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Daniel e Apocalipse - Contents
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    Apocalipse 11 — As duas testemunhas

    VERSÍCULO 1. Foi-me dado um caniço semelhante a uma vara, e também me foi dito: Dispõe-te e mede o santuário de Deus, o seu altar e os que naquele adoram; 2. mas deixa de parte o átrio exterior do santuário e não o meças, porque foi ele dado aos gentios; estes, por quarenta e dois meses, calcarão aos pés a cidade santa.DAP 395.1

    Aqui encontramos a continuação das instruções que o anjo começou a dar a João no capítulo anterior. Logo, estes versículos pertencem, mais apropriadamente, a esse capítulo e não deveriam ser separados por esta divisão. No último versículo do capítulo 10, o anjo deu uma nova comissão a João, no papel de representante da igreja. Em outras palavras, conforme já demonstrado, encontramos naquele versículo uma profecia da terceira mensagem angélica. Agora se segue o testemunho acerca da natureza dessa mensagem. Ela está ligada ao templo de Deus no Céu e tem o desígnio de medir uma classe de adoradores desse local. Nesse caso, o templo não pode se referir à igreja, pois a igreja é destacada em conexão com esse templo como “os que naquele adoram”. Portanto, o templo é o santuário literal no Céu e os adoradores, a igreja verdadeira na Terra. Mas é claro que esses adoradores não seriam medidos no sentido de descobrir a altura e a circunferência de cada um em metros e centímetros. Eles são medidos como adoradores. E o caráter só pode ser mensurado por algum padrão de justiça, a saber, uma lei ou regra de ação. Assim, somos levados à conclusão de que os dez mandamentos, o padrão que Deus deixou para medir “o dever de todo homem”, estão inclusos no caniço que o anjo coloca nas mãos de João. E, no cumprimento dessa profecia, essa mesma lei foi colocada nas mãos da igreja, por intermédio da terceira mensagem angélica. Esse é o padrão pelo qual os adoradores de Deus devem agora ser testados.DAP 395.2

    Depois de descobrir o que é medir aqueles que adoram no templo, perguntamos ainda: o que significa medir o templo? Medir qualquer objeto exige que demos atenção especial a esse objeto. Logo, sem dúvida, o chamado para se levantar e medir o templo de Deus consiste em uma ordem profética para a igreja fazer um exame especial do assunto do templo, ou santuário. Mas como isso deve ser feito com o caniço concedido à igreja? Somente com os dez mandamentos, não conseguimos fazê-lo. No entanto, quando consideramos a mensagem inteira, somos levados a uma análise do santuário do alto, com a ligação que ele tem com os mandamentos de Deus e a ministração de Cristo. Dessa forma, concluímos que o caniço, quando considerado como um todo, corresponde à mensagem especial concedida agora à igreja, que engloba as grandes verdades peculiares a este tempo, incluindo os dez mandamentos. Por meio dessa mensagem, nossa atenção foi chamada para o templo celestial e, por meio dela, luz e verdade sobre o assunto surgiram. Assim nós medimos o templo e o altar, ou a ministração ligada ao templo, a obra e a posição de nosso grande Sumo Sacerdote. E medimos os adoradores com a parte do caniço ligada ao caráter, a saber, os dez mandamentos.DAP 395.3

    “Mas deixa de parte o átrio exterior do santuário”. Isso significa dizer: a atenção da igreja se dirige agora à parte de dentro do templo e ao serviço realizado ali. As questões relativas ao átrio passam a ser de menor importância. Ele foi dado aos gentios. O átrio se refere à Terra. Tal fato pode ser provado da seguinte maneira: o átrio é o lugar onde eram sacrificadas as vítimas cujo sangue seria ministrado no santuário. A vítima antitípica devia morrer no átrio antitípico. E Cristo morreu no Calvário, na Judeia. Tendo introduzido dessa maneira os gentios, a atenção do profeta se dirige para a grande característica da apostasia dos gentios, a saber, o fato de haverem calcado aos pés a cidade santa por 42 meses, durante o período de supremacia papal. Então, ele é dirigido à condição da Palavra de Deus, a verdade e a igreja durante aquela época. Assim, por meio de uma transição fácil e natural, somos levados de volta ao passado, e nossa atenção é despertada para uma nova série de acontecimentos.DAP 396.1

    VERSÍCULO 3. Darei às Minhas duas testemunhas que profetizem por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de pano de saco.DAP 396.2

    Esses dias são os mesmos 42 meses do versículo anterior e se referem ao período do triunfo papal. Durante essa época, as testemunhas estão vestidas de pano de saco, ou em obscuridade, e Deus lhes dá poder para perseverar e conservar seu testemunho ao longo desse período negro e funesto. Mas quem ou o que são essas testemunhas?DAP 396.3

    VERSÍCULO 4. São estas as duas oliveiras e os dois candeeiros que se acham em pé diante do Senhor da Terra.DAP 396.4

    Aqui se faz uma alusão evidente a Zacarias 4:3-6, passagem na qual se explica que as duas oliveiras representam a Palavra de Deus. Davi testemunha: “A revelação das Tuas palavras esclarece” (Salmos 119:130) e “Lâmpada para os meus pés é a Tua palavra e, luz para os meus caminhos” (v. 105). O testemunho escrito é mais forte que o oral. Jesus declarou o seguinte acerca das Escrituras do Antigo Testamento: “São elas mesmas que testificam de Mim” (João 5:39). Nesta dispensação, Ele diz que Suas obras testemunham Dele. O que significa testificar Dele? Desde que Seus discípulos, os quais se associaram pessoalmente a Ele enquanto aqui na Terra, faleceram e deixaram esta vida, as obras de Jesus só testificam Dele por intermédio do Novo Testamento, o único lugar no qual encontramos registro delas. Este evangelho do reino, afirmou-se no passado, será pregado a todo o mundo em testemunho a todas as nações.DAP 396.5

    Tais declarações e considerações são suficientes para embasar a conclusão de que o Antigo e o Novo Testamentos, um entregue em uma dispensação e o outro, em outra, são as duas testemunhas de Cristo.DAP 396.6

    VERSÍCULO 5. Se alguém pretende causar-lhes dano, sai fogo da Sua boca e devora os inimigos; sim, se alguém pretender causar-lhes dano, certamente, deve morrer.DAP 397.1

    Causar dano à Palavra de Deus é se opor, corromper ou perverter seu testemunho e afastar as pessoas dele. Contra os que realizam essa obra, sai fogo de Sua boca para devorá-los, isto é, juízo de fogo é pronunciado naquela Palavra. Esta declara que eles terão parte afinal no lago ardente de fogo e enxofre (Malaquias 4:1; Apocalipse 20:15; 22:18-19, etc.).DAP 397.2

    VERSÍCULO 6. Elas têm autoridade para fechar o céu, para que não chova durante os dias em que profetizarem. Têm autoridade também sobre as águas, para convertê-las em sangue, bem como para ferir a Terra com toda sorte de flagelos, tantas vezes quantas quiserem.DAP 397.3

    Em que sentido essas testemunhas têm poder para fechar o céu, converter água em sangue e ferir a Terra com flagelos? Elias fechou o céu de tal modo que não choveu por três anos e meio; mas ele o fez pela Palavra do Senhor. Moisés, pela Palavra do Senhor, converteu em sangue as águas do Egito. E assim como tais atos de juízo, registrados em seu testemunho, se cumpriram, cada uma das ameaças e cada um dos julgamentos pronunciados por elas contra tais pessoas sem dúvida se cumprirá. “Tantas vezes quantas quiserem”. Os juízos ocorrerão com a mesma frequência com que se encontram registrados. Um exemplo disso o mundo há de experimentar ainda com o derramamento das sete últimas pragas.DAP 397.4

    VERSÍCULO 7. Quando tiverem, então, concluído o testemunho que devem dar, a besta que surge do abismo pelejará contra elas, e as vencerá, e matará, 8. e o seu cadáver ficará estirado na praça da grande cidade que, espiritualmente, se chama Sodoma e Egito, onde também o seu Senhor foi crucificado.DAP 397.5

    “Quando tiverem, então, concluído o testemunho que devem dar”, isto é, em “pano de saco”. A condição de pano de saco terminou, ou, conforme se encontra expresso em outra passagem, os dias da perseguição foram abreviados (Mateus 24:22), antes que o período em si expirasse. Uma “besta” na profecia denota um reino ou poder (ver Daniel 7:17, 23). A pergunta que agora surge é: quando o período de 1.260 anos das testemunhas terminou? E um reino como o descrito guerreou contra elas na época citada? Se estivermos corretos em atribuir o ano de 538 d.C. como o início da supremacia papal, então os 42 meses, correspondentes a 1.260 dias proféticos, ou anos, nos trazem até 1798 d.C. Por volta dessa época surgiu um reino conforme o descrito para guerrear contra elas, etc.? Note: essa besta, ou reino, vem do poço do abismo; não tem nenhum alicerce. Trata-se de um poder ateu e, “espiritualmente, se chama […] Egito” (ver Êxodo 5:2: “Respondeu Faraó: Quem é o Senhor para que Lhe ouça eu a voz e deixe ir a Israel? Não conheço o Senhor, nem tampouco deixarei ir a Israel”). Aqui temos o ateísmo. Algum reino, por volta de 1798, manifestou o mesmo espírito? Sim, a França. Em esfera nacional, negou a existência de Deus e declarou guerra contra a “monarquia do Céu”.DAP 397.6

    “Espiritualmente” esse poder “se chama Sodoma”. Qual era o pecado característico de Sodoma? Devassidão. A França possuía tal caráter? Sem dúvida. A fornicação foi validada pela lei durante o período mencionado. “Espiritualmente”, o lugar era onde o “Senhor foi crucificado”. Isso foi verdadeiro na França? Sim, em mais de um sentido. Ali se tramou uma conspiração para destruir todos os piedosos huguenotes. Em uma só noite (24 a 25 de agosto de 1572), 50 mil dentre eles foram assassinados a sangue frio, e as ruas de Paris ficaram literalmente encharcadas de sangue. Assim nosso Senhor foi “espiritualmente crucificado” na figura de Seus fiéis seguidores. A senha e o lema dos infiéis franceses era “ANIQUILEM O MISERÁVEL”, em referência a Cristo. Logo, pode-se afirmar verdadeiramente “onde também o seu Senhor foi crucificado”. O próprio espírito do “poço do abismo” foi derramado sobre essa nação ímpia.DAP 398.1

    Mas a França “pelejou” ou guerreou contra a Bíblia? Sim. Em 1793, a Assembleia Francesa aprovou um decreto proibindo as Escrituras. Por causa dele, as Bíblias foram recolhidas e queimadas, amontoando sobre elas todo e qualquer traço de desprezo. Todas as instituições ligadas à Bíblia foram abolidas. O dia de descanso semanal foi eliminado e substituído pelo décimo dia, dedicado ao divertimento e à profanidade. O batismo e a santa ceia foram abolidos. A existência de Deus foi negada e se declarou que a morte é um sono eterno. A deusa da razão, representada por uma mulher de má fama, foi exaltada e publicamente adorada. Sem dúvida, aqui se encontra um poder que responde com exatidão à profecia. Mas analisemos esse assunto com mais profundidade.DAP 398.2

    VERSÍCULO 9. Então, muitos dentre os povos, tribos, línguas e nações contemplam os cadáveres das duas testemunhas, por três dias e meio, e não permitem que esses cadáveres sejam sepultados.DAP 398.3

    As palavras deste versículo retratam os sentimentos de outras nações além da que comete o ultraje às testemunhas. Elas testemunhavam a guerra que a infiel França estava travando contra a Bíblia, mas não permitiram ser induzidas a envolver-se nacionalmente com a obra ímpia, tampouco permitiram que as testemunhas assassinadas fossem sepultadas, ou tirada de circulação em suas terras, embora as testemunhas tenham ficado mortas na França por três dias e meio, isto é, por três anos e meio. Não. Essa tentativa da parte da França só serviu para despertar os cristãos de todos os lugares a dedicar renovado empenho em favor da Bíblia, conforme passaremos a ver.DAP 398.4

    VERSÍCULO 10. Os que habitam sobre a Terra se alegram por causa deles, realizarão festas e enviarão presentes uns aos outros, porquanto esses dois profetas atormentaram os que moram sobre a Terra.DAP 398.5

    Essas palavras denotam a alegria experimentada por aqueles que odiavam a Bíblia ou se sentiam atormentados por ela. Por um tempo, grande foi a alegria dos infiéis em toda parte. Todavia, “o júbilo dos perversos é breve” (Jó 20:5). Foi isso que aconteceu na França, pois sua peleja contra a Bíblia e o cristianismo quase os tragou por completo. Eles se propuseram a destruir as “duas testemunhas” de Cristo, mas encheram a França de sangue e terror, a ponto de ficarem horrorizados com as consequências dos próprios atos de maldade. Por isso, logo ficaram felizes em tirar suas mãos ímpias da Bíblia.DAP 398.6

    VERSÍCULO 11. Mas, depois dos três dias e meio, um espírito de vida, vindo da parte de Deus, neles penetrou, e eles se ergueram sobre os pés, e àqueles que os viram sobreveio grande medo;DAP 399.1

    Em 1793, a Assembleia Francesa aprovou um decreto proibindo a Bíblia. Apenas três anos depois, a assembleia introduziu uma resolução superior ao decreto que tolerava as Escrituras. Ela ficou pendente por seis meses, mas, quando seguiu para votação, foi aprovada por unanimidade. Portanto, em apenas três anos e meio, as testemunhas “se ergueram sobre os pés, e àqueles que os viram sobreveio grande medo”. Nada além das consequências medonhas de rejeitar a Bíblia teriam conseguido induzir a França a tirar as mãos dessas testemunhas.DAP 399.2

    VERSÍCULO 12. e as duas testemunhas ouviram grande voz vinda do Céu, dizendo-lhes: Subi para aqui. E subiram ao Céu numa nuvem, e os seus inimigos as contemplaram.DAP 399.3

    Subiram ao Céu”. A fim de entender essa expressão, confira Daniel 4:22: “a tua grandeza cresceu e chega até ao Céu”. Aqui vemos que a expressão significa grande exaltação. As Escrituras chegaram a tamanho estado de exaltação, conforme essa passagem sugere, desde que a França pelejou contra elas? Sim.DAP 399.4

    Pouco tempo depois, foi organizada a Sociedade Bíblica Britânica (1804), sucedida pela Sociedade Bíblica Norte-Americana (1817). Essas duas organizações, com suas quase inúmeras filiais, têm levado a Bíblia a todos os lugares. Desde aquele período, as Escrituras já foram traduzidas para quase 200 idiomas diferentes das traduções existentes até então. E o aperfeiçoamento na fabricação de papel e na área de impressão nos últimos 75 anos deu ímpeto à obra de espalhar a Bíblia, que hoje ocorre em um ritmo sem precedentes.DAP 399.5

    Literalmente navios carregados de Bíblias têm sido enviados aos destituídos. Uma embarcação chegou a levar 59 toneladas de Bíblias da Inglaterra para os escravos emancipados das Índias Ocidentais. A Bíblia foi elevada ao respeito de quase todos, sejam santos ou pecadores. No presente século, as traduções das Escrituras quintuplicaram, e a circulação da Bíblia aumentou em 30 vezes.18D. T. Taylor, Increase of Crime, p. 5. Nenhum outro livro se aproxima em preço ou no número de exemplares vendidos. De acordo com o periódico Missionary Review [Revista Missionária] de setembro de 1896, a Bíblia já foi traduzida para idiomas que abrangem 90% da raça humana. E a Sociedade Bíblica Norte-Americana, em seu octogésimo relatório anual, datado de maio de 1896, afirma que o total de Bíblias e partes da Bíblia que somente essa instituição publicou foi de 61.705.841. É só levar em conta os exemplares lançados pela Sociedade Bíblica Britânica e outras editoras que esse número seria amplamente aumentado! Que outro livro o mundo testemunhou se aproximar da Bíblia nesse aspecto? É exaltado acima de qualquer preço por ser, ao lado do Filho, a bênção mais inestimável de Deus à humanidade e o testemunho glorioso acerca do Filho. Sim, é possível verdadeiramente afirmar que as Escrituras foram exaltadas “ao Céu numa nuvem”, sendo a nuvem um emblema de elevação celestial.DAP 399.6

    VERSÍCULO 13. Naquela hora, houve grande terremoto, e ruiu a décima parte da cidade, e morreram, nesse terremoto, sete mil pessoas, ao passo que as outras ficaram sobremodo aterrorizadas e deram glória ao Deus do Céu.DAP 400.1

    Que cidade? (ver Apocalipse 17:18: “A mulher que viste é a grande cidade que domina sobre os reis [reinos] da Terra”). A cidade é o poder romano papal. A França é um dos “dez chifres” que ofereceu “à besta [papal] o poder e a autoridade que possuem” (Apocalipse 17:13), ou seja, um dos dez reinos que surgiram do império ocidental de Roma, conforme indicam os dez dedos dos pés da estátua de Nabucodonosor, os dez chifres da besta de Daniel (Daniel 7:24) e do dragão de João (Apocalipse 12:3). Logo, a França é “a décima parte da cidade” e foi uma das mais fortes ministradoras da vingança papal. Em sua revolução, porém, ela “ruiu” e, com ela, caiu o último mensageiro civil da fúria papal. “E morreram, nesse terremoto, sete mil pessoas [na margem da KJV, nomes de homens, ou títulos de homens]”. A França guerreou, em sua revolução de 1793-1798, e daí em diante, contra todos os títulos de nobreza. Aqueles que examinaram os registros franceses disseram que foram exatamente 7 mil os títulos de nobreza abolidos na revolução. “Ao passo que as outras ficaram sobremodo aterrorizadas e deram glória ao Deus do Céu”. A obra realizada na França de desonra a Deus e rebeldia ao Céu encheu o país com cenas tão grandes de sangue, carnificina e horror que até os próprios infiéis tremeram de medo e ficaram pasmos. E as “outras” que escaparam dos horrores dessa hora “deram glória ao Deus do Céu”, não voluntariamente, mas porque Deus fez a “ira humana” louvá-Lo (Salmos 76:10), levando todo o mundo a perceber que quem guerreia contra o Céu cava a própria sepultura. Assim Deus foi glorificado justamente pelos meios que homens maus divisaram para macular essa glória.DAP 400.2

    Temos uma dívida de gratidão com o falecido George Storrs e sua obra The Two Witnesses [As Duas Testemunhas], à qual recorremos para encontrar estatísticas e muitos dos pensamentos anteriores sobre as duas testemunhas.DAP 400.3

    VERSÍCULO 14. Passou o segundo ai. Eis que, sem demora, vem o terceiro ai.DAP 400.4

    Aqui a série de sete trombetas é retomada mais uma vez. O segundo ai terminou com a sexta trombeta, em 11 de agosto de 1840; e o terceiro ai ocorre durante o toque da sétima trombeta, que começou em 1844.DAP 400.5

    Então onde nos encontramos? “Eis que”, ou seja, observe bem, “sem demora, vem o terceiro ai”. As cenas temíveis do segundo ai ficaram no passado, e agora nos encontramos sob o toque da trombeta que traz o terceiro e último ai. Devemos agora procurar paz e segurança, um milênio temporal, mil anos de justiça e prosperidade? Em vez disso, oremos com fervor para o Senhor despertar este mundo que dorme.DAP 400.6

    VERSÍCULO 15. O sétimo anjo tocou a trombeta, e houve no Céu grandes vozes, dizendo: O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do Seu Cristo, e Ele reinará pelos séculos dos séculos. 16. E os vinte e quatro anciãos que se encontram sentados no Seu trono, diante de Deus, prostraram-se sobre o seu rosto e adoraram a Deus, 17. dizendo: Graças Te damos, Senhor Deus, Todo-Poderoso, que és e que eras, porque assumiste o Teu grande poder e passaste a reinar.DAP 401.1

    Do versículo 15 até o fim do capítulo, parece que somos transportados do chão, desde o toque da sétima trombeta até o fim, por três vezes distintas. Nos versículos que acabam de ser citados, o profeta olha adiante para o pleno estabelecimento do reino de Deus. Embora a sétima trombeta tenha começado a tocar, não é possível afirmar ainda que as grandes vozes no Céu proclamaram que os reinos deste mundo se tornaram o reino de nosso Senhor e de Seu Cristo, exceto na antecipação do célere cumprimento desse evento. Mas a sétima trombeta, assim como as seis anteriores, abrange um período; e a transferência dos reinos dos poderes terrenos para Aquele que tem o direito de reinar é o principal acontecimento que se dará nos primeiros anos de seu toque. É por isso que tal evento, em lugar de todos os outros, envolve aqui a mente do profeta (ver os comentários sobre o versículo 19). No versículo seguinte, João volta e fala dos eventos que aconteceriam nesse meio tempo, da seguinte maneira:DAP 401.2

    VERSÍCULO 18. Na verdade, as nações se enfureceram; chegou, porém, a Tua ira, e o tempo determinado para serem julgados os mortos, para se dar o galardão aos Teus servos, os profetas, aos santos e aos que temem o Teu nome, tanto aos pequenos como aos grandes, e para destruíres os que destroem a Terra.DAP 401.3

    As nações se enfureceram”. Começando com a extraordinária revolução na Europa em 1848, a explosão espontânea de violência entre as nações, a ira de uma contra a outra, a suspeita e a inveja têm crescido constantemente. Quase todos os jornais mostram a temível condição a que agora chegaram e como está tenso o relacionamento entre elas.DAP 401.4

    Chegou, porém, a Tua ira”. A ira de Deus pela geração presente se enche nas sete últimas pragas (Apocalipse 15:1), e se faz, portanto, referência a elas aqui. Estas em breve serão derramadas sobre a Terra.DAP 401.5

    O julgamento dos mortos. “E o tempo determinado para serem julgados os mortos”. A grande maioria dos mortos, ou seja, os ímpios, continuam na sepultura após a visitação das pragas e o fim desta dispensação. Uma obra de julgamento, de atribuir a cada um o castigo por seus crimes, será levada adiante em referência a eles pelos santos, junto com Cristo, durante os mil anos após a primeira ressurreição (1 Coríntios 6:2; Apocalipse 20:4). Uma vez que esse julgamento dos mortos vem depois da ira de Deus, ou das sete últimas pragas, parece necessário relacioná-lo com os mil anos de juízo sobre os ímpios supramencionado, já que o juízo investigativo ocorre antes das pragas serem derramadas.DAP 401.6

    A recompensa dos justos. “Para se dar o galardão aos Teus servos, os profetas”. Essa predição nos leva para o futuro, para o momento da posse plena da herança celestial ao fim do milênio; pois o galardão completo dos santos só será alcançado quando eles receberem a posse da nova Terra (Mateus 25:34).DAP 401.7

    O castigo dos ímpios. “E para destruíres os que destroem a Terra”, referindo-se ao momento em que os ímpios serão devorados para sempre no fogo purificador que desce do Deus do Céu sobre eles, derretendo e renovando a Terra (2 Pedro 3:7; Apocalipse 20:9). Por meio dessas palavras, aprendemos que a sétima trombeta se estende até o fim dos mil anos. Que pensamento solene, surpreendente, mas feliz! A trombeta que hoje toca verá a destruição final dos ímpios e contemplará os santos, revestidos de gloriosa imortalidade, seguramente localizados na Terra renovada.DAP 402.1

    Mais uma vez, o profeta nos leva de volta ao início da trombeta, por meio da seguinte linguagem:DAP 402.2

    VERSÍCULO 19. Abriu-se, então, o santuário de Deus, que se acha no Céu, e foi vista a arca da Aliança no Seu santuário, e sobrevieram relâmpagos, vozes, trovões, terremoto e grande saraivada.DAP 402.3

    Depois de introduzir a sétima trombeta no versículo 15, o primeiro grande evento que chama a atenção do profeta é a transferência do reino do governo terreno para o celestial. Deus toma para Si esse grande poder e acaba para sempre com a rebelião desta Terra revoltada, estabelecendo Cristo sobre Seu trono, ao passo que Ele próprio continua a ser supremo sobre tudo. Depois que essa imagem se completa, somos levados de volta, no versículo 18, à condição das nações, ao juízo que recairia sobre elas e ao destino final tanto de santos quanto de pecadores. Depois que esse campo de visão é examinado, somos conduzidos ao passado mais uma vez no versículo em análise, e nossa atenção é dirigida ao fim do sacerdócio de Cristo, a última cena da obra de misericórdia em prol de um mundo culpado. O templo se abre; adentra-se no segundo compartimento do santuário. Sabemos que é o santíssimo que foi aberto, pois se vê a arca e foi nesse compartimento que ela foi depositada. Isso ocorreu ao fim das 2.300 tardes e manhãs, quando o santuário deveria ser purificado, o momento em que os períodos proféticos se encerram e o sétimo anjo começa a tocar a trombeta. Desde então, o povo de Deus contempla pela fé a porta aberta no Céu e arca da aliança divina ali. Os fiéis procuram guardar cada preceito da santa lei escrita nas tábuas ali guardadas. E os termos que João usa para descrever a arca deixam claro que as tábuas da lei se encontram ali, assim como na arca do santuário construído por Moisés. Ele a chama de “arca da Aliança”. A arca era chamada de arca da aliança, ou testamento, porque foi feita com o propósito expresso de guardar as tábuas do testemunho, ou dez mandamentos (Êxodo 25:16; 31:18; Deuteronômio 10:2, 5). Não era usada para nada mais e seu nome se devia somente ao fato de conter as tábuas da lei. Se as tábuas da aliança não estivessem ali dentro, não seria a arca da Aliança de Deus, nem podia verdadeiramente ser chamada por esse nome. João, porém, ao contemplar a arca no Céu durante o toque da sétima trombeta, continua chamando-a de “arca da Aliança”, fornecendo uma prova irrefutável de que a lei permanece ali, sem alterações em nenhum til ou jota em relação ao exemplar que, por um tempo, foi confiado ao cuidado dos seres humanos na arca típica do tabernáculo durante a dispensação mosaica.DAP 402.4

    Os seguidores da palavra profética também receberam o caniço e estão medindo o templo, o altar e aqueles que adoram ali dentro (v. 1). Eles proferem a última profecia diante de nações, povos e línguas (Apocalipse 10:11). E o drama logo se encerrará com relâmpagos, trovões, vozes, um terremoto e grande saraivada, os quais se unirão para formar a última convulsão da natureza antes de todas as coisas serem renovadas ao fim do milênio (Apocalipse 21:5; ver os comentários sobre Apocalipse 16:17-21).DAP 403.1

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