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Um Convite à Diferença - Contents
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    Capítulo 9—Preparando-se Para Morrer

    E, SAINDO, FOI, COMO DE COSTUME, PARA O MONTE DAS OLIVEIRAS; E OS DISCÍPULOS O ACOMPANHARAM, CHEGANDO AO LUGAR ESCOLHIDO, JESUS LHES DISSE: ORAI, PARA QUE NÃO ENTREIS EM TENTAÇÃO. ELE, POR SUA VEZ, SE AFASTOU, CERCA DE UM TIRO DE PEDRA, E, DE JOELHOS, ORAVA, DIZENDO: PAI, SE QUERES, PASSA DE MIM ESTE CÁLICE; CONTUDO, NÃO SE FAÇA A MINHA VONTADE, E SIM A TUA” (LUCAS 22:39-42).UCD 41.1

    Jesus dirigiu-Se, com os Seus discípulos, lentamente para o Getsémani. A lua nessa noite de Páscoa brilhava num céu sem nuvens. As tendas de todos os peregrinos que se tinham dirigido a Jerusalém para a festa estavam silenciosas.UCD 41.2

    Durante a viagem Jesus tinha estado em intensa conversação com os Seus discípulos, mas ao aproximarem-se do Getsémani, Ele ficou estranhamente silencioso. Vinha muitas vezes a este lugar para meditar e orar, mas nunca tinha vindo com um coração tão perturbado como nessa noite. Parecia ter perdido o apoio do Seu Pai ao chegar o momento em que devia carregar os pecados do mundo. Os discípulos não podiam deixar de notar a grande mudança que se tinha dado no seu Mestre.UCD 41.3

    Perto da entrada do jardim, Jesus deixou para trás a maior parte dos discípulos, pedindo-lhes que orassem por Ele e por si mesmos. Depois, acompanhado por Pedro, Tiago e João, avançou mais para o interior do jardim, onde lhes pediu que orassem também. Avançou ainda mais uns passos aos tropeções, ao alcance da vista e do ouvido dos discípulos, e caiu ao chão. Como ser humano, começou a sofrer os resultados do pecado da humanidade.66O DESEJADO DE TODAS AS NAÇÕES, PP. 685, 686UCD 41.4

    Jesus e Satanás tinham-se encontrado num conflito mortal no deserto três anos antes, no início do Seu ministério terreno, e ali Ele tinha vencido. Agora o tentador vem para um último e terrível assalto final. Tudo está em jogo para ele. Se falhar desta vez, perderá a esperança de Se tornar o Senhor do mundo. Na Sua agonia, Jesus agarra-Se ao solo frio, como se quisesse evitar ser mais afastado do Pai, e dos Seus lábios sai o clamor: “MEU PAI, SE POSSÍVEL, PASSE DE MIM ESTE CÁLICE! TODAVIA, NÃO SEJA COMO EU QUERO, E SIM COMO TU QUERES” (MATEUS 26:39).UCD 41.5

    Todos os seres humanos desejam simpatia em momentos de sofrimento. Jesus também ansiava por simpatia. Naquele momento da Sua agonia final, veio ter com os discípulos em busca do seu conforto. Sempre os tinha apoiado nos seus problemas, e ansiava saber que estavam a orar por Ele. Cambaleou até ao lugar onde os tinha deixado, mas encontrou os três adormecidos. Pouco antes, quando Jesus os tinha advertido do conflito iminente, todos Lhe tinham assegurado que de boa vontade enfrentariam prisão ou morte por Sua causa. Pedro ainda acrescentou que, ainda que todos os outros falhassem, ele não o faria.67IBID., PP. 686-688UCD 42.1

    Com incrível tristeza, Jesus despertou os Seus discípulos adormecidos. Dirigindo-Se a Pedro, perguntou: “Nem uma hora sequer puderam apoiar-Me? Vocês têm muito boa vontade, mas também são muito fracos.” Tristemente, Jesus afastou-Se para continuar a lutar sozinho, e ali transpirou gotas de sangue que caíram ao chão e se misturaram com o orvalho.UCD 42.2

    “TORNANDO A RETIRAR-SE, OROU DE NOVO, DIZENDO: MEU PAI, SE NÃO É POSSÍVEL PASSAR DE MIM ESTE CÁLICE SEM QUE EU O BEBA, FAÇA-SE A TUA vontade” (Mateus 26:42). A primeira reacção dos três discípulos foi correrem para o Seu lado, mas chegaram à conclusão de que deviam fazer o que Ele lhes tinha pedido. Por isso, oraram, depois gradualmente voltaram a adormecer. Mais tarde, Jesus aproximou-Se deles uma segunda vez e encontrou-os adormecidos. Ficaram agitados quando Ele veio ter com eles, mas ficaram sem palavras na Sua presença. Ao verem o Seu sobrolho manchado de sangue, ficaram vencidos pelo temor, incapazes de perceber o que se passava.68IBID., PP. 689, 690UCD 42.3

    Voltando ao Seu lugar de angústia, Jesus mais uma vez orou pela Sua alma agonizante e tentada. Que momento espantoso! O destino do mundo estava a ponto de ser decidido. O futuro da humanidade estava na balança. Mesmo nesse momento Jesus podia ter recusado tomar o lugar da humanidade culpada. Não era demasiado tarde para pôr tudo isto de lado. Podia ter deixado o mundo na sua pecaminosidade e voltado para o Seu Pai no Céu. Mas mais uma vez, e ainda outra vez - sim, três vezes - Ele orou ao Pai: “Faça-se a tua vontade, não a minha.”69IBID., P. 690UCD 42.4

    Anjos vigiavam a agonia de Jesus. Viram as legiões de forças satânicas ao Seu redor. O Céu estava em silêncio; nenhuma música podia ser tocada nesse momento solene. Viram o Pai a separar o Seu amor do Seu amado Filho. Mundos não caídos observavam com interesse profundo enquanto o conflito na Terra chegava ao seu clímax.UCD 43.1

    Algum tempo depois, embora a agonia de Cristo continuasse, a Sua profunda depressão e desânimo deixaram-n’O e, calmamente, com a paz escrita no Seu rosto manchado de sangue, levantou-Se para enfrentar o Calvário.UCD 43.2

    Ao caminhar de regresso ao lugar onde todos os discípulos dormiam, Jesus apercebeu-Se da multidão que se aproximava e acordou os Seus associados com o anúncio de que o traidor se aproximava. Pondo-Se à frente dos discípulos, Jesus encarou a multidão e perguntou: “A quem buscais?” Quando eles responderam a “Jesus de Nazaré”, Jesus respondeu: “Sou eu”.UCD 43.3

    Enquanto Jesus falava, um anjo colocou-Se entre Ele e a multidão. Uma luz divina iluminava o rosto de Jesus, e uma forma semelhante a uma pomba espalhava a sua sombra. Ao ver isto, a horda assassina recuou. Sacerdotes, anciãos, soldados até Judas - caíram ao chão.UCD 43.4

    Nesse momento Jesus podia facilmente ter escapado, mas manteve-Se no Seu lugar mesmo tendo os Seus acusadores caídos aos Seus pés. Os discípulos observavam a cena em silêncio e espantados.UCD 43.5

    Então a cena mudou rapidamente. Quando o anjo se afastou, desaparecendo a sua glória na noite, soldados, sacerdotes e Judas levantaram-se e encararam Jesus. Envergonhados da sua fraqueza e receosos de que Jesus pudesse fugir, de novo disseram que queriam Jesus de Nazaré, e Jesus respondeu: “JÁ vos disse que sou eu. Se é a mim que buscais, deixai ir estes” (João 18:8). Nessa noite, Ele tinha visto muitas evidências da fraca fé dos Seus amigos, e queria protegê-los de mais tentações e dificuldades.UCD 43.6

    “Ora, o traidor tinha-lhes dado este sinal: Aquele a quem eu BEIJAR, É ESSE; PRENDEI-O” (Mateus 26:48). Por um momento, Ju das finge não ter nada a ver com a multidão. Avançando para Jesus, pega-Lhe na mão e diz: “Saudações, Mestre!” e beija-O várias vezes, fingindo chorar preocupado com o perigo que Jesus corria. Mas Jesus responde: “Judas, com um beijo trais o Filho do homem?” (Lucas 22:48). Se alguma coisa o pudesse fazer, isto deveria ter perturbado a consciência de Judas. Infelizmente, ele manteve a sua posição de desafio, não mostrando qualquer sinal de arrependimento por essa horrível traição.70IBID., PP. 693-696UCD 43.7

    “Então, dirigindo-Se Jesus AOS principais sacerdotes, capitães DO TEMPLO E anciãos que vieram prendê-l’O, disse: Saístes com espadas E porretes como para deter um salteador? Diariamente, estando eu convosco, no templo, não pusestes AS mãos sobre mim. Esta, porém, É A VOSSA HORA E o PODER DAS TREVAS” (VERSOS 52, 53).UCD 44.1

    Os discípulos ficaram aterrorizados quando viram que Jesus Se deixava prender e levar. Não O podiam compreender, e criticavam-n’O por Se submeter à multidão. Nesse momento de grande temor, Pedro propôs que se salvassem. Seguindo a sua sugestão, “os discípulos todos, deixando-O, fugiram” (Mateus 26:56).71IBID., P. 697UCD 44.2

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