‘A tua grandeza cresceu, e chegou até o Céu.’ Por aqui vemos que a expressão significa grande exaltação. Atingiram as Escrituras um estado de exaltação como é aqui indicado, desde que a França lhes fez guerra? Atingiram. Pouco depois foi organizada a Sociedade Bíblica Britânica (1804). Seguiu-se a Sociedade Bíblica Americana (1816), e estas, como as suas colaboradoras quase inumeráveis, estão espalhando por toda parte a Bíblia.” (Idem, p. 47). “Em fins de dezembro de 1942, a Bíblia tem sido traduzida no total ou parcialmente em 1.058 idiomas ou dialetos.”APLCDA 540.10

    Nenhum outro livro se lhe aproxima em modicidade de preço ou em número de exemplares em circulação. A Sociedade Bíblica Americana, afirmou que publicou 7.696.739 Bíblias ou partes dela em 1940; 8.096.069 em 1941; e 6.254.642 em 1942. A Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira teve durante o ano que terminava em meados de 1941 uma circulação de 11.017.334 exemplares; e em 1942, de 7.120.000 Bíblias.APLCDA 541.1

    Um cálculo moderado faz subir o número a seis milhões de Bíblias impressas anualmente pelas casas comerciais. Daí a produção anual de exemplares da Bíblia ou partes dela tenha alcançado a enorme cifra de 25 a 30 milhões de exemplares por ano.APLCDA 541.2

    Desde sua organização até 1942, a Sociedade Bíblica Americana havia produzido 321.951.266 exemplares; e a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira havia alcançado até março de 1942, o total de 539.664.024 exemplares, ou seja, um total de 861.600.000 de exemplares produzidos por apenas estas duas sociedades. Em maio de 1940 a Sociedade Britânica disse: “Calcula-se que 9/10 dos dois milhões de habitantes do mundo agora podiam, se quisessem, ler a Bíblia em um idioma que entendem.”APLCDA 541.3

    A Bíblia é exaltada acima de todo preço, como constituindo, depois do Seu Filho, a mais valiosa bênção dada por Deus ao homem, e o mais glorioso testemunho acerca de Seu Filho. Sim, pode dizer-se com verdade que as Escrituras ‘subiram ao Céu numa nuvem’, pois a nuvem é um emblema de elevação celestial. Versículo 13: Naquela hora, houve grande terremoto, e ruiu a décima parte da cidade, e morreram, nesse terremoto, sete mil pessoas, ao passo que as outras ficaram sobremodo aterrorizadas e deram glória ao Deus do céu.APLCDA 541.4

    “‘Que cidade? Ver capítulo 17:18: ‘E a mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis [reinos] da Terral’. Essa cidade é o poder romano papal. A França é uma dos ‘dez chifres’ que entregaram ‘seu poder e autoridade à besta [papal]’, ou é um dos dez reinos que se levantaram do império ocidental de Roma, como é indicado pelos dez dedos da estátua de Nabucodonosor, pelos dez chifres’ do animal terrível e espantoso de Daniel (Daniel 7:24) e pelo dragão de João (Apocalipse 12:3). A França era, pois, ‘a décima parte da cidade’ e um dos mais fortes ministros da vingança papal, mas nesta revolução ‘caiu’, e com ela caiu o último mensageiro civil da fúria papal. ‘E no terremoto foram mortos sete mil homens [original, nomes de homens].’ Em sua revolução de 1789 em diante, a França fez guerra a todos os títulos da nobreza. [...] E dito por quem examinou os registros franceses, que justamente sete mil títulos de homens foram abolidos nessa revolução.APLCDA 542.1

    “‘E os demais ficaram muito atemorizados; e deram glória ao Deus do Céu.’ Desonrando a Deus e desafiando o Céu, encheram a França com tais cenas de sangue, carnificina e horror, que fizeram tremer e espantar os próprios infiéis, e ‘os demais’ que escaparam aos horrores dessa hora ‘deram glória a Deus’, não voluntariamente, mas porque o próprio Deus permitiu que esta ‘ira do homem O louvasse’, fazendo todo o mundo ver que quem faz guerra ao Céu cava sua própria sepultura. Assim, redundou glória a Deus pelos próprios meios empregados pelos ímpios para apagar essa glória.” (Idem, p. 48).APLCDA 542.2

    Versículo 14: Passou o segundo ai. Eis que, sem demora, vem o terceiro ai.APLCDA 542.3

    As trombetas são reatadas — É aqui reatada a série das sete trombetas. O segundo ai terminou com a sexta trombeta em 11 de agosto de 1840, e o terceiro ai ocorre no período da sétima trombeta, que começou em 1844.APLCDA 542.4

    Onde nos encontramos, pois? “Eis”, isto é, note-se bem, “que o terceiro ai cedo virá.” As terríveis cenas do segundo são passadas, e estamos agora no toque da trombeta que traz consigo o terceiro e último ai. Estamos ainda à espera de paz e segurança, de um milênio temporal, de mil anos de justiça e prosperidade? Oremos antes fervorosamente ao Senhor para que desperte o mundo sonolento.APLCDA 543.1

    Versículos 15-17: O sétimo anjo tocou a trombeta, e houve no céu grandes vozes, dizendo: O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos. E os vinte e quatro anciãos que se encontram sentados no seu trono, diante de Deus, prostraram-se sobre o seu rosto e adoraram a Deus, dizendo: Graças te damos, Senhor Deus, Todo-Poderoso, que és e que eras, porque assumiste o teu grande poder e passaste a reinar.APLCDA 543.2

    Desde o versículo 15 até o fim do capítulo, parece-nos que são apresentados, três vezes distintas desde o toque do sétimo anjo até o fim. Nos versículos aqui citados, o profeta olha adiante estabelecimento completo do reino de Deus. Posto que a sétima trombeta tenha começado a soar, não pode ainda ser um fato que as grandes vozes no Céu tenham proclamado que os reinos deste mundo viessem a ser de nosso Senhor e do Seu Cristo, a não ser em antecipação do rápido cumprimento deste acontecimento. Mas a sétima trombeta, como as seis precedentes, abrange um período de tempo, e a transferência dos reinos dos poderes terrestres para Aquele que tem o direito de reinar é o principal acontecimento que deve ocorrer nos primeiros anos do seu toque. Por isso este acontecimento, com exclusão de qualquer outro, atrai aqui a mente do profeta. (Ver comentários ao versículo 19). No versículo seguinte João retrocede e apresenta os acontecimentos intercalares nos seguintes termos:APLCDA 543.3

    Versículo 18: Na verdade, as nações se enfureceram; chegou, porém, a tua ira, e o tempo determinado para serem julgados os mortos, para se dar o galardão aos teus servos, os profetas, aos santos e aos que temem o teu nome, tanto aos pequenos como aos grandes, e para destruíres os que destroem a terra.APLCDA 543.4

    “As nações se enfureceram” — Começando com o estalido das revoluções da Europa em 1848, a ira entre as nações, seu ciúme e inveja, têm aumentado constantemente. Quase todos os jornais nos mostram o terrível grau de excitação em que se encontram e quão tensas se tornaram as relações entre elas.APLCDA 543.5

    Estas são palavras exatas de um professor da Universidade de Harvard:APLCDA 545.1

    “O que transcorreu do século XX foi o período mais sangrento e um dos mais turbulentos, e portanto, um dos mais cruéis e menos humanitários em toda a história da civilização ocidental, e talvez nas crônicas da humanidade em geral.” (Pitirin A. Sorokin, Social and Cultural Dynamics, vol. 3, p. 487).APLCDA 545.2

    “Chegou, porém, a Tua ira” — A ira de Deus para com a presente geração está consumada nas sete últimas pragas (Apocalipse 15:1), devendo por conseguinte ser aqui referida, a qual em breve há de ser derramada sobre a Terra.APLCDA 545.3

    “E o tempo dos mortos, para que sejam julgados” — A grande maioria dos mortos, ou seja, os ímpios estão ainda em suas sepulturas depois da visitação das pragas e do fim desta era. Uma obra de juízo, de atribuir a cada um o castigo devido aos seus pecados, é efetuada em referência a eles pelos santos, juntamente com Cristo, durante o milênio que segue à primeira ressurreição (1 Coríntios 6:2; Apocalipse 20:4). Como este juízo dos mortos se segue à ira de Deus, ou às sete últimas pragas, parece necessário referi-lo ao milênio do julgamento dos ímpios, mencionado acima, porque o juízo investigativo toma lugar antes de as pragas serem derramadas.APLCDA 545.4

    “E o tempo de dares o galardão aos profetas, Teus servos” — Estes receberão a recompensa na vinda de Cristo, porque Ele traz consigo o galardão (Mateus 16:27; Apocalipse 22:12). A plena recompensa dos santos, porém, só será alcançada quando entrarem na posse da nova Terra (Mateus 25:34).APLCDA 545.5

    O castigo dos ímpios — “E de destruíres os que destroem a Terra”, referindo-se ao tempo em que todos os ímpios serão para sempre devorados pelos fogos purificadores que sobre eles descerão do Céu da parte de Deus, e que fundirão e renovarão a Terra (2 Pedro 3:7; Apocalipse 20:9). Por aqui ficamos sabendo que a última trombeta atinge o fim dos mil anos. É um pensamento alegre, não obstante aterrador! Que a trombeta que está agora soando há de presenciar a destruição final dos ímpios, e os santos, revestidos de uma imortalidade gloriosa, postos em segurança na Terra renovada.APLCDA 546.1

    Versículo 19: Abriu-se, então, o santuário de Deus, que se acha no céu, e foi vista a arca da Aliança no seu santuário, e sobrevieram relâmpagos, vozes, trovões, terremoto e grande saraivada.APLCDA 546.2

    O templo aberto — Mais uma vez o profeta nos faz voltar ao começo da trombeta. Depois de introduzir a sétima trombeta no versículo 15, o primeiro grande acontecimento que chama a atenção do vidente é a transferência do reino do domínio terrestre para o celeste. Deus assume Seu grande poder, e para sempre esmaga a rebelião desta revoltada Terra, estabelece Cristo no Seu próprio trono e Ele próprio permanece supremo sobre tudo. Completado este quadro, nos apresenta no verso 18, o estado das nações, o juízo que sobre elas há de cair, e o destino final tanto dos santos como dos pecadores. Examinando este campo de visão, somos levados uma vez mais a retroceder no versículo que temos debaixo dos olhos, e a nossa atenção é chamada para o final do sacerdócio de Cristo, a última cena na obra de misericórdia em favor de um mundo culpado.APLCDA 546.3

    O templo está aberto, e se entra no segundo compartimento do santuário. Sabemos que este é o lugar santíssimo, porque aí se vê a arca, e só nesse compartimento estava depositada a arca. Isto teve lugar no fim dos 2.300 dias em que o santuário devia ser purificado (Daniel 8:14), os períodos proféticos expiraram e o sétimo anjo começou a tocar. Desde 1844 o povo de Deus tem visto pela fé a porta aberta no Céu e a arca do testamento de Deus ali. Tem procurado guardar todos os preceitos da santa Lei escrita nas tábuas ali depositadas. Que se encontram ali as tábuas da Lei, exatamente como na arca do santuário erigido por Moisés, é evidente pelos termos que João emprega ao descrever a arca. Chama-a a “arca da Sua aliança”.APLCDA 546.4

    A arca era chamada a arca da aliança, ou testamento, porque fora construída para o expresso fim de conter as tábuas do testemunho ou dos Dez Mandamentos (Êxodo 25:16; 31:18; Deuteronômio 10:2, 5). Não era destinada a nenhum outro uso, e devia o seu nome apenas ao fato de conter as tábuas da Lei. Se as tábuas não estivessem ali, não seria a arca do testamento de Deus, nem com verdade poderia ser assim chamada. João, porém, contemplando a arca no Céu, sob o som da última trombeta, chamou-a ainda a “arca da Sua aliança”, apresentando uma prova irrefutável de que a Lei está ainda ali, sem a alteração de um jota ou til da cópia que por certo tempo foi confiado ao cuidado dos homens na arca típica do tabernáculo durante o tempo de Moisés.APLCDA 547.1

    Os seguidores da palavra profética receberam também a cana, e estão medindo o templo, o altar e os que nele adoram (Apocalipse 1). Estão proclamando a sua última profecia perante nações, povos e línguas (Apocalipse 10:11). E em breve terminará o drama com os relâmpagos, trovões, vozes, terremoto e grande saraiva, que constituirão a última convulsão da Natureza antes de todas as coisas serem renovadas agora no fim dos mil anos. (Apocalipse 21:5). (Ver comentário sobre Apocalipse 16:17-21).APLCDA 547.2

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