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    Gálatas 5:3

    A. T. JonesESF 147.1

    “De novo, testifico a todo homem que se deixa circuncidar que ele é um devedor para guardar toda a lei.”ESF 147.2

    “Devedor para guardar toda a lei”. É curioso que muitos, ao considerarem essa declaração, a tem interpretado como se ela fizesse uma distinção entre duas leis e eliminasse a lei de Deus do assunto em questão, permitindo que a palavra “devedor” tenha apenas o sentido de “obrigação”.ESF 147.3

    Eles sabem, pelas Escrituras, que o dever de todo homem é temer a Deus e guardar os Seus mandamentos (cf. Eclesiastes 12:13). Eles reconhecem que nenhuma outra passagem pode contradizer essa. Eles estão conscientes de que todos estão sob a obrigação de guardar toda a lei de Deus, quer sejam circuncidados ou não. E aceitando que o termo implica somente obrigação – que, se o homem for circuncidado, ele está sob a obrigação de guardar toda a lei –, chegam à conclusão de que isso não inclui a lei de Deus; e supõem que deva se tratar de alguma lei que ninguém tem a obrigação de cumprir, a menos que a pessoa seja circuncidada; concluem, portanto, que “toda a lei” aqui em questão só pode ser toda a lei cerimonial de sacrifícios e ofertas.ESF 147.4

    Por outro lado, há aqueles que mantêm a postura de que estão totalmente desobrigados de guardar a lei de Deus, e apresentam esse texto como apoio para sua desobediência e oposição. Acreditam que somente os circuncidados estão sob a obrigação de guardar a lei, e que a obrigação se impõe a partir do momento em que uma pessoa é circuncidada – e eles estão conscientes de que a circuncisão não é um rito obrigatório. Com essas premissas, argumentam que não estão sob a obrigação de guardar os dez mandamentos.ESF 147.5

    Mas ambos os grupos estão equivocados; ambos deixam de perceber o pensamento encontrado nesse verso. E a causa desse equívoco é o fato de darem à palavra “devedor” apenas o sentido de “obrigação”.ESF 147.6

    É verdade que a palavra significa “obrigação”. Mas nesse lugar e em todos os outros contextos relacionados com obrigações morais das pessoas, a palavra tem um significado tão mais amplo e profundo do que o de mera obrigação que o sentido de mera obrigação se torna realmente secundário.ESF 148.1

    A expressão “ser devedor”, encontrada nesse verso (Gálatas 5:3), significa não apenas que uma pessoa está em dívida e na obrigação de pagá-la, mas que, além disso, ela tem uma dívida estonteante, sem absolutamente nada com que pagar. Se uma pessoa é devedora, estando assim na obrigação de pagar, por exemplo, mil dólares, mas ao mesmo tempo tem muito dinheiro, ou pelo menos a capacidade de saldar essa dívida, a coisa está muito simples. Mas se alguém é devedor, estando na obrigação de saldar uma dívida de 14 milhões de dólares, sem ter um único centavo para pagar, e está preso, sem qualquer capacidade para ganhar um centavo sequer para quitar sua dívida, para essa pessoa a palavra “devedor” significa muito mais do que uma mera “obrigação de pagar”.ESF 148.2

    E esse é precisamente o caso aqui. Esse é o pensamento nesse versículo. Esse é o significado embutido na palavra “devedor”. Isso acontece porque a palavra “devedor”, quando usada em conexão com aspectos morais, implica, e só pode implicar, na ideia de pecado, indicando que a pessoa é pecadora.ESF 148.3

    A expressão “devedor” é precisamente a mesma usada em Lucas 13:4. “Ou cuidais que aqueles dezoito sobre os quais desabou a torre de Siloé e os matou eram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém?” A margem da ARC traz “devedores” como alternativa de “culpados”.ESF 148.4

    Esta é a palavra usada na oração do Senhor (Mateus 6:12): “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores”; e Lucas, em sua versão da mesma oração claramente expressa o conceito de pecado com as seguintes palavras: “Perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo o que nos deve” (Lucas 11:4).ESF 148.5

    É ainda a mesma palavra usada pelo Salvador em Lucas 7:41-42: “Certo credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários, e o outro, cinquenta. Não tendo nenhum dos dois com que pagar, perdoou-lhes a ambos”.ESF 149.1

    É a mesma palavra também usada na parábola encontrada em Mateus 18:23-35. Na verdade, no versículo 4 de Lucas 13, onde “devedores” é uma alternativa de “pecadores”, temos uma referência direta a esta parábola de Mateus 18. Essa é a parábola em que se afirma que quando um rei resolveu “ajustar contas com os seus servos”, então “trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos” - cerca de 144 milhões de reais. O servo não tinha nada com que pagar. Então o senhor “perdoou-lhe a dívida”. Mas quando o servo “encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem denários” – uns 300 reais – ele não lhe perdoou a dívida, mas o lançou na prisão até que saldasse os 300 reais. O rei, então, chamou seu devedor e “o entregou aos verdugos, até que lhe pagasse toda a dívida. Assim também Meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão as suas ofensas” (Mateus 18:23-35, KJV).ESF 149.2

    O pensamento de entregar o devedor aos verdugos até que pagasse toda a dívida a seu senhor é próprio dessa palavra, pois “o uso da palavra envolve o conceito de que o devedor deve expiar sua culpa”. E “pecado é chamado de ‘opheilema’ [dívida], pois requer expiação e pagamento como dívida, por meio de punição e compensação” [E. W. Bullinger, A Critical Lexicon and Concordance to the English and Greek New Testament, 1895, p. 208. Essa palavra ocorre somente em Mateus 6:12 e Romanos 4:4].ESF 149.3

    Com base nessas passagens, o leitor cuidadoso pode começar a perceber que, nas palavras de Gálatas 5:3 – “ele é um devedor para guardar toda a lei” –, há implicações muito maiores do que a mera obrigação de aceitar as reivindicações da lei sobre si e fazer o melhor que pode para cumpri-las. Tudo isso mostra que o ser humano não está apenas sob a obrigação de reconhecer as exigências obrigatórias da lei de Deus, mas que ele, de fato, é um devedor, estando na obrigação de render a essa lei tudo aquilo que ela exige dele. Esse fato mostra ainda que, de si mesmo, ele sempre será devedor, já que ele nada possui com que pagar; e, de si mesmo, não tem nenhuma condição de adquirir algo com que pagar.ESF 149.4

    E essa dívida não se resume apenas à obrigação de cumprir a lei de hoje em diante; ela envolve também a obrigação de realizar compensação por tudo que ficou no passado – tudo que se acumulou desde o passado até o presente momento.ESF 150.1

    Consequentemente, o ser humano, de si mesmo, é eternamente um devedor no que diz respeito a tudo relacionado com esse pensamento em Gálatas 5:3, bem como em outros textos similares que citamos aqui, visto que “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3:23). E quem quer que fosse circuncidado a fim de ser salvo, procurando assim ser salvo por obras de justiça própria, estaria, dessa forma, assumindo a obrigação de pagar à lei de Deus toda sua dívida desde o começo de sua vida até o final dela. E ao fazer isso, ele assume a obrigação de expiar toda a culpa ligada a sua transgressão e acumulada no decorrer dos anos.ESF 150.2

    Esse é o significado da frase “devedor para guardar toda a lei”. É isso que está declarado nas palavras: “De novo, testifico a todo homem que se deixa circuncidar que ele é um devedor para guardar toda a lei”. Ele não somente é um devedor, mas, por meio dessa transação, assume voluntariamente a responsabilidade de pagar, por conta própria, tudo o que esteja relacionado a sua dívida.ESF 150.3

    Agora, é verdade que cada pessoa neste mundo é, por si só, esse tipo de devedor. É também verdade que qualquer pessoa hoje que procura a justificação por meio das próprias obras, mesmo que se trate da guarda dos dez mandamentos ou de qualquer outra coisa que o Senhor ordenou, tal pessoa, consequentemente, assume a responsabilidade e se compromete a pagar tudo que diz respeito à dívida. Mas ela não pode pagar. Não há nela o mínimo indício de possibilidade de pagar, por conta própria, qualquer quantia da dívida. Ela fica esmagada e perdida.ESF 150.4

    Mas, louvado seja Deus, pelo fato de que quem tiver a justiça de Deus que é pela de Jesus Cristo; quem depender somente do Senhor Jesus e do que Ele fez, embora em si mesma tal pessoa seja uma devedora assim como qualquer outro ser humano; ainda assim, em Cristo, tal pessoa tem em abundância os meios para pagar toda a dívida. Cristo expiou por punição e compensação toda a culpa de cada pessoa; e por meio da justiça de Deus que Ele traz, Cristo supre uma abundância de justiça para pagar todas as exigências que a lei possa fazer na vida daquele que crê em Jesus.ESF 150.5

    Graças a Deus pelo dom inefável das riquezas insondáveis de Cristo. Oh, creiam nisso. Oh, recebam esse dom. Pobre, oprimido e perdido “devedor”, apelo para que “compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires” (Apocalipse 3:18). Sim, “vinde, comprai [...] sem dinheiro e sem preço” (Isaías 55:1).ESF 151.1

    Advent Review and Sabbath Herald, 21 de Agosto de 1900ESF 151.2

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