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    10 - Será a Graça ou o Pecado?

    A. T. JonesESF 96.1

    Nunca é demais repetir que, sob o reinado da graça, é tão fácil fazer o que é correto quanto é, sob o reinado do pecado, fazer o que é errado. Isso precisa ser assim, pois se não existe na graça mais poder do que existe no pecado, então não pode haver salvação do pecado. Mas existe salvação do pecado. Ninguém que creia no cristianismo pode negar isso.ESF 96.2

    Contudo, a salvação do pecado certamente depende do fato de que há mais poder na graça do que no pecado. Então, considerando que há mais poder na graça do que no pecado, não há outra conclusão possível senão a de que, onde quer que o poder da graça tenha o controle, será tão fácil fazer o que é correto quanto é, sem esse poder, fazer o que é errado.ESF 96.3

    Ninguém jamais achou naturalmente que seja difícil fazer o que é errado. A grande dificuldade de todos sempre foi fazer o que é certo. Mas isso ocorre porque o ser humano se encontra naturalmente escravizado por um poder – o poder do pecado – que reina absoluto em seu domínio. E enquanto esse poder tem o controle, não é apenas difícil, mas impossível que uma pessoa faça o bem que conhece ou deseja. Mas se uma força mais poderosa do que essa passa a ter o controle, então será que não é um fato suficientemente claro que será tão fácil servir a vontade da força mais poderosa, quando esta reina, quanto o era servir a vontade do outro poder, quando este reinava?ESF 96.4

    Mas a graça não é somente mais poderosa do que o pecado. Mesmo que fosse só isso, ainda assim haveria plenitude de esperança e de bom ânimo para cada pecador do mundo. Mas isso, por melhor que seja, não é tudo. Não é nem quase tudo. Há muito mais poder na graça do que no pecado. Pois “onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Romanos 5:20). E assim como há muito mais poder na graça do que no pecado, igualmente existe muito mais esperança e bom ânimo para cada pecador do mundo.ESF 96.5

    Quanto poder a mais existe, então, na graça em comparação com o pecado? Deixem-me pensar por um momento. Preciso me fazer uma ou duas perguntas. De onde vem a graça? De Deus, evidentemente. “Graça e paz a vós outros, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo” (Fl 1:2). De onde vem o pecado? Do diabo, é claro. “O pecado é do diabo, porque o diabo peca desde o princípio” (1 João 3:8, ARC). Então, quanto poder a mais existe na graça do que existe no pecado? É tão claro quanto o sol do meio dia o fato de que há mais poder na graça do que no pecado, já que há mais poder em Deus do que no diabo. Fica também perfeitamente claro, portanto, que o reinado da graça é o reinado de Deus, e que o reinado do pecado é o reinado de Satanás. Não fica também perfeitamente claro que é tão fácil servir a Deus pelo poder de Deus quanto é servir Satanás com o poder de Satanás?ESF 97.1

    A dificuldade que surge em tudo isso é que muitas pessoas tentam servir a Deus com o poder de Satanás. Mas isso nunca poderá acontecer. “Ou fazei a árvore boa e o seu fruto bom ou a árvore má e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore” (Mateus 12:33). Ninguém pode colher “uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos” (Mateus 7:16). A árvore precisa se tornar boa, tanto a raiz quanto os ramos. Ela precisa se tornar nova. “Importa-vos nascer de novo” (João 3:7). “Pois nem a circuncisão é coisa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser nova criatura” (Gálatas 6:15). Que ninguém jamais tente servir a Deus com qualquer coisa a não ser o presente e vivificante poder de Deus, que torna a pessoa uma nova criatura, nem com qualquer coisa a não ser a graça muito mais abundante que condena o pecado na carne e reina por meio da justiça para a vida eterna mediante Jesus Cristo nosso Senhor. Assim, o serviço a Deus será de fato em “novidade de vida” (Romanos 6:4). Dessa forma se verá que o jugo de Cristo é realmente “suave” e Seu fardo é “leve” (Mateus 28:30), e também que o serviço a Deus é prestado “com alegria indizível e cheia de glória” (1 Pedro 1:8). Será que Jesus alguma vez achou difícil fazer o que é certo? Todos vão responder imediatamente que não. Mas por que não? Ele era tão humano quanto nós o somos; assumiu a mesma carne e sangue que temos.4Neste ponto, Jones aplica a expressão “a mesma carne e sangue que temos”, não como sinônimo de corrupção moral inata ou inclinação para o mal que caracteriza uma vida de pecado, mas reconhecendo que Ele veio “em semelhança de carne pecaminosa” (Romanos 8:3). Ver nota na página 107. Para uma discussão ampla sobre o assunto, envolvendo diferentes pontos de vista, ver Robert W. Olson, A Humanidade de Cristo: Excertos dos Escritos de Ellen G. White (São Paulo, SP: Centro de Pesquisas Ellen White, 1990); Woodrow W. Whidden, Ellen White e a Humanidade de Cristo (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2009). “E o Verbo Se fez carne e habitou entre nós” (João 1:14). E o tipo de carne de que Ele foi feito neste mundo foi justamente a que existia neste mundo. “Convinha que, em todas as coisas, Se tornasse semelhante aos irmãos” (Hebreus 2:17). “Em todas as coisas!” O texto não diz em todas as coisas, menos uma. Não há exceção. Ele se tornou em todas as coisas semelhante a nós. De Si mesmo, Ele era tão fraco quanto nós,5Ellen White reitera esse pensamento com as seguintes declarações: “Unicamente a natureza humana de Cristo nunca poderia ter suportado este teste, mas Seu poder divino combinado com a natureza humana ganhou a vitória infinita em favor do homem” (No Deserto da Tentação, p. 80, grifo acrescentado). “Se não fosse pelo poder que Deus Lhe deu, Ele [Cristo] não poderia ter resistido aos assaltos do inimigo, mas Ele resistiu” (Manuscrito 8, 1888, grifo acrescentado). pois Ele disse: “Eu nada posso fazer de Mim mesmo” (João 5:30).ESF 97.2

    Por que, então, sendo semelhante a nós em todas as coisas, Ele achou sempre fácil fazer o certo? Porque Ele nunca confiou em Si mesmo, mas colocava Sua confiança sempre e unicamente em Deus. Toda Sua dependência repousava sobre a graça de Deus. Ele sempre buscou servir a Deus apenas com o poder de Deus. Dessa forma, portanto, o Pai habitou Nele e operou as obras de justiça. Portanto, sempre foi fácil para Ele fazer o que é certo. Mas “segundo Ele é, também nós somos neste mundo” (1 João 4:17). Ele nos deixou um exemplo para seguirmos os Seus passos (cf. 1 Pedro 2:21). “Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a Sua boa vontade” (Filipenses 2:13) – uma obra tão eficaz quanto a que Ele operou em Cristo. Todo o poder no Céu e na Terra é dado a Ele, e Ele deseja que vocês sejam “fortalecidos com todo o poder, segundo a força da Sua glória” (Colossenses 1:11). “Nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da divindade”, e Ele fortalece vocês com poder por meio do Seu Espírito no homem interior, para que Cristo possa habitar em seu coração pela fé, “para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus” (Efésios 3:19).ESF 98.1

    É verdade que Cristo participou da natureza divina, mas você também pode, se você for um filho da promessa e não da carne, pois pelas promessas somos “coparticipantes da natureza divina” (2 Pedro 1:4). Não há nada que foi concedido a Ele neste mundo ou nada que Ele possuísse que não seja livremente dado a cada um de vocês, ou que vocês não possam ter.6“Em Cristo combinaram-se divindade e humanidade. A divindade não se degradou, para tornar-se humanidade; a divindade conservou seu lugar, mas a humanidade, pela união com a divindade, resistiu à mais feroz prova da tentação no deserto. [...] Resistiu Ele à tentação, mediante o Poder que o homem também pode possuir. Apoiou-Se no trono de Deus, e não existe homem ou mulher que não possa ter acesso ao mesmo auxílio, pela fé em Deus. Pode o homem tornar-se participante da natureza divina; não vive uma alma que não possa chamar o auxílio do Céu, quando tentada e provada. Cristo veio para revelar a fonte de Seu poder, a fim de que o homem não confiasse jamais em suas capacidades humanas desajudadas” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 408, grifo acrescentado).ESF 99.1

    Tudo isso é para que vocês possam andar em novidade de vida, para que, de agora em diante, vocês não sirvam ao pecado, para que vocês sejam servos apenas da justiça, para que vocês fiquem livres do pecado, para que o pecado não tenha mais domínio sobre vocês, para que vocês glorifiquem a Deus sobre a Terra, e para que vocês sejam semelhantes a Jesus.ESF 99.2

    Portanto, “a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo. [...] até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Efésios 4:7, 13). E eu vos exorto “a que não recebais em vão a graça de Deus” (2 Coríntios 6:1).ESF 99.3

    Advent Review and Sabbath Herald, 1º de setembro de 1896ESF 99.4

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