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    24 – Guardadores do Sábado no Século 16

    O julgamento do mártir Frith – A Reforma Protestante revela guardadores do sábado em vários países – Na Transilvânia – Na Boêmia – Na Rússia – Na Alemanha – Na Holanda – Na França – Na InglaterraHS 305.1

    John Frith, reformador inglês de considerável importância, e um mártir, converteu-se por meio dos esforços de Tyndale por volta de 1525, e o auxiliou na tradução da Bíblia. Ele foi queimado em Smithfield, no dia 4 de julho de 1533. Frith é mencionado de maneira muito favorável pelos historiadores da Reforma inglesa.1McClintock e Strong, vol. 3, p. 679; D’Aubigné, Hist. Ref., livro 17, p. 672, 689, 706, 707; livro 20, p. 765-766; Fox, Acts and Monuments, livro 8, p. 524-527. Ele próprio declara sua opinião quanto ao sábado e ao primeiro dia:HS 305.2

    “Os judeus têm a Palavra de Deus a favor do sábado deles, uma vez que é o sétimo dia, e foram ordenados a guardá-lo com solenidade. E nós não temos a Palavra de Deus a nosso favor, mas, em vez disso, contra nós; pois não guardamos o sétimo dia, como os judeus, mas, sim, o primeiro, que não foi ordenado pela lei de Deus.”2Frith’s Works, p. 69, citado por Hessey, p. 198.HS 305.3

    Quando a Reforma ergueu o véu de trevas que cobria as nações da Europa, foram encontrados guardadores do sábado na Transilvânia, Boêmia, Rússia, Alemanha, Holanda, França e Inglaterra. Não foi a Reforma que deu origem a esses sabatistas, uma vez que os líderes da Reforma, de modo geral, não tinham afinidade com tais pontos de vista. Pelo contrário, esses observadores do sábado parecem ser remanescentes das antigas igrejas guardadoras do sábado, que testemunharam em prol da verdade durante a Idade das Trevas.HS 305.4

    A Transilvânia, que depois se transformou em uma das divisões orientais do império austríaco, era, no século 16, um principado independente. Por volta da metade desse século, o país se encontrava sob o domínio de Sigismundo. Robinson, historiador dos batistas, faz um relato interessante sobre os acontecimentos daquela época e daquele país:HS 305.5

    “O príncipe recebeu suas primeiras impressões religiosas de seu capelão, Alexius, que era luterano. Ao deixar a função, o monarca escolheu Francis Davidis para sucedê-lo, e assim foi mais informado quanto aos princípios da Reforma. Davidis era natural de uma cidade extremamente populosa e bem fortificada chamada de Coloswar pelos nativos, Clausenberg pelos alemães e Claudiópolis por outros. Era um homem culto, prudente e piedoso, e, nessa fase de sua vida, tinha seus pensamentos mais voltados para os princípios da Reforma do que muitos de seus contemporâneos. Em 1563, sua alteza convidou muitos eruditos estrangeiros para irem à Transilvânia com o propósito de fazer a Reforma avançar.”3Eccl. Researches, cap. 16, p. 630.HS 305.6

    “Vários outros estrangeiros, que haviam sido perseguidos em outros lugares, buscaram refúgio nesse país, onde não se conhecia perseguição religiosa. Esses refugiados eram batistas unitarianos, e, mediante sua habilidade e coragem infatigáveis, o príncipe, boa parte do Senado, grande número de ministros e uma multidão de pessoas abraçaram de coração o plano de Reforma proposto por eles.”4Ibid.HS 306.1

    “No fim, os batistas se tornaram, de longe, o grupo mais numeroso, e receberam um prelo e uma academia de ensino. Além disso, a catedral lhes foi entregue para servir de local de adoração. Eles conseguiram essas coisas sem nenhuma violência; e, embora fundassem suas próprias igrejas segundo as convicções de seus membros, não perseguiram ninguém, mas permitiram a mesma liberdade aos outros. Assim, grande número de católicos, luteranos e calvinistas residiam em perfeita liberdade.”5Idem, p. 631.HS 306.2

    Robinson nos informa ainda que Davidis assumiu a posição unitariana extrema com respeito à adoração a Cristo, e esse parece ser o único erro grave do qual ele pode ser acusado. Davidis era pastor batista unitariano, e recebeu de seus irmãos a incumbência de supervisionar as igrejas da Transilvânia. Sua influência no país durante esse período foi muito grande. Sua opinião acerca do sábado é expressa da seguinte forma:HS 306.3

    “Ele supunha que o sábado judaico não fora abolido e, por isso, santificava o sétimo dia. Acreditava também na doutrina do milênio e, sendo honesto, ensinava aquilo em que cria. Era considerado como apóstolo pelas igrejas da Transilvânia e envelheceu a serviço delas. Mas os católicos, luteranos e calvinistas o consideravam um turco, blasfemador e ateu. Seus irmãos batistas poloneses diziam que ele era meio judeu. Caso fosse judeu por inteiro, não deveria ter sido preso por suas especulações.”6Eccl. Researches, cap. 16, p. 636.HS 306.4

    “Por meios que só o supremo Sondador dos corações conhece, mas usando métodos até então desconhecidos na Transilvânia, o idoso homem foi preso e condenado à morte pelo senado. Ficou preso no castelo, e a providência, colocando fim à vida dele ali, privou seus perseguidores da desgraça de uma execução pública.”7Idem, p. 636-637.HS 306.5

    Robinson conta que “muitos têm sido considerados culpados” pela morte de Davidis, “mas talvez a fonte secreta desse acontecimento não será conhecida até o dia em que o Juiz do mundo investigar os crimes de sangue”. Naquela época, havia muitos guardadores do sábado na Transilvânia, pois Robinson cita muitas pessoas distintas que tinham o mesmo ponto de vista que Davidis. O embaixador Bequessius, general do exército, a princesa, irmã do príncipe John, Chaquius, o conselheiro particular, os dois oradores, o general Andrassi e muitos outros do alto escalão; Somer, o reitor da academia em Claudiópolis, Christian Francken, professor nessa mesma instituição, Matthias Glirius e Adam Neusner. Robinson conta:HS 306.6

    “Todos esses tinham o mesmo ponto de vista que Davidis, como também muitos outros, de diversas posições sociais, os quais, após sua morte na prisão, defenderam sua opinião contra Socino. Palaeologus era da mesma opinião. Ele havia fugido para a Morávia, mas fora capturado pelo imperador, a pedido do papa Gregório XIV, e levado para Roma, onde foi queimado como herege. Era um homem idoso, e, a princípio, ficou aterrorizado, retratando-se; mas ele se recobrou e se sujeitou a seu destino como um cristão.”8Eccl. Researches, cap. 16, p. 640.HS 307.1

    Essas pessoas devem ter sido guardadoras do sábado. Depois de dizer que Davidis “deixou após si discípulos e amigos que defenderam seus pontos de vista com toda força”, Mosheim acrescenta:HS 307.2

    “Os mais proeminentes de todos esses foram: Jacob Palaeologus, da ilha de Quios, que foi queimado em Roma em 1585; Christian Francken, que havia debatido pessoalmente com Socino, e John Somer, mestre da academia de Clausenberg. Essa pequena seita é chamada, pelos escritores partidários de Socino, pelo apelido pejorativo de semijudaizantes.”9Mosheim, Hist. Church, livro 4, séc. 16, seção 3, parte 2, cap. 4, parágrafo 23.HS 307.3

    Temos mais um registro dos guardadores do sábado na Transilvânia, pois, na época de Davidis,HS 307.4

    “John Gerendi [era] o líder dos sabatistas, povo que não guardava o domingo, mas, sim, o sábado, cujos discípulos assumiram o nome de genoldistas.”10Lamy, History of Socinianiam, p. 60.HS 307.5

    Na época da Reforma também foram encontrados guardadores do sábado na Boêmia, país da Europa central, mas dependemos daqueles que desprezavam sua fé e prática para obter qualquer conhecimento sobre sua existência. Erasmo fala o seguinte a respeito desse grupo:HS 307.6

    “Ouvimos dizer que, entre os boêmios, surgiu um novo tipo de judeus chamados de sabatistas, os quais guardam o sábado com tanta superstição que, se qualquer coisa lhes cair nos olhos, eles não a retiram – como se não lhes fosse suficiente, em lugar do sábado, o dia do Senhor, que para os apóstolos também era sagrado; ou como se Cristo não tivesse dito expressamente o que se pode fazer no dia de sábado.”11“Nunc audimus apud Bohemos exoriri novum Judæorum genus, Sabbatarios appellant, qui tanta superstitione servant Sabbatum, ut si quid eo die inciderit in oculum, nolint eximere: quasi non sufficiat eis pro Sabbato Dies Dominicus, qui Apostolis etiam erat sacer, aut quasi Christus non satis expresserit quantum tribune dum sit Sabbato” (De Amabili Ecclesiæ Concordia; Opera, tomo 5, p. 506, Lugd. Bat. 1704; citado por Cox, Sabbath Literature, vol. 2, p. 201, 202; Hessey, p. 374).HS 307.7

    Nada precisamos dizer acerca da suposta superstição desses guardadores do sábado. A declaração refuta-se a si mesma, e revela o amargo preconceito daqueles que falavam dessa maneira a respeito deles. Mas não resta dúvida de que existiam guardadores do sábado na Boêmia nessa época. Eles tinham certa importância e provavelmente publicaram suas opiniões, divulgando-as para o mundo, pois Cox nos conta:HS 307.8

    “Hospinian, de Zurique, no tratado Concerning the Feasts of the Jews and of the Gentiles [Das Festas dos Judeus e dos Gentios], capítulo 3 (Tiguri, 1592), responde aos argumentos desses sabatistas.”12Cox, vol. 2, p. 202.HS 308.1

    A existência desse grupo de guardadores do sábado na Boêmia, na época da Reforma, é uma forte prova conjectural de que os valdenses da Boêmia, mencionados anteriormente, apesar das alegações de que guardavam o domingo, eram, na verdade, guardadores do antigo sábado.HS 308.2

    Na Rússia, os observadores do sétimo dia são numerosos na atualidade. Sua existência remonta aproximadamente ao ano 1400. Eles são, portanto, pelo menos cem anos mais antigos que a obra de Lutero. O primeiro escritor que eu cito aqui se refere a eles como “tendo deixado a fé cristã”. Todavia, mesmo em nossa época, é muito comum as pessoas dizerem que aqueles que deixam o primeiro dia para guardar o sétimo renunciaram a Cristo, trocando-o por Moisés.13Essas declarações a respeito dos guardadores do sétimo dia são muito comuns. Até mesmo aqueles que começaram a guardar o sábado em Newport foram acusados de “ter deixado a Cristo e se voltado a Moisés na observância de dias, tempos, estações e coisas do tipo” (Seventh-day Baptist Memorial, vol. 1, p. 32). O pastor da igreja batista do primeiro dia de Newport disse-lhes: “Julgo que vocês negaram a Cristo e continuam a fazê-lo” (idem, p. 37). Ele também diz que eles praticavam a circuncisão. Até Carlstadt foi acusado de tal fato por Lutero, como uma dedução necessária do fato de Carlstadt observar o dia ordenado pelo quarto mandamento. Já que esse é um método comum de caracterizar os guardadores do sábado da presente época e também das eras passadas – pois quando faltam argumentos, as pessoas recorrem a termos infames –, o historiador, que formula o relato desse povo com base na declaração do grupo dominante, certamente os representará como se estivessem rejeitando a Cristo e ao evangelho e aceitando, em seu lugar, Moisés e a lei cerimonial. Apresento as declarações dos historiadores tais como foram escritas, cabendo ao leitor julgar. Robert Pinkerton faz o seguinte relato a respeito dessas pessoas:HS 308.3

    “Seleznevtschini. Esta seita é, nos tempos modernos, exatamente o que os Strigolniks eram em sua origem. São, em princípio, judeus. Mantêm a obrigação divina da circuncisão. Guardam o sábado judaico e a lei cerimonial. Há muitos deles na região de Tula, no rio Kuma, e em outras províncias. São muito numerosos na Polônia e na Turquia, onde, tendo deixado a fé cristã, se uniram à semente de Abraão, segundo a carne, ao rejeitarem o Messias e o evangelho.”14The Present State of the Greek Church in Russia, Apêndice, p. 273, New York, 1815.HS 308.4

    O antigo nome russo desse grupo era Strigolniks. O Dr. Murdock apresenta o relato a seguir sobre eles:HS 308.5

    “É comum datar a origem dos sectários da igreja russa mais ou menos da metade do século 17, na época do patriarca Nikon. No entanto, segundo os anais russos, já existiam dissidentes dentro da igreja russa 200 anos antes da época de Nikon. E os conflitos que ocorreram em sua época só proveram os meios para o aumento de seus números, dando-lhes visibilidade pública. Os primeiros desses dissidentes apareceram em Novogorod, no início do século 15, tendo recebido o nome de Strigolniks.”HS 308.6

    “Um judeu chamado Horie pregava uma mistura de judaísmo e cristianismo, e converteu dois sacerdotes, Denis e Alexie, os quais conquistaram grande número de seguidores. Essa seita era tão numerosa que foi convocado um concílio nacional por volta do fim do século 15, a fim de se opor a ela. Pouco tempo depois, Karp, um diácono excomungado, se uniu aos Strigolniks e acusou o alto clero de vender o ofício do sacerdócio e corromper a igreja a tal ponto que o Espírito Santo Se retirou dela. Ele foi um propagador muito bem-sucedido dessa seita.”15Murdock’s Mosheim, livro 4, séc. 17, seção 2, parte 1, cap. 2, nota 12.HS 309.1

    É muito comum os historiadores se referirem aos cristãos guardadores do sábado de duas maneiras: (1) citando especificamente a guarda do sábado e caracterizando-os como um grupo que deixou a Cristo para seguir Moisés e a lei cerimonial; (2) mencionando os princípios sabatistas de maneira tão vaga que o leitor provavelmente não suspeitará se tratar de guardadores do sábado. Pinkerton fala dos guardadores do sábado usando o primeiro desses métodos; já Murdock lança mão do segundo. Fica claro que Murdock não considerava que tais pessoas haviam rejeitado a Cristo, e está evidente, com base em Pinkerton, que os dois escritores estão se referindo ao mesmo povo.HS 309.2

    Qual foi a origem desses russos guardadores do sábado? Sem dúvida, não foi a Reforma do século 16, pois eles já existiam pelo menos um século antes desse evento. Vimos que os valdenses, durante a Idade das Trevas, espalharam-se por muitos países da Europa, o que também ocorreu com o povo chamado de cátaros [os albigenses], se ambos não forem o mesmo grupo. Notamos que eles se dispersaram, particularmente, pela Polônia, Lituânia, Esclavônia, Bulgária, Livônia, Albânia e Sarmácia.16Ver o capítulo 21 desta obra. Todos esses países passaram a integrar o império russo. Havia muitos guardadores do sábado na Rússia antes dos dias de Lutero. O sábado do Senhor foi certamente conservado por muitos dos antigos valdenses e cátaros, conforme já vimos. Aliás, as mesmas coisas afirmadas acerca dos guardadores do sábado russos – que eles se apegavam à circuncisão e à lei cerimonial – também eram acusações lançadas aos cátaros e à ramificação dos valdenses conhecida como passagínios.17Ibid. Resta alguma dúvida de que temos nesses cristãos antigos os ancestrais dos guardadores do sábado russos do século 15?HS 309.3

    Maxson faz a seguinte declaração:HS 309.4

    “Constatamos que surgem guardadores do sábado na Alemanha, no fim do século 15 ou início do 16, de acordo com ‘O Quadro de Todas as Religiões de Ross’. A inclusão deles no quadro de Ross revela que seu número era grande o bastante para exigir algum tipo de organização e chamar a atenção. Parte deles formou uma igreja e emigrou para a América no início da colonização dessa nação.”18Maxson, Hist. Sab., p. 41.HS 309.5

    Utter faz a seguinte declaração acerca dos guardadores do sábado na Alemanha e na Holanda:HS 310.1

    “No início do século 16, encontram-se vestígios de guardadores do sábado na Alemanha. O antigo livro holandês dos mártires apresenta o relato de um ministro batista chamado Stephen Benedict, um tanto conhecido por batizar em meio a uma forte perseguição na Holanda, o qual, segundo autoridades de confiança, teria guardado o sétimo dia como o sábado. Uma das pessoas batizadas por ele foi Barbary von Thiers, esposa de Hans Borzen, que foi executada em 16 de setembro de 1529. Em seu julgamento, ela declarou que rejeitava o sacramento idólatra do sacerdócio e também a missa.”19Manual of the Seventh-day Baptists, p. 16.HS 310.2

    Apresentamos sua declaração de fé acerca do domingo e dos dias santos:HS 310.3

    “‘Deus ordenou que descansássemos no sétimo dia’. Além disso ela não foi, mas com a ajuda e a graça de Deus, nisso perseverou, e até morreu por isso; pois essa é a verdadeira fé e o caminho reto em Cristo.”20Martyrology of the Churches of Christ, commonly called Baptists, during the era of the Reformation. Do holandês de T. J. Van Braght, Londres, 1850, vol. 1, p. 113-114.HS 310.4

    Outra mártir, Christina Tolingerin, é assim mencionada:HS 310.5

    “Acerca dos dias santos e do domingo, ela disse: ‘Em seis dias o Senhor fez o mundo e no sétimo dia descansou. Os outros dias santos foram instituídos por papas, cardeais e arcebispos.’”21Idem, p. 113.HS 310.6

    Nessa época, havia guardadores do sábado na França:HS 310.7

    “Na França também havia cristãos dessa categoria, dentre eles, M. de la Roque, que escreveu uma defesa do sábado contra Bossuet, bispo católico de Meaux.”22Manual of the S. D. Baptists, p. 16.HS 310.8

    O Dr. Wall faz referência a M. de la Roque em sua célebre história do batismo infantil, considerando-o “homem instruído em outros aspectos”, mas em grande erro por afirmar que “a igreja primitiva não batizava bebês”.23Wall, History of Infant Baptism, vol. 2, p. 379, Oxford, 1835. É digno de nota que os guardadores do sábado sempre tenham observado o batismo bíblico – o sepultamento dos cristãos penitentes na sepultura das águas. Nenhum povo que manteve o batismo infantil ou a aspersão dos crentes tem guardado o sétimo dia.24Não conheço nenhuma exceção a essa declaração. Se houver, provavelmente será encontrada dentre aqueles que observavam tanto o sétimo quanto o primeiro dia. Mesmo nesse caso, certamente não praticavam o batismo por aspersão, mas é possível achar a prática do batismo de crianças pequenas.HS 310.9

    Não se sabe ao certo qual é a origem dos sabatistas da Inglaterra. O fato de defenderem o batismo [por imersão] dos que creem e a guarda do sétimo dia como o sábado do Senhor aponta fortemente para o fato de terem sido descendentes dos hereges perseguidos na Idade das Trevas, em vez de dos reformadores do século 16, os quais mantiveram o batismo infantil e a festa do domingo. Crosby testifica que um grande número desses hereges já existia há muito tempo na Inglaterra:HS 311.1

    “Pois na época de William, o Conquistador [1070 d.C.], e de seu filho William Rufus, parece que os valdenses e seus discípulos da França, Alemanha e Holanda buscavam abrigo com frequência na Inglaterra, e ali abundavam. [...] A heresia beringária, ou valdense, assim denominada pelo cronologista, havia corrompido toda a França, Itália e Inglaterra por volta de 1080 d.C.25Hist. English Baptists, vol. pref., p. 43-44.HS 311.2

    Maxson conta acerca dos sabatistas ingleses:HS 311.3

    “Na Inglaterra, encontramos guardadores do sábado desde tempos muito antigos. O Dr. Chambers declara: ‘Eles surgiram na Inglaterra no século 16’. Com isso, entendemos que, nessa época, eles se tornaram uma denominação distinta nesse reino.”26Maxson, Hist. Sab., p. 42.HS 311.4

    Benedict fala o seguinte acerca da origem deles:HS 311.5

    “Não se sabe ao certo quando os batistas do sétimo dia começaram a formar igrejas nesse reino, mas provavelmente já existiam há muito tempo. E, embora suas igrejas nunca tenham sido numerosas, encontram-se entre eles, há quase duzentos anos, alguns homens muito proeminentes.27Gen. Hist. Bapt. Denom., vol. 2, p. 414, ed. 1813.HS 311.6

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