Capítulo 6 — “Zeloso de boas obras”
- Introdução
- Capítulo 1 — Um santo propósito: reconstruir Jerusalém
- Capítulo 2 — Fervorosa oração
- Capítulo 3 — Prudência e previsão
- Capítulo 4 — Uma noite de preparação
- Capítulo 5 — Assegurando a cooperação do povo
- Capítulo 6 — “Zeloso de boas obras”
- Capítulo 7 — Escárnio e desânimo
- Capítulo 8 — Descontentamento entre os crentes
- Capítulo 9 — Perseverança corajosa
- Capítulo 10 — Uma repreensão aos extorquidores
- Capítulo 11 — Integridade nos negócios
- Capítulo 12 — Ciladas dos pagãos — parte 1
- Capítulo 13 — Ciladas dos pagãos — parte 2
- Capítulo 14 — Povo instruído na Lei de Deus
- Capítulo 15 — Um jejum solene
- Capítulo 16 — A reforma do Sábado
- Capítulo 17 — A santidade da Lei de Deus
- Capítulo 18 — Separação entre Israel e os idólatras
- Capítulo 19 — A necessidade de verdadeiros reformadores
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Capítulo 6 — “Zeloso de boas obras”
Dentre os primeiros a se contagiar com o espírito de zelo e fervor de Neemias, achavam-se os sacerdotes de Israel. Em virtude da posição de influência que ocupavam, podiam esses homens fazer muito para impedir ou promover a obra. Sua pronta cooperação logo de início, muito contribuiu para o êxito. Assim deve acontecer em todo o empreendimento santo. Os que ocupam posições de influência e responsabilidade na igreja, devem estar na dianteira na obra de Deus. Se avançarem relutantemente, outros nem se moverão. Mas “seu zelo” estimulará muitos (2 Coríntios 9:2). Se sua luz arder brilhante, mil tochas se acenderão à sua chama.LVN 26.1
A maioria dos nobres e príncipes de Israel puseram-se também nobremente à altura de seus deveres; mas houve uns poucos, os nobres tecoítas, que “não meteram o seu pescoço ao serviço de seu Senhor” (Neemias 3:5). Enquanto os construtores fiéis têm menção honrosa no livro de Deus, a memória daqueles servos negligentes é manchada de opróbrio e serve de advertência a todas as gerações futuras.LVN 26.2
Em todo movimento religioso há alguns que, ao mesmo tempo em que não podem negar ser esta a causa de Deus, mantêm-se ao longe, recusando-se a fazer qualquer esforço para fazê-la progredir. Mas em empreendimentos para promover seus interesses egoístas esses homens são muitas vezes os trabalhadores mais ativos e enérgicos. Bem conviria lembrarem-se do registro mantido lá em cima, o livro de Deus, no qual se acham escritos todos os nossos motivos e nossas obras — aquele livro no qual não há omissões, nem erros, e pelo qual todos serão julgados. Ali será fielmente relatada toda oportunidade negligenciada de prestar serviço para Deus, e todo ato de fé e amor, por humilde que seja, será tido em lembrança eterna. Contra a inspiradora influência da presença de Neemias, o exemplo dos nobres de Tecoa teve pouco peso. O povo de forma geral foi inspirado por patriotismo e zelo. Homens de habilidade e influência organizaram as diferentes classes de cidadãos em grupos, ficando cada líder responsável pela edificação de certa parte do muro. Foi bem agradável a Deus e aos anjos ver aqueles grupos atarefados, trabalhando harmoniosamente nos caídos muros de Jerusalém, e foi um som alegre o ruído de instrumentos de trabalho desde a madrugada “até ao sair das estrelas” (Neemias 4:21).LVN 26.3
O zelo e a energia de Neemias não se abateram, agora que a obra se iniciara de fato. Não cruzou os braços, julgando que poderia depor o encargo. Com incansável vigilância, superintendia constantemente a obra, dirigindo os obreiros, observando qualquer dificuldade e tomando providências para qualquer emergência. Sua influência foi sentida constantemente em toda a extensão daqueles cinco quilômetros de muro. Com palavras oportunas, animava ele os temerosos, aprovava os diligentes ou despertava os tardios. E de novo vigiava com olhos de águia os movimentos dos inimigos, que por vezes se reuniam a distância e se empenhavam em animada conversa, como se conspirassem, e então, aproximando-se dos obreiros, tentavam desviar-lhes a atenção e estorvá-los no trabalho. Enquanto os olhos de todos os obreiros muitas vezes se dirigiam para Neemias, prontos a descobrir o menor sinal, os olhos e o coração dele se erguiam a Deus, o grande Superintendente da obra toda, Aquele que pusera no coração de Seu servo o desejo de construir. E à medida que a fé e a coragem se fortaleciam em seu coração, Neemias exclamava (e suas palavras, repetidas e ecoadas, incentivavam o coração dos obreiros em toda a linha): “O Deus dos Céus é o que nos fará prosperar!” (Neemias 2:20). — The Southern Watchman, 5 de abril de 1904.LVN 26.4