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    1 - Vivendo pela Fé

    E. J. WaggonerESF 11.1

    “O justo viverá pela fé” (Romanos 1:17). Esta declaração é a síntese do que o apóstolo tem a dizer sobre o evangelho. O evangelho é o poder de Deus para a salvação, mas somente “de todo aquele que crê” (Romanos 1:16). Nele a justiça de Deus é revelada. A justiça de Deus corresponde à lei perfeita de Deus, que nada mais é do que a transcrição de Sua própria justa vontade. Toda injustiça é pecado, ou a transgressão da lei. O evangelho é o remédio de Deus para o pecado; sua obra, portanto, deve ser levar o ser humano à harmonia com a lei – fazer com que os princípios da lei justa se manifestem em sua vida. Mas tal obra é completamente pela fé – a justiça de Deus se revela “de fé em fé” –, fé no início e fé no final; como está escrito: “O justo viverá pela fé”.ESF 11.2

    Isso é verdade em todas as épocas desde a queda do homem, e será uma verdade até que os santos de Deus tenham o nome de Deus escrito nas frontes e O vejam tal qual Ele é. A declaração citada pelo apóstolo provém do profeta Habacuque (2:4). Se os profetas não a tivessem revelado, os primeiros cristãos não a teriam conhecido, visto terem somente o Antigo Testamento. Afirmar que na mais remota antiguidade as pessoas tinham apenas uma concepção imperfeita da fé em Cristo significa dizer que não havia justos naqueles tempos. Paulo, porém, se refere a eventos que ocorreram bem no início e os cita como exemplos da fé que salva. Ele diz: “Pela fé, Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim; pelo qual obteve testemunho de ser justo (Hebreus 11:4). Sobre Noé, ele diz que foi pela fé que ele “aparelhou uma arca para a salvação de sua casa; pela qual condenou o mundo e se tornou herdeiro da justiça que vem da fé” (Hebreus 11:7). Podemos afirmar que a fé deles era em Cristo, pois tratava-se de fé para salvação – e fora do nome de Jesus não há salvação, pois “não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do Céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (Atos 4:12).ESF 11.3

    Há muitos que tentam viver a vida cristã com base na força da fé que exerceram quando reconheceram sua necessidade de perdão dos pecados de sua vida passada. Estão conscientes de que somente Deus pode perdoar pecados – uma obra realizada por meio de Cristo –, mas imaginam que, tendo iniciado a carreira cristã, devem prosseguir nela por meio da própria força. Sabemos que muitos têm essa ideia; primeiramente porque ouvimos alguns pregarem assim e, em segundo lugar, porque existem inúmeros cristãos professos que não demostram na vida a operação de um poder superior ao que eles próprios possuem. Caso tenham algo a dizer em alguma reunião social, além das palavras decoradas “Quero ser um cristão, a fim de alcançar a salvação”, a única coisa que falam é sobre sua experiência passada, sobre a alegria que sentiram quando primeiramente creram. Mas, sobre a alegria de viver para Deus e de andar com Ele pela fé, nada conhecem; e quem fala sobre isso com eles soa como se estivesse falando em línguas estranhas. Mas o apóstolo, por meio da seguinte impressionante ilustração, mostra claramente que o tema da fé se estende até o reino glorioso:ESF 12.1

    “Pela fé, Enoque foi trasladado para não ver a morte; não foi achado, porque Deus o trasladara. Pois, antes da sua trasladação, obteve testemunho de haver agradado a Deus. De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que Se torna galardoador dos que O buscam” (Hebreus 11:5-6).ESF 12.2

    Observe o argumento que prova que Enoque foi trasladado pela fé: Enoque foi trasladado porque ele andou com Deus e obteve o testemunho de haver agradado a Deus; mas sem fé é impossível agradar a Deus. Isso é o suficiente para provar o ponto. Sem fé, não há ato que possa ser realizado capaz de alcançar a aprovação de Deus. Sem fé, as melhores ações que alguém possa praticar ficarão infinitamente aquém da perfeita justiça de Deus, que é o único padrão. A fé genuína é algo bom onde quer que ela se manifeste; mas a mais profunda fé em Deus exercida para livrar a alma do fardo dos pecados passados não será de proveito algum a uma pessoa a menos que tal fé perpasse toda sua carreira cristã em medida cada vez crescente até o encerramento de seu período de graça.ESF 12.3

    Já ouvimos muitas pessoas dizerem como lhes foi difícil fazer o que é correto. Reconhecem que sua vida cristã foi extremamente insatisfatória, marcada só por fracassos, e que foram tentadas a desistir por causa do desânimo. Não é de admirar que tenham se desanimado. Fracasso contínuo é suficiente para desanimar qualquer um. O mais valente soldado do mundo ficaria desalentado se tivesse perdido todas as batalhas. Às vezes essas pessoas dirão, com pesar, que praticamente perderam a confiança em si mesmas. Pobres almas! Se de fato perdessem completamente a confiança em si mesmas e colocassem toda a confiança Naquele que é poderoso para salvar, elas teriam uma história diferente para contar. Aí, sim, elas se gloriariam “em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo” (Romanos 5:11). O apóstolo diz: “Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos” (Filipenses 4:4). A pessoa que não se alegra em Deus, embora tentada e aflita, não está combatendo o bom combate da fé. Ela está combatendo o pobre combate da autoconfiança e derrota.ESF 13.1

    Todas as promessas de felicidade final são para os vencedores. “Ao vencedor”, diz Jesus, “dar-lhe-ei sentar-se Comigo no Meu trono, assim como também Eu venci e Me sentei com Meu Pai no Seu trono” (Apocalipse 3:21). “O vencedor herdará todas as coisas”, diz o Senhor (Romanos 21:7). Um vencedor é aquele que alcança vitórias. A herança não é a vitória. Essa consiste apenas na recompensa pela vitória. A vitória ocorre agora. As conquistas a serem alcançadas são as vitórias sobre “a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida” (1 João 2:16), vitórias sobre o eu e as condescendências egoístas. A pessoa que combate e vê o inimigo retroceder pode se regozijar; ninguém pode impedi-la de se alegrar, pois a alegria surge espontaneamente quando o inimigo bate em retirada. Há pessoas que se apavoram diante do pensamento de que devem travar uma batalha constante com o eu e as concupiscências mundanas. Isso ocorre porque ainda não conhecem nada a respeito da alegria da vitória. Só experimentaram derrotas. Mas combater constantemente não é algo tão triste quando há contínua vitória. O velho veterano de cem batalhas, que só conhece vitórias em cada combate, almeja estar no palco do conflito. Os soldados de Alexandre, que sob seu comando nunca conheceram derrota, estavam sempre ansiosos para entrar em combate. Cada vitória aumentava a força deles – uma força gerada apenas pela coragem –, e, na mesma proporção, diminuía a força do inimigo derrotado. Agora, como podemos alcançar vitórias contínuas em nossa batalha espiritual?ESF 13.2

    Ouça o que Paulo diz: “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a Si mesmo Se entregou por mim” (Gálatas 2:19-20).ESF 14.1

    Aqui reside o segredo da força. Cristo, o Filho de Deus, Aquele a quem toda a autoridade foi dada no Céu e na Terra, é quem realiza a obra. Se Ele vive no coração a fim de realizar a obra, seria gloriar-se dizer que podemos alcançar vitórias contínuas? Sim, isso é gloriar-se; mas gloriar-se no Senhor, e isso é permitido. O salmista diz: “A minha alma gloriar-se-á no Senhor” (Salmos 34:2). E Paulo afirma: “Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo” (Gálatas 6:14).ESF 14.2

    Os soldados de Alexandre eram considerados invencíveis. Por quê? Seria porque eles eram naturalmente mais fortes e mais corajosos do que todos os seus inimigos? Não, mas porque eram liderados por Alexandre. A força que possuíam residia na liderança dele. Sob o comando de outro líder, eles teriam sido derrotados com frequência. No período da Guerra Civil Americana, quando o exército da União fugia em desespero diante do inimigo em Winchester, a presença do general Sheridan fez com que a derrota deles se transformasse em vitória. Sem ele, os homens não passavam de uma multidão estremecida. Com ele na liderança, eles eram um exército invencível. Se após a batalha vocês tivessem ouvido os comentários dos soldados que lutaram sob a liderança desse grande líder, vocês teriam ouvido aplausos ao general misturados com seus brados de alegria. Eles foram fortes porque seu líder era forte; foram inspirados pelo mesmo espírito que o animava.ESF 14.3

    Bem, nosso Capitão é o Senhor dos exércitos. Ele enfrentou o maior inimigo de todos e o venceu sozinho. Aqueles que O seguem saem sem hesitação vencendo e para vencer. Se os que professam ser seguidores de Cristo tão somente colocassem a confiança Nele, então, graças às repetidas vitórias alcançadas, estariam prontos para proclamar as virtudes Daquele que os chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz (1 Pedro 2:9). João diz que “todo o que é nascido de Deus vence o mundo” mediante a fé (1 João 5:4). A fé se apega ao braço de Deus, e Sua força poderosa realiza a obra. O modo pelo qual o poder de Deus opera no ser humano e realiza o que lhe é impossível fazer por si mesmo é algo que ninguém pode explicar. Esclarecer essa obra seria tão fácil quanto dizer como Deus pode dar vida aos mortos. Jesus disse: “O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito” (João 3:8). Como o Espírito opera numa pessoa para subjugar suas paixões e torná-la vitoriosa sobre o orgulho, a inveja e o egoísmo é um mistério que só o Espírito conhece. Para nós, é suficiente saber que a obra é feita e será realizada em todo aquele que desejar, acima de qualquer outra coisa, que ela seja feita nele e que confiar no poder de Deus para que ela seja realizada.ESF 15.1

    Não temos condições de explicar como Pedro foi capaz de andar sobre as águas quando as ondas se agitavam ao seu redor; mas sabemos que, sob a ordem do Senhor, ele andou. Enquanto manteve os olhos fixos no Mestre, o poder divino o capacitou a andar com a mesma facilidade com que andaria sobre a firme rocha; porém, quando olhou para as ondas, talvez com sentimento de orgulho pela façanha, como se fosse uma proeza sua, o temor tomou conta dele, como era de se esperar, e ele começou a afundar. A fé o capacitou a andar sobre as ondas; o temor o fez afundar para baixo delas.ESF 15.2

    O apóstolo diz: “Pela fé, ruíram as muralhas de Jericó, depois de rodeadas por sete dias” (Hebreus 11:30). Por que isso foi escrito? Para nosso ensino, “a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança” (Romanos 15:4). Ora, existe alguma possibilidade de que algum dia sejamos convocados a lutar contra exércitos armados ou tomar cidades fortificadas? Não, “porque a nossa luta não é contra a carne e o sangue, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes” (Efésios 6:12). Mas as vitórias alcançadas pela fé sobre inimigos visíveis na carne foram registradas para nos mostrar o que a fé realizará em nosso conflito com os dominadores deste mundo tenebroso. A graça de Deus, em resposta à fé, é tão poderosa nestas batalhas como naquelas. Diz o apóstolo:ESF 16.1

    “Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2 Coríntios 10:3-5).ESF 16.2

    Os heróis da fé da antiguidade não foram capacitados a vencer apenas inimigos físicos. A respeito deles lemos que não somente “subjugaram reinos”, mas “praticaram a justiça, obtiveram promessas”; e o que é mais maravilhoso e encorajador, “da fraqueza tiraram força” (Hebreus 11:33-34). A própria fraqueza se tornou para eles força mediante a fé, “porque o poder [de Cristo] se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Coríntios 12:9). “Quem”, então, “intentará acusação contra os eleitos de Deus? Ninguém, pois “é Deus quem os justifica”, e “somos feitura Dele, criados em Cristo Jesus para boas obras” (Romanos 8:33; Efésios 2:10). “Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? [...] Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio Daquele que nos amou” (Romanos 8:35, 37).ESF 16.3

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