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A Ciência do Bom Viver (condensado) - Contents
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    Capítulo 34 — O conhecimento de Deus

    Como nosso Salvador, achamo-nos neste mundo para servir a Deus. Aqui nos achamos a fim de nos tornarmos semelhantes a Ele no caráter, revelando-O ao mundo mediante uma vida de serviço. Para sermos colaboradores Seus, para sermos semelhantes a Ele, e Lhe revelarmos o caráter, precisamos conhecê-Lo direito. Cumpre-nos conhecê-Lo tal como Ele Se revela a Si mesmo.CBVc 180.1

    O conhecimento de Deus é o fundamento de toda verdadeira educação e de todo serviço verdadeiro. É a única salvaguarda real contra a tentação. Por ele, unicamente, nos podemos tornar semelhantes a Deus no caráter.CBVc 180.2

    Esse é o conhecimento de que necessitam todos quantos estão trabalhando pelo reerguimento de seus semelhantes. Transformação de caráter, pureza de vida, eficiência no serviço, apego aos princípios corretos, tudo depende do justo conhecimento de Deus. Esse conhecimento é o preparo essencial tanto para esta como para a futura existência.CBVc 180.3

    “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria”. Provérbios 9:10.CBVc 180.4

    Mediante o Seu conhecimento é-nos dado “tudo o que diz respeito à vida e piedade”. 2 Pedro 1:3.CBVc 180.5

    “E a vida eterna é esta”, disse Jesus, “que Te conheçam a Ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste”. João 17:3.CBVc 180.6

    “Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o Seu eterno poder como a Sua divindade, se entendem e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas”. Romanos 1:20.CBVc 180.7

    As coisas da natureza que agora contemplamos não nos dão senão uma fraca idéia da glória do Éden. O pecado manchou a beleza da Terra; podem-se ver em tudo os vestígios da obra do mal. Todavia, permanece muita coisa bela. A natureza testifica de que Alguém, infinito em poder, grande em bondade, misericórdia e amor, criou a Terra, enchendo-a de vida e alegria. Mesmo em seu estado defeituoso, todas as coisas revelam a mão-de-obra do Artista por excelência. Para onde quer que nos volvamos, podemos ouvir a voz de Deus, e ver testemunhos de Sua bondade.CBVc 180.8

    Desde o solene ribombar do trovão e o incessante bramir do velho oceano, aos festivos cânticos que fazem as florestas palpitantes de melodia, as milhares de vozes da natureza entoam-Lhe os louvores. Na Terra e no mar e no espaço, com suas maravilhosas cores e matizes, variando em suntuoso contraste ou combinando-se em harmonia, nós Lhe contemplamos a glória. As montanhas eternas falam-nos de Seu poder. As árvores, agitando os verdes leques ao sol, e as flores em sua delicada beleza, apontam para seu Criador. O verde vivo, que atapeta a bronzeada terra, fala do cuidado de Deus para com a mais humilde de Suas criaturas. As profundezas do mar e as entranhas da terra revelam-Lhe os tesouros. Aquele que pôs as pérolas no oceano e a ametista e o crisólito entre as rochas é um amante do belo. O Sol que se ergue no firmamento é um representante dAquele que é a vida e a luz de todos quantos foram por Ele criados. Todo esplendor e beleza que adornam a Terra e Abrilhantam os Céus falam de Deus.CBVc 180.9

    “Sua glória cobriu os Céus”. Hebreus 3:3. “Cheia está a Terra das Tuas riquezas”. Salmos 104:24.CBVc 181.1

    “Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite. Sem linguagem, sem fala, ouvem-se as suas vozes em toda a extensão da Terra, e as suas palavras, até ao fim do mundo”. Salmos 19:2-4.CBVc 181.2

    Todas as coisas falam do Seu terno e paternal cuidado, e de Seu desejo de tornar felizes os Seus filhos.CBVc 181.3

    A natureza não é Deus — A mão-de-obra de Deus em a natureza não é o próprio Deus em a natureza. As coisas da natureza são uma expressão do caráter e do poder de Deus; não devemos, porém, considerá-la como Deus. A habilidade artística das criaturas humanas produz obras muito belas, coisas que deleitam a vista; e essas coisas nos revelam algo de seu autor; a obra feita não é, no entanto, seu autor. Não é a obra, mas o obreiro, que é considerado digno de honra. Assim, ao passo que a natureza é uma expressão do pensamento de Deus, não é a natureza, mas o Deus da natureza que deve ser exaltado.CBVc 181.4

    “Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos! Ajoelhemos diante do Senhor. [...] Nas Suas mãos estão as profundezas da Terra, e as alturas dos montes são Suas. Seu é o mar, pois Ele o fez, e as Suas mãos formaram a terra seca”. Salmos 95:6, 4, 5.CBVc 181.5

    A criação da Terra — A obra da criação não pode ser explicada pela ciência. Que ciência pode explicar o mistério da vida?CBVc 181.6

    “Pela fé, entendemos que os mundos, pela Palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente”. Hebreus 11:3.CBVc 181.7

    “Eu formo a luz e crio as trevas; [...] Eu, o Senhor, faço todas essas coisas. [...] Eu fiz a Terra e criei nela o homem; Eu o fiz; as Minhas mãos estenderam os céus e a todos os seus exércitos dei as Minhas ordens”. Isaías 45:7, 12. “Eu os chamarei, e aparecerão juntos.” Isaías 48:13.CBVc 181.8

    Na criação da Terra, Deus não dependeu de matéria preexistente. “Falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”. Salmos 33:9. Todas as coisas, materiais ou espirituais, apareceram diante do Senhor Jeová à Sua palavra, e foram criadas para Seu próprio desígnio. Os Céus e todo o seu exército, a Terra e tudo quanto nela há, vieram à existência pelo sopro de Sua boca.CBVc 181.9

    Na criação do homem, manifestou-se a atuação de um Deus pessoal. Quando Deus fizera o homem à Sua imagem, a forma humana era perfeita, mas jazia inanimada. Então um Deus pessoal, de existência própria, soprou naquela forma o fôlego da vida, e o homem tornou-se um ser vivo, inteligente. Todas as partes do seu organismo se puseram em ação. O coração, as artérias, as veias, a língua, as mãos, os pés, os sentidos, as faculdades da mente, tudo se pôs a funcionar, sendo todos submetidos a uma lei. O homem tornou-se alma vivente. Mediante Cristo, a Palavra, um Deus pessoal criou o homem, dotando-o de inteligência e poder.CBVc 182.1

    Nossa matéria não Lhe era oculta quando, em segredo, fomos formados; Seus olhos viram essa matéria ainda informe, e em Seu livro todos os nossos membros foram escritos, quando ainda nenhum deles havia.CBVc 182.2

    Deus designou que, acima de todas as ordens inferiores de seres, o homem, a coroa de Sua criação, exprimisse Seus pensamentos, e Lhe revelasse a glória. Mas o homem não se deve exaltar como Deus.CBVc 182.3

    “Celebrai com júbilo ao Senhor, [...]
    Servi ao Senhor com alegria e apresentai-vos a Ele com canto.
    “Sabei que o Senhor é Deus; foi Ele,
    e não nós, que nos fez povo Seu e ovelhas do Seu pasto.
    “Entrai pelas portas dEle com louvor e em Seus átrios,
    com hinos; Louvai-O e bendizei o Seu nome”. Salmos 100:1-4.
    CBVc 182.4

    “Exaltai ao Senhor, nosso Deus,
    e adorai-O no Seu santo monte,
    porque o Senhor, nosso Deus, é santo”. Salmos 99:9.
    CBVc 182.5

    Deus está continuamente ocupado em manter e empregar como servos as coisas que criou. Opera por meio das leis da natureza, delas Se servindo como instrumentos Seus. Elas não agem por si mesmas. A natureza, em sua obra, testifica da presença inteligente e da atividade de um Ser que opera em tudo segundo a Sua vontade.CBVc 182.6

    “Para sempre, ó Senhor, a Tua palavra permanece no Céu.
    A Tua fidelidade estende-se de geração em geração;
    Tu firmaste a Terra, e firme permanece.
    Conforme o que ordenaste, tudo se mantém até hoje;
    porque todas as coisas Te obedecem”. Salmos 119:89-91.
    CBVc 182.7

    Não é por um poder a ela inerente que ano após ano a terra produz suas fartas colheitas, e continua sua marcha ao redor do Sol. A mão do Infinito está em perpétua operação, guiando este planeta. É o poder de Deus em contínuo exercício que mantém a Terra em equilíbrio em sua rotação. É Deus que faz o Sol se erguer nos céus. Abre as janelas do céu e dá a chuva.CBVc 182.8

    “Dá a neve como lã e
    Esparge a geada como cinza” Salmos 147:16.
    CBVc 182.9

    “Fazendo Ele soar a voz, logo há arruído de águas no céu,
    E sobem os vapores da extremidade da terra;
    Ele faz os relâmpagos para a chuva
    E faz sair o vento dos Seus tesouros”. Jeremias 10:13.
    CBVc 182.10

    O mecanismo do corpo humano não pode ser plenamente compreendido; apresenta mistérios que desconcertam o mais inteligente. Não é em resultado de um mecanismo que, uma vez posto a funcionar, continua sua obra, que o pulso bate, e respiração se segue a respiração. Em Deus vivemos e nos movemos, e existimos. O coração palpitante, o pulso em seu ritmo, cada nervo e músculo do organismo vivo é mantido em ordem e atividade pelo poder de um Deus sempre presente.CBVc 183.1

    A Bíblia nos mostra Deus em Seu alto e santo lugar, não em um estado de inatividade, não em silêncio e solidão, mas circundado por miríades de miríades e milhares de milhares de seres santos, todos esperando por fazer a Sua vontade. Por meio desses mensageiros, Ele está em ativa comunicação com todas as partes de Seus domínios. Por Seu Espírito está presente em toda parte. Por meio de Seu Espírito e dos anjos, ministra aos filhos dos homens.CBVc 183.2

    Acima das perturbações da Terra, está Ele sentado em Seu trono; tudo está patente ao Seu exame; e de Sua grande e serena eternidade, ordena aquilo que melhor parece a Sua providência.CBVc 183.3

    “Não é do homem o seu caminho,
    nem do homem que caminha,
    o dirigir os seus passos”. Jeremias 10:23.
    CBVc 183.4

    “Confia no Senhor de todo o teu coração. [...]
    Reconhece-O em todos os teus caminhos,
    e Ele endireitará as tuas veredas”. Provérbios 3:5, 6.
    CBVc 183.5

    “Os olhos do Senhor estão sobre os que
    O temem, sobre os que esperam na Sua misericórdia,
    para livrar a sua alma da morte
    e para os conservar vivos na fome”. Salmos 33:18.
    CBVc 183.6

    A personalidade de Deus revelada em Cristo — Como Ser pessoal, Deus Se revelou em Seu Filho. O resplendor da glória do Pai, “a expressa imagem da Sua pessoa” (Hebreus 1:3), como um Salvador pessoal, Jesus veio ao mundo. Como um Salvador pessoal, subiu Ele ao Céu. Como um Salvador pessoal, Ele intercede nas cortes celestes. Perante o trono de Deus, intercede em nosso favor “Um semelhante ao Filho do homem”. Apocalipse 1:13.CBVc 183.7

    Cristo, a luz do mundo, velou o ofuscante esplendor de Sua divindade, e veio viver como homem entre os homens, a fim de que eles pudessem, sem ser consumidos, vir a relacionar-se com seu Criador. Desde que o pecado trouxe separação entre o homem e Aquele que o fizera, homem algum viu, em qualquer tempo, a Deus, a não ser segundo Ele Se manifesta por intermédio de Cristo.CBVc 183.8

    “Eu e o Pai somos um”, declarou Cristo. João 10:30. “Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho O quiser revelar”. Mateus 11:27.CBVc 183.9

    Cristo veio para ensinar às criaturas humanas aquilo que Deus deseja que elas conheçam. Em cima nos Céus, na Terra, na vastidão do oceano, vemos a obra das mãos de Deus. Todas as coisas criadas testificam de Seu poder, Sua Sabedoria, Seu amor. Todavia não nos é possível, por meio das estrelas ou do oceano ou da catarata, aprender da personalidade de Deus o que nos é revelado em Cristo.CBVc 183.10

    Deus viu que era necessária uma mais clara revelação, tanto de Sua personalidade como de Seu caráter, do que a que nos é oferecida pela natureza. Enviou Seu filho ao mundo para, tanto quanto a vista humana podia suportar, manifestar a natureza e os atributos do Deus invisível.CBVc 184.1

    Revelado aos discípulos — Estudemos as palavras proferidas por Cristo no cenáculo, na véspera de Sua crucifixão. Aproximava-se a hora de Seu julgamento, e Ele buscou confortar os discípulos, que deviam ser tão rigorosamente provados.CBVc 184.2

    “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em Mim. Na casa de Meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, Eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar.” “Disse-Lhe Tomé: Senhor, nós não sabemos para onde vais e como podemos saber o caminho? Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por Mim. Se vós Me conhecêsseis a Mim, também conheceríeis a Meu Pai; e já desde agora O conheceis e O tendes visto. [...] “Senhor, mostra-nos o Pai”, disse Filipe, “o que nos basta. Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não Me tendes conhecido, Filipe? Quem Me vê a Mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês tu que Eu estou no Pai e que o Pai está em Mim? As palavras que Eu vos digo, não as digo de Mim mesmo, mas o Pai, que está em Mim, é quem faz as obras”. João 14:1, 2, 5-10.CBVc 184.3

    Os discípulos ainda não compreendiam as palavras de Cristo quanto a Sua relação para com Deus. Muito do Seu ensino ainda lhes era obscuro. Cristo desejava que eles tivessem um mais claro, mais distinto conhecimento de Deus.CBVc 184.4

    “Disse-vos isso por parábolas”, disse Ele; “chega, porém, a hora em que vos não falarei mais por parábolas, mas abertamente vos falarei acerca do Pai”. João 16:25.CBVc 184.5

    Quando, no dia de Pentecostes, o Espírito Santo foi derramado sobre os discípulos, eles entenderam mais claramente as verdades que Jesus lhes dissera por parábolas. Muito dos ensinos que lhes haviam sido um mistério, tornou-se-lhes claro. Mas nem mesmo então receberam os discípulos o pleno cumprimento da promessa de Cristo. Receberam relativamente a Deus todo o conhecimento que lhes era possível suportar, mas o completo cumprimento da promessa de que Cristo lhes havia de mostrar plenamente o Pai estava por vir. Assim acontece hoje em dia. Nosso conhecimento de Deus é parcial e imperfeito. Quando o conflito terminar, e o Homem Cristo Jesus reconhecer perante o Pai os Seus fiéis obreiros, que num mundo de pecado dEle têm dado um verdadeiro testemunho, compreenderão eles claramente o que agora lhes é mistério.CBVc 184.6

    Cristo levou consigo para as cortes celestes a Sua glorificada humanidade. Aos que O recebem, Ele dá poder para se tornarem filhos de Deus, para que enfim possa recebê-los como Seus, para com Ele habitar por toda a eternidade. Se durante esta vida forem leais a Deus, afinal “verão o Seu rosto, e na sua testa estará o Seu nome”. Apocalipse 22:4. E qual é a felicidade do Céu, senão ver a Deus? Que maior alegria poderia sobrevir ao pecador salvo pela graça de Cristo do que contemplar o rosto de Deus, e conhecê-Lo como Pai?CBVc 185.1

    As Escrituras indicam claramente a relação entre Deus e Cristo, apresentando com igual clareza a personalidade e individualidade de cada um.CBVc 185.2

    “Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho. O qual, sendo [...] a expressa imagem da Sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do Seu poder, havendo feito por Si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-Se à destra da Majestade, nas alturas; feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles. Porque a qual dos anjos disse jamais: Tu és Meu Filho, hoje Te gerei? E outra vez: Eu Lhe serei por Pai, e Ele Me será por Filho?” Hebreus 1:1, 3-5.CBVc 185.3

    A personalidade do Pai e do Filho, bem como a unidade existente entre Eles, é apresentada no capítulo dezessete de João, na oração de Cristo por Seus discípulos: “E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que, pela Sua palavra, hão de crer em Mim; para que todos sejam um, como Tu, ó Pai, o és em Mim, e Eu em Ti; que também eles sejam um em Nós, para que o mundo creia que Tu Me enviaste”. João 17:20, 21.CBVc 185.4

    A unidade que existe entre Cristo e Seus discípulos não anula a personalidade de nenhum. São um em desígnio, mente, em caráter, mas não em pessoa. É assim que Deus e Cristo são um.CBVc 185.5

    O caráter de Deus revelado em Cristo — Tomando sobre Si a humanidade, Cristo veio ser um com a humanidade, e ao mesmo tempo revelar às pecadoras criaturas humanas o Pai celestial. Aquele que estivera na presença do Pai, desde o princípio, Aquele que era a expressa imagem do invisível Deus, era o único habilitado a revelar à humanidade o caráter divino. Em tudo Ele foi feito semelhante a Seus irmãos. Fez-Se carne, tal qual nós somos. Sentia fome e sede e fadiga. Era sustentado pelo alimento, e refrigerado pelo sono. Partilhou da sorte dos homens; era, todavia, o imaculado Filho de Deus. Era um estrangeiro e peregrino na Terra — estava no mundo, mas não era do mundo; tentado e provado como o são os homens e as mulheres de hoje, e vivendo não obstante uma vida isenta de pecado. Terno, compassivo, cheio de simpatia, sempre atencioso para com os outros, Ele representava o caráter de Deus, achando-Se continuamente empenhado em serviço para com o Senhor e o homem.CBVc 185.6

    “O Senhor Meu ungiu”, disse Ele,
    “Para pregar boas-novas aos mansos;
    enviou-Me a restaurar os contritos de coração,
    a proclamar liberdade aos cativos” Isaías 61:1.
    CBVc 186.1

    “A dar vista aos cegos”. Lucas 4:19.CBVc 186.2

    “A apregoar o ano aceitável do Senhor; [...]
    “A consolar todos os tristes”. Isaías 61:2.
    CBVc 186.3

    “Amai a vossos inimigos”, ordena-nos Ele; “bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem, para que sejais filhos do vosso Pai que está nos Céus” (Mateus 5:44, 45); “porque Ele é benigno até para com os ingratos e maus”. Lucas 6:35. “Faz que o Seu Sol se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre justos e injustos”. Mateus 5:45. “Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso”. Lucas 6:36.CBVc 186.4

    “Pelas entranhas da misericórdia do nosso Deus, [...]
    O Oriente do alto nos visitou,
    para alumiar aos que estão assentados em trevas e sombra de morte,
    a fim de dirigir os nossos pés pelo caminho da paz”. Lucas 1:78, 79.
    CBVc 186.5

    A glória da cruz — A revelação do amor de Deus para com os homens centraliza-se na cruz. A língua não pode exprimir Sua inteira significação, a pena é impotente para descrever, incapaz a mente humana de a penetrar. Olhando à cruz do Calvário, só nos é possível dizer: “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. João 3:16.CBVc 186.6

    Cristo crucificado por nossos pecados, Cristo ressurgido dos mortos, Cristo elevado ao alto, eis a ciência de salvação que temos de aprender e ensinar.CBVc 186.7

    O conhecimento que transforma — O conhecimento de Deus segundo a revelação dada em Cristo, eis o que devem ter todos quantos se salvam. É o conhecimento que opera transformação no caráter. Recebido, esse conhecimento recriará a alma à imagem de Deus. Comunicará a todo o ser um poder espiritual que é divino.CBVc 186.8

    “Todos nós, com cara descoberta, refletindo, como um espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma imagem.” 2 Coríntios 3:18.CBVc 186.9

    Falando da própria vida, o Salvador disse: “Tenho guardado os mandamentos de Meu Pai”. João 15:10. “O Pai não Me tem deixado só, porque Eu faço sempre o que Lhe agrada”. João 8:29. Deus pretende que os Seus seguidores sejam o que Jesus foi quando revestido da natureza humana. Cumpre-nos, em Sua força, viver a vida pura e nobre que o Salvador viveu.CBVc 186.10

    “Por causa disto”, diz Paulo, “me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, do qual toda a família nos Céus e na Terra toma o nome, para que, segundo as riquezas da Sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo Seu espírito no homem interior; para que Cristo habite, pela fé, no vosso coração; a fim de, estando arraigados e fundados em amor, poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus”. Efésios 3:14-19.CBVc 186.11

    “Não cessamos de orar por vós e de pedir que sejais cheios do conhecimento da Sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual; para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-Lhe em tudo, frutificando em toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus; corroborados em toda a fortaleza, segundo a força da Sua glória, em toda a paciência e longanimidade, com gozo”. Colossences 1:9-11.CBVc 187.1

    É esse o conhecimento que Deus nos está convidando a receber, e ao pé do qual tudo mais é vaidade e nada.CBVc 187.2

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