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Daniel e Apocalipse - Contents
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    Apocalipse 22 — A árvore e o rio da vida

    VERSÍCULO 1. Então, me mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro. 2. No meio da sua praça, de uma e outra margem do rio, está a árvore da vida, que produz doze frutos, dando o seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a cura dos povos.DAP 563.1

    O anjo continuou mostrando a João as coisas maravilhosas da cidade de Deus. No meio da praça da cidade se encontra a árvore da vida.DAP 563.2

    A rua principal. A palavra traduzida por praça na ARA é vertida por rua em outras versões, como a NVI. Embora rua seja usada no singular, não se deve supor que haverá apenas uma rua na cidade, pois ela contará com doze portas, e deve existir, é claro, uma rua que leve a cada porta. Mas a rua aqui mencionada é a rua mais distinta, a “rua principal da cidade” [NVI], ou, conforme o significado do termo original, a rua larga, a grande avenida.DAP 563.3

    O rio da vida. A árvore da vida se encontra no meio dessa praça ou rua principal. Mas a árvore da vida também fica dos dois lados do rio da vida. Logo, o rio da vida também se localiza no meio da praça ou rua principal da cidade. Esse procede do trono de Deus. A figura apresentada à nossa mente é esta: o glorioso trono de Deus no início dessa rua ou avenida larga. Desse trono flui o rio da vida, em direção ao centro da rua. E a árvore da vida cresce dos dois lados, formando um arco elevado e magnífico sobre esse majestoso curso d’água, espalhando seus galhos doadores de vida sobre ambas as margens. É impossível determinar qual será a largura dessa rua ampla. Mas logo se reconhece que uma cidade com 600 quilômetros de comprimento em qualquer direção tem condições de dedicar bastante espaço para sua maior avenida.DAP 563.4

    Um conceito muito natural da disposição das ruas da cidade é o mostrado no diagrama ao lado; a saber, o trono no centro e uma grande avenida na qual se encontram o rio da vida e a árvore da vida estendendo-se em quatro direções para os muros da cidade em todos os seus quatro lados. Isso daria a todas as partes da cidade igual acesso à grande avenida. Também forneceria oportunidade para uma porta magnífica no centro de cada lado da cidade, abrindo-se diante da grande avenida. O comprimento de cada uma dessas quatro ramificações da avenida (que depende, é claro, de quanto espaço é destinado ao trono) seria de no mínimo 290 quilômetros. Pode-se dizer que isso é exagerar demais na especulação. Talvez seja. Mas presume-se que aqueles que esperam entrar em breve nessa cidade não se mostrarão avessos a uma pequena especulação inocente nessa direção.DAP 563.5

    A árvore da vida. Como a árvore da vida pode ser apenas uma, mas ainda assim se encontrar dos dois lados do rio? 1) É evidente que existe apenas uma árvore da vida. Do Gênesis ao Apocalipse, ela é mencionada apenas no singular — a árvore da vida. 2) Para ser encontrada nas duas margens do rio, é necessário que tenha mais de um tronco; e, nesse caso, estar unida no topo ou em seus galhos superiores a fim de formar uma única árvore. João se achava em espírito e nos apresentou uma visão detalhada desse objeto maravilhoso, dizendo que se encontrava nos dois lados do rio. Outra pessoa que teve o privilégio de contemplar em visão as glórias esplêndidas da terra celestial deu um testemunho semelhante:DAP 564.1

    “Todos entramos e sentíamos ter perfeito direito à cidade. Ali vimos a árvore da vida e o trono de Deus. Do trono provinha um rio puro de água, e de cada lado do rio estava a árvore da vida. A princípio, pensei ter visto duas árvores. De um lado do rio havia um tronco da árvore, e do outro lado outro, ambos de ouro puro e transparente. A princípio pensei que via duas árvores. Olhei outra vez e vi que elas se uniam em cima numa só árvore. Assim estava a árvore da vida em ambos os lados do rio da vida. Seus ramos curvavam-se até o lugar em que nos achávamos, e seu fruto era esplêndido; tinha o aspecto de ouro, de mistura com prata” (Primeiros Escritos, p. 17).DAP 564.2

    E por que uma árvore como essa é vista como algo não natural ou impossível, uma vez que temos uma ilustração semelhante a ela aqui na Terra? A figueira da bengala, da Índia, tem exatamente a mesma natureza a esse respeito. A Encyclopedia Americana diz o seguinte acerca dessa árvore: “A ficus Indica (figueira indiana ou figueira de bengala) tem sido celebrada desde a antiguidade por deixar seus galhos caírem e criarem raízes na terra, os quais, por sua vez, se transformam em troncos e criam outros galhos. Assim, uma única árvore forma uma pequena floresta”. Dessa mesma maneira, a árvore da vida pode se estender e se apoiar.DAP 564.3

    A árvore da vida dá doze tipos de frutos e dá fruto todos os meses. Isso lança luz sobre a declaração encontrada em Isaías 66:23, de que toda carne virá “de uma Festa da Lua Nova à outra” para adorar perante o Senhor dos exércitos. As palavras lua nova deveriam ser traduzidas por mês. O hebraico traz חֹדֶשׁ (hhodesh), que Gesenius, em sua segunda acepção, define como “um mês”. A Septuaginta traz μῆνα ἐκ μηνὸς (mēna ek mēnos), “de mês a mês”. Os remidos sobem à cidade santa de mês a mês a fim de comer do fruto da árvore da vida. Suas folhas são para a cura das nações; literalmente, serviço das nações. Isso não deve ser interpretado como um indício de que alguém entrará na cidade em condição enferma ou deformada, necessitando de cura. Pois, nesse caso, a conclusão seria de que sempre haverá pessoas nessa condição. Não temos motivo nenhum para entender que o serviço das folhas, qualquer que seja ele, não será perpétuo, assim como o consumo dos frutos. No entanto, a ideia de doença e deformidade no estado imortal é contrária a declarações claras de outros textos bíblicos.DAP 564.4

    VERSÍCULO 3. Nunca mais haverá qualquer maldição. Nela, estará o trono de Deus e do Cordeiro. Os Seus servos o servirão,DAP 566.1

    Estas palavras provam que se faz referência ao grande Deus, o Pai, bem como ao Filho. A marca da maldição, o ar mortal, as cenas medonhas de desolação e decadência não serão mais vistas sobre a Terra. Toda brisa será refrescante e transmissora de vida; toda cena, bela; todo som ecoará música.DAP 566.2

    VERSÍCULO 4. contemplarão a Sua face, e na sua fronte está o nome Dele.DAP 566.3

    A palavra sua na frase “contemplarão a Sua face” se refere ao Pai, pois é Ele cujo nome se encontra na fronte de Seus servos, fato informado em Apocalipse 14:1. Esse será o cumprimento da promessa de Mateus 5:8, “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus”.DAP 566.4

    VERSÍCULO 5. Então, já não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos dos séculos. 6. Disse-me ainda: Estas palavras são fiéis e verdadeiras. O Senhor, o Deus dos espíritos dos profetas, enviou Seu anjo para mostrar aos Seus servos as coisas que em breve devem acontecer. 7. Eis que venho sem demora. Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro.DAP 566.5

    Encontramos aqui, mais uma vez, a declaração de que não haverá noite na cidade, pois o Senhor Deus será a luz do lugar. O versículo 7 prova que é Cristo quem fala, um fato de especial importância para manter em mente em conexão com o versículo 14. Guardar as palavras da profecia deste livro corresponde a obedecer aos deveres trazidos à tona em conexão com a profecia, como, por exemplo, em Apocalipse 14:9-12.DAP 566.6

    VERSÍCULO 8. Eu, João, sou quem ouviu e viu estas coisas. E, quando as ouvi e vi, prostrei-me ante os pés do anjo que me mostrou essas coisas, para adorá-lo. 9. Então, ele me disse: Vê, não faças isso; eu sou conservo teu, dos teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus. 10. Disse-me ainda: Não seles as palavras da profecia deste livro, porque o tempo está próximo. 11. Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se. 12. E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras.DAP 566.7

    (Confira comentários acerca do versículo 9 nas notas sobre Apocalipse 19:10.) No versículo 10, João é instruído a não selar as palavras da profecia deste livro. A teologia popular de nossos dias diz que o livro é selado. Uma destas duas coisas se concluiria se assim fosse: ou João teria desobecido às instruções ou a teologia supramencionada está cumprindo Isaías 29:10-14. O versículo 11 prova que o tempo da graça se encerra e o caso de todos é inalteravelmente fixado antes da vinda de Cristo, pois no versículo seguinte Jesus diz: “Eis que venho sem demora”. Que pressuposto perigoso e insano alegar, como o fazem aqueles que creem na era vindoura, que haverá tempo de graça após esse acontecimento! O galardão de Cristo está com Ele, para dar a cada ser humano conforme suas obras, outra prova conclusiva de que não pode haver tempo de graça após tal evento; pois todos os ímpios vivos, “os que não conhecem a Deus”, os pagãos, e “os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus”, os pecadores de terras cristãs (2 Tessalonicenses 1:8), serão assolados com rápida destruição da parte Daquele que virá em fogo consumidor a fim de exercer vingança contra Seus inimigos.DAP 566.8

    A declaração do versículo 11 marca o fim do tempo da graça, que corresponde ao término da obra de Cristo como mediador. Mas o tema do santuário nos ensina que esse trabalho acabará com o exame do caso dos vivos no juízo investigativo. Quando isso acontecer, a sentença irrevogável poderá ser pronunciada. Mas quando chegar o momento de decidir os casos dos vivos na obra de juízo, entendemos que o que resta para ser feito será realizado tão rapidamente que se pode dizer que tais casos serão decididos quase que simultaneamente. Logo, não há lugar para especular qual será a ordem de julgamento entre os vivos, ou seja, quais casos serão decididos primeiro e quais ficarão por último, nem ficará conhecido quais já foram definidos antes do fim de todas as coisas.DAP 567.1

    VERSÍCULO 13. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim. 14. Bem-aventurados aqueles que guardam os seus mandamentos, para que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas (KJV).DAP 567.2

    Cristo aplica aqui a Si mesmo o título de Alfa e Ômega.28Nota dos editores da versão em português: Como referido na nota 1, na página 269, o autor não havia chegado a uma clara compreensão sobre a eternidade de Cristo. O texto original da versão de 1897 acrescentava: “Quando usada para se referir a Ele, a expressão deve ser entendida em um sentido mais limitado do que quando aplicada ao Pai, como em Apocalipse 1:8.” No ano seguinte, essa concepção errônea acerca da eternidade de Cristo foi claramente corrigida por Ellen White ao declarar: “Em Cristo há vida original, não emprestada, não derivada” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 530). Cristo é o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim do grande plano da salvação. O versículo 14, conforme já observado, consiste em palavras de Cristo. Os mandamentos dos quais Jesus fala são os mandamentos de Seu Pai. Só podem fazer referência aos dez mandamentos entregues no monte Sinai. Ele pronuncia uma bênção sobre aqueles que os guardam. Assim, no último capítulo da Palavra de Deus e bem perto do fim do último testemunho que a Testemunha fiel e verdadeira deixou para o Seu povo, Ele pronuncia com toda solenidade uma bênção sobre aqueles que guardam os mandamentos de Deus. Que aquele que acredita na abolição da lei analise com cuidado as consequências decisivas desse fato importante.DAP 567.3

    Em vez de traduzir por “Bem-aventurados aqueles que guardam os Seus mandamentos”, outras versões, como a ARA e a ARC, trazem “Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras”. A esse respeito, a obra de Alford, Testament for English Readers [Testamento para Leitores de Língua Inglesa], traz a seguinte nota: “A diferença entre as versões é curiosa, pois no original ficaria entre poiountes tas entolas autou e plunontes tas stolas autōn, ambos sendo facilmente confundidos um com o outro”. Levando em conta essa declaração, não surpreende, talvez, a existência da diferença de tradução. Mas parece haver boas evidências de que a primeira é a original, ao passo que a segunda seria uma variante ocasionada por erros de copistas. O Novo Testamento em siríaco, uma das primeiras traduções do original em grego, traz uma versão de acordo com a que fala na guarda dos mandamentos. E Cipriano, cujos escritos antecedem qualquer manuscrito grego ainda existente (Ante-Nicene Library [Biblioteca Antenicena], vol. 13, p. 122), cita o texto dizendo: “Bem-aventurados são aqueles que praticam Seus mandamentos”. Logo, podemos afirmar com segurança que essa é a versão genuína.DAP 567.4

    VERSÍCULO 15. Fora ficam os cães, os feiticeiros, os impuros, os assassinos, os idólatras e todo aquele que ama e pratica a mentira.DAP 568.1

    Na Bíblia, o cão é um símbolo de pessoa desavergonhada e sem escrúpulos. Quem gostaria de ser deixado na companhia daqueles cuja herança se encontra fora da cidade de Deus? Todavia, quantos serão condenados como idólatras, quantos como criadores de mentiras e quantos mais como aqueles que as amam e amam divulgá-las depois de serem inventadas!DAP 568.2

    VERSÍCULO 16. Eu, Jesus, enviei o Meu anjo para vos testificar estas coisas às igrejas. Eu sou a Raiz e a Geração de Davi, a brilhante Estrela da manhã.DAP 568.3

    Jesus testifica essas coisas às igrejas, mostrando que todo o Apocalipse foi entregue às sete igrejas, mais uma prova suplementar de que as sete igrejas representam a igreja ao longo de toda a dispensação evangélica. Cristo é a Geração de Davi por ter vindo à Terra na linhagem dos descendentes de Davi. Ele é a Raiz de Davi por ser o grande protótipo de Davi, o Criador e Mantenedor de todas as coisas.DAP 568.4

    VERSÍCULO 17. O Espírito e a noiva dizem: Vem! Aquele que ouve, diga: Vem! Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida.DAP 568.5

    Com essas palavras, todos são convidados a vir. O amor do Senhor pela humanidade não se satisfaria apenas com o preparo das bênçãos da vida eterna, abrindo caminho e anunciando que todos que desejam devem vir. Além de tudo isso, Ele envia o mais fervoroso convite para as pessoas irem. Explica como se fosse um favor feito para Ele se as pessoas forem e participarem das bênçãos infinitas, proporcionadas por Seu amor infinito. Que convite mais cheio de graça, mais completo e livre! Nenhum daqueles que finalmente se perderem terão motivo para reclamar de que as provisões feitas para sua salvação não foram amplas o bastante. Nunca terão motivo para objetar que a luz dada a eles para mostrar o caminho da vida não foi clara o suficiente. Nunca poderão se desculpar dizendo que os convites e as súplicas estendidos pela misericórdia para que mudassem de rumo e vivessem não foram completos e livres o bastante. Desde o princípio, o poder mais forte que se pode exercer tem sido empregado, mas que ainda deixa o ser humano livre — poder para atraí-lo ao Céu e erguê-lo do abismo no qual caiu. Vem! Essa tem sido a súplica do Espírito, saída dos lábios do próprio Deus, dos profetas, dos apóstolos e de Seu Filho, mesmo enquanto, em compaixão e humildade infinitas, Ele pagava a dívida de nossas transgressões.DAP 568.6

    A última mensagem de misericórdia que agora está ecoando é mais uma declaração da longanimidade e compaixão divina — e a última de todas. Vem, diz o convite. Vem, pois tudo está pronto. E o último som que sairá dos lábios da Misericórdia para cair nos ouvidos do pecador, antes que os trovões da vingança caiam sobre ele, será o do convite celestial: Vem!. Tão grandes são o amor e a bondade de um Deus misericordioso aos seres humanos rebeldes! Mesmo assim, não estão dispostos a vir. Agindo de maneira independente e deliberada, recusam-se a vir. Assim, quando virem Abraão, Isaque e Jacó no reino de Deus e perceberem que ficaram de fora, não terão ninguém a quem acusar e culpar além deles próprios. Reconhecerão essa realidade em toda sua amargura. Pois chegará o momento em que a vívida descrição feita por Pollok da condenação dos perdidos será verdadeira em cada detalhe:DAP 569.1

    “E sem cessar os trovões murmurando diziam
    Do meio das trevas, declarando em alta voz as palavras
    Que toda consciência culpada ecoava de volta:
    “Vocês conheciam o dever, mas não o praticaram”.
    Temíveis palavras! Não permitiam desculpas e lançavam
    Sobre os perdidos o peso da condenação, que os atormentava:
    “Vocês conheciam o dever, mas não o praticaram.”
    DAP 569.2

    A noiva também diz: Vem! Mas a noiva é a cidade. Como ela pode dizer isso? Se pudéssemos ser fortalecidos para contemplar as glórias insondáveis da cidade e viver, se tivéssemos permissão para contemplar sua beleza deslumbrante e ter a certeza do direito de ali entrar e nos banhar naquele oceano de alegria e bênçãos, desfrutando sua glória para todo o sempre, ela não nos diria então “Vem!” com uma persuasão à qual poder nenhum é capaz de resistir? Quem dentre nós, tendo em vista tudo isso, poderia dar as costas e dizer: “Não desejo receber herança aqui”?DAP 569.3

    Mas embora não possamos olhar para a cidade, a infalível Palavra de Deus prometeu entrada, e isso é suficiente para nos inspirar com uma fé viva e implícita. E por meio do canal dessa fé, ela nos diz: “Vem!”. Vem, se desejas herdar mansões nas quais doença, tristeza, dor e morte nunca poderão entrar; se queres ter direito à árvore da vida e apanhar seu fruto imortal, para dele comer e viver; se desejas beber da água do rio da vida, que flui do trono de Deus, transparente como cristal. Vem, se queres obter ampla entrada na cidade eterna pelas portas de pérola reluzente; se desejas andar por suas ruas de ouro transparente; se queres contemplar suas resplendentes pedras fundamentais; se desejas ver o Rei em Sua beleza no trono azul. Vem, se desejas entoar o cântico jubileu de milhões e partilhar de sua alegria. Vem, se queres se unir aos hinos dos remidos com harpas melodiosas e saber que teu exílio para sempre findou e que aquele é teu lar eterno. Vem, se desejas receber a palma da vitória e ter a certeza de que estás livre para sempre. Vem, se tens vontade de trocar as rugas de teu semblante cansado e sobrecarregado por uma coroa de joias. Vem, se desejas ver a salvação das miríades de resgatados, a multidão glorificada que nenhum ser humano é capaz de contar. Vem, se queres beber da pura fonte de alegria celestial, se desejas brilhar para sempre como estrela no firmamento de glória, se queres participar da felicidade indizível que enche as hostes triunfantes enquanto contemplam diante de si as eras infindas de glória cada vez mais reluzente e alegria sempre renovada.DAP 569.4

    A noiva realmente diz: “Vem!” Quem de nós é capaz de resistir ao convite? A Palavra da verdade nos garante que, se guardarmos os mandamentos de Deus e a fé em Jesus, teremos direito à árvore da vida e entraremos na cidade pelas portas. Sentiremos então que estamos no lar, na casa de nosso Pai, nas mansões preparadas para nós, reconhecendo a verdade plena das confortantes palavras: “Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro” (Apocalipse 19:9).DAP 570.1

    “Aquele que ouve, diga: Vem!” Nós que ouvimos da glória, da beleza e das bênçãos daquela bela terra dizemos: “Vem!”. Nós que ouvimos do rio com suas margens verdejantes, da árvore com suas folhas que trazem cura, dos jardins maravilhosos que florescem no paraíso de Deus dizemos: “Vem!”. Quem quiser venha e receba de graça a água da vida.DAP 570.2

    VERSÍCULO 18. Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro; 19. e, se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa e das coisas que se acham escritas neste livro.DAP 570.3

    O que significa acrescentar ou tirar qualquer coisa do livro desta profecia? Não nos esqueçamos de que se trata “profecia deste livro”, a Revelação, que é o assunto em destaque; logo, as palavras dizem respeito a acrescentar ou tirar algo que faz referência exclusiva a esse livro. Nada pode ser considerado um acréscimo ao livro, com exceção de algo somado a ele com a intenção de ser classificado como parte genuína do livro de Apocalipse. Tirar algo do livro corresponderia a suprimir algum trecho dele. Assim como o Apocalipse não pode ser chamado de acréscimo ao livro de Daniel, caso Deus achasse por bem fazer mais revelações a nós por meio de Seu Espírito, isso não seria um acréscimo ao Apocalipse, a menos que se alegasse que tais revelações fizessem parte do livro.DAP 570.4

    VERSÍCULO 20. Aquele que dá testemunho destas coisas diz: Certamente, venho sem demora. Amém! Vem, Senhor Jesus! 21. A graça do Senhor Jesus seja com todos.DAP 570.5

    A Palavra de Deus nos foi dada a fim de nos instruir acerca do plano da salvação. A segunda vinda de Cristo será o clímax e a finalização desse grande projeto. Portanto, é extremamente apropriado que o livro termine com o anúncio solene: “Certamente, venho sem demora”. Que nos unamos com o coração fervoroso à resposta do apóstolo: “Amém! Vem, Senhor Jesus!”DAP 570.6

    Assim termina o volume inspirado, com aquilo que constitui a melhor de todas as promessas e a razão da esperança cristã: o retorno de Jesus. Então os eleitos serão reunidos para dar adeus para sempre a todos os males desta vida mortal. Que promessa inestimável é esta dentre tudo aquilo que é precioso para o cristão! Vagando em exílio neste mundo mal, separado dos poucos com a mesma fé valiosa, ele anseia pela companhia dos justos e a comunhão dos santos. Então ele a obterá; pois todos os justos serão reunidos não só de uma terra, mas de todas; não só de uma era, mas de todas. Será a grande colheita de todos os justos, desfilando em uma longa e gloriosa procissão, escoltada por anjos que os conduzirão ao lar com brados, ao som de adufes celestes ecoando em alegre concerto. Um cântico nunca antes ouvido e desconhecido no universo inteiro — o cântico dos remidos — acrescentará suas esplêndidas notas de supremo enlevo e melodia ao jubileu universal. Assim os santos se reunirão para se alegrarem na presença um do outro para todo o sempre,DAP 571.1

    “Enquanto a glória de Deus, como mar de fundição,DAP 571.2

    Banha o grupo dos imortais.”DAP 571.3

    Essa reunião só tem em si aquilo que é desejável. Os santos podem apenas suspirar e orar por ela. Assim como Jó, clamam pela presença de Deus. Como Davi, desejam acordar e se satisfazer com Sua semelhança. Nessa condição mortal, estando sobrecarregados, gememos, não por querermos ser despidos, mas, sim, revestidos. Estamos como que “nas pontas dos pés” aguardando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo. Nossos olhos estão abertos para ver as gloriosas visões do lar eterno, nossos ouvidos aguardam escutar os sons da música celeste e nosso coração bate na expectativa de desfrutar a alegria infinita. Nosso apetite se aguça para a ceia das bodas. Clamamos pelo Deus vivo e ansiamos por entrar em Sua presença. Vem, Senhor Jesus, vem sem demora. Nenhuma notícia será mais bem-vinda do que o anúncio de que foi dada a ordem do Senhor a Seus anjos: reúnam os Meus escolhidos dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus.DAP 571.4

    Esse local de ajuntamento só tem aquilo que atrai. Jesus, o mais distinguido entre dez mil, está ali. O trono de Deus e do Cordeiro, diante de cuja glória o sol desaparece como as estrelas desvanecem diante da luz do dia, está ali. A cidade de ouro e jaspe, cujo arquiteto e construtor é Deus, está ali. O rio da vida, resplendente com a glória de Deus, fluindo de Seu trono com infinita pureza e paz, está ali. A árvore da cidade, com suas folhas que curam e fruto que comunica vida, está ali. Abraão, Isaque, Jacó, Noé, Jó e Daniel, profetas, apóstolos e mártires e toda perfeição da sociedade celestial estarão ali. Belas visões estarão ali; campos de verde vivo, flores que nunca murcharão, riachos que nunca secarão, alimentos em variedade infinda, frutos que nunca estragarão, coroas que jamais perderão o brilho, harpas sempre em harmonia e tudo mais que o gosto purificado do pecado e elevado ao plano da imortalidade possa conceber ou desejar estarão ali.DAP 571.5

    Nós precisamos estar lá também. Precisamos nos aquecer diante dos sorrisos perdoadores de Deus, com quem nos reconciliamos para nunca mais pecar. Precisamos ter acesso à fonte inexaurível de vitalidade, o fruto da árvore da vida, para nunca morrer. Precisamos repousar à sombra de suas folhas, que são para o serviço das nações e nunca mais sentir cansaço. Precisamos beber da fonte doadora de vida e nunca mais ter sede. Precisamos nos banhar em seu líquido de prata e nos revigorar. Precisamos andar por suas margens douradas, e sentir que não somos mais exilados. Precisamos trocar a cruz pela coroa, e sentir que os dias de nossa humilhação terminaram. Precisamos deixar o cajado de nossa jornada terrena e receber a palma da vitória, e sentir que a jornada terminou. Precisamos tirar as roupas esfarrapadas de nossa batalha e colocar as vestes brancas de triunfo, para sentir que o conflito findou e a vitória foi conquistada. Precisamos trocar o cinto desgastado e poeirento de nossa peregrinação pela indumentária gloriosa da imortalidade, a fim de sentir que o pecado e a maldição nunca mais poderão nos macular. Ó dia de descanso e triunfo e de tudo que é bom, não demore a raiar! Que os anjos sejam enviados o quanto antes para reunir os escolhidos. Que se cumpra a promessa que traz consigo essas glórias incomparáveis.DAP 572.1

    Ora vem, Senhor Jesus!DAP 572

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