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    2 - Estudos sobre a Fé

    A. T. JonesESF 19.1

    “Sem fé é impossível agradar a Deus” (Hebreus 11:6). A razão para isso é que “tudo o que não provém de fé é pecado” (Romanos 14:23), e, naturalmente, o pecado não pode agradar a Deus.ESF 19.2

    É por essa razão que o Espírito de Profecia afirma na primeira página da Review de 8 de outubro de 1898: “O conhecimento do que as Escrituras pretendem ensinar ao insistir sobre a necessidade de cultivarmos a fé é mais essencial do que qualquer outro conhecimento que possa ser adquirido”.ESF 19.3

    Por essa razão, de agora em diante, nesta seção de cada edição da Review, vamos apresentar um estudo bíblico sobre a fé – sua natureza, como é que ela surge e como exercê-la. Nosso objetivo é que o leitor possa ter o conhecimento que “é mais essencial do que qualquer outro conhecimento que possa ser adquirido”.ESF 19.4

    Advent Review and Sabbath Herald, 29 de novembro de 1898.ESF 19.5

    Antes de conseguirmos compreender o que as Escrituras pretendem nos ensinar ao insistir sobre a necessidade de cultivarmos a fé, é essencial conhecermos o que é fé.ESF 19.6

    Francamente falando, não adianta muito insistir com uma pessoa sobre a necessidade de cultivar a fé se ela não possui um conhecimento inteligente sobre a natureza da fé. E é triste afirmar que, embora o Senhor tenha deixado o assunto perfeitamente claro nas Escrituras, há muitos membros da igreja que não sabem o que é fé. Podem até conhecer a definição de fé, mas não conhecem sua essência. Não conseguem captar o conceito que a definição transmite.ESF 19.7

    Por essa razão, não vamos apresentar a definição agora; em vez disso, citaremos e estudaremos uma ilustração de fé – um exemplo que vai destacar a fé tão nitidamente que todos conseguirão compreender sua verdadeira natureza.ESF 20.1

    A fé vem “pela palavra de Deus” (Romanos 10:17, ARC). Então vamos à Palavra para encontrá-la.ESF 20.2

    Certo dia um centurião veio até Jesus e lhe disse:ESF 20.3

    “Senhor, o meu criado jaz em casa, de cama, paralítico, sofrendo horrivelmente. Jesus lhe disse: Eu irei curá-lo. Mas o centurião respondeu: Senhor, não sou digno de que entres em minha casa; mas apenas manda com uma palavra, e o meu rapaz será curado. [...] Ouvindo isto, admirou-Se Jesus e disse aos que O seguiam: Em verdade vos afirmo que nem mesmo em Israel achei fé como esta” (Mateus 8:6-10).ESF 20.4

    Observe bem o que Jesus afirma ser . Quando entendermos bem isso, podemos dizer que encontramos a fé. Se percebermos como o relato ilustra a fé, saberemos qual é a essência da fé. Ninguém precisa ficar com dúvida sobre isso, pois Cristo é “o Autor [...] da fé” (Romanos 12:2); e Ele diz que aquilo que o centurião manifestou era “fé” – sim, grande fé.ESF 20.5

    Onde está, então, a fé nesta história? O centurião queria que algo fosse realizado. Ele queria que o Senhor o fizesse. Mas quando o Senhor disse: “Eu irei” curar o rapaz, o centurião O impediu dizendo: “Apenas manda com uma palavra” e o que pedi será feito.ESF 20.6

    Agora, de acordo com a expectativa do centurião, qual seria o agente da obra? Apenas a palavra. De que ele dependeu para a cura do seu servo? Apenas da palavra. E o Senhor Jesus afirma que aquilo era .ESF 20.7

    Agora, irmãos, o que é fé?ESF 20.8

    Advent Review and Sabbath Herald, 6 de dezembro de 1898.ESF 20.9

    Fé é esperar que a Palavra de Deus realize o que ela diz que fará e depender dessa Palavra para que faça o que ela afirma.ESF 21.1

    Sendo essa a essência da fé e sabendo que a fé vem pela Palavra de Deus, fica claro que a Palavra de Deus, a fim de inculcar em nós a fé, precisa nos ensinar que a Palavra tem em si o poder para realizar o que ela própria diz.ESF 21.2

    E a Palavra de Deus não mente sobre esse assunto: ela de fato ensina o que acabamos de expressar, e nada além disso. Por isso podemos dizer que a Palavra é “fiel” [Tito 1:9].1[Tito 1:9] KJV, “faithful”, que em língua inglesa significa cheia de fé – “full of faith”.ESF 21.3

    A maior parte do primeiro capítulo da Bíblia é um manual de instrução sobre a fé. Esse capítulo contém pelo menos seis declarações específicas que demonstram a natureza da fé. Se contarmos com o versículo 1, em que o uso da palavra está implícito, temos o total de sete.ESF 21.4

    O assunto da fé é repetido várias vezes mediante o ensino de que a palavra de Deus realiza o que é falado por meio dessa palavra.ESF 21.5

    Vamos ler o primeiro versículo da Bíblia. “No princípio, criou Deus os céus e a terra”. Como Ele os criou? “Os céus por Sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de Sua boca, o exército deles”.ESF 21.6

    “Pois Ele falou, e tudo se fez; Ele ordenou, e tudo passou a existir” (Salmos 33:6-9). Antes de Deus falar, nada existia. Depois que Ele falou, “tudo passou a existir”. Apenas pela palavra, tudo existiu. O que fez com que tudo passasse a existir? Apenas a palavra.ESF 21.7

    Havia, porém, trevas sobre a face do abismo. Deus queria que houvesse luz, mas como poderia haver luz se havia apenas trevas? Ele novamente falou: “E disse Deus: Haja luz; e houve luz”. De onde veio a luz? A própria palavra que foi dita foi o agente que produziu a luz. “A entrada das Tuas palavras dá luz” (Salmos 119:130, KJV).ESF 21.8

    Não havia nenhum firmamento, ou atmosfera. Deus queria que houvesse um firmamento. Como poderia ser feito? “E disse Deus: Haja firmamento [...]. E assim se fez”. Outra tradução para “e assim se fez” é “e assim aconteceu”. O que fez com que o firmamento passasse a existir? O que fez com que ele assim acontecesse? Apenas a palavra. Ele falou, e assim foi. A própria palavra falada fez com que ele existisse.ESF 22.1

    Deus quis então que houvesse a porção seca. Como isso poderia acontecer? Deus novamente falou. “E disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num só lugar, e apareça a porção seca. E assim se fez”.ESF 22.2

    Em seguida, não havia vegetação. De onde ela viria? Deus falou novamente. “E disse Deus: Produza a terra relva, ervas que deem semente e árvores frutíferas que deem fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nele, sobre a terra. E assim se fez.ESF 22.3

    Ele falou novamente. “E disse Deus: Haja luzeiros no firmamento dos céus [...]. E assim se fez”.ESF 22.4

    Mais uma vez Ele falou. “E disse Deus: Produza a terra seres viventes [...]. E assim se fez.ESF 22.5

    Foi assim que “por Sua palavra” Deus criou todas as coisas. Ele apenas disse a palavra, e assim se fez. A própria palavra falada fez com que tudo existisse.ESF 22.6

    Foi assim na criação. E foi assim na redenção. Ele curou os doentes; expulsou demônios; acalmou a tempestade; purificou os leprosos; ressuscitou os mortos; perdoou os pecados – tudo por Sua palavra. Em todas essas situações, “Ele falou, e tudo se fez”.ESF 22.7

    “Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre. (Hebreus 13:8). Ele é sempre o Criador. E sempre faz todas as coisas apenas por Sua palavra. E Ele pode fazer tudo por Sua palavra, pois a característica essencial da palavra de Deus é que ela possui o poder divino por meio do qual ela própria realiza a obra que foi falada.ESF 22.8

    Portanto, a consiste no conhecimento de que na palavra de Deus existe poder, na esperança de que a própria palavra realiza a obra que foi falada e na dependência dessa mesma palavra para que ela opere o que ela falou.ESF 22.9

    O ensino da fé envolve ensinar às pessoas que essa é a natureza da palavra de Deus; o ensinar como exercer a fé é ensinar as pessoas a esperar que a palavra de Deus realize o que ela diz e depender da palavra para que ela realize a obra que por ela é falada; o cultivo da fé é fazer com que, pela prática, haja aumento da confiança no poder que a própria palavra de Deus tem de realizar o que ela diz.ESF 23.1

    “O conhecimento do que as Escrituras pretendem ensinar ao insistir sobre a necessidade de cultivarmos a fé é mais essencial do que qualquer outro conhecimento que possa ser adquirido”.ESF 23.2

    Você está cultivando a fé?ESF 23.3

    Advent Review and Sabbath Herald, 27 de dezembro de 1898.ESF 23.4

    Fé é esperar que a própria palavra de Deus realize o que ela diz que fará e depender dessa própria palavra para que faça o que ela afirma.ESF 23.5

    Quando isso for discernido claramente, é perfeitamente fácil compreender a afirmação de que “a fé é a certeza das coisas que se esperam, a convicção das coisas que não se veem” (Hebreus 11:1).ESF 23.6

    Visto que a palavra de Deus está imbuída de poder criativo – portanto capaz de produzir no sentido mais concreto e substancial possível a coisa que a palavra fala; e visto que fé é a esperança de que a própria palavra realize o que a palavra diz, bem como a dependência apenas dessa palavra para que essa palavra faça o que ela afirma, fica suficientemente claro que fé é a concretização ou materialização das coisas que se esperam.ESF 23.7

    Visto que a palavra de Deus é, em si mesma, criativa, e, portanto, capaz de produzir ou fazer com que apareça aquilo que de outra forma nunca existiria ou seria visto; e visto que a fé é a esperança de que somente a palavra concretizará a coisa esperada, bem como a dependência apenas dessa palavra para que a coisa se realize, fica suficientemente claro que fé é “a convicção das coisas que não se veem”.ESF 23.8

    O fato, portanto, é que “pela , entendemos que os mundos, pela palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente” (Hebreus 11:3).ESF 24.1

    A pessoa que exerce a fé sabe que a palavra de Deus é criativa e que, por essa razão, é capaz de produzir a coisa falada. Logo, ela pode entender, não supor, que os mundos foram criados e vieram a existir pela palavra de Deus.ESF 24.2

    A pessoa que exerce a fé pode entender que, embora nenhuma das coisas que agora vemos existisse em algum lugar antes de a palavra de Deus ser falada – nem mesmo as substâncias das quais elas são formadas – mesmo assim quando a palavra foi falada, os mundos passaram a existir, simplesmente porque a própria palavra fez com que existissem.ESF 24.3

    Essa é a diferença entre a palavra de Deus e a palavra do homem. O homem pode falar, mas não há poder algum em suas palavras para realizar o que ele fala. Se a coisa que ele falou precisa ser realizada, o homem precisa fazer algo além de falar a palavra. Ele precisa fazer sua palavra valer.ESF 24.4

    Não é assim com Deus.ESF 24.5

    Quando Deus fala, a coisa passa a existir. Ela existe, simplesmente porque Ele falou. A palavra realiza aquilo que foi do agrado de Deus falar. Não é necessário que o Senhor, à semelhança do ser humano, faça algo adicional à palavra falada. Ele não precisa fazer Sua palavra valer. Ela vale por si só. Ele fala “apenas a palavra”, e as coisas se concretizam.ESF 24.6

    E é por isso que está escrito: “Pelo que também damos, sem cessar, graças a Deus, pois, havendo recebido de nós a palavra da pregação de Deus, a recebestes, não como palavra de homens, mas (segundo é, na verdade) como palavra de Deus, a qual também opera em vós, os que crestes”, ou seja, em vocês que exercem a fé (1 Tessalonicenses 2:13).ESF 24.7

    É por essa razão também que a Bíblia diz que “é impossível que Deus minta” (Hebreus 6:18). Não é só por Deus não querer mentir que é impossível que Ele minta, mas também porque Ele não pode. E Ele não pode mentir simplesmente porque Ele não pode: é impossível. E é impossível porque, quando Ele fala, a energia criativa se encontra na palavra falada, de maneira que “apenas a palavra” faz com que o que foi falado se torne uma realidade.ESF 24.8

    O ser humano pode falar uma palavra e esta não se concretizar. Logo, o homem pode mentir, pois falar o que não corresponde à realidade significa mentir. O homem, então, pode mentir, pode falar coisas que não correspondem à realidade, já que sua palavra não tem poder algum para fazer com que tais coisas se concretizem. Com Deus isso é impossível. Ele não pode mentir, “pois Ele falou, e tudo se fez”. Ele fala, e tudo passa a existir.ESF 25.1

    É por isso também que quando a palavra de Deus é falada acerca de determinado tempo, como em uma profecia a se cumprir centenas de anos no futuro, no momento em que esse tempo de fato chega, a palavra é cumprida. Cumpre-se então a palavra; não porque Deus, separado da palavra, faça algo para cumpri-la, mas porque a palavra foi falada com referência àquele tempo, e nela se encontra a energia criativa que faz com que a palavra, no tempo profetizado, realize a coisa falada.ESF 25.2

    É por essa razão que, se as crianças não tivessem exclamado “Hosana ao Filho de Davi!”, as pedras imediatamente teriam clamado. E é por essa razão que quando chegou o terceiro dia, era “impossível” que Cristo continuasse cativo da morte.ESF 25.3

    Como a palavra de Deus é divina! Nela se encontra energia criativa. Ela “é viva, e eficaz” (Hebreus 4:12). A palavra de Deus cumpre-se por si só, é autorrealizável; e confiar nela e depender dela como tal, isso corresponde a exercer fé. “Você tem fé?” (Romanos 14:22, KJV).ESF 25.4

    Advent Review and Sabbath Herald, 3 de janeiro de 1899.ESF 25.5

    ESF 25.6

    “O conhecimento do que as Escrituras pretendem ensinar ao insistir sobre a necessidade de cultivarmos a fé é mais essencial do que qualquer outro conhecimento que possa ser adquirido.”ESF 26.1

    Observe que se trata do conhecimento do que as Escrituras pretendem ensinar no que diz respeito à “necessidade de cultivarmos a fé” – não especificamente sobre termos fé, mas cultivá-la.ESF 26.2

    Não há muita coisa dita nas Escrituras sobre nossa necessidade de ter fé, ao passo que muitíssimo é dito sobre cultivar a fé.ESF 26.3

    A razão para isso é que uma fé inicial é concedida a todos; e tudo o que precisam fazer é cultivar essa fé. Ninguém é capaz de ter mais fé do que a que lhe foi concedida, a menos que cultive a fé que já foi dada. E não há nada conhecido pelo ser humano que se desenvolve tão rapidamente quanto a fé quando esta é cultivada, pois a “fé cresce sobremaneira” (1 Tessalonicenses 1:3).ESF 26.4

    A fé é a esperança de que a própria palavra de Deus cumprirá o que a palavra diz, bem como a dependência “apenas” da palavra para que se cumpra o que a palavra diz. Cultivar a fé significa cultivar a dependência “apenas” da palavra em si para que esta realize o que ela diz.ESF 26.5

    A fé é “dom de Deus” (Efésios 2:8); e as Escrituras afirmam claramente que ela é dada a todos. Paulo nos fala da “medida da fé” que “Deus repartiu a cada um” (Romanos 12:3). Essa medida de fé que “Deus repartiu a cada um” constitui o capital inicial concedido a “todo homem que vem ao mundo” (João 1:9, ARC); e espera-se que cada pessoa negocie a partir desse capital – que o cultive – para a salvação da própria alma.ESF 26.6

    Não há perigo algum de que este capital diminua ao ser ele usado. Sempre que ele for usado, ele há de crescer. Crescerá sobremaneira. E tão certo quanto seu crescimento serão a justiça, a paz e a alegria do Senhor – graças garantidas com vistas à plena salvação da alma.ESF 26.7

    Repito: A fé vem pela palavra de Deus. Portanto, está escrito: “A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da que pregamos” (Romanos 10:8). Assim, a , a própria palavra da , está na boca e no coração de todo ser humano.ESF 26.8

    Como isso acontece? Dessa forma: quando o primeiro casal pecou no jardim, eles creram completamente em Satanás. Eles se entregaram completamente a Satanás. Eles ficaram completamente cativos dele. Havia então perfeita concordância e paz entre eles e Satanás. Mas Deus não permitiu que ficasse assim. Ele quebrou essa harmonia e destruiu essa paz. E Ele o fez mediante Sua palavra, quando disse a Satanás: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente” (Gênesis 3:15).ESF 27.1

    “Somente Deus pode continuamente colocar inimizade entre a descendência da mulher e a da serpente. Depois da transgressão do homem, sua natureza tornou-se má. Havia, então, paz entre Satanás e o homem caído. Caso não tivesse havido nenhuma interferência da parte de Deus, os homens teriam formado uma aliança contra o Céu; e no lugar de guerra entre si, tudo que fariam seria guerrear contra Deus. Não há inimizade natural entre os anjos caídos e os homens caídos. Ambos são maus, e isso devido à apostasia; e o mal, onde quer que se faça presente, formará uma confederação contra o bem. Anjos caídos e homens caídos formam uma parceria unida. O sábio general dos anjos caídos conjecturou que, se pudesse persuadir os homens, como havia persuadido os anjos, a se unir na rebelião, eles se tornariam seus agentes de comunicação com os demais homens para formarem uma confederação em rebelião contra o Céu. Assim que alguém se separa de Deus, não lhe resta nenhum poder de inimizade contra Satanás. A inimizade que existe na Terra entre o homem e Satanás é posta ali de modo sobrenatural. A menos que o poder convertedor de Deus atue diariamente sobre o coração humano, não haverá propensão alguma para a inclinação religiosa; ao contrário, os homens escolherão ser cativos de Satanás em vez de serem livres em Jesus Cristo. Afirmo que é Deus quem coloca a inimizade. O homem não pode fazê-lo. Quando a vontade é posta em sujeição à vontade de Deus, isso precisa ocorrer ao homem inclinar o coração e vontade para que estejam no lado do Senhor” (Ellen G. White, The Gospel Herald [O Arauto do Evangelho], 1º de julho de 1898, parágrafos 5-7).ESF 27.2

    Essa inimizade contra Satanás, esse ódio contra o mal, que Deus põe em cada um mediante Sua palavra, faz com que cada alma anseie por libertação, a qual se encontra unicamente em Jesus Cristo (cf. Romanos 7:14-25).ESF 28.1

    Assim, essa palavra de Deus, que planta em cada alma inimizade contra Satanás, esse ódio contra o mal que clama pela libertação encontrada somente em Jesus Cristo, este é o dom da fé concedido aos homens. Esta é a “medida da fé” que “Deus repartiu a cada um”. Esta é a “palavra da fé”, que está na boca e no coração de todo ser humano do mundo. Esta é “a palavra da fé que pregamos. Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus O ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação” (Romanos 10:8-10).ESF 28.2

    Portanto, não pergunte em seu coração: Quem subirá ao Céu para trazer a fé até nós? Não pergunte tampouco: Quem descerá ao abismo, ou seja, quem percorrerá os distantes lugares para encontrar a fé e trazê-la até nós? Pois a “palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos” (Deuteronômio 30:11-15; Romanos 10:6-8).ESF 28.3

    Afirme isso e exercite a fé que Deus concedeu a você, bem como a qualquer outra pessoa no mundo, pois “entender como exercitar a fé, esta é a ciência do evangelho” (Ellen G. White, The Review and Herald, 18 de outubro de 1898, parágrafo 7).ESF 28.4

    Advent Review and Sabbath Herald, 10 de janeiro de 1899ESF 28.5

    A fé é a dependência apenas da palavra de Deus e a esperança de que apenas essa palavra cumprirá o que a palavra diz.ESF 28.6

    Justificação pela fé, então, significa justificação mediante a dependência apenas da palavra de Deus e a esperança de que apenas essa palavra cumprirá o que ela diz.ESF 28.7

    Justificação pela fé significa justiça pela fé, pois justificação é o ato de ser declarado justo.ESF 29.1

    A fé vem pela palavra de Deus. A justificação pela fé, portanto, corresponde à justificação que vem pela palavra de Deus. A justiça pela fé corresponde à justiça que vem pela palavra de Deus.ESF 29.2

    A palavra de Deus é autorrealizável, pois ao criar todas as coisas, “Ele falou, e tudo se fez”. E quando Ele esteve sobre a Terra, Ele acalmou o tempestuoso mar, purificou os leprosos, curou os enfermos, ressuscitou os mortos e perdoou os pecados, tudo isso mediante Sua palavra. Ali, também, “Ele falou, e tudo se fez”.ESF 29.3

    Agora, O mesmo que, ao criar, “falou, e tudo se fez”, O mesmo que disse: “Haja luz; e houve luz”, O mesmo que, quando na Terra, com “apenas a palavra”, curou os doentes, purificou os leprosos e trouxe os mortos à vida, Este mesmo pronuncia a palavra da justiça de Deus para todos e sobre todos os que creem.ESF 29.4

    Pois, embora todos tenham pecado e careçam da justiça de Deus, somos, todavia, “justificados gratuitamente por Sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs [...] para declarar a Sua justiça para remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus” (Romanos 3:23-25, KJV).ESF 29.5

    Ao criar todas as coisas no princípio, Deus propôs Cristo para declarar a palavra que faria com que todas as coisas viessem à existência. Cristo falou “apenas a palavra”, e tudo veio à existência. E na redenção, que é a repetição da criação, Deus propôs Cristo para declarar a palavra da justiça. E quando Cristo fala “apenas a palavra”, assim se faz. Sua palavra, quer criando ou redimindo, é a mesma.ESF 29.6

    “O universo [foi] formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem” (Hebreus 11:3). Houve um tempo em que não havia nenhum mundo criado, nem havia qualquer material de que o universo é agora composto. Deus propôs Cristo para declarar a palavra que criaria os mundos e a própria matéria de que seriam formados.ESF 29.7

    “Ele falou, e tudo se fez”. Antes de Ele falar, não havia nenhum mundo criado; depois que Ele falou, todos passaram a existir. Logo, a palavra de Deus falada por meio de Jesus Cristo é capaz de trazer à existência aquilo que não existia antes que a palavra fosse pronunciada, e que, sem essa palavra, nunca poderia ter a existência.ESF 30.1

    Isso é precisamente o que ocorre na vida do homem. Na vida do homem não há justiça alguma. Nele não há justiça alguma a partir da qual a justiça possa aparecer em sua vida. Mas Deus propôs Cristo para declarar a justiça para todo e sobre todo ser humano. Cristo falou “apenas a palavra”, e no vazio entenebrecido da vida humana surge a justiça para todo aquele que a receber. No lugar onde, antes que a palavra fosse recebida, não havia nem justiça nem nada que pudesse produzi-la, depois que a palavra é recebida, há perfeita justiça e a própria Fonte da qual ela jorra. A palavra de Deus, sendo recebida pela fé – ou seja, esperando que a palavra de Deus realize o que ela diz e dependendo dela para fazer o que ela diz –, essa palavra produz a justiça no homem e na vida que antes não possuía justiça nenhuma; exatamente como aconteceu na criação original, quando a palavra de Deus produziu mundos onde antes nunca houvera nenhum. Ele falou, e a coisa falada acontece em favor de todo aquele que crê, isto é, em favor de todo aquele que a recebe. A própria palavra produz a ação.ESF 30.2

    “Justificados [feitos justos], pois, mediante a fé [ao esperarmos pela palavra de Deus apenas e dependermos dela somente], temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Romanos 5:1). É assim que acontece. Louvado seja o Senhor! E quando nos nutrimos dessa bendita promessa, estamos cultivando a fé.ESF 30.3

    Advent Review and Sabbath Herald, 17 de janeiro de 1899ESF 30.4

    ESF 30.5

    “O conhecimento do que as Escrituras pretendem ensinar ao insistir sobre a necessidade de cultivarmos a fé é mais essencial do que qualquer outro conhecimento que possa ser adquirido”.ESF 31.1

    A fé é esperar que a palavra de Deus realize aquilo que essa palavra diz, e depender “apenas” da palavra para cumprir o que a palavra diz.ESF 31.2

    Abraão é o pai de todos aqueles que são da fé. O registro sobre Abraão, portanto, nos instrui a respeito da fé – o que ela é e o que faz por aquele que a possui.ESF 31.3

    Que diremos pois ter alcançado Abraão, nosso pai, segundo a fé? O que diz a Escritura?ESF 31.4

    Quando Abrão tinha mais de 80 anos de idade, e Sarai, sua mulher, já era idosa, e ele não tinha um filho, Deus “conduziu-o até fora e disse: Olha para os céus e conta as estrelas, se é que o podes. E lhe disse: Será assim a tua posteridade”.ESF 31.5

    E Abrão “creu no Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça” (Gênesis 15:5-6). Abrão aceitou a palavra de Deus e, com base nessa palavra, esperou que se cumprisse o que a palavra disse. E, ao fazer isso, foi considerado justo.ESF 31.6

    Sarai, contudo, não colocou sua esperança apenas sobre a palavra de Deus. Ela recorreu a um plano próprio para dar ao esposo um descendente. Ela lhe disse: “Eis que o Senhor me tem impedido de dar à luz filhos; toma, pois, a minha serva, e assim me edificarei com filhos por meio dela” (Gênesis 16:2).ESF 31.7

    Abrão, nesse momento, desviou-se da perfeita integridade da fé. Em vez de firmar sua esperança e dependência apenas sobre a palavra de Deus, ele “anuiu ao conselho de Sarai”.ESF 31.8

    Como consequência, um filho nasceu. Mas a situação toda se mostrou tão insatisfatória para Sarai que ela repudiou o próprio plano. E Deus manifestou Sua rejeição do estratagema ao ignorar totalmente o fato de que uma criança havia nascido. Ele mudou o nome de Abrão para Abraão e continuou a falar sobre Seu propósito de fazer dele o pai de nações, por meio do descendente prometido, e de estabelecer Sua aliança com Abraão e com a posteridade prometida. Ele mudou também o nome de Sarai para Sara, pois ela se tornaria “mãe das nações” (Gênesis 17:16, ARC) por meio do descendente prometido.ESF 31.9

    Abraão percebeu como Deus havia ignorado completamente a criança que havia nascido e chamou a atenção do Senhor para o fato, dizendo: “Tomara que viva Ismael diante de Ti” (Gênesis 17:18).ESF 32.1

    Mas “Deus lhe respondeu: De fato, Sara, tua mulher, te dará um filho, e lhe chamarás Isaque; estabelecerei com ele a Minha aliança, aliança perpétua para a sua descendência. Quanto a Ismael, Eu te ouvi: abençoá-lo-ei, fá-lo-ei fecundo e o multiplicarei extraordinariamente; gerará doze príncipes, e dele farei uma grande nação. A Minha aliança, porém, estabelecê-la-ei com Isaque, o qual Sara te dará à luz, neste mesmo tempo, daqui a um ano” (Gênesis 17:19-21).ESF 32.2

    Por meio de toda essa experiência, tanto Abrão quanto Sarai aprenderam a lição de que, para que a promessa fosse efetivada e a palavra de Deus cumprida, nada serviria a não ser a dependência apenas da palavra. Sarai aprendeu que seu estratagema trouxera somente transtorno e perplexidade, além de atrasar o cumprimento da promessa. Abrão aprendeu que, ao dar ouvidos a Sarai, ele passara por alto a palavra de Deus e que agora teria que abandonar todo o esquema e voltar-se novamente apenas para a palavra.ESF 32.3

    Mas agora Abraão estava com 99 anos e Sara com 89; e, no mínimo, parecia que o cumprimento da palavra estava, mais do que nunca, bem longe da vista. A situação exigia agora uma dependência mais profunda da palavra de Deus – uma fé maior do que antes.ESF 32.4

    Estava perfeitamente claro, agora, que não havia nenhuma possibilidade de depender de qualquer outra coisa, a não ser da pura e simples palavra, e dela apenas. Eles estavam restritos completamente a isso para o cumprimento do que a palavra dissera. Todas as obras, artifícios, planos e esforços próprios estavam excluídos. Restava-lhes apenas a fé. Restavam-lhes apenas a palavra e a absoluta dependência apenas da palavra para o cumprimento do que a palavra havia dito.ESF 32.5

    Estando o caminho agora desimpedido para que “apenas a palavra” operasse, tal palavra de fato operou com eficácia, e a “descendência” nasceu. Assim, “pela fé”, mediante impotente e total dependência apenas da palavra, “a própria Sara recebeu poder para ser mãe, não obstante o avançado de sua idade, pois teve por fiel Aquele que lhe havia feito a promessa” (Hebreus 11:11).ESF 33.1

    Portanto, “também de um, aliás já amortecido, saiu uma posteridade tão numerosa como as estrelas do céu e inumerável como a areia que está na praia do mar” (Hebreus 11:12).ESF 33.2

    Dessa forma cumpriu-se a palavra falada a Abrão quando Deus “conduziu-o até fora e disse: Olha para os céus e conta as estrelas, se é que o podes. [...] Será assim a tua posteridade” (Gênesis 15:5).ESF 33.3

    Temos aqui uma lição divina sobre a fé. E essa é a intenção das Escrituras quando instam conosco para a necessidade de cultivarmos a fé. Pois isto foi imputado a Abraão para justiça, a saber, a justiça de Deus, que é mediante a fé.ESF 33.4

    Todavia, “não somente por causa dele está escrito que lhe foi imputado, mas também por nossa causa, posto que a nós igualmente nos será imputado, a saber, a nós que cremos Naquele que ressuscitou dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor, O qual foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação” (Romanos 4:23-25).ESF 33.5

    E todos “os que são da fé são abençoados com o crente Abraão” (Gálatas 3:9). Todos aqueles que, excluindo – ou melhor ainda, repudiando – toda obra, planos, estratagemas e esforços próprios, passam a depender, em completo desamparo, apenas da palavra de Deus para que essa palavra cumpra o que diz, sim, são estes os que são da fé e são abençoados com o crente Abraão ao receberem a justiça de Deus.ESF 33.6

    “Entender como exercitar a fé, esta é a ciência do evangelho!” E a ciência do evangelho é a ciência das ciências. Quem não colocaria em ação máxima todos os nervos a fim de compreendê-la?ESF 34.1

    Advent Review and Sabbath Herald, 24 de janeiro de 1899ESF 34.2

    ESF 34.3

    Depois que Abraão e Sara se livraram de todo esquema de incredulidade que resultou no nascimento de Ismael e se firmaram sobre a fé apenas – sobre a dependência da palavra de Deus apenas –, Isaque, o verdadeiro filho da promessa, nasceu.ESF 34.4

    Ao anuir ao conselho de Sarai (Gênesis 16:1-2), Abrão se desviara do caminho da estrita integridade para com a palavra de Deus, do caminho reto da verdadeira fé; e agora, tendo retornado à vereda apenas da palavra, da verdadeira fé, era necessário que ele fosse provado antes que se pudesse dizer com certeza a seu respeito que sua fé lhe fora imputada como justiça.ESF 34.5

    Ele havia confiado na pura e simples palavra de Deus, após renunciar a Ismael, e havia ganhado Isaque, o verdadeiro filho da promessa de Deus. E agora, havendo obtido Isaque, resta determinar se ele confiaria na pura e simples palavra de Deus, mesmo tendo que renunciar ao próprio Isaque.ESF 34.6

    Com esse propósito, Deus disse a Abraão: “Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que Eu te mostrarei” (Gênesis 22:2).ESF 34.7

    Abraão havia recebido Isaque de Deus por ter confiado apenas na palavra de Deus. Somente Isaque era a descendência prometida pela palavra do Senhor. Depois do nascimento de Isaque, Deus havia confirmado a palavra ao dizer: “Em Isaque será chamada a tua descendência” (Gênesis 21:12). Chega então a palavra de Deus: “Toma teu filho, teu único filho, [...] e oferece-o ali em holocausto”.ESF 34.8

    Deus havia declarado a Abraão: Tua descendência será tão numerosa quanto as estrelas dos céus. “Nela serão benditas todas as nações da terra” (Gênesis 28:18). “Em Isaque será chamada a tua descendência” (Gênesis 21:12). E agora vem a ordem: Oferece Isaque em holocausto!ESF 34.9

    Contudo, se Isaque for oferecido como holocausto, se Isaque for consumido pelo fogo, o que acontecerá com a promessa da bênção para todas as nações por meio dele? O que aconteceria com a promessa de que a descendência de Abraão seria tão inumerável quanto as estrelas do céu? Todavia, a palavra era certa: Oferece Isaque como holocausto. Abraão já havia confiado apenas na palavra de Deus, tendo que renunciar a Ismael. Mas esse pedido exigia mais do que confiar na palavra de Deus em renunciar a Isaque – isso era confiar na palavra de Deus tendo que renunciar à palavra de Deus!ESF 35.1

    E foi isso que Abraão fez, “esperando contra a esperança” (Romanos 4:18). Deus havia dito: Tua descendência será como as estrelas do céu. Em Isaque será chamada a tua descendência. Oferece Isaque em holocausto. Abraão não insistiu que Deus “harmonizasse essas passagens”. Para ele, tudo o que precisava saber era que as declarações eram todas a palavra de Deus. Sabendo disso, ele estava disposto a confiar nessa palavra, seguir essa palavra e permitir que o Senhor “harmonizasse essas passagens” ou “explicasse esses textos”, se de fato tal fosse necessário.ESF 35.2

    Abraão disse: Deus disse: Oferece Isaque em holocausto. É isso o que vou fazer. Deus disse: “Em Isaque será chamada a tua descendência”. E tua descendência será tão numerosa quanto as estrelas do céu. Eu já interferi uma vez na promessa e impedi seu cumprimento até o momento em que repudiei tudo que havia feito e voltei apenas para a palavra. Então, por meio de um milagre, Deus me deu Isaque, o descendente prometido. Agora Ele diz: Oferece Isaque, o descendente prometido, em holocausto. Vou fazer isso. Por um milagre Deus o deu no início; por um milagre Deus pode restaurá-lo. Contudo, depois que eu o oferecer em holocausto, ele estará morto, e o único milagre que poderá então restaurá-lo é um milagre que o trará de volta dos mortos. Mas Deus é capaz de fazer até isso, e Ele o fará, pois Sua palavra disse: Tua descendência será tão numerosa como as estrelas do céu e em Isaque será chamada a tua descendência. E até mesmo o fato de Deus trazer de volta Isaque dos mortos não será para Ele algo mais difícil do que Ele já fez, pois, quanto à capacidade de gerar, tanto meu corpo quanto o de Sara estavam como que mortos, mas mesmo assim Deus fez surgir Isaque por meio de nós. Ele pode ressuscitar Isaque dos mortos, e Ele o fará. Bendito seja o Senhor!ESF 35.3

    A questão estava decidida. Ele se levantou, tomou consigo seus servos e Isaque e seguiu uma viagem de três dias em direção ao “lugar que Deus lhe havia indicado”. Depois de três dias, ao ver “o lugar de longe”, Abraão “disse a seus servos: Esperai aqui, com o jumento; eu e o rapaz iremos até lá e, havendo adorado, voltaremos para junto de vós” (Gênesis 22:3-5). Quem iria? “Eu e o rapaz iremos”. E quem voltaria? “Eu e o rapaz iremos até lá e [...] voltaremos para junto de vós”. Abraão esperava que o retorno de Isaque consigo era tão certo quanto sua ida.ESF 36.1

    Abraão esperava oferecer Isaque em holocausto e esperava então ver Isaque ressuscitar das cinzas e voltar com ele. A palavra de Deus havia sido pronunciada: “Em Isaque será chamada a tua descendência” e tua descendência será inumerável como as estrelas do céu. E Abraão decidiu que confiaria apenas nessa palavra, crendo que não havia possibilidade de ela falhar (Hebreus 11:17-19).ESF 36.2

    Isso é fé. E assim “se cumpriu a Escritura, a qual diz: Ora, Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça” (Tiago 2:23). Mas acima de tudo isso, “não somente por causa dele está escrito que lhe foi imputado, mas também por nossa causa, posto que a nós igualmente nos será imputado, a saber, a nós que cremos Naquele que ressuscitou dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor, O qual foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação” (Romanos 4:23-25).ESF 36.3

    Confiar apenas na palavra de Deus, depender apenas da palavra de Deus, mesmo contra a palavra de Deus – isso é . Esta é a fé que traz a justiça de Deus.ESF 36.4

    É isso o que significa exercitar a fé. É isso o que “as Escrituras pretendem ensinar ao insistir sobre a necessidade de cultivarmos a fé”. E “entender como exercitar a fé, esta é a ciência do evangelho”. E a ciência do evangelho é a ciência das ciências.ESF 36.5

    Advent Review and Sabbath Herald, 31 de janeiro de 1899ESF 37.1

    ESF 37.2

    “Mas, AO QUE não trabalha, porém crê Naquele que justifica o ímpio, a SUA fé lhe é atribuída como justiça” (Romanos 4:5).ESF 37.3

    Essa é a única maneira como qualquer pessoa deste mundo pode se tornar justa. Deve primeiro admitir que é ímpia, então crer que Deus justifica o ímpio – lhe atribui justiça – e que ela é justa com a própria justiça de Deus.ESF 37.4

    Todos neste mundo são ímpios. Um ímpio é alguém que não é pio, ou seja, que não tem uma piedade, ou justiça, semelhante a Deus. Está escrito: “Pois todos pecaram e carecem da glória [da bondade, do caráter] de Deus” (Romanos 3:23).ESF 37.5

    Todo aquele, portanto, que admite que em algum momento de sua vida careceu da semelhança com Deus em qualquer coisa, ao fazer isso está confessando que é ímpio.ESF 37.6

    O fato, porém, é que todos, em tudo, carecem de ser semelhantes a Deus. Pois “todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer” (Romanos 3:9-18).ESF 37.7

    Então, como não há um sequer sobre a terra que não seja ímpio, e visto que Deus justifica o ímpio, isso, da parte de Deus, faz com que a justificação – a justiça, a salvação – seja completa, gratuita e garantida para toda alma nesta Terra.ESF 37.8

    E tudo que alguém, da sua parte, precisa fazer para que ela se torne plenamente garantida para si é aceitá-la – crer que Deus de fato justifica, pessoal e individualmente, aquele que é ímpio.ESF 37.9

    Assim, estranho como possa parecer para muitos, a única qualificação, e o único preparo, para a justificação é uma pessoa reconhecer que ela é ímpia. Então, tendo essa qualificação, tendo concluído esse preparo, tudo que se exige dela para obter a justificação – completa, gratuita e garantida – é crer que Deus justifica tal pessoa, a qual é ímpia.ESF 37.10

    É um tanto fácil para muitos crer que são ímpios ou até mesmo reconhecer o fato; mas crer que Deus justifica a eles, isso é demais.ESF 38.1

    E a única razão por que esses não conseguem crer que Deus os justifica é porque eles são ímpios, muito ímpios.ESF 38.2

    Tais pessoas pensam que se pelo menos pudessem encontrar algo de bom em si mesmas, se ao menos pudessem se endireitar e se comportar melhor, quem sabe poderiam ter alguma coragem de esperar que Deus as justificasse. Sim, nesse caso elas se autojustificariam pelas obras e então professariam crer na justificação pela fé!ESF 38.3

    Mas tal postura simplesmente eliminaria todo o fundamento para a justificação, pois, se uma pessoa pode encontrar o bem em si mesma, ela já o possui, e não tem a necessidade de obtê-lo em qualquer outro lugar. Se ela pode se endireitar e ter um comportamento melhor por si mesma, ela não precisa de nenhuma justificação provinda de outra parte.ESF 38.4

    Logo, as palavras são contraditórias se eu disser que sou tão ímpio que não consigo ver como o Senhor possa me justificar. Pois se eu não for ímpio, não preciso me tornar justo; eu sou justo. Não existe um meio termo entre piedade e impiedade.ESF 38.5

    Mas quando uma pessoa se vê tão ímpia, a ponto de não encontrar em si fundamento algum de esperança para a justificação, é justamente nesse momento que entra a fé – na verdade, é somente nessa situação que a fé pode entrar.ESF 38.6

    Pois a fé é a dependência apenas da palavra de Deus. Enquanto houver em alguém qualquer dependência de si mesmo, enquanto houver nele qualquer fundamento concebível de esperança para depender de qualquer coisa em si ou a respeito de si mesmo, não pode haver fé, visto não haver lugar para a fé, uma vez que a fé é a dependência apenas da “palavra”.ESF 38.7

    Mas quando desaparece de uma pessoa qualquer fundamento concebível de esperança para depender de qualquer coisa em si ou a respeito de si mesma, e ela reconhece o fato; quando tudo que ela pode ver conspira contra qualquer esperança de justificação, nesse momento então, lançando-se sobre a promessa de Deus, apenas sobre a palavra, esperando contra a esperança, a fé entra, e pela fé a pessoa recebe a justificação completa e gratuita que deseja, embora ímpia ela seja.ESF 38.8

    Pois está escrito para sempre: “Mas, ao que não trabalha, porém crê Naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça” (Romanos 4:5), “isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo” (Romanos 3:22, ARC), “ao qual Deus propôs [...] para declarar a Sua justiça para remissão dos pecados dantes cometidos” (Romanos 3:25, KJV).ESF 39.1

    É isso que significa exercitar ou cultivar a fé. Você está exercitando a fé? Repito: “Entender como exercitar a fé, esta é a ciência do evangelho”.ESF 39.2

    Advent Review and Sabbath Herald, 7 de fevereiro de 1899ESF 39.3

    ESF 39.4

    “Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo” (Romanos 5:1).ESF 39.5

    Visto que a fé é a dependência apenas da palavra de Deus, crendo no que a palavra diz, ser justificado pela fé é simplesmente ser considerado justo por causa da dependência apenas da palavra.ESF 39.6

    E visto que a palavra é a palavra de Deus, a dependência apenas da palavra de Deus corresponde à dependência apenas de Deus, na palavra. Justificação pela fé, então, é justificação, ou seja, ser considerado justo mediante a dependência apenas de Deus, e Dele somente, pois Ele prometeu.ESF 39.7

    Somos todos, sem exceção, pecadores – pecaminosos e ímpios. Logo, estamos todos sujeitos ao juízo de Deus (cf. Romanos 3:9-19). Todavia, há para todos nós um escape do juízo divino. Mas o único meio de escape do juízo de Deus é confiar em Deus.ESF 39.8

    Depois que Davi pecou por ter numerado o povo, incorrendo assim, no exemplar juízo de Deus, o Senhor permitiu que ele escolhesse se queria sete anos de fome, ou se fugiria por três meses de diante de seus inimigos, ou se a nação sofreria a peste por três dias. Davi, porém, não ousou escolher. Ele transferiu a responsabilidade a Deus, deixando que Ele escolhesse, dizendo: “Caiamos nas mãos do Senhor, porque muitas são as Suas misericórdias” (2 Samuel 24:11-14).ESF 39.9

    Quando dependemos apenas de Deus em Sua palavra para a justiça, temos paz com Deus, porque dessa forma realmente alcançamos a justiça, e “o efeito da justiça será paz, e o fruto da justiça, repouso e segurança, para sempre” (Isaías 32:17).ESF 40.1

    Quando dependemos apenas de Deus em Sua palavra para a justiça, temos paz por nosso Senhor Jesus Cristo, “porque Ele é a nossa paz, o qual de ambos [Deus e o homem ...] fez um; e, [...] na Sua carne, desfez a inimizade [...] para criar em Si mesmo dos dois [de Deus e o homem] um novo homem, fazendo a paz” (Efésios 2:14-15).ESF 40.2

    Além disso: quando dependemos apenas de Deus em Sua palavra para a justiça, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, porque Deus fez “a paz pelo sangue da Sua cruz, por meio Dele”, para que “reconciliasse Consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus. E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas, agora, porém, vos reconciliou no corpo da Sua carne, mediante a Sua morte, para apresentar-vos perante Ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis, SE é que permaneceis na fé” – se permaneceis dependendo de Deus apenas, com base em Sua palavra (Colossenses 1:20-23).ESF 40.3

    Visto que Deus deixou o caminho tão claro e proporcionou uma justificação tão completa, garantindo a todos a paz; e visto que Ele pede que todos simplesmente recebam tudo isso, aceitando esse dom que vem Dele e dependendo Dele para isso, por que alguém deixaria de ser assim justificado, perdendo a paz de Deus por nosso Senhor Jesus Cristo?ESF 40.4

    É isso “o que as Escrituras pretendem ensinar ao insistir sobre a necessidade de exercitarmos a fé”. Você está exercitando a fé? Você está justificado pela fé? Você tem a justiça pela fé? Você tem paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo?ESF 40.5

    “Tende fé em Deus” (Marcos 11:22).ESF 41.1

    Advent Review and Sabbath Herald, 14 de fevereiro de 1899ESF 41.2

    ESF 41.3

    Fé é completa dependência apenas da palavra de Deus para que se cumpra o que a palavra diz.ESF 41.4

    Sendo assim, não se deve esquecer por um momento sequer que, onde não há palavra de Deus, não pode haver nenhuma fé.ESF 41.5

    Isso fica demonstrado também na verdade de que “a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” (Romanos 10:17, ARC). Visto que a fé vem de fato pela própria palavra de Deus, fica perfeitamente claro que, onde não há a palavra de Deus, não pode haver fé.ESF 41.6

    Isso é belamente ilustrado por um episódio na vida de Davi. Pelo fato de Davi ter no coração a intenção de construir uma casa ao Senhor, Deus lhe falou por meio do profeta Natã, dizendo: “O Senhor te faz saber que o Senhor te fará casa” e “a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será firme para sempre”.ESF 41.7

    Davi então orou e disse: “Agora, pois, ó Senhor Jeová, esta palavra que falaste acerca de Teu servo e acerca da sua casa, confirma-a para sempre e faze como tens falado. E engrandeça-se o Teu nome para sempre, para que se diga: O Senhor dos Exércitos é Deus sobre Israel; e que a casa de Teu servo Davi seja estabelecida diante de Ti”.ESF 41.8

    “Pois Tu, Senhor dos Exércitos, Deus de Israel, revelaste aos ouvidos de Teu servo, dizendo: Edificar-te-ei casa. Portanto, o Teu servo achou no seu coração o fazer-te esta oração.”ESF 41.9

    “Agora, pois, Senhor Jeová, Tu és o mesmo Deus, e as Tuas palavras são verdade, e tens falado a Teu servo este bem. Sê, pois, agora servido de abençoar a casa de Teu servo, para permanecer para sempre diante de Ti, pois Tu, ó Senhor JEOVÁ, o disseste; e com a Tua bênção será sempre bendita a casa de Teu servo” (2 Samuel 7:11-29).ESF 41.10

    A oração de Davi foi inteiramente de fé, pois estava inteiramente fundamentada na palavra de Deus: a palavra de Deus era a causa de sua fé; a palavra de Deus era a base dela; e a palavra de Deus era toda a esperança de Davi de que a oração seria enfim respondida.ESF 42.1

    Ele pediu de acordo com a vontade de Deus, pois a vontade de Deus estava expressa na palavra de Deus. Tendo pedido de acordo com a clara declaração da vontade de Deus, Davi sabia que sua oração tinha sido ouvida. E sabendo que sua oração tinha sido ouvida, Davi sabia que tinha recebido o pedido que almejava (1 João 5:14). Foi por isso que ele disse: que assim seja. Por essa razão também, a resposta àquela oração foi, e é, e será para sempre certa para Davi.ESF 42.2

    E isso foi escrito para nosso ensino, de modo que saibamos como orar em fé, e como cultivar a fé em oração. Assim, vá e faça o mesmo. Pois “o conhecimento do que as Escrituras pretendem ensinar ao insistir sobre a necessidade de cultivarmos a fé é mais essencial do que qualquer outro conhecimento que possa ser adquirido”.ESF 42.3

    Advent Review and Sabbath Herald, 21 de fevereiro de 1899ESF 42.4

    ESF 42.5

    A fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus. Portanto, a palavra de Deus é o único meio de se obter fé. Portanto, onde não há palavra de Deus, não pode haver nenhuma fé.ESF 42.6

    E onde existe a palavra de Deus, a fé é completamente dependente dessa palavra para que se cumpra o que a palavra diz.ESF 42.7

    A partir disso tudo, que cremos ser a verdade, fica perfeitamente claro que, a fim de uma pessoa pedir em fé, ela deve, antes de tudo, estar certa de que ela tem a palavra de Deus referente ao que está pedindo.ESF 42.8

    Tendo a palavra de Deus referente ao que se está pedindo, a pessoa, como Davi, tem a certeza em seu coração que ela pode orar com perfeita confiança, ou seja, com perfeita fé.ESF 43.1

    Essa pessoa, ao orar assim, sabe que está pedindo segundo a vontade de Deus, pois sabe que tem a clara palavra de Deus a respeito daquele assunto.ESF 43.2

    Logo, ela sabe que Deus a ouve; e, consciente de que Deus a ouve, ela sabe que tem aquilo que pediu, pois o único fundamento de sua esperança de alcançar o que pediu é a palavra que foi falada a respeito da coisa solicitada, sendo essa palavra a única base de seu pedido.ESF 43.3

    O Senhor nos diz que devemos orar assim, e, consequentemente, Ele fez provisão para o crescimento firme, sólido e contínuo da fé.ESF 43.4

    Muitas pessoas oram, mas não sabem se é da vontade de Deus que recebam aquilo que pediram; dessa forma, não sabem se podem com certeza reivindicar a bênção. Pelo fato de não saberem se podem reivindicar o que desejam, elas ficam completamente inseguras se suas orações são atendidas ou não.ESF 43.5

    O Senhor não deseja que as pessoas caminhem na incerteza. Por isso, Ele deu Sua palavra, que proporciona plenamente a todos tudo aquilo que possa deixar o ser humano “perfeitamente habilitado para toda boa obra”. E é por meio dessa palavra que “nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade” (2 Timóteo 3:17; 2 Pedro 1:3).ESF 43.6

    E a pessoa que procura na palavra de Deus as coisas que Deus proporcionou para todos, e, com base especificamente na palavra, ora por algo, dessa forma suplicando de acordo com a clara e expressa vontade de Deus, tal pessoa sabe que sua oração é ouvida e que ela tem a coisa pela qual orou.ESF 43.7

    Agindo assim, as orações serão sempre certas, a vida será repleta dos claros dons de Deus, e a fé será segura e sólida, crescendo sempre em força.ESF 43.8

    Muitos fazem a oração dos discípulos: “Aumenta-nos a fé” (Lucas 17:5). Isso é bom. Contudo, junto com isso, nunca se deve esquecer que a fé vem somente pela palavra de Deus. Portanto, apesar de termos a certeza de que nossa fé estará crescendo, cumpre saber que isso só acontecerá se houver em nós um crescimento da palavra de Deus. E a única maneira pela qual pode haver em nós um crescimento da palavra de Deus é quando damos ouvidos a essa palavra, orando ao Senhor para recebermos aquilo que a palavra diz, dependendo completamente dessa palavra para alcançarmos a bênção desejada e agradecendo a Deus por já tê-la recebido. Então e dessa forma podemos dizer que a palavra é recebida por nós e que ela vive em nós.ESF 43.9

    Assim, embora possamos orar “Aumenta-nos a fé”, ao mesmo tempo nunca podemos nos esquecer de edificar a nossa fé santíssima (cf. Judas 1:20).ESF 44.1

    Esse é o meio para o exercício da fé. A fé só pode ser exercitada com base na palavra de Deus, pois onde não há palavra de Deus, não pode haver nenhuma fé.ESF 44.2

    E “entender como exercitar a fé, esta é a ciência do evangelho”.ESF 44.3

    Advent Review and Sabbath Herald, 28 de fevereiro de 1899ESF 44.4

    ESF 44.5

    “O justo viverá pela fé” (Romanos 1:17).ESF 44.6

    Quem são os justos? Os justos são somente aqueles que são da fé, visto que as pessoas são justificadas unicamente pela fé.ESF 44.7

    Pois, embora seja um fato que “todos pecaram e carecem da glória de Deus”, todavia somos “justificados gratuitamente, por Sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” (Romanos 3:23-24).ESF 44.8

    “Ora, ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e sim como dívida. Mas, ao que não trabalha, porém crê Naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça” (Romanos 4:4).ESF 44.9

    “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Romanos 5:1). Aqueles que são da fé, e somente esses, são os justos na Terra.ESF 44.10

    Ora, a fé é a inteira dependência da palavra de Deus, crendo que essa palavra cumprirá o que ela diz. Ela “fará o que Me apraz” (Isaías 55:1).ESF 44.11

    Ser justificado pela fé, então, significa ser justificado pela completa dependência da palavra de Deus. Os justos são aqueles que são da palavra de Deus. É assim que as pessoas se tornam justas.ESF 45.1

    Não devemos apenas nos tornar justos pela fé – pela dependência da palavra de Deus – mas, sendo justos, devemos viver pela fé. O justo vive exatamente do mesmo modo e precisamente mediante a mesma coisa pela qual ele se tornou justo.ESF 45.2

    Nós nos tornamos justos pela fé; e fé é inteira dependência da palavra de Deus. Nós, sendo justos, devemos viver exatamente por meio daquilo pelo que nos tornamos justos, isto é, pela completa dependência da palavra de Deus.ESF 45.3

    É exatamente isso o que Jesus disse: O homem viverá por “toda palavra que procede da boca de Deus” (Mateus 4:4). Quando Jesus afirmou isso, fica perfeitamente claro que Ele queria simplesmente dizer, em outras palavras, que o homem viverá pela fé.ESF 45.4

    Não há outra maneira pela qual o ser humano possa verdadeiramente viver que não seja pela fé, a qual nada mais é do que viver pela palavra de Deus. Sem a fé, sem a palavra de Deus, os homens simplesmente morrem.ESF 45.5

    Na verdade, sem a palavra de Deus, tudo está destinado a morrer, pois no princípio tudo veio à existência pela palavra de Deus. A palavra de Deus é a origem e a vida de tudo, “pois Ele falou, e tudo se fez”.ESF 45.6

    Todas as coisas animadas e inanimadas – o sol, a lua, as estrelas e os seres humanos –, todos estão completamente dependentes da palavra de Deus para a existência. Foi somente no caso dos seres humanos que Deus lhes concedeu o maravilhoso dom da escolha para decidirem se viverão assim ou não. Esse dom abre a porta para a fé. Quando uma pessoa vive de fato pela palavra de Deus, que é o único meio de se ter vida, a fé – a completa dependência da palavra de Deus – é o meio pelo qual essa pessoa lança mão do meio de se ter vida.ESF 45.7

    Assim, “o justo viverá pela fé”, “e tudo o que não provém de fé é pecado” (Romanos 14:23), e isso se resume no seguinte: o justo deve viver pela palavra de Deus, e tudo o que não provém da palavra de Deus é pecado.ESF 46.1

    “Não podemos ter uma experiência cristã saudável, não podemos obedecer ao evangelho para a salvação, até que a ciência da fé seja mais bem compreendida, até que mais fé seja exercitada” (Ellen G. White, Review and Herald, 18 de outubro de 1898).ESF 46.2

    “Você tem fé? (Romanos 14:22, KJV). Vamos ter a fé de Deus. Aqui estão os que guardam “a fé de Jesus” (Apocalipse 14:12, KJV).ESF 46.3

    Advent Review and Sabbath Herald, 7 de março de 1899ESF 46.4

    ESF 46.5

    “A justiça de Deus se revela [...] para fé” (Romanos 1:17).ESF 46.6

    Fé é a completa dependência da palavra de Deus, esperando que essa palavra cumpra o que a própria palavra diz.ESF 46.7

    Mas será que existe justiça pronunciada pela palavra de Deus, de modo que as pessoas possam depender completamente dessa palavra para que essa palavra cumpra o que ela diz?ESF 46.8

    Sim. Na verdade, esse é o próprio objetivo do dom de Cristo, pois a Ele “Deus propôs [...] para declarar a Sua justiça para remissão dos pecados dantes cometidos, mediante a paciência de Deus” (Romanos 3:25, KJV).ESF 46.9

    Considerando, então, que Deus propôs Cristo claramente para declarar, falar, a justiça de Deus, é certo que a palavra de Deus foi pronunciada, e sobre ela pode haver completa dependência, na esperança de que essa palavra realize o que ela diz. Em outras palavras, existe justiça que pode ser recebida pela fé.ESF 46.10

    Onde é falada essa palavra? Ela é falada na palavra “perdão”. “Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados” (1 João 1:9). “Contigo, porém, está o perdão” (Salmos 130:4).ESF 46.11

    Qual é o significado de perdoar? A palavra perdoar é composta de “per”, isto é, “por”, e “doar”; ou seja, “doar por” ou “doar em lugar de”. Quando Deus perdoa, Ele doa algo pelo ou no lugar do pecado. Mas o que Deus doa no lugar do pecado? Ele declara “a Sua justiça para remissão dos pecados”.ESF 47.1

    Logo, quando Deus perdoa o pecado – doa algo pelo pecado – Ele doa a justiça no lugar do pecado. Visto que a única justiça que o Senhor tem é a Sua própria, segue-se que a única justiça que Deus dá, ou pode dar, pelo pecado é a justiça de Deus.ESF 47.2

    É assim que funciona a justiça de Deus como dom: como todos pecaram e só podem ser absolvidos mediante um perdão inteiramente gratuito; e como o perdão do pecado – a justiça de Deus dada no lugar do pecado – é inteiramente gratuito, segue-se que a justiça de Deus é um dom gratuito “sobre todos os homens para a justificação que dá vida” (Romanos 5:18).ESF 47.3

    Toda pessoa, portanto, que pede perdão a Deus, por meio desse próprio ato está pedindo que Deus lhe dê a justiça no lugar do pecado. Toda pessoa que pede perdão a Deus o faz unicamente com base na palavra de Deus, a qual pronuncia perdão. E fé é completa dependência da palavra de Deus para que ela cumpra o que fala. Assim, a justiça provém inteiramente da fé.ESF 47.4

    “Pois todo o que pede recebe” (Mateus 7:8). Você já pediu muitas vezes que Deus perdoe seus pecados, ou seja, você já Lhe pediu que doe algo no lugar do seu pecado. Mas quando você pede que Deus lhe dê algo no lugar do seu pecado, nesse ato você está pedindo que Ele lhe conceda a única coisa que Ele pode, de fato, doar no lugar do pecado, a saber, a justiça. É isso o que significa pedir perdão a Deus.ESF 47.5

    E Ele de fato perdoa – Ele realmente doa algo no lugar de – seus pecados quando você Lhe pede perdão. Ele diz que assim o faz, e de fato Ele o faz. “Ele é fiel” – Ele nunca falhará – e Ele é “justo para nos perdoar os pecados”; e a única coisa que Ele dá no lugar dos pecados é Sua justiça (1 João 1:9).ESF 47.6

    Então por que não ser grato a Ele pela justiça que Ele gratuitamente concede em lugar de nossos pecados quando Lhe pedimos que o faça?ESF 47.7

    Você não percebe que a justiça pela fé é tão clara e simples quanto o fato de pedirmos perdão pelo pecado? Na verdade, é simples assim.ESF 48.1

    Crer que a justiça é dada no lugar do seu pecado, quando você pede perdão, e receber com gratidão essa justiça como o dom de Deus – isso significa exercitar a fé.ESF 48.2

    Contudo, como é verdade que “sofremos muita perplexidade e dor por causa de nossa incredulidade e de nossa ignorância de como exercitar a fé” (Ellen G. White, Review and Herald, 18 de outubro de 1898).ESF 48.3

    “Você tem fé? (Romanos 14:22, KJV). Vamos ter a fé de Deus. Aqui estão os que guardam “a fé de Jesus” (Apocalipse 14:12, KJV).ESF 48.4

    Advent Review and Sabbath Herald, 14 de março de 1899ESF 48.5

    ESF 48.6

    “Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor algum, mas a fé que atua pelo amor” (Gálatas 5:6).ESF 48.7

    Para aqueles a quem este texto foi escrito originalmente, a circuncisão era tudo, e era tudo simplesmente por causa do que ela representava.ESF 48.8

    E a circuncisão representava nada mais nada menos do que obras. Era a maior de todas as obras – maior do que a própria criação –, porque, como diziam os rabinos, “a circuncisão é tão magnífica que, se não fosse ela, o Santo – bendito seja Ele – não teria criado o mundo”. “Ela é tão exaltada quanto todos os outros mandamentos”, “equivalente a todos os mandamentos da lei” (Farrar, Life of Paul [Vida de Paulo], cap. 22, par. 5, nota; cap. 35, par. 4, nota).ESF 48.9

    Todavia, aquilo que era tão sublime para eles, o Senhor eliminou por completo, como que por uma forte rajada, com as seguintes palavras: “A circuncisão não é nada”, e, em Cristo Jesus, a circuncisão não tem valor algum. E, em vista do que a circuncisão significava para eles, afirmar isso era o mesmo que dizer que as obras não representam nada e que em Cristo Jesus as obras não têm valor algum.ESF 48.10

    Agora, para todos os outros que, diante dessa afirmação, pudessem ficar inclinados a se vangloriar de sua falta de obras, desculpando assim o pecado, uma advertência lhes chega com igual força: a incircuncisão não representa nada. “Em Cristo Jesus [...] nem incircuncisão [tem] valor algum”. A afirmação, em seu contexto, queria simplesmente dizer que a ausência de obras não representa nada e que em Cristo Jesus a ausência de obras não tem valor algum.ESF 49.1

    Então, as obras não representam nada, e a ausência de obras não representa nada. Em Cristo Jesus nem as obras, nem a falta de obras têm valor algum.ESF 49.2

    Essa palavra do Senhor, portanto, terminantemente e para sempre exclui ambas as classes de todo mérito e de todo fundamento meritório nelas próprias ou em qualquer coisa que possam ter ou não ter feito.ESF 49.3

    E isso tudo é tão verdadeiro hoje quanto sempre o foi. Hoje, quer alguém esteja fora de Cristo ou em Cristo, nem as obras, nem a ausência delas têm algum valor. Pois está escrito:ESF 49.4

    “Estão vocês em Cristo? Não, se vocês não se reconhecerem como errantes, desajudados, condenados pecadores. [...] Sua origem, reputação, riqueza, seus talentos, virtudes, piedade, filantropia, ou qualquer outra coisa que seja sua ou relacionada com vocês, não formarão um laço de união entre sua alma e Cristo” (Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja, vol. 5, p. 48, 49).ESF 49.5

    O que dizer então? Encontramo-nos todos num completo vazio? Não, não! Graças ao Senhor porque existe algo que tem valor para todos, e tem valor para sempre. Embora seja uma verdade eterna que “em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor algum”, ou seja, nem obras, ou a ausência delas têm valor algum, também é verdade eterna que “em Cristo Jesus [...] a fé que atua pelo amor” certamente tem valor.ESF 49.6

    Observe que não é a fé e as obras que têm valor; é a “fé que ATUA”. Trata-se da fé que, em si mesma, é capaz de operar e de operar com eficácia. Esta é a fé, e somente esta, que tem valor para qualquer pessoa em qualquer lugar e em qualquer tempo.ESF 49.7

    A fé provém somente de Deus e é operante. Ela opera apenas as obras de Deus. Logo, aquele que em Cristo Jesus possui a “fé que opera” (ARC) tem algo que tem valor e eficácia para revelar Deus manifesto na carne, operando as obras de Deus. Assim, “a obra de Deus é esta: que creiais Naquele que por Ele foi enviado” (João 6:29).ESF 50.1

    Dessa forma, enquanto vocês estiverem em Cristo, “se há qualquer bem em vocês, deve ser atribuído inteiramente à misericórdia do compassivo Salvador. [...] Sua ligação com a igreja e o modo como os irmãos os considerem não terão qualquer valor a menos que creiam em Cristo. Não basta crer a respeito Dele; vocês precisam crer Nele. Têm de confiar inteiramente em Sua graça salvadora” (Ibid.).ESF 50.2

    “Você tem fé? (Romanos 14:22, KJV). Vamos ter a fé de Deus. Aqui estão os que guardam “a fé de Jesus” (Apocalipse 14:12, KJV).ESF 50.3

    Advent Review and Sabbath Herald, 28 de março de 1899ESF 50.4

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