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    21 - Perfeição em Cristo

    A. T. JonesESF 162.1

    “Portanto, sede vós perfeitos” (Mateus 5:48). O hino “Salvos Totalmente” [Saved to the Uttermost], que acabamos de cantar, nos fornece fundamento suficiente para o “portanto” da frase “Portanto, sede vós perfeitos”. Vocês sabem que é isso que a palavra de Deus pede. Vocês sabem que a exortação de Deus é que “prossigamos até a perfeição” (Hebreus 6:1). Vocês estão conscientes de que o objetivo supremo do evangelho que pregamos é “apresent[ar] todo homem perfeito em Jesus Cristo” (Colossenses 1:28). Então, não a cabe a nós afirmar que a perfeição não é algo que se espera de nós. É algo esperado de nós. Você deve esperar isso de si mesmo. Devo esperar isso de mim mesmo. E não devo esperar nada em mim mesmo, ou que provenha de mim mesmo que não corresponda em perfeição ao padrão de perfeição que Deus estabeleceu. Existe alguma coisa que poderia nos impedir de alcançar a perfeição mais do que o pensamento de que ela não é algo esperado de nós? Repito: Existe alguma coisa que poderia nos impedir de alcançar a perfeição mais do que dizermos que não se espera de nós que sejamos perfeitos?ESF 162.2

    Então, visto que a Palavra claramente afirma que vocês e eu devemos ser perfeitos, a única coisa que nos resta considerar é o caminho para tal. Isso é tudo. Que fique definido por vocês e por mim que a perfeição – e nada menos que a perfeição já estabelecida por Deus – é algo esperado de vocês e de mim, e que vocês e eu não aceitaremos nada em nós mesmos, naquilo que temos feito e em qualquer coisa a nosso respeito, que esteja um milímetro aquém da perfeição que Deus já estabeleceu para nós. Cada um precisa definir essa questão e defini-la para sempre. Feito isso, a única coisa a fazer é indagar qual é o caminho da perfeição, e ela há de ser concretizada.ESF 162.3

    Qual é o padrão, então? Qual é o padrão que Deus estabeleceu? “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste” (Mateus 5:48). A perfeição de Deus é o único padrão. E vocês e eu devemos nos firmar nessa plataforma e encarar os fatos a nosso próprio respeito, sempre exigindo de nós mesmos que haja em nosso ser uma perfeição semelhante à de Deus e nunca tolerando ou desculpando em nós qualquer coisa, por mínima que seja, aquém daquela perfeição.ESF 163.1

    É mais do que evidente que não podemos ser perfeitos em grandeza como Deus, ou alcançar Sua onipotência ou onisciência. Deus é caráter, e é perfeição de caráter, semelhante ao Dele, que Ele estabeleceu para nós. Essa é a perfeição que devemos alcançar, a única que devemos esperar e a única que devemos aceitar em nossa vida.24“Nem por um pensamento cedia à tentação. O mesmo se pode dar conosco. A humanidade de Cristo estava unida à divindade; estava habilitado para o conflito, mediante a presença interior do Espírito Santo. E veio para nos tornar participantes da natureza divina. Enquanto a Ele estivermos ligados pela fé, o pecado não mais terá domínio sobre nós. Deus nos toma a mão da fé, e a leva a apoderar-se firmemente da divindade de Cristo, a fim de atingirmos a perfeição de caráter” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 77, grifo acrescentado). Então, conscientes de que a própria perfeição de Deus é a única que devemos ter, a única que devemos adotar para nós mesmos e que devemos nos firmar sempre nesse padrão, veremos imediatamente que isso será como se nossa vida estivesse constantemente na presença do juízo de Deus. É ali onde todos iremos um dia estar, quer sejamos justos ou ímpios. Por que então já não nos colocamos ali e resolvemos a situação? É fato inquestionável que “todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo” (2 Coríntios 5:10, ARC) e que ali seremos medidos por esse padrão. Deus “tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do Varão que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-O dos mortos.” (Atos 17:31, ARC).ESF 163.2

    A ressurreição de Cristo é a garantia de Deus ao mundo de que todos comparecerão perante o tribunal de Cristo. Isso é certo. Vocês e eu esperamos isso, pregamos sobre isso e cremos nisso. Então por que não nos posicionarmos ali e permanecermos inabaláveis ali? Por que esperar? Aqueles que esperam e continuam a esperar não serão capazes de subsistir no juízo. Os ímpios não podem subsistir nele, mas os que se colocam diante do tribunal de Deus, tendo diante de si o padrão do julgamento, e ali permanecem constantemente em pensamento, palavra e ação, estes estão prontos para o juízo em qualquer momento. Estão prontos mesmo? Sim, pois estão conscientes dele, já se encontram lá, já estão passando por ele, já estão pedindo o juízo e tudo o que ele traz; eles permanecem lá esperando que seus nomes sejam passados, e somente quem age assim está em segurança. A própria bênção que advém ao crente, quando ele adota essa postura, corresponde a toda bênção de que uma pessoa precisa ao se colocar, agora mesmo, diante do tribunal de Cristo. E ao se colocar ali, o que ela tem a temer? Nada. Quando o medo é lançado fora, qual é o agente que faz isso? O perfeito amor. Mas o perfeito amor só pode vir quando vivemos à altura desse padrão perfeito, no juízo, e só pode ser conservado quando permanecemos ali.ESF 163.3

    Resolvida essa questão, vamos indagar sobre o caminho – o caminho, e isso é tudo. Ficou estabelecido que o padrão não é o meu próprio. Pensem nisso! “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste”. A perfeição Dele é o único padrão. Quem então possui o instrumento adequado para medir e avaliar o padrão? Não sou eu. Eu não estou em condições de medir a perfeição de Deus. Você se lembra do verso – talvez ele tenha vindo à sua mente neste momento: “Tenho visto que toda perfeição tem seu limite; mas o teu mandamento é ilimitado” (Salmos 119:96).ESF 164.1

    Nenhuma mente finita consegue mensurar a perfeição de Deus. Então, fica definido até aqui que devemos ser perfeitos; nossa perfeição deve ser semelhante à perfeição de Deus, de acordo com a avaliação de Deus a respeito de Sua própria perfeição. Isso significa que o plano e a obra de realizar tal perfeição está completamente fora de nosso alcance. Se eu não posso medir o padrão, como poderia alcançá-lo, mesmo que eu recebesse essa incumbência? Então que fique claro também que a realização desse ideal está totalmente além de nossa capacidade.ESF 164.2

    Esse fato já foi dito há muito tempo: “Na verdade, sei que assim é; porque, como pode o homem ser justo para com Deus? Se quiser contender com Ele, nem a uma de mil coisas Lhe poderá responder. [...] Se se trata da força do poderoso, Ele dirá: Eis-Me aqui; se, de justiça: Quem me citará?” (Jó 9:2-3; 19).ESF 165.1

    E mesmo que eu fosse intimado a comparecer diante de Deus, o que aconteceria? “Se eu me justificar, a minha boca me condenará”. Se eu medir meu grau de justiça, ficar satisfeito com ele e declarar que a balança está equilibrada, quando meu peso for comparado com o contrapeso da estimativa divina, minha própria avaliação ficará tão aquém que ela me condenará por completo. Minha estimativa não tem fundamento algum para eu ser justificado. “Se reto me disser, então, [minha boca] me declarará perverso” (Jó 9:20, ARC). “Ainda que perfeito, não estimo a minha alma; desprezo a minha vida” (Jó 9:21, ARC). Meu padrão individual de perfeição, quando colocado na presença de Deus e visto à luz do Seu padrão, estaria tão aquém que eu mesmo o desprezaria.ESF 165.2

    “Ainda que me lave com água de neve e purifique as mãos com cáustico, mesmo assim me submergirás no lodo, e as minhas próprias vestes me abominarão” (Jó 9:30-31).ESF 165.3

    Esse é o ponto mais próximo do padrão a que chegaríamos caso tivéssemos a missão de realizá-lo. Então vamos abandonar para sempre qualquer ideia de que perfeição é algo que nós temos que produzir. Perfeição é algo que devemos atingir, e nada além disso. Deus espera isso de nós e fez provisões para isso. É para isso que fomos criados. O único alvo de nossa existência é ser exatamente isto: perfeitos com a perfeição de Deus. E lembrem-se de que devemos ser perfeitos com o caráter de Deus. O padrão de caráter de Deus deve ser o nosso. Sim, o próprio caráter Dele deve ser nosso. Não se pede de nós que manufaturemos um caráter parecido com o Dele; o próprio caráter Dele precisa ser nosso. E isso, e somente isso, constitui perfeição cristã.ESF 165.4

    Cientes de que devemos ter essa perfeição, podemos resumir toda a história em três textos. O primeiro se encontra no primeiro capítulo de Efésios, começando com o versículo três, para termos o contexto que nos levará à correta compreensão do ponto em questão: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, assim como nos escolheu, Nele, antes da fundação do mundo [observem bem a razão por que Ele nos escolheu; este é o alvo que Ele tinha antes da fundação do mundo ao nos escolher e nos conduzir até este momento. Consideremos com atenção a questão] para sermos santos e irrepreensíveis perante Ele; e em amor”.ESF 165.5

    Esse é o único pensamento que Ele tem a nosso respeito. Foi somente para esse propósito que Ele nos criou; essa é a única razão da nossa existência. Então surge aqui uma pergunta pertinente: sendo esta a realidade, por que razão fugir dela? Não deveríamos nós simplesmente aceitar o objetivo de nossa existência e ser santos e irrepreensíveis diante Dele em amor?ESF 166.1

    O próximo texto se encontra em Colossenses 1:19-22: “Porque aprouve a Deus que, Nele, residisse toda a plenitude e que, havendo feito a paz pelo sangue da Sua cruz, por meio Dele, reconciliasse Consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus. E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas, agora, porém, vos reconciliou no corpo da Sua carne, mediante a Sua morte, PARA APRESENTAR-VOS perante Ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis”.ESF 166.2

    Em primeiro lugar: Ele nos criou para esse propósito. O pecado nos desviou completamente desse propósito e todo o desígnio de Deus para nós foi frustrado, mas Cristo suportou a cruz. Aprouve a Deus e aprouve a Cristo estabelecer um plano para que o propósito divino original se cumprisse. O cerne da questão é que, por meio da cruz, Deus nos reconciliou para que esse plano original se cumprisse em nós, ou seja, o propósito que Ele estabeleceu antes da fundação do mundo de que fôssemos santos e sem mancha diante Dele em amor. O sangue de Cristo, a reconciliação de paz proporcionada ao mundo por intermédio de Jesus Cristo, tem como alvo permitir que ELE nos apresente santos; em outras palavras, que ELE realize o plano que Ele tinha em mente antes da fundação do mundo – o de nos APRESENTAR, A VOCÊ E A MIM, “perante Ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis”.ESF 166.3

    O caminho para a perfeição cristã é o caminho da cruz, e não há outro caminho. Isto é, não há outro caminho para vocês e para mim. O único caminho ou meio de trazer essa perfeição até nós, foi por intermédio da cruz. Cristo veio por esse caminho e trouxe a perfeição para nós; e a única maneira de podermos tê-la é por intermédio da cruz. Ele fez provisões para que Ele próprio o realize. Não cabe a nós de forma alguma realizar essa obra.ESF 167.1

    Agora observem o que se encontra em Efésios 4:7-13; vejam como tudo acontece e quão completamente Ele supriu a necessidade.ESF 167.2

    “E a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo”. Agora pensem: De acordo com o que estudamos até o momento, o que o dom de Cristo realizou? Fez “a paz pelo sangue da Sua cruz” e reconciliou todos com Deus. E o dom fez isso a fim de realizar em NÓS aquilo que antes da fundação do mundo era Seu plano para nós – que fôssemos “perante Ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis”. Essa é a medida do dom de Cristo nesse assunto. Esse dom cumpriu seu propósito para todos, de modo que o caminho ficou aberto para todos. E para cada um de NÓS, neste exato momento, a graça é concedida de acordo com a mesma medida. Assim, o que a cruz proporcionou PARA nós e colocou a nosso alcance, a graça de Deus nos CONCEDE e realiza em nós.ESF 167.3

    Agora vamos continuar a leitura, e vocês perceberão que tudo isso é uma verdade, chegando até a própria palavra perfeição: “E a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo. Por isso, diz: Quando Ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro e CONCEDEU DONS aos HOMENS. [...] E Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres”. Com que propósito? “Com vistas ao APERFEIÇOAMENTO DOS SANTOS”. Irmãos, quando esses dons são concedidos para esse propósito, o que estamos fazendo quando não encaramos o fato, não ansiamos pelos dons, não oramos pelos dons e não recebemos os dons que cumprem o propósito? O que estamos fazendo se não estivermos buscando isso?ESF 167.4

    “Com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, [...] ATÉ” – os dons foram concedidos com um objetivo em mente; foram trazidos até nós para um propósito, um propósito definido, distinto e específico e foram dados até que esse propósito seja realizado. Os dons foram concedidos “com vistas ao aperfeiçoamento dos santos”, e foram dados “ATÉ QUE TODOS CHEGUEMOS à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à PERFEITA VARONILIDADE, à medida da estatura da PLENITUDE DE CRISTO”.ESF 168.1

    Portanto, a perfeição é o único alvo. O padrão de Deus é o único padrão. “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste”. Não podemos medir esse padrão e não teríamos condições de atingi-lo, caso tivéssemos que fazê-lo. Esse padrão é o objetivo da nossa criação, e quando esse objetivo foi frustrado pelo pecado, Cristo o tornou possível a todos pelo sangue de Sua cruz e o garante a cada crente pelos dons do Espírito Santo.ESF 168.2

    Então pergunto novamente: Por que não encarar constantemente a perfeição cristã? Por que nos contentar com algo menos do que isso?ESF 168.3

    Os versículos 24 e 25 de Judas estão diretamente ligados com o que lemos e comentamos: “Ora, Àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a Sua glória, ao único Deus sábio, nosso Salvador, seja a glória, majestade, império e soberania, antes de todas as eras, e agora, e por todos os séculos. Amém!” (KJV).ESF 168.4

    Ele nos escolheu antes da fundação do mundo, “para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante Dele em amor” (Efésios 1:4, ACF). Por meio de Sua cruz Ele tornou isso possível a cada pessoa, mesmo quando, devido ao pecado, não restava nenhuma chance para nós. E por Sua cruz Ele comprou o direito de “apresentar-vos perante Ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis”. O direito de realizar essa obra pertence unicamente a Ele. Vocês e eu não teríamos condições de realizar essa obra, se tal fosse exigido de nós, mas o direito de fazê-la não nos pertence. Quando o perdemos, nada a não ser a cruz do Calvário poderia restaurá-lo. E ninguém mais poderia pagar o preço do Calvário, exceto Aquele que, de fato, o pagou. E tão certo quanto unicamente Quem pagou o preço é Quem tinha condições de pagá-lo, a fim de nos restaurar, é certo que o direito pertence unicamente a Ele pela cruz do Calvário. E ninguém que não tenha suportado literalmente a cruz de madeira do Calvário jamais pode ter qualquer direito de assumir essa tarefa e realizá-la. Somente Cristo suportou a cruz; somente a Ele pertence a tarefa. E então lemos as palavras: Ele “é poderoso”. Ele “é poderoso para [...] apresentar-vos irrepreensíveis [...] perante a Sua glória”. Aquele que foi poderoso para suportar a cruz é poderoso para realizar tudo aquilo que a cruz tornou possível. Assim, Ele “é poderoso para [...] apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a Sua glória”. Quando? Essa é a pergunta. Quando?ESF 168.5

    [Vozes: “Agora”].ESF 169.1

    Exatamente. Ele “ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre”. Ele é poderoso hoje como foi no passado ou como sempre será.ESF 169.2

    Todavia, tenham em mente a eterna verdade de que é somente pelo caminho da cruz que esse alvo se cumpre em vocês e em mim agora ou em qualquer outro momento. Vamos investigar a Palavra para vermos como essa verdade está presente ali. Leiam Romanos 5:21 e em seguida deem uma olhada em todo o capítulo 6, pois vocês verão que todo o trecho trata desse assunto. Os dois últimos versículos do capítulo 5 dizem o seguinte: “Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça, a fim de que, como o pecado reinou pela morte, assim também reinasse a graça pela justiça para a vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor”.ESF 169.3

    Vejamos agora a comparação, ou melhor o contraste – pois se trata de uma comparação que corresponde a um contraste –, “como” e “assim”. “Como o pecado reinou”. Vocês sabem como o pecado reinava. Todos aqui sabem como o pecado tem reinado. Alguns talvez ainda não saibam como ele reina. Quando o pecado reinava, seu reino era absoluto, de forma que era mais fácil fazer o que é errado do que o que é certo. Ansiávamos por fazer o bem, mas “não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço” (Romanos 7:19). Esse é o reino do pecado. Então, quando o pecado reinava, era mais fácil fazer o que é errado do que fazer o que é certo.ESF 169.4

    Assim também reinasse a graça pela justiça”. Quando a graça reina, é mais fácil fazer o que é certo do que fazer o que é errado. Esta é a comparação. Observem: como o pecado reinou, assim a graça reina. Quando o pecado reinava, ele reinava contra a graça; ele rechaçava todo o poder da graça que Deus havia concedido; mas quando o poder do pecado é quebrado, e a graça passa a reinar, então a graça reina contra o pecado e rechaça todo o poder do pecado. Logo, é tão literalmente verdade que, sob o reinado da graça, é mais fácil fazer o que é correto do que fazer o que é errado, quanto é verdade que, sob o reinado do pecado, é mais fácil fazer o que é errado do que fazer o que é certo.ESF 170.1

    O caminho está claro então, certo? Vamos trilhar esse caminho.ESF 170.2

    “A fim de que, como o pecado reinou pela morte, assim também reinasse a graça pela justiça para a vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor. Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante?” (Romanos 5:21; 6:1).ESF 170.3

    [Vozes: “De modo nenhum”].ESF 170.4

    Vocês disseram: “De modo nenhum”. Está correto. Deus colocou Seu “de modo nenhum” contra a ideia de pecar para que a graça seja mais abundante, e vocês endossam esse pensamento. Então, será que Deus não colocou Seu “de modo nenhum” contra pecar? Vocês o endossam? Vocês colocam seu endosso sobre o “de modo nenhum” pronunciado por Deus quanto à prática de qualquer pecado sob o reinado da graça?25“O Salvador tomou sobre Si as enfermidades humanas, e viveu uma vida sem pecado, a fim de os homens não terem nenhum temor de que, devido à fraqueza da natureza humana, eles não pudessem vencer. Cristo veio para nos tornar ‘participantes da natureza divina’ (2 Pedro 1:4), e Sua vida declara que a humanidade, unida à divindade, não comete pecado” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 180, grifo acrescentado).ESF 170.5

    [Vozes: “Sim”].ESF 170.6

    Então será que não é a intenção de Deus que vocês e eu sejamos guardados de pecar? Se estamos conscientes de que essa é a intenção de Deus, então podemos esperar confiantemente por isso. Se não esperarmos que isso aconteça, nunca acontecerá.26“Ele venceu na natureza humana, dependendo de Deus para ter o poder. Este é o privilégio de todos. Em proporção à nossa fé será nossa vitória” (Ellen G. White, The Youth’s Instructor, 25 de abril de 1901, grifo acrescentado).ESF 171.1

    Assim, o primeiro versículo de Romanos 6 mostra que a intenção de Deus é que sejamos guardados de pecar, não é mesmo?ESF 171.2

    O que diz o segundo versículo? “Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?” Ora, como viveremos assim? Então, o que esse verso quer dizer? Quer dizer que não continuaremos no pecado de modo nenhum. O fato é que o sepultamento deve ocorrer após a morte. Somos sepultados com Ele pelo batismo na morte e ressuscitados para andar em novidade de vida. “Sabendo isto: que o nosso velho homem foi com Ele crucificado, para que o corpo do pecado seja destruído, a fim de que não sirvamos mais ao pecado” (Romanos 6:6, KJV). Esse é o caminho traçado para nós, e é o caminho da cruz.ESF 171.3

    Observem agora três pontos aqui: “Sabendo isto: que o nosso velho homem foi com Ele crucificado”. Com qual propósito? “Para que o corpo do pecado seja destruído”. E destruído com que objetivo? “A fim de que não sirvamos mais ao pecado”. A menos que o corpo do pecado seja desfeito, ou destruído, serviremos ao pecado. A menos que o velho homem seja crucificado, o corpo do pecado não é destruído. Assim, o caminho para sermos guardados de pecar é o caminho da crucificação e da destruição.ESF 171.4

    A única pergunta, então, que cada um de nós precisa claramente responder é a seguinte: Será que eu prefiro ser crucificado e destruído em vez de pecar? Se sua decisão final e definitiva for a de que você prefere, neste momento, ser crucificado e destruído em vez de pecar, você nunca pecará. “Com Ele crucificado, para que o corpo do pecado seja destruído, a fim de que não sirvamos mais ao pecado”. Portanto, a libertação da escravidão do pecado se encontra somente na crucificação e na destruição. Você escolhe o pecado ou escolhe a crucificação e a destruição? Será que você vai escolher a destruição e escapar do pecado? Ou você prefere escolher o pecado e a destruição também? Essa é a questão. Não se trata de uma alternativa. Quem fugir da destruição, querendo se escapar dela, vai encontrar a destruição. Quem escolher a destruição vai escapar da destruição.ESF 171.5

    Então, o caminho da destruição pela cruz de Cristo é o caminho da salvação. Jesus Cristo passou pela via da destruição na cruz a fim de trazer a salvação para você e para mim. A salvação que nos foi concedida custou a destruição do Filho de Deus na cruz. A pessoa cujo propósito definido e irrevogável é escolher, em cada momento da vida, a destruição, a fim de ganhar a salvação, nunca terá falta dessa salvação.ESF 172.1

    Mas é aí que surge o problema. A destruição não é agradável, não é fácil, ou seja, para o velho homem. Levando em conta a escolha natural, não é fácil ser destruído; mas para a pessoa que assim escolhe, torna-se fácil. É fácil quando a decisão está tomada, e é fácil continuar para sempre depois de decidido.ESF 172.2

    Quando é que devemos tomar essa atitude? Quando é que Deus nos apresenta imaculados diante da Sua glória? Agora. E o único caminho para isso é o da destruição. Agora é o tempo para escolher a destruição. Agora é o tempo para você se entregar para sempre à destruição. Mas se eu recuar, se me esquivar da destruição, então do que estou me esquivando? Da salvação. Pois “o nosso velho homem foi com Ele crucificado, para que o corpo do pecado seja destruído, a fim de que não sirvamos mais ao pecado”.ESF 172.3

    Assim, se eu for colocado em alguma situação difícil que parece com uma destruição, então tudo bem, já que a destruição foi o que eu escolhi, para não mais servir ao pecado. Essa entrega traz satisfação cristã para a vida, pois a alegria, a eterna paz e o bem-estar proporcionados pela certeza de sermos guardados do pecado vale mais do que qualquer destruição que possa nos sobrevir. Vale a pena. A negociação envolvida aqui não é em nada desvantajosa. Na verdade, é a mais lucrativa que possa ser feita.ESF 172.4

    Crucificação, destruição e então não mais o serviço do pecado: este é o caminho da perfeição cristã. Por quê? “Porquanto quem morreu está libertado do pecado.” (Romanos 6:7, KJV). Graças a Deus, aquele que morreu está liberto do pecado. Então a única pergunta que precisamos responder em nossa vida é esta: estou morto? Caso eu não esteja e acontece algo que torna essa morte uma realidade, a libertação do pecado é a única consequência; e isso vale todo o custo pago.ESF 173.1

    Observem o próximo versículo: “Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com Ele viveremos” (Romanos 6:8). O versículo 1 ensina que ficaremos livres do pecado. O versículo 2 ensina que ficaremos livres do pecado. O versículo 6 afirma que não devemos mais servir ao pecado; o versículo 7 diz que aquele que morreu está liberto do pecado; o versículo 8 diz que, se morremos com Cristo, também com Ele viveremos. Em que condição Ele vive? Em justiça ou em pecado?ESF 173.2

    [Vozes: “Em justiça”].ESF 173.3

    Muito bem. Então está claro que os versículos 1, 2, 6, 7 e 8 do capítulo 6 de Romanos ensinam que seremos guardados de pecar.ESF 173.4

    E o que dizer do versículo 9? “Sabedores de que, havendo Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte já não tem domínio sobre Ele”. Como que a morte alguma vez teve domínio sobre Ele? Por causa do pecado – não o Dele, mas o nosso –, pois “Aquele que não conheceu pecado, [Deus] O fez pecado por nós” (2 Coríntios 5:21). Então a morte não tem mais domínio sobre Ele. Ele tem a vitória sobre o pecado e todas as suas consequências para sempre. Então, o que esse verso tem a ensinar a cada um de nós? Fomos ressuscitados com Ele. “Pois, quanto a ter morrido, de uma vez para sempre [Ele] morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus” (Romanos 6:10). Logo, tanto o versículo 9 quanto o 10 ensinam que seremos guardados de pecar.ESF 173.5

    Os versículos 11 e 12 dizem: “Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus. Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões”. Mais uma vez Deus mostra Seu propósito de que não pecaremos.ESF 173.6

    “Nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniquidade; mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus, como instrumentos de justiça. Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça” (Romanos 6:14). O reinado da graça eleva a alma acima do pecado, a mantém ali, reina contra o poder do pecado e livra a alma de pecar.ESF 174.1

    “E daí? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, e sim da graça? De modo nenhum!” (Romanos 6:15). Então, do verso 1 até o 14 de Romanos 6 encontramos o ensino, repetido várias vezes, sobre a libertação do pecado e da prática do pecado. Isso é maravilhoso, mas há algo que vai ainda além disso. “Prossigamos até a perfeição” (Hebreus 6:1).ESF 174.2

    Ouçam: “Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?” (Romanos 6:16) Libertos do poder do pecado, a quem vocês se apresentam por servos? A Deus. Vocês então são servos de Deus, libertados para o serviço da justiça. Não é intenção de Deus que vivamos uma vida vazia ao Ele nos guardar de pecar. Seu desejo é que haja um serviço ativo e inteligente, e que o resultado seja apenas a justiça. É algo incrivelmente maravilhoso sermos libertos do pecado e sermos guardados de pecar; outra coisa maravilhosa, porém, que deve ser acrescentada a essa é nos tornarmos servos da justiça de modo que nosso serviço seja para a justiça.ESF 174.3

    Portanto, que toda alma ecoe o texto, que diz: “Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues. E, libertados do pecado, FOSTES FEITOS SERVOS DA JUSTIÇA” (Romanos 6:17-18). Sejamos gratos a Deus por isso. Ele diz que você é esse servo; e quando Ele o diz, isso é um fato. Agradeça a Ele por isso. Agradeça-Lhe por ter sido libertado do pecado e agradeça ao Senhor por você ser o servo da justiça. Ele fez de você esse servo, pois Ele assim o disse.ESF 174.4

    Mas isso ainda não é tudo. “Falo como homem, pela fraqueza da vossa carne; pois que, assim como apresentastes os vossos membros para servirem à imundícia e à maldade para a maldade, assim apresentai agora os vossos membros para servirem à justiça para a santificação. Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça” (Romanos 6:19-20). Aqui o Senhor apela para a experiência sua e minha. “Quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça”. Vocês sabem que isso é um fato. Atentem agora para o complemento: “E que fruto tínheis, então, das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte. Mas, agora, libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para SANTIFICAÇÃO, e por fim a VIDA ETERNA” (Romanos 6:21-22).ESF 174.5

    Não somos servos do pecado e livres da justiça; somos servos da justiça e livres do pecado. Quando medito sobre esse tema e o Senhor me alimenta com todo esse banquete espiritual, por vezes me vem à mente uma expressão de John Milton em que ele fala dos cânticos angelicais como notas de “doçura harmoniosa há muito entoadas”. O sexto capítulo de Romanos é uma dessas notas de doçura harmoniosa há muito entoadas.ESF 175.1

    Ele começa com a libertação do pecado; isso é formidável. Em acréscimo a isso, temos a liberdade da prática do pecado, e isso é formidável. Em acréscimo, somos feitos servos da justiça, e isso é formidável. Em acréscimo, temos o fruto para santificação, e isso é formidável. E para coroar tudo, no final, temos a vida eterna, e isso é formidável. Não estamos diante de notas, de composição divina, repletas de doçura harmoniosa há muito entoadas? Oh, recebam essa mensagem, meditem nela, assimilem essa doce melodia e permitam que ela perdure na alma dia e noite. Ela faz bem à alma.ESF 175.2

    Esse é o caminho para a perfeição cristã. Ele passa pela via da crucificação, da destruição do corpo do pecado, da liberdade da prática do pecado, segue pela senda da justiça, até a santidade, para chegar até a perfeição em Jesus Cristo, pelo Espírito Santo, para a vida eterna.ESF 175.3

    Examinemos novamente a declaração sobre os dons concedidos com vistas ao aperfeiçoamento dos santos: “Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Efésios 4:12, 13). Aqui está o padrão. O caminho que devemos trilhar é o que Cristo trilhou neste mundo de pecado e em carne pecaminosa27Ver nota na página 107. – a carne que vocês e eu temos –, carregando o fardo dos pecados do mundo; o caminho que Cristo trilhou em perfeição e para a perfeição é o caminho posto perante nós.ESF 175.4

    Ele nasceu do Espírito Santo. Em outras palavras, Jesus Cristo nasceu novamente. Ele desceu do Céu, o primogênito de Deus, até a Terra e nasceu novamente. Mas tudo na obra de Cristo vem a nós por contraste: Ele, sendo sem pecado, foi feito pecado para que, Nele, fôssemos feitos justiça de Deus. Ele, sendo Aquele que vive, o Príncipe e Autor da vida, morreu para que vivêssemos. Ele, “cujas origens são desde [...] os dias da eternidade” (Miquéias 5:2), o primogênito de Deus, nasceu novamente para que nós pudéssemos nascer de novo.ESF 176.1

    Se Jesus Cristo nunca tivesse nascido novamente, será que algum dia vocês e eu nasceríamos de novo? Não. Mas Ele nasceu novamente, vindo do mundo da justiça para o mundo do pecado, para que pudéssemos nascer de novo, deixando o mundo do pecado para o mundo da justiça. Ele nasceu novamente e participou da natureza humana para que nascêssemos de novo e, dessa forma, participássemos da natureza divina. Ele nasceu novamente para a Terra, para o pecado e para o homem, a fim de que nascêssemos de novo para o Céu, para a justiça e para Deus.ESF 176.2

    O irmão Covert diz que tudo isso faz com que Cristo e nós nos tornemos irmãos. Sem dúvida Ele Se tornou nosso irmão. E Ele também “não Se envergonha de [nos] chamar irmãos” (Hebreus 2:11).ESF 176.3

    Então Ele nasceu novamente, pelo Espírito Santo, pois está escrito e foi dito a Maria: “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a Sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus” (Lucas 1:35).ESF 176.4

    Jesus, nascido do Espírito Santo, nascido novamente, cresceu “em sabedoria, estatura e graça” (Lucas 2:52) até chegar à plena maturidade de vida e caráter neste mundo, a ponto de poder dizer a Deus: “Eu Te glorifiquei na Terra, consumando a obra que Me confiaste para fazer” (João 17:4). O plano e a mente de Deus tinham alcançado Nele a perfeição.ESF 176.5

    Jesus, nascido novamente, nascido do Espírito Santo, nascido em carne e sangue, como nós, o Príncipe de nossa salvação, “por meio de sofrimentos”, foi “aperfeiçoado”. Pois, “embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-Se o Autor da salvação eterna para todos os que Lhe obedecem” (Hebreus 2:10; 5:8, 9). Assim, Jesus chegou à perfeição em carne humana por meio de sofrimentos; pois é num mundo de sofrimentos que nós, em carne humana, devemos atingir a perfeição.ESF 177.1

    E embora crescendo o tempo todo, Ele foi perfeito o tempo todo. Percebem isso? É nesse ponto que muitas pessoas têm uma concepção equivocada de todo o conceito sobre a perfeição cristã. Pensam que a perfeição final constitui a única medida. Ela está no plano de Deus; mas a perfeição final não é alcançada no início. Vamos investigar novamente o capítulo 4 de Efésios. Essa é uma sugestão a vocês e a mim de como podemos atingir essa perfeição, “a medida da estatura completa de Cristo”. Lerei o verso 13, seguido dos versos 14 e 15:ESF 177.2

    “Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro. Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo Naquele que é a cabeça, Cristo” (Efésios 4:13-15).ESF 177.3

    Essa obra deve ser realizada em cada um de nós por meio do crescimento; mas não pode haver crescimento onde não há vida. Trata-se de crescimento no conhecimento de Deus, crescimento na sabedoria de Deus, crescimento no caráter de Deus, crescimento em Deus. Portanto, isso só pode acontecer por meio da vida de Deus. Mas essa vida é plantada no ser humano por ocasião do novo nascimento. Ele nasce de novo, nasce do Espírito Santo; e a vida de Deus é plantada ali, a fim de que possa crescer “Naquele que é a cabeça, Cristo”. Crescer em quantas coisas? “Em tudo”.ESF 177.4

    Vocês se lembram de que “o reino dos céus é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo” (Mateus 13:24). E “a semente é a palavra de Deus” (Lucas 8:11). A semente é plantada. Ele se dá conta de que “de noite e de dia” ela cresce, “não sabendo ele como” (Marcos 4:27). Mas, como é essa semente? É perfeita, pois foi Deus quem a fez. Ela germina imediatamente. O que dizer do broto?ESF 178.1

    [Congregação: “É perfeito também”]. É mesmo?ESF 178.2

    [Vozes: “Sim”].ESF 178.3

    Mas o broto ainda não é uma espiga. Não é uma haste robusta e cheia de grãos. É um simples broto despontando do solo. Mas o que dizer sobre ele? Não é perfeito?ESF 178.4

    [Congregação: “Sim”].ESF 178.5

    De acordo com cada estágio de progresso, a planta é tão perfeita na germinação quanto será quando o crescimento terminar e ela alcançar a plena maturidade. Vocês não percebem? Não permitam que essa concepção errônea perdure. Vamos acabar com ela!ESF 178.6

    Quando esse broto desponta do solo, você se curva para observá-lo. É algo que vale a pena admirar. É encantador, pois é perfeito. Parece a folha mais perfeita que já apareceu na Terra, mas não passa de uma erva fininha, mal conseguindo ver a luz do sol. Isso é tudo que pode ser dito sobre ela, mas é perfeita. É perfeita, porque é assim que Deus a fez. Deus é o único responsável com tudo o que ocorreu com ela. Conseguem perceber? Tudo está dentro da normalidade. Da mesma forma, vocês e eu somos nascidos de novo dessa boa semente da palavra de Deus – nascidos pela palavra de Deus e pelo Espírito Santo, nascidos da semente perfeita. E quando essa semente brota, cresce e começa a se mostrar diante dos homens, as pessoas veem as características de Cristo. E o que dizer dela? Ela é perfeita. Então, o que é o cristão nesse estágio?ESF 178.7

    [Congregação: “Perfeito”].ESF 178.8

    Se nascemos de novo pelo poder de Jesus Cristo, e o próprio Deus dirige a obra, como será aquilo que surge? Será perfeito. E isso é perfeição cristã nesse estágio. Jesus Cristo apresenta você santo, inculpável e irrepreensível diante do trono nesse estágio.ESF 179.1

    Esse broto cresce e se ergue acima do solo, e logo outra folha desponta. Já são duas, e cada uma tão charmosa quanto a outra. Surge a terceira. Vemos então uma haste que continua a crescer. O quadro agora é bem diferente daquele que vimos no início. Realmente outro quadro, mas não mais perfeito do que era antes. Parece estar mais próximo da perfeição final, mais próximo da realização do propósito de Deus; mas, apesar de estar mais próximo da perfeição final, ele não é mais perfeito, como se apresenta agora, do que era quando despontou do solo.ESF 179.2

    Com o tempo ele cresce à sua plena altura. A espiga se forma e as flores começam a surgir. A planta fica mais bonita por causa disso. Por fim vemos a espiga cheia de grãos, perfeita; e os grãos de trigo, cada um deles perfeito também. A obra, a divina obra para esta planta está concluída. Ela está aperfeiçoada. Ela chegou à perfeição de acordo com o pensamento que Deus tinha ao iniciá-la.ESF 179.3

    Isso é perfeição cristã. Ela vem pelo crescimento. Mas o crescimento só ocorre mediante a vida de Deus. E como a vida de Deus é a fonte, ela só pode crescer segundo a ordem de Deus. Somente Ele pode moldar o crescimento. Somente Ele sabe, com toda perfeição, qual é o padrão. Cristo é o padrão. Deus conhece perfeitamente o padrão, e Ele pode fazer com que cresçamos em perfeição de acordo com esse padrão, porque o mesmo poder, a mesma vida, que está nesse crescimento estava também no crescimento do padrão original, Jesus Cristo.ESF 179.4

    E como Jesus, ao nascer, começou Sua caminhada terrestre como uma criancinha em carne humana, cresceu e completou a obra que Deus Lhe deu para fazer, assim também nós, nascidos de novo, crescendo Nele em todas as coisas, logo chegaremos ao dia em que, assim como Cristo, diremos, e diremos em justiça: “Eu Te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer”. Pois está escrito: “Mas, nos dias da voz do sétimo anjo, quando ele estiver para tocar a trombeta, cumprir-se-á, então, o mistério de Deus” (Apocalipse 10:7). Estamos vivendo nesses dias. Esse mistério nos foi dado para ser proclamado ao mundo. Ele deve ser completado para o mundo, e deve ser completado naqueles que o têm.ESF 179.5

    Mas qual é o mistério de Deus? “Cristo em vós, a esperança da glória” (Colossenses 1:27). “Deus Se manifestou em carne” (1 Timóteo 3:16, ACF). Então, nestes dias, esse mistério deve ser completado em 144 mil pessoas. A obra de Deus em carne humana, a manifestação de Deus na carne humana, em vocês e em mim, deve ser completada. A obra Dele em cada um de nós deve ser completada. Precisamos ser aperfeiçoados em Jesus Cristo. Pelo Espírito, precisamos chegar “à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Efésios 4:13).ESF 180.1

    Não vale a pena seguir esse caminho? Não é o caminho do Senhor um bom caminho rumo à perfeição? Então, “deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, PROSSIGAMOS ATÉ A PERFEIÇÃO, não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus, e da doutrina dos batismos, e da imposição das mãos, e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno” (Hebreus 6:1-2, ARC). Ele nos libertou do fundamento instável que tínhamos quando estávamos no pecado. Que o único fundamento seja o do serviço da justiça para santificação e, por fim, a vida eterna.ESF 180.2

    E em cada pessoa que um dia estará diante do juízo e que já se põe na presença do julgamento, entregando-se à crucificação e à destruição, sim, em cada uma delas esse mistério há de ser cumprido de acordo com o método escolhido por Deus e no curto espaço de tempo no qual Deus prometeu conduzir-nos à justiça. Portanto, é unicamente Deus, a avaliação de Deus, o Seu padrão, Cristo como modelo, a obra de Deus, sempre, em todas as coisas, em toda parte e eternamente! Então tenham bom ânimo. Que a obra seja Cristo primeiro, último, e em todo o tempo.ESF 180.3

    Advent Review and Sabbath Herald, 18 de julho, 25 de julho e 1º de agosto de 1899ESF 180.4

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