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Filhas de Deus - Contents
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    Ana, mãe de Samuel

    Este capítulo é baseado em 1 Samuel 1, 2.

    Ana, a primeira e mais amada esposa de Elcana, um levita, era estéril e desejava muito ter um filho. Durante as festividades anuais que aconteciam em Siló, ela orava e clamava a Deus por um filho. Eli, o sacerdote, a ouviu e lhe disse: “Vai-te em paz, e o Deus de Israel te conceda a petição que lhe fizeste”. 1 Samuel 1:17.FD 26.4

    O pai de Samuel era Elcana, levita, que morava em Ramá, nas montanhas de Efraim. Era uma pessoa rica e influente, marido bondoso e homem que temia e reverenciava a Deus. Ana, esposa de Elcana, era mulher piedosa e devota. A humildade, a integridade e uma firme confiança em Deus eram traços dominantes em seu caráter. De Ana, podia se dizer com verdade, nas palavras do Sábio: “O coração do seu marido confia nela”. — The Signs of the Times, 27 de Outubro de 1881.FD 26.5

    A bênção tão ansiosamente buscada por todo hebreu era negada a esse bom casal; seu lar não se alegrava com vozes infantis; e o desejo de perpetuar seu nome levou o esposo — assim como já havia levado muitos outros — a contrair um segundo casamento. Mas esse passo, motivado pela falta de fé em Deus, não trouxe felicidade. Filhos e filhas foram acrescentados à casa; mas a alegria e beleza da sagrada instituição de Deus foram mareadas, e interrompera-se a paz da família. Penina, a nova esposa, era ciumenta e dotada de espírito estreito, e conduzia-se com orgulho e insolência. Para Ana, parecia a esperança estar destruída, e ser a vida um fardo pesado; enfrentou, todavia, a prova com resignada mansidão.FD 27.1

    Elcana observava fielmente as ordenanças de Deus. O culto em Siló ainda era mantido; mas, por causa de irregularidades no ministério, os serviços dele, Elcana, não eram exigidos no santuário, a que, sendo ele levita, deveria comparecer. Contudo subia com sua família para adorar e sacrificar, nas reuniões aprazadas.FD 27.2

    Mesmo entre as solenidades sagradas ligadas ao serviço de Deus, intrometia-se o mau espírito que lhe infelicitara o lar. Depois de apresentarem as ofertas em ações de graças, toda a família, segundo o costume estabelecido, unia-se em uma festa solene, mas alegre. Em tais ocasiões, Elcana dava à mãe de seus filhos uma porção, para ela e para cada um dos filhos e filhas; e em sinal de atenção para com Ana dava-lhe porção dupla, significando que sua afeição por ela era a mesma como se ela tivesse um filho. Então a segunda esposa, ardendo em ciúmes, reclamava a preferência, como sendo ela altamente favorecida por Deus, e escarnecia de Ana em sua condição de mulher destituída de filhos como prova do desagrado do Senhor.FD 27.3

    Isso se repetia de ano em ano, até que Ana não mais o pôde suportar. Incapaz de ocultar sua mágoa, chorou sem constrangimento, e retirou-se da festa. Seu marido em vão a procurou consolar. “Por que choras? e por que não comes? e por que está mal o teu coração?” disse ele; “não te sou eu melhor do que dez filhos?”FD 27.4

    Ana não proferiu censura alguma. O fardo que ela não podia repartir com amigo algum terrestre, lançou-o sobre Deus. Ansiosamente rogou que lhe tirasse a ignomínia, e lhe concedesse o precioso dom de um filho para o criar e educar para Ele. E fez um voto solene de que, se seu pedido fosse satisfeito, dedicaria o filho a Deus, mesmo desde o seu nascimento. Ana tinha-se aproximado da entrada do tabernáculo e, na angústia de seu espírito, “orou, e chorou abundantemente”. Contudo, entretinha em silêncio comunhão com Deus, não proferindo nenhuma palavra. Naqueles tempos ruins, tais cenas de adoração eram raramente testemunhadas. Festins irreverentes, e mesmo embriaguez, eram coisas comuns, mesmo nas festas religiosas; e Eli, o sumo sacerdote, observando Ana, supôs que estivesse dominada pelo vinho. Julgando administrar uma repreensão merecida, disse com severidade: “Até quando estarás tu embriagada? Aparta de ti o teu vinho.”FD 27.5

    Condoída e surpresa, Ana respondeu brandamente: “Não, senhor meu, eu sou uma mulher atribulada de espírito; nem vinho nem bebida forte tenho bebido, porém tenho derramado a minha alma perante o Senhor. Não tenhas, pois, a tua serva por filha de Belial; porque da multidão dos meus cuidados e do meu desgosto tenho falado até agora.”FD 28.1

    O sumo sacerdote ficou profundamente comovido, pois era homem de Deus; e em lugar de repreensão proferiu uma bênção: “Vai em paz; e o Deus de Israel te conceda a tua petição que Lhe pediste.”FD 28.2

    A oração de Ana foi atendida; recebeu a dádiva que tão fervorosamente havia rogado. Olhando para o filho, chamou-o Samuel — “pedido a Deus”. 1 Samuel 1:8, 10, 14-16, 20. — Patriarcas e Profetas, 569, 570.FD 28.3

    Durante os primeiros três anos de vida do profeta Samuel, sua mãe lhe ensinou cuidadosamente a distinguir entre o bem e o mal. Por meio de todo objeto familiar de que estava rodeado, ela procurou levar-lhe os pensamentos para o Criador. Cumprindo o voto de dar o filho ao Senhor, com grande abnegação ela o colocou sob o cuidado de Eli, o sumo sacerdote, para ser educado para o serviço da casa de Deus. Orientação da Criança, 197. Se bem que a juventude de Samuel fosse passada no tabernáculo, dedicada ao culto de Deus, não se achava ele livre de influências más ou exemplos pecaminosos. Os filhos de Eli não temiam a Deus, nem honravam a seu pai; mas Samuel não procurava sua companhia nem seguia seus maus caminhos. Patriarcas e Profetas, 573. Seu preparo precoce levou-o a escolher manter sua integridade cristã. Que recompensa a de Ana! E que incentivo para a fidelidade o seu exemplo! — Orientação da Criança, 197.FD 28.4

    De Siló, Ana voltou silenciosamente para o seu lar em Ramá, deixando o menino Samuel para ser educado para o serviço da casa de Deus, sob a instrução do sumo sacerdote. Desde o primeiro despontar da inteligência do filho ela lhe ensinara a amar e reverenciar a Deus, e a considerar-se como sendo do Senhor. Por meio de todas as coisas conhecidas que o cercavam, procurou ela elevar seus pensamentos ao Criador. Depois de separada de seu filho, a solicitude da fiel mãe não cessou. Cada dia ele era objeto de suas orações. Cada ano ela lhe fazia, com suas próprias mãos, uma túnica para o serviço; e, subindo com o esposo para adorar em Siló, dava ao menino esta lembrança de seu amor. Cada fibra da pequena veste era tecida com uma oração para que ele fosse puro, nobre e verdadeiro. Não pedia para o filho grandezas mundanas, mas rogava fervorosamente que ele pudesse alcançar aquela grandeza a que o Céu dá valor — que honrasse a Deus e abençoasse a seus semelhantes. — Patriarcas e Profetas, 572.FD 28.5

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