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    A Mensagem do Terceiro Anjo – Sermão 12

    A. T. Jones
    Publicado no Daily Bulletin of the General Conference, 14 de fevereiro de 1893, p. 257-266.
    MTA1893 169.1

    Na noite passada chegamos a essa conclusão: a fim de termos a justiça de Deus – que é a chuva serôdia, que é a preparação para o alto clamor – precisamos ter a mente de Cristo, o único meio para alcançá-la; não há outro. Esse é precisamente o conselho que as Escrituras nos dão: “Tende em vós a mesma mente que houve também em Cristo Jesus” (Fl 2:5, 6, trad. lit. KJV). Segundo esse texto, o que a mente de Cristo faz? Como ela atuou Nele? Ele “a Si mesmo Se esvaziou”. Quando essa mente estiver em nós, o que ela fará ali? A mesma coisa. Ela vai nos esvaziar do nosso eu. Então, o primeiro pensamento do texto é que a mente de Cristo leva a pessoa que a tem a esvaziar-se de si mesma.MTA1893 169.2

    Quando essa mente que estava em Cristo o fez esvaziar-Se de Si mesmo, o que veio em seguida? Ele ficou cheio de Deus. Quando essa mente que estava Nele for nossa e fizer em nós o que fez em Cristo – esvaziar-nos do eu – o que preencherá o lugar? Deus em Cristo nos preencherá. Dessa forma, Deus em Cristo habita em nós. Mas o eu deve sair do caminho.MTA1893 169.3

    Vamos começar com esta pergunta: Que mente se encontra em nós? A mente controlada pelo eu. O que essa mente faz? Ela exalta o eu. Antes de mais nada, que tipo de mente é essa que temos? A mente natural. O ser humano tem uma mente natural, e ele precisa de uma outra mente. Ele precisa ter a mente que estava em Cristo. Mas essa mente que está em Cristo só pode esvaziar do eu a pessoa em quem tal mente habita. Assim, considerando que temos uma mente natural e precisamos ter outra no lugar dessa; considerando que essa outra mente esvazia do eu a pessoa que a tem, não podemos concluir inevitavelmente que nossa mente natural não passa de uma mente cheia do eu?MTA1893 169.4

    Quando Deus criou o homem no princípio, no Éden, será que Ele colocou nele uma mente controlada pelo eu? [Congregação: “Não, senhor”]. O homem tinha a mente de quem? A mente de Deus. O irmão Haskell leu para nós, em seus estudos, a respeito da maravilhosa sabedoria de Adão – uma sabedoria que provinha de Deus e era refletida em sua vida, ou seja, em sua mente e seus pensamentos. Toda sua constituição refletia o Criador. Quando Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem”, o significado disso ia muito além da forma. A expressão significava que, se vocês e eu tivéssemos visto Adão e Eva como saíram das mãos do Criador, teríamos visto a imagem de Deus refletida neles e teríamos sido levados a pensar em Alguém anterior – bem anterior – e superior a eles. De quem estamos falando? De Deus.MTA1893 169.5

    Contudo, eles não permaneceram no estado em que Deus os criou. Satanás veio até o jardim. Deus lhes havia dito certas palavras, Suas palavras, a expressão de Sua mente, Seus pensamentos a respeito deles. Se eles tivessem recebido e conservado essas palavras, bem como os pensamentos de Deus contidos nelas, de quem é a mente que eles teriam conservado? A mente de Deus. Quando esse outro ser, Satanás, veio e lhes disse outras palavras, que expressavam os pensamentos e o produto da mente dele, e o casal consentiu com elas, de quem é a mente e os pensamentos que eles receberam? [Congregação: “De Satanás”].MTA1893 169.6

    Não precisamos retroceder nas profundezas da experiência de Satanás. Todos sabemos o que causou sua queda. O que foi? [Congregação: “O orgulho”]. Mas o eu foi a raiz do orgulho. O eu é a raiz de tudo. O orgulho é o fruto que procede exclusivamente do eu. Satanás olhou para si antes de ficar orgulhoso de si mesmo. Se ele tivesse contemplado a face Daquele que Se assenta sobre o trono, ele nunca teria se tornado orgulhoso. Ele teria refletido a glória Daquele que Se assenta sobre o trono, conforme essa imagem se manifesta em Jesus Cristo. Mas quando ele desviou o olhar da face Daquele que Se assenta sobre o trono e colocou esse olhar sobre si mesmo, foi então que ele se tornou orgulhoso de si mesmo. Foi então que ele considerou como ele era belo. Seu coração então se exaltou por causa de sua beleza e ele começou a dar crédito a si mesmo pelo que ele era. O que ele era procedia de Deus. Mas Lúcifer deu crédito a si mesmo por tudo o que ele era. Não estava ele, ao fazer isso, considerando a si mesmo autoexistente, ou se colocando no lugar de Deus? Mas tudo foi por causa do eu. Esse é o cerne de tudo. Ele disse: “Serei como Deus, serei semelhante ao Altíssimo”. Ele queria estar no lugar de Cristo; e todo aquele que se coloca no lugar de Cristo coloca-se no lugar de Deus, pois Deus está em Cristo.MTA1893 170.1

    Sendo essa a realidade e sendo essa a mente de Satanás, então quando ele abordou nossos primeiros pais e eles se tornaram recipientes dessa mente, que mente era essa? A mente centrada no eu, pois esta é a mente de Satanás, o qual é egocêntrico. A mesma ambição que ele propôs para si mesmo e fez dele o que ele é, essa ambição ele colocou diante de Adão e Eva: “É certo que não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal. Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento [...]” (Gênesis 3:4-6). Desejável para fazer o quê? Para dar entendimento. Entendimento como quem? Como Deus. “Vocês serão como Deus”, conhecendo mais do que conhecem agora, conhecendo tais e tais coisas. Que ótimo, então essa árvore é desejável para dar esse conhecimento, me dar essa sabedoria, e ela é o canal pelo qual consigo atingir o propósito de ser como Deus. É isso. Então, que mente existe em nós? [Congragação: “O eu”]. A mente natural é a mente de Satanás, sempre egocêntrica.MTA1893 170.2

    No entanto, o Senhor não deixou o ser humano a sua própria sorte. Deus não parou de atuar. Se tivesse agido assim, nunca teria havido na mente de qualquer pessoa algum impulso que não fosse o de Satanás, pois toda a mente natural só está voltada para o eu e para Satanás. Mas Deus fez um plano para corrigir essa situação. Ele disse: “E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente” (Gênesis 3:15). Deus fez entrar em cena essa inimizade, ou seja, o ódio contra o poder de Satanás, até mesmo o ódio contra as coisas que se encontram nessa mente. Deus implantou esse ódio, e nisso reside a fonte de todo impulso para o bem, para a justiça ou qualquer coisa do tipo que possa surgir na mente de qualquer ser humano deste mundo.MTA1893 170.3

    Mas quando Deus colocou ali esse ódio pelas coisas más, também gerou o desejo por algo melhor do que esse mal que odiamos. Que algo melhor é esse? Qual é o objeto desse desejo? [Congregação: “Jesus Cristo”]. Isso porque Jesus Cristo e Sua presença – a mente de Deus – volta ao lugar de onde Ele foi retirado. A imagem de Deus retorna ao lugar de onde ela foi banida devido ao engano de Satanás. Cristo é a imagem de Deus, a expressa imagem de Sua pessoa; e quando recebemos Jesus Cristo em Sua plenitude, a imagem de Deus retorna ao lugar ao qual pertence. Portanto, o fato de Deus colocar essa inimizade liberta a vontade ou a escolha, de maneira que o ser humano pode escolher a outra mente. Trata-se daquela luz “que ilumina a todo homem que vem ao mundo” (João 1:9). Se uma pessoa seguir essa luz, ela há de encontrar Jesus Cristo, como Abraão, como Cornélio ou qualquer outra pessoa que seguir esse raio de luz. Dessa forma, Ele é o Desejado de todas as nações (cf. Ageu 2:7). É isso que Cristo é.MTA1893 170.4

    Quando uma pessoa encontra esse ódio pelo mal, esse desejo por algo melhor, essa vontade de fazer o bem, será que ela já faz o que é certo unicamente pelo fato de ter esse desejo de fazer o bem? [Congregação: “Não”]. Será que esse impulso leva a pessoa a praticar o bem para o qual ela é atraída? [Congregação: “Não”]. Leiamos Romanos 3, verso 10, para ver como as coisas de fato são: “Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer”. E o verso 12 diz: “Todos se extraviaram e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só”. É isso mesmo? [Congregação: “Sim, senhor”]. Então, como podemos falar de um pagão que faz o bem? Será que ele faz o bem? “Não há quem faça o bem, não há nem um só”. [Uma voz: “Uma pessoa que tem Cristo, esta pode fazer o bem”]. Mas se ela tem Cristo, ela não é pagã. Estamos falando dos pagãos.MTA1893 171.1

    Nem precisamos fazer essa pergunta sobre os pagãos. Tudo o que precisamos fazer é voltar nossos olhos para os judeus. Temos aqui um que era judeu, um crente como vocês e eu. Ele disse: “Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado” (Romanos 7:14). A mente carnal é a mente natural. De quem é a mente natural? De Satanás, cuja mente é egocêntrica. Assim é a mente de Satanás. Vamos continuar a leitura: “Porque o que faço, não o aprovo”. Qual é a razão por que eu não aprovo o que faço? Qual é o problema aqui? Por que não posso aprovar? Porque sei que é errado. Não é o bem. Se fosse o bem, não é certo que eu o aprovaria? “Porque o que faço, não o aprovo”. O que de fato está sendo feito? O bem? Não, o oposto do bem: o mal, o erro.MTA1893 171.2

    “Pois o que quero, isso não faço”. O que ele queria fazer? [Congregação: “O bem”]. “O que quero, isso não faço”. O que ele desejava fazer? [Congregação: “O bem”]. O que de fato ele fazia? [Congregação: “O mal”]. Então, quer fazendo ou querendo, qual era o resultado? O mal.MTA1893 171.3

    “Mas o que aborreço, isso faço”. O que ele aborrecia? O pecado. Ele odiava o mal, a injustiça, o erro. Mas o que ele fazia? O mal. Ele fazia o mal, praticava a injustiça, cometia erros.MTA1893 171.4

    Então, quanto de bem o homem natural tem? Nada. Embora odeie o mal, quanto de bem ele faz? Nada. Ele gostaria de fazer o bem, mas quanto do bem que ele gostaria de fazer ele de fato faz? Nada. As coisas são assim mesmo? [Congregação: “Sim”]. É isso mesmo, pois é o que a Bíblia declara. Então, que razão temos para falar sobre a prática do bem entre os pagãos, ou mesmo entre os judeus ou qualquer outra classe de pessoa, se ela tem apenas a mente natural ou é simplesmente o homem natural? Ao citarmos o exemplo de Romanos, não estamos falando nada sobre o que a pessoa sabe, ou se ela tem impulsos para o bem ou não. Essa não é a questão. O homem em Romanos possuía esses impulsos o tempo todo, não é verdade? Ele tinha o conhecimento do bem a ponto de odiar as coisas ruins que estava fazendo.MTA1893 171.5

    Pensem nisso. Estamos falando do homem natural, um homem como vocês e eu ou qualquer outra pessoa que já nasceu neste mundo. Ele tinha impulsos para o bem; tinha o conhecimento do bem e odiava o mal. Mas o que ele fazia? Não era o que ele queria? Não era o que ele conhecia? Não. O que ele fazia então? Ele fazia o mal. O que estava em jogo não era o que ele conhecia. Será que ele fazia qualquer outra coisa que não fosse o mal? Não. Ele conhecia outro caminho, sabia que existia algo melhor, não é mesmo? [Congregação: “Sim, senhor”]. Então, não vamos pensar que nosso correto conhecimento é a mesma coisa que correto procedimento. Conhecer o que é uma boa ação não nos torna praticantes dessa ação. Conhecer o certo não é o mesmo que praticar o certo. Assim, ele não fazia bem algum. Quem é essa pessoa? Somos nós, vocês e eu: o homem natural. Refere-se a mim? Sim. Se eu não tiver a própria mente de Cristo, essa pessoa sou eu? Sim. Então, embora eu professe crer em Cristo, se a mente de Cristo não estiver em mim, essa pessoa sou eu? Sim. São vocês? [Congregação: “Sim, senhor”]. Muito bem, então. Estamos todos na mesma situação.MTA1893 171.6

    “E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que, agora, já não sou eu que faço isto” (Romanos 7:16, 17). Não. Eu disse que não queria fazer isso. Eu disse que aborrecia isso e que nunca mais repetiria a ação. Mas foi isso que aconteceu. Então, se afirmei odiar a ação e repetidas vezes tomei a firme decisão de nunca mais praticá-la, mas acabei praticando, qual, afinal de contas, era o meu problema? Eu tinha o conhecimento, mas não tinha o poder. Ora, o evangelho de Cristo, que é “Cristo em vós”, este é o poder. Este é o poder de Deus para todo aquele que crê.MTA1893 172.1

    Então quer dizer que o homem natural não é livre, certo? [Congregação: “Não, senhor”]. Ele não está em condições de fazer o que ele deseja, embora o desejo esteja nele, mesmo com seu intelecto anuviado e mente obscurecida. Ele não consegue viver à altura de seu próprio padrão. Mas será que o que ele gostaria de fazer, do modo como ele vê, será que esse modo é como Deus gostaria que ele fizesse? [Congregação: “Não”]. Ou como Deus faria? [Congregação: “Não”]. De quem são as ações corretas que devemos ter? [Congregação: “De Deus”]. Sim, pois o que devemos ter é a justiça de Deus, e justiça significa ações corretas. Então, precisamos ter as ações corretas de Deus. Assim, nossa compreensão é extremamente pequena, mesmo com a luz que Deus permitiu brilhar em nosso coração. Então onde está a boa ação de qualquer pessoa neste mundo mundo que não tenha a mente de Jesus Cristo?MTA1893 172.2

    “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e, com efeito, o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem” (Romanos 7:18). O que é que está presente em nós? O querer fazer o bem. Então, quando Deus pôs a inimizade contra Satanás, qual foi o propósito dessa ação? Será que não foi libertar o homem para que este tivesse a vontade ou o querer? Sim. Havia algum outro propósito além desse? [Congregação: “Não”]. Vamos considerar esse ponto com muito cuidado. Há outras questões aqui, mas quero ressaltar este ponto: essa ação de Deus trouxe algum outro benefício para capacitar o homem a agir corretamente além de libertar sua vontade para que pudesse escolher qual mestre ele gostaria de ter? [Congregação: “Não”]. Foi colocado em seu coração o ódio contra o mal e o conhecimento de algo melhor. Essa ação divina produz a aversão contra o mal e conduz o homem para o bem; mas será que isso o capacita a praticar o bem? [Congregação: “Não”].MTA1893 172.3

    Gostaria de acrescentar aqui um outro ponto. A pessoa odeia o mal e declara que nunca o praticará; todavia, contra sua vontade e contra todos os anseios do seu ser, ela faz o mal. Mas o que, ou quem, é que pratica a ação? [Congregação: “‘O pecado que habita’ nela”]. E quem está no controle disso? [Congregação: “Satanás”]. Quem é o senhor desse homem? [Congregação: “Satanás”].MTA1893 172.4

    Agora, quando essa pessoa é libertada da mente carnal – essa mente egocêntrica e controlada por Satanás –, quem passa a controlá-la? Quem é agora o seu senhor? [Congregação: “Cristo”]. Sim. Aquele que a libertou: Jesus Cristo. Então, quando somos libertos do domínio de Satanás, ficamos subordinados a outro Mestre. O domínio de Satanás significa escravidão e ruína; o domínio de Cristo significa liberdade, vida eterna, alegria eterna e prosperidade eterna.MTA1893 173.1

    Vamos nos aprofundar um pouco mais nesse assunto. Quando tínhamos a mente de Satanás, e ele dominava, dissemos que não mais queríamos praticar aquelas coisas erradas, mas essas coisas erradas acabavam sendo praticadas novamente. Quem fazia? [Congregação: “O pecado que habita em nós”]. Tínhamos dito que agiríamos de tal e tal maneira, mas acabamos agindo diferente. Quem nos impediu de cumprir nosso propósito? [Congregação: “Satanás”]. Agora, porém, em Cristo estamos livres de Satanás: temos a outra mente. Dizemos que faremos algo. Quem o faz? [Congregação: “Cristo”]. Enquanto controlados pela mente natural, nós nos recusamos [agir de certa maneira], mas quem agia? [Congregação: “Satanás”]. Por outro lado, quando temos a mente de Cristo, nós escolhemos, e quem é que age? [Congregação: “Cristo”]. É isso mesmo? [Congregação: “Sim”]. “Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade” (Fl 2:13).MTA1893 173.2

    “Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho, então, esta lei em mim: que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus. Mas vejo nos meus membros outra lei que batalha contra a lei do meu entendimento e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros. Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Romanos 7:19-24, ARC).MTA1893 173.3

    Qual é a condição do homem que tem apenas a mente natural? [Congregação: “Miserável”]. Sim, e em cativeiro. E quanto mais intensa for sua aversão pelo mal, mais miserável é sua condição, pois nada que o homem faça de si mesmo pode livrá-lo dele. Bem, então quem o pode livrar? “Dou graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor” (Romanos 7:25, ARC). “Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Romanos 8:1, ARC).MTA1893 173.4

    Leiamos agora Romanos 8:6 e 7: “Porque a mente da carne é morte” [English Revised Version]. Qual é a condição do homem que possui apenas a mente natural? [Congregação: “Morte”]. “Mas a mente do Espírito é vida e paz. Porque a mente da carne” está em inimizade com Deus. [Congregação: “Não. É inimizade contra Deus”]. Não, ela não está em inimizade com Deus, mas ela mesma é inimizade. Ela “é inimizade contra Deus, pois não está sujeita à lei de Deus” até o homem se converter? [Congregação: “Nem mesmo pode estar”]. Ela não pode ser sujeita? Será que Deus não pode tornar essa mente sujeita à Sua lei? [Congregação: “Não”]. Então o Senhor não pode tornar a mente que está em vocês e em mim – a mente natural – será que Ele não pode torná-la sujeita à Sua lei? [Congregação: “Não”]. Qual é essa mente? Ela é inimizade contra Deus. Será que o Senhor não pode pegar aquilo que é inimizade contra Ele e transformá-la em amor por Ele? [Congregação: “Não”].MTA1893 173.5

    O argumento é o seguinte: se a mente carnal estivesse em inimizade, ela poderia então ser reconciliada, visto que o fator que a estaria deixando em inimizade seria a fonte do problema. Assim, se a fonte do problema for eliminada, o que está em inimizade ficará reconciliado. Nós estamos em inimizade; mas quando Deus elimina a inimizade, nós somos reconciliados com Ele. Porém, nessa questão da mente carnal, não há nada no meio; ela é o problema propriamente dito. Ela constitui a raiz.MTA1893 174.1

    Então, a mente carnal não pode estar sujeita à lei de Deus. A única coisa que pode ser feita com ela é destruí-la, erradicá-la, bani-la e exterminá-la. A quem pertence essa mente? [Congregação: “A Satanás”]. Trata-se da mente egocêntrica, e ela procede de Satanás. Bem, o que alguém pode fazer no caminho da justiça? O que pode ser operado nele em termos de justiça enquanto essa mente carnal estiver nele? [Congregação: “Nada”]. Ora, essa é a mente que se encontra em toda a humanidade. Vamos ver agora como essa mente carnal, esse homem natural, age no que diz respeito à justiça e à justificação.MTA1893 174.2

    O primeiro capítulo de Romanos, versos 20-22, nos diz o seguinte:MTA1893 174.3

    “Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o Seu eterno poder, como também a Sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não O glorificaram como Deus, nem Lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos.”MTA1893 174.4

    Quem foi o primeiro habitante deste mundo que imaginou estar seguindo a sabedoria mediante a sugestão do eu e de Satanás? Eva. Ela foi a primeira que procurou alcançar a sabedoria dessa forma. O que ela conseguiu? [Congregação: “A loucura, a insensatez”]. Ela se tornou insensata. E todos nós estamos nessa condição. Quem controla a mente natural? Satanás. Quem a opera? Satanás. Então, o que foi formado quando esses, de quem Paulo fala, se afastaram de Deus, tornando-se loucos, “e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis?” (Romanos 1:23). O paganismo.MTA1893 174.5

    Gibbons, em seu livro “Declínio e Queda do Império Romano”, capítulo 15, parágrafo 17, comenta sobre a indagação dos pagãos a respeito da imortalidade da alma:MTA1893 174.6

    “Nessa indagação sublime, a razão deles, com frequência, fora guiada pela imaginação, e essa imaginação tinha como inspiração a vaidade.”MTA1893 174.7

    Observem bem. A razão deles era fruto de que tipo de mente? [Congregação: “A mente carnal”]. Ela era guiada por uma imaginação norteada por qual tipo de mente? [Congregação: “A mente carnal”]. E a vaidade que os inspirava provinha de que tipo de mente? [Congregação: “Da mente carnal”]. E não é exatamente essa a mente satânica? A vaidade era a raiz da indagação deles, e o eu, a raiz da vaidade. Temos aqui o melhor comentário sobre esse verso já escrito. Continuo a leitura:MTA1893 174.8

    “Quando eles, com satisfação e arrogância, contemplaram com satisfação o grau de suas próprias capacidades mentais, quando exerceram as variadas faculdades da memória, da imaginação e do juízo nas mais profundas especulações, ou nos mais importantes empreendimentos; quando refletiram sobre o desejo de fama, que os transportava para eras futuras, muito além dos limites da morte ou da tumba, eles se mostraram relutantes em se identificar com as bestas do campo, ou supor que um ser, por cuja dignidade mantinham a mais sincera admiração, pudesse ficar restrito a um pedaço de terra e a alguns anos de duração.”MTA1893 174.9

    Essa descrição não é nada mais do que o trajeto percorrido por Satanás no início de sua rebelião. Vemos sua razão incitada pela imaginação; sua imaginação guiada pela vaidade, bem como sua contemplação arrogante dos dotes mentais que possuía. Vemos também seu desejo de notoriedade acima da de Deus e sua relutância em aceitar que alguém por cuja dignidade ele mantinha a mais sincera admiração pudesse ficar restrito a uma posição subordinada no Universo de Deus. Será que não podemos dizer que a descrição desse filósofo, analisando o assunto de uma perspectiva meramente humana, corresponde precisamente à situação da humanidade em sua condição pagã? Poderíamos ter uma descrição mais clara de como Satanás agiu em sua trajetória original?MTA1893 175.1

    Como prossegue o historiador?MTA1893 175.2

    “Com essa predisposição favorável, eles chamaram em seu auxílio a ciência, ou melhor dizendo, a linguagem da metafísica. Logo descobriram que, como nenhuma das propriedades da matéria tinham aplicação às operações da mente, a alma humana devia, consequentemente, ser uma substância distinta do corpo, pura, simples e espiritual, incapaz de extinção, e suscetível de vivenciar um nível de virtude e felicidade muito mais elevado depois da libertação de sua prisão corpórea. A partir desses princípios nobres e fantasiosos, os filósofos que trilharam pelas pegadas de Platão inferiram uma conclusão em nada justificável, pois chegaram a afirmar não apenas a imortalidade futura, mas também a eternidade passada da alma humana, a qual eles estavam muito inclinados a considerar como parte do espírito infinito e autoexistente, que permeia e sustenta o universo.”MTA1893 175.3

    Não vemos aqui nada mais nada menos do que a mente satânica? Autoexistência, semelhança com Deus. Igualdade com Deus. Tudo isso não passa da ação, no homem, daquela mente que, no Céu, aspirou ao status de igualdade com Deus? A mente que queria se exaltar ao nível de igualdade com Deus. Essa é a mente natural. Essa é a mente natural em cada ser humano neste planeta. Essa é a mente de Satanás. E essa mente natural operou de forma declarada e ousada no paganismo. Não é verdade, então, que cada ser humano precisa de outra mente, isto é, a mente de Jesus Cristo, o qual “não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-Se; mas esvaziou-Se a Si mesmo? [...] Por isso Deus O exaltou à mais alta posição”(Fl 2:6, 7, NVI).MTA1893 175.4

    Vimos, portanto, o conceito pagão, tal qual é, expresso de forma aberta, direta, nua e crua. Vamos ver agora qual é a forma que essa mesma ideia assume diante do mundo sob o manto da justificação pela fé. É isso que vemos manifestado no papado, pois este representa a própria encarnação de Satanás e sua mente egocêntrica; pois ele “se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto” (2 Tessalonicenses 2:4). E tudo isso sob o nome e a forma do cristianismo, e tudo sendo uma contrafação da verdade.MTA1893 175.5

    Tenho aqui um livro intitulado “Credo Católico”. Ele tem o imprimátur de John Cardinal McCloskey, arcebispo de Nova York, e de Henricus Eduardus, cardeal arcebisbo de Westmonastery. Foi escrito pelo “reverendíssimo Joseph Faa Di Bruno, D.D, pároco geral da Sociedade Piedosa de Missões, da igreja de Santíssimo Salvatore em Onda, Ponte Sisto, Roma, e da Igreja Italiana de São Pedro, Londres, Inglaterra; editado pelo reverendo Louis A. Lambert, autor das “Notas sobre Ingersoll”, e assim por diante. O livro chegou a este país com a aprovação da hierarquia católica nos Estados Unidos.MTA1893 175.6

    Lerei alguns trechos. E para que vocês possam comparar os dois sistemas de justificação pela fé – o verdadeiro e o falso –, lerei o que o Credo Católico diz, e em seguida o que Deus diz no livro Caminho a Cristo. O conceito se encontra também em todos os Testemunhos e em toda a Bíblia, naturalmente. Quero que vocês compreendam o conceito de justificação pela fé católico-romano porque, em todos esses últimos quatro anos, eu tenho me deparado com ele entre professos adventistas do sétimo dia. Os próprios conceitos e expressões que estão neste livro católico sobre o significado da justificação pela fé e como alcançá-la correspondem exatamente a certas afirmações que tenho ouvido de professos adventistas do sétimo dia sobre o que significa justificação pela fé.MTA1893 176.1

    Pergunto-me como vocês e eu podemos levar uma mensagem ao mundo de advertência contra a adoração da besta se mantemos em nossa própria profissão de fé as doutrinas da besta. Será isso possível? [Congregação: “Não”]. É por essa razão que quero chamar a atenção de vocês para esse ponto para que compreendam exatamente o que eles pensam sobre o assunto. Além disso, meu objetivo é que vocês, se possível, conhecendo o conceito deles, reconhecendo que se trata de doutrina papal – pertencendo, portanto, à besta, – o abandonem por ser o que é, mesmo que vocês não estejam dispostos, de fato, a crer na justificação pela fé, mesmo que vocês não consigam entender o assunto, como é o caso de alguns, da forma como Deus o está apresentando. Agora, se vocês constatarem que se trata de doutrina papal, espero que aqueles que têm mantido ou expressado essas ideias, em maior ou menor grau, estejam dispostos a renunciá-las. Leio o seguinte na página 74 deste livro:MTA1893 176.2

    “No caso de pessoas adultas, algumas atitudes são necessárias da parte do pecador a fim de que esteja apto para receber a graça costumeira e permanente da justificação.”MTA1893 176.3

    O pecador precisa se preparar para recebê-la. Cabe a ele fazer algo para que esteja apto para recebê-la. À medida que eu ler cada declaração deste livro, lerei o conceito oposto. Leio, então, na página 31 do Caminho a Cristo, o seguinte:MTA1893 176.4

    “Quando virdes vossa pecaminosidade, não espereis até que vos tenhais melhorado. Quantos há que julgam não ser suficientemente bons para ir a Cristo! Tendes esperança de tornar-vos melhor mediante vossos próprios esforços? [...] Só em Deus é que há socorro para nós. Não devemos esperar persuasões mais fortes, melhores oportunidades ou um temperamento mais santo. De nós mesmos nada podemos fazer. Temos de ir a Cristo exatamente como nos achamos.”MTA1893 176.5

    Leiamos Romanos 4, verso 5:MTA1893 176.6

    “Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça.”MTA1893 176.7

    Isso é justificação pela . O outro conceito é justificação pelas obras. Esta procede de Cristo; o outro é diabólico. Uma é a doutrina de Cristo sobre justificação pela fé; a outra é a doutrina do diabo sobre Justificação pala fé. Já é tempo de os adventistas do sétimo dia compreenderem a diferença. [Congregação: “Amém!”].MTA1893 176.8

    Outra citação do livro católico:MTA1893 177.1

    “Uma pessoa pode se dispor apenas pela ajuda da graça divina, e as disposições que ela demonstra de forma alguma efetuam ou merecem a justificação: elas apenas servem para prepará-la para ela.”MTA1893 177.2

    Em outras palavras: “Não, eu não creio na justificação pelas obras; mas temos que fazer algo para estar preparados para a justificação pela fé. Precisamos mostrar nossas boas intenções. Precisamos, de qualquer modo, tomar algumas boas resoluções antes de iniciar; algo para nos preparar para ela.”MTA1893 177.3

    O que Deus diz? Leio na página 35 do Caminho a Cristo:MTA1893 177.4

    “[Deus] está procurando atrair, por Seu terno amor, o coração de Seus filhos erradios. Nenhum pai terrestre poderia ser tão paciente com as faltas e erros de seus filhos como o é Deus com os que busca salvar.”MTA1893 177.5

    O que Ele faz? “Busca salvar”. Este é o método divino. O pensamento de que Deus precisa esperar até que o ser humano se prepare para ser salvo nada mais é do que o método de Satanás.MTA1893 177.6

    Continuo a leitura do Caminho a Cristo, página 35 e 36:MTA1893 177.7

    “Ninguém poderia instar mais ternamente com o transgressor. Jamais lábios humanos dirigiram ao extraviado súplicas mais ternas do que Ele. Todas as Suas promessas, Suas admoestações, não são senão suspiros de um amor inexprimível. Quando Satanás se chega a vós para vos dizer que sois grande pecador, erguei os olhos ao vosso Redentor, e falai de Seus méritos. O que vos ajudará é olhar para Sua luz. Reconhecei vossos pecados, mas dizei ao inimigo que ‘Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores’ (1 Timóteo 1:15), e que por Seu incomparável amor podereis ser salvos.”MTA1893 177.8

    Vamos nos lembrar de João 3:16:MTA1893 177.9

    “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”MTA1893 177.10

    Isso é justificação pela fé. O outro conceito é justificação pelas obras: de um lado temos Jesus Cristo; do outro, Satanás.MTA1893 177.11

    Então o livro católico prossegue mencionando muitas coisas que você deve fazer a fim de ter essas disposições, ou inclinações: “Um ato de fé, [...] um ato de temor a Deus, um ato de esperança, [...] um ato de arrependimento, [...] uma resolução para se aproximar do Sacramento da Penitência”.MTA1893 177.12

    Essas são as coisas que vão preparar você para ser justificado para a salvação. Na página 76 da mesma obra, leio:MTA1893 177.13

    “Permanecemos em constante necessidade de graças concretas para realizarmos boas ações, tanto antes quanto depois de sermos justificados.”MTA1893 177.14

    Boas ações devem ser realizadas antes de sermos justificados, a fim de estarmos qualificados para isso.MTA1893 177.15

    “As boas ações, contudo, realizadas com o auxílio da graça antes da justificação, não são, estritamente falando, meritórias. Elas servem, porém, para suavizar o caminho para a justificação, e para comover a Deus.”MTA1893 178.1

    Elas “servem para comover a Deus”. A frase expressa exatamente o espírito severo, inflexível e tirânico que Satanás declarou fazer parte do caráter de Deus quando ele iniciou sua rebelião no Céu. Ele alega que Deus não quer que Seu povo seja livre; que Ele Se assenta em Seu trono e quer que tudo seja do Seu jeito, sem que Suas criaturas tenham qualquer tipo de questionamento, julgamento ou liberdade. Deus precisa ser “comovido” por Suas criaturas. Essa é a doutrina que Satanás inseriu no conceito de sacrifício desde aquela época até agora. Deus instituiu sacrifícios para mostrar ao homem e lhe transmitir o que Ele está disposto a fazer pela humanidade, que Deus está Se sacrificando pelo homem. Satanás, porém, distorceu o conceito, fazendo com que as pessoas creiam que o sacrifício tem o objetivo de despertar o bom humor de Deus, como se Ele estivesse zangado com o ser humano e pronto a castigá-lo. Com essa ideia, precisamos fazer sacrifícios para acertar as contas com Ele de modo que Ele não venha nos ferir. Precisamos, assim, “comover” a Deus para que Ele nos justifique.MTA1893 178.2

    Leiamos o que o Senhor tem a dizer sobre esse assunto na página 54 do Caminho a Cristo. O contexto da citação é a parábola do filho pródigo, quando o filho errante, ainda distante, foi avistado pelo pai, que se compadeceu dele, correu ao seu encontro, o abraçou e beijou. O texto diz:MTA1893 178.3

    “Mas mesmo esta parábola, terna e comovedora como é, não consegue exprimir a infinita compaixão do Pai celestial. O Senhor declara por Seu profeta: ‘Com amor eterno te amei; também com amorável benignidade te atraí’ (Jeremias 31:3). Enquanto o pecador está ainda distante da casa paterna, esbanjando os seus bens em terra estranha, o coração do Pai anela por ele; e cada desejo de voltar a Deus despertado na alma, não é senão o terno instar de Seu Espírito, solicitando, suplicando, atraindo o extraviado para o amante coração paterno.”MTA1893 178.4

    “Tendo perante vós as ricas promessas da Bíblia, podeis ainda dar lugar à dúvida? Podeis supor que, quando o pobre pecador almeja voltar e anseia abandonar os seus pecados, o Senhor lhe impeça, severamente, de prostrar-se arrependido aos Seus pés? Longe de nós tais pensamentos! Nada poderia ser mais prejudicial a vossa alma do que entreter tal conceito de nosso Pai celestial.”MTA1893 178.5

    Quem deseja prejudicar nossa alma? [Congregação: “Satanás”]. Quem é que mais deseja causar danos à alma? Satanás. O que poderia causar mais dano à alma do que a doutrina presente naquele livro, que afirma que devemos mostrar certas aptidões, disposições mentais, tomar boas resoluções, e coisas do tipo, a fim de “comovermos” a Deus a ter piedade de nós e nos salvar? Que outra coisa poderia causar mais dano à alma do que pensar que Deus severamente impede a aproximação do pecador até que a pobre alma faça algo para comovê-Lo? Há algo mais danoso em que alguém possa acreditar? A resposta do Senhor é: “Não há nada que possa ferir mais a sua alma do que um conceito como esse”. Assim, qual é a única fonte dessa doutrina? [Congregação: “Satanás”]. Todavia, isso é transmitido sob o título e sob o ensino da justificação pela fé! Mas nisso não há fé. Fora com essa doutrina, diz o Senhor. E que todo o povo diga “amém”.MTA1893 178.6

    Leio ainda no “Credo Católico”:MTA1893 179.1

    “Mas, se com a ajuda da graça efetiva, boas obras são praticadas por uma pessoa que se encontra em um estado de graça justificadora, essas, então, são aceitáveis a Deus e tornam-se merecedoras de um aumento de graça na Terra e de um aumento de glória no Céu.”MTA1893 179.2

    O que diz o Senhor? Vamos ler Caminho a Cristo, página 57, no capítulo intitulado “O Teste do Discipulado” [“A Obediência é um Privilégio”, em português]. A palavra aqui é dirigida àqueles que são discípulos. Trata-se das mesmas pessoas a quem o outro livro se dirige. O que lemos?MTA1893 179.3

    “Se bem que nada possamos fazer para mudar o coração ou pôr-nos em harmonia com Deus; se bem que não devamos absolutamente confiar em nós mesmos ou em nossas boas obras, nossa vida revelará se a graça de Deus está habitando em nós.”MTA1893 179.4

    Vocês percebem, então, que o conceito divino é que, quando Ele habita em nós, Ele Se revelará por nosso intermédio. O outro conceito, o conceito satânico, é que, após conseguirmos que o Senhor Se converta, passamos então a praticar alguma boa obra de natureza “meritória”, o que nos dará segurança neste mundo. Teremos um “aumento de graça” nesta Terra e “um aumento de glória no Céu”. Nisso reside o próprio fundamento dos méritos dos “santos”; e é com base nesses méritos que o papa concede indulgências àqueles cujos méritos próprios não são suficientes.MTA1893 179.5

    Ora, o que acabo de ler neste livro católico se encontra num capítulo sobre justificação, que ensina puramente a doutrina católica sobre justificação. Na página 365, o autor examina a doutrina da justificação pela fé com o intuito de condenar os protestantes que creem nela. Vejamos, irmãos, se nossa posição é protestante ou católica. Vejamos se somos cristãos ou papistas. Vamos ver se cremos em Jesus Cristo ou em Satanás. É isso que precisamos compreender no momento, e estar cientes de que realmente entendemos o assunto, antes de iniciarmos a pregação da mensagem do terceiro anjo. Eu leio:MTA1893 179.6

    “Da mesma forma que nas revoluções os líderes procuram conquistar as pessoas por meio da isca da promessa de independência, na época da suposta reforma – que foi uma revolução contra a autoridade eclesiástica e a ordem na religião – parecia que o alvo dos reformadores era o de seduzir o povo sob o pretexto de torná-los independentes dos sacerdotes, em cujas mãos nosso Salvador colocou a incumbência de ministrar os sete sacramentos de perdão e graça.”MTA1893 179.7

    “Eles começaram, portanto, descartando cinco desses sacramentos, entre eles o sacramento da Ordem, por meio do qual sacerdotes são ordenados, e o sacramento da Penitência, cujo objetivo é conceder o perdão dos pecados ao penitente. [...] Eles, então, reduziram, ao que tudo indica, à mera formalidade, os dois sacramentos que eles alegam ter mantido: o Santo Batismo e a Santa Eucaristia. [Isso] para compensar essa rejeição e garantir a cada indivíduo o direito de prescrever para si mesmo, e buscar por si mesmo o perdão dos pecados e a divina graça, independentemente dos sacerdotes.”MTA1893 179.8

    Pastor Jones: – É isso doutrina verdadeira? É verdade que o ser humano pode se aproximar, por si mesmo, de Deus, independentemente dos sacerdotes? [Congregação: “Sim”]. O que diz o Senhor? Leiamos o Caminho a Cristo, página 100:MTA1893 179.9

    “As relações entre Deus e cada pessoa são tão particulares e íntimas, como se não existisse nenhuma outra por quem Ele houvesse dado Seu bem-amado Filho.”MTA1893 180.1

    Graças a Deus por isso. Lerei agora outro trecho do livro católico:MTA1893 180.2

    “Sem levar em conta sacerdotes e os sacramentos, eles [os reformadores] inventaram um meio exclusivo, nunca dantes conhecido pela Igreja de Deus e ainda rejeitado por todas as igrejas orientais e pelos católicos romanos de todo o mundo; um meio pelo qual os seguidores de Lutero ousaram declarar que cada indivíduo pode conquistar o perdão e a justificação por si mesmo, sem depender de sacerdotes e sacramentos.”MTA1893 180.3

    “Eles criaram um novo dogma, que não se encontra em nenhum dos credos, nem nos cânones de qualquer concílio geral. Eu me refiro ao novo dogma da justificação somente pela fé ou unicamente pela fé.”MTA1893 180.4

    Esse é o “novo dogma” condenado pelo papado, que não se encontra em nenhum dos credos que ele possui. Leio o seguinte na página 366:MTA1893 180.5

    “Ao acrescentarem a palavra somente, os protestantes professam poder excluir todas as obras exteriores, cerimoniais, piedosas ou de caridade, bem como obras de obediência, de penitência, ou qualquer ato moral bom, como meio de alcançar a justificação ou como condições para recebê-la.”MTA1893 180.6

    “Ah, sim, você precisa fazer algo para pavimentar o caminho; você precisa fazer algo para sair do lugar onde você se encontra”, para que você seja justificado. Você deve se erguer sozinho durante uma parte do caminho, e então o Senhor, comovido, receberá você e o justificará. Isso é doutrina satânica. Somos protestantes ou católicos? Esta é a questão. [Congregação: “Protestantes”]. Proclamaremos a mensagem do terceiro anjo contra a adoração da besta e sua imagem? Ou será que nós mesmos faremos parte da besta e sua imagem? Esta é a questão. A imagem se mostra a imagem da besta nesse ponto bem como em todos os outros, embora professe ser protestante. Trata-se de um protestantismo apostatado. Na página 367 do livro católico, leio o seguinte:MTA1893 180.7

    “Praticar essas ações tendo em vista a justificação é, segundo eles, o mesmo que dar um centavo à rainha esperando receber dela um presente real.”MTA1893 180.8

    O que diz o Senhor? Caminho a Cristo, página 50, diz o seguinte:MTA1893 180.9

    “Esta é a lição que Jesus ensinou quando aqui na Terra: que o dom que Deus nos promete, devemos crer que, de fato, o recebemos, e é nosso.”MTA1893 180.10

    Então, qual conceito representa o cristianismo? [Congregação: “O último”]. Mas a Igreja Católica afirma que isso é protestantismo. É verdade, graças a Deus!MTA1893 180.11

    Leio ainda o seguinte neste livro católico:MTA1893 180.12

    “Venham como vocês estão, eles acrescentam. Vocês nunca serão excessivamente maus para Jesus.”MTA1893 180.13

    Sejamos gratos a Deus porque esse conceito não faz parte da doutrina católica, da besta, de sua imagem e de sua adoração – tudo formando uma unidade. O que diz o Senhor? Caminho a Cristo, página 31:MTA1893 180.14

    “De nós mesmos nada podemos fazer. Temos de ir a Cristo exatamente como nos achamos.”MTA1893 180.15

    Lemos ainda na página 52 do Caminho a Cristo:MTA1893 181.1

    “Jesus estima que a Ele nos cheguemos tais como somos, pecaminosos.”MTA1893 181.2

    O que significa “pecaminoso” [Congregação: “cheio de pecado”]. Jesus estima que a Ele nos cheguemos tais como somos, cheios de pecados? [Congregação: “Sim, senhor”]. É isso mesmo? [Congregação: “Sim, senhor”]. Vamos ser cristãos. [Congregação: “Amém!”]. Sejamos protestantes. Vamos nos apropriar da mensagem do terceiro anjo, que é o evangelho de Jesus Cristo. Segue o trecho completo, página 52 e 53:MTA1893 181.3

    “Jesus estima que a Ele nos cheguemos tais como somos, pecaminosos, desamparados, dependentes. Podemos ir a Ele com todas [Quantas? Todas] as nossas fraquezas, leviandade e pecaminosidade, e rojar-nos arrependidos aos Seus pés. É Seu prazer estreitar-nos em Seus braços de amor, atar nossas feridas, purificar-nos de toda a impureza. [...] Ninguém é tão pecaminoso que não possa encontrar força, pureza e justiça em Jesus, que por ele morreu.”MTA1893 181.4

    Este é o dom de Deus. Este é Seu dom: um dom sem dinheiro, sem preço, de que posso me apoderar com alegria e gratidão eterna. Este é o conceito divino de justificação pela fé. O outro é satânico. Leiamos outro trecho do livro católico:MTA1893 181.5

    “Mediante a fé somente em Sua promessa, eles [os protestantes] afirmam que você pode e deveria aceitar os méritos de Cristo, apropriar-se da redenção de Cristo e de Sua justiça, apossar-se de Cristo para si mesmo, crer que Jesus está com você, lhe pertence, perdoa os seus pecados, e tudo isso sem qualquer preparação ou qualquer ação da sua parte.”MTA1893 181.6

    Muito bom! Deus seja louvado! Isso é protestantismo! E os católicos sabem que se trata de protestantismo. Você também sabe? Vejamos o que o Senhor nos diz na página 51 do Caminho a Cristo:MTA1893 181.7

    “Mas é vontade de Deus purificar-nos do pecado, tornar-nos Seus filhos e habilitar-nos a viver uma vida santa. Podemos, pois, pedir essas bênçãos, crer que as havemos de receber e agradecer a Deus havê-las já recebido. É nosso privilégio ir a Jesus e sermos purificados, e apresentar-nos perante a lei sem qualquer sentimento de vergonha ou remorso.” [cf. Efésios 1:3].MTA1893 181.8

    [Congregação: “Amém!”]. Sem qualquer necessidade de fazer penitência? [Congregação: “Sim”]. Graças a Deus.MTA1893 181.9

    Vamos ver agora o que o livro católico tem a dizer:MTA1893 181.10

    “Na verdade, por mais deficiente que você possa ser em todas as outras atitudes que os católicos exigem, e por mais que você esteja carregado de pecados, se você apenas confiar em Jesus e que Ele perdoará seus pecados e o salvará, você, por meio dessa confiança apenas, é perdoado, redimido pessoalmente, justificado e colocado em uma condição de salvação.”MTA1893 181.11

    Vamos ler agora outro trecho do Caminho a Cristo, páginas 35 e 36:MTA1893 181.12

    “Quando Satanás se chega a vós para vos dizer que sois grande pecador, erguei os olhos ao vosso Redentor, e falai de Seus méritos. O que vos ajudará é olhar para Sua luz. Reconhecei vossos pecados, mas dizei ao inimigo que ‘Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores’ (1 Timóteo 1:15), e que por Seu inefável amor podereis ser salvos. Jesus dirigiu a Simão uma pergunta acerca de dois devedores. Um devia ao seu senhor uma soma pequena, e o outro uma importância muito grande; mas perdoou a dívida a ambos. Cristo perguntou então a Simão qual dos devedores mais amaria ao seu senhor. Simão respondeu: ‘Tenho para mim que é aquele a quem mais perdoou’ (Lucas 7:43). Fomos grandes pecadores, mas Cristo morreu para que fôssemos perdoados. Os méritos de Seu sacrifício são suficientes para serem apresentados ao Pai em nosso favor.”MTA1893 181.13

    São de fato? [Congregação: “Sim, senhor”]. Ótimo. Há muitas outras coisas neste livro católico que não tomarei tempo para ler no momento. O livro passa então a definir o que é . Prestem muita atenção agora, pois já encontrei pessoas em toda a minha trajetória que pensam que esta definição católica de fé é verdadeira. Vou lê-la na página 368:MTA1893 182.1

    “A palavra ‘fé’ nas Escrituras significa, às vezes, confiança na onipotência e bondade de Deus e no fato de que Ele pode e está disposto a curar ou nos favorecer por meio de intervenções miraculosas. Na maioria das vezes, ela se refere a verdades reveladas e significa crença nelas. Ninguém tem o direito de dar à palavra fé um novo significado, e fazer com que ela signifique, por exemplo, confiança em Jesus por estar pessoalmente salvo graças a essa confiança apenas. Isso seria o caso se Cristo ou os apóstolos tivessem, em alguma ocasião, claramente atribuído esse significado à palavra fé e ensinado a doutrina da confiança em Cristo para a salvação pessoal como o único requisito para a justificação. Ninguém deveria atrelar à palavra algum significado específico sem ter um bom respaldo nas Escrituras ou na tradição divina.”MTA1893 182.2

    “O fato é que, em muitas passagens das Escrituras Sagradas que falam claramente da fé salvadora, a expressão pela não significa uma confiança em Cristo para a salvação pessoal, mas evidentemente uma firme crença em que Jesus é o Messias, o Cristo, o Filho de Deus, e no fato de que aquilo que está relatado sobre Ele no Evangelho é verdadeiro, e de que o que Ele ensinou é a verdade.”MTA1893 182.3

    O livro define fé na página 370. Lerei a definição antes de ler o conceito oposto:MTA1893 182.4

    “Esses textos, todos se referindo à fé salvadora, provam sem sombra de dúvida que fé não é confiança em Cristo para salvação pessoal, mas, sim, a fé no credo, a fé nas verdades reveladas.”MTA1893 182.5

    O que é fé de acordo com essa definição? “A fé no credo”. Eles simplesmente elaboram uma declaração de verdades gerais que denominam de doutrina de Deus, e então pedem que você creia nisso e faça o seu melhor – e isso é considerado justificação pela fé. Não importa se o credo se encontra formalmente escrito, ou se estamos falando da ideia de alguém que eles desejam aprovar mediante voto em uma assembleia da Associação Geral; isso, em princípio, não faz diferença alguma, pois o credo está presente ali, e submissão a ele nada mais é do que aquele tipo de fé. E há pessoas aqui que se lembram do momento – quatro anos atrás – e do lugar – Minneapolis – em que houve três tentativas claras de fazer com que algo semelhante a isso fosse vinculado à mensagem do terceiro anjo mediante voto em uma assembleia da Associação Geral. O pensamento era o de definir como um marco o que alguém cria, e então tomar um voto para que todos se posicionassem em favor dos marcos, quer entendessem ou não a real natureza desses marcos. Com isso, o que restava era seguir avante e estar de acordo em guardar os mandamentos de Deus e muitas outras coisas pertinentes ao dever cristão – e isso devia ser considerado justificação pela fé.MTA1893 182.6

    Não nos foi dito naquela época que o anjo de Deus disse: “Não tomem esse passo; vocês não sabem o que está nisso”? “Não tenho tempo para lhes dizer o que está nisso, mas o anjo disse: ‘Não façam isso’”. O papado estava nessa postura. Era isso o que o Senhor estava tentando nos dizer e nos fazer entender. A atitude tinha que ver com o papado. O que estava para acontecer se assemelha ao que aconteceu com todas as igrejas que saíram do papado. Elas seguem por certo tempo pela fé em Deus, e então estabelecem alguma ideia doutrinária humana, tomam um voto para que se permaneça fiel a ela; em seguida toma-se outro voto definindo aquele ponto como a doutrina da igreja. No final, isso se torna “a fé do credo”, restando seguir avante com suas próprias obras.MTA1893 183.1

    Há alguém aqui neste recinto que esteve presente naquela época e não consegue entender agora o que tudo aquilo significava? Então, irmãos, não é tempo de nos libertar dessa postura, mesmo que isso custe nossa própria vida? Certamente custará nossa própria vida, pois nossa decisão nos permitirá estar crucificado com Jesus Cristo. Isso provocará uma morte ao pecado tão intensa que nunca sonhávamos ser possível em nossa vida. Tal postura tirará de nós toda essa mentalidade papal, todo espírito austero, e, no lugar, colocará a mente divina, terna e amável de Jesus Cristo, a qual não quer saber de credo, pois ela tem o próprio Cristo.MTA1893 183.2

    Bem, permitam-me ler novamente o pensamento católico e, em seguida, sua refutação. Parece que um livro foi escrito para o outro. Irmãos, que livro devemos seguir? Ah, o Caminho a Cristo. O título fala uma grande verdade. De fato, estamos numa caminhada para Cristo. Em seguida estaremos numa caminhada com Cristo. Lerei novamente, então, a ideia católica seguida de sua refutação:MTA1893 183.3

    “O fato é que, em muitas passagens das Escrituras Sagradas que falam claramente da fé salvadora, a expressão pela não significa uma confiança em Cristo para a salvação pessoal, mas evidentemente uma firme crença em que Jesus é o Messias, o Cristo, o Filho de Deus, e no fato de que aquilo que está relatado sobre Ele no evangelho é verdadeiro, e de que o que Ele ensinou é a verdade.”MTA1893 183.4

    Essa é a “fé” católica. Agora, qual é a definição ou a ideia de fé do Senhor? Caminho a Cristo, página 63:MTA1893 183.5

    “Quando falamos em fé, devemos ter presente uma distinção. Existe uma espécie de crença que é inteiramente diversa da fé. A existência e poder de Deus, a veracidade de Sua palavra, são fatos que mesmo Satanás e seus exércitos não podem sinceramente negar.”MTA1893 183.6

    Não é verdade que os espíritos maus disseram a Jesus que Ele era Cristo? [Congregação: “Sim”]. Então, os demônios, Satanás e suas hostes, certamente creem na existência e poder de Deus, na veracidade de Sua palavra e no fato de que Jesus é o Messias, o Cristo, o Filho de Deus. Satanás e suas hostes creem em tudo isso. Mas isso não é fé. Quanto de poder existe na crença deles capaz de operar o bem na vida deles? Absolutamente nada. Eles não têm fé alguma. Mas esta é exatamente a fé católica, não é verdade? Que tipo de fé é essa? É uma fé satânica. Não é nada além disso, como ficou claro na citação. Todavia, o papado faz isso passar por fé. E todo aquele que aceitar esse tipo de fé é um papista, mesmo que professe ser um adventista do sétimo dia. Continuo a leitura no Caminho a Cristo:MTA1893 183.7

    “Diz a Bíblia que ‘também os demônios o creem e estremecem’ (Tiago 2:19); mas isto não é fé. Onde existe não só a crença na Palavra de Deus, mas também uma submissão da vontade a Ele; onde o coração se Lhe acha rendido e as afeições Nele concentradas, aí existe fé.”MTA1893 184.1

    Essa é a verdade da fé justificadora. Isso é justificação pela fé. Essa é uma fé que opera, graças ao Senhor; não uma fé que crê em algo distante, que mantém a verdade de Deus no pátio exterior, e em seguida procura, mediante esforço próprio, compensar a deficiência. Não é essa fé. Não, mas a fé que opera. Trata-se de uma fé que, em si mesma, é operante. Ela tem em si um poder divino capaz de manifestar a vontade de Deus no homem perante o mundo. Isso é justiça pela fé – a justiça que a fé alcança, que ela recebe, que ela retém: a justiça de Deus.MTA1893 184.2

    Continuo com a leitura da citação do Caminho a Cristo:MTA1893 184.3

    “A fé que opera por amor e purifica a alma. Por esta fé o coração é renovado à imagem de Deus.”MTA1893 184.4

    Não preciso ler mais nada, pois isso já é o suficiente para mostrar o contraste; e nosso tempo já se esgotou. Isso é o suficiente para mostrar que a doutrina papal sobre justificação pela fé é doutrina de Satanás – uma doutrina cuja síntese é a mente natural dependendo de si mesma, operando por seus próprios meios e se exaltando; e em seguida revestindo tudo isso com uma profissão de crença nisso, naquilo e naquilo outro, mas destituída de qualquer poder divino. Portanto, irmãos, que essa fé seja erradicada para sempre.MTA1893 184.5

    No paganismo, Satanás levou a mente humana a colocar-se numa posição de igualdade com Deus, sem absolutamente qualquer disfarce. Cristo então veio a este mundo e revelou o verdadeiro evangelho como nunca antes – Cristo no ser humano; e este justificado pela fé Nele, e pela fé somente. Ele revelou uma fé que tem em si vida divina; uma fé que tem em si poder divino; uma fé que vive e opera; uma fé que traz tudo àquele que a possui e restaura a imagem de Deus na alma. Satanás, então, pegou a mesma mente carnal que, no paganismo, havia se igualado a Deus, e a revestiu com seu próprio conceito de fé e a promoveu como justificação pela fé. Além disso, exaltou o representante máximo desse conceito acima de “tudo que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus” (2 Tessalonicenses 2:4).MTA1893 184.6

    Queira Deus que tenhamos a mente de Cristo e não a mente carnal! Deus permita que tenhamos a mente de Cristo e não a mente de Satanás! Queira Deus que tenhamos o conceito do Senhor sobre a justificação pela fé, e não o de Satanás. Que possamos receber o conceito sobre a justiça pela fé que vem do Senhor e não de Satanás! Somente assim haveremos de receber a chuva serôdia, o ensino da justiça, de acordo com a justiça.MTA1893 184.7

    Irmãos, vamos crer na mensagem do terceiro anjo. Espero que agora o caminho esteja amplamente aberto diante de nós de modo que a estudemos como a “justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que creem” (Romanos 3:22). Vamos investigar o tema, então, no temor de Deus, buscando Seu Santo Espírito para que torne o assunto claro para nós, de maneira que o Ensinador de Justiça nos ensine a justiça de acordo com a justiça.MTA1893 184.8

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