Capítulo 2 – O Tabernáculo
O tabernáculo construído no deserto era uma bela estrutura. Ao seu redor havia um pátio fechado delimitado por cortinas de linho, que eram suspensas por ganchos de prata em colunas de bronze enfeitadas com prata. Visto de qualquer lado, o tabernáculo era lindo. Os lados norte, sul e ocidental consistiam de tábuas em sentido vertical, de dez côvados de altura, cobertas de ouro, e mantidas em posição por encaixes de prata na sua base, e por barras cobertas de ouro, que passavam por argolas de ouro e se estendiam ao redor do edifício. A entrada do pátio, ou lado oriental, era cercada por uma cortina de linho fino trançado e fios de “azul, púrpura e carmesim, obra de bordador”. A cortina estava pendurada sobre cinco colunas de madeira de acácia cobertas de ouro, e acrescentava muito à beleza da entrada. Os ricos tons de arco-íris da cortina bordada com querubins, que formavam a porta do edifício onde Deus prometeu habitar, eram uma linda “sombra” da entrada do santuário celestial. Ali, com um arco-íris de glória circundando Seu trono, o Pai Se assenta, enquanto milhares de milhares de anjos passam de um lado para outro ao Seu comando.CSS 26.1
O telhado, ou cobertura, do tabernáculo consistia de quatro cortinas de tecido e peles. A cortina interior, como aquela da entrada do tabernáculo, eram de linho fino trançado e fios de azul, púrpura, e carmesim, com querubins dourados bordados por habilidoso bordador. Isso formava o teto, que era uma pálida representação da cúpula de glória acima do trono de Deus, com as miríades de anjos prontos a cumprir Suas ordens. Por cima delas, havia uma cortina de pelo de cabra, e sobre ela uma coberta de peles de carneiro tingidas de vermelho, e sobre todas essas, uma cobertura de peles de texugos, todas elas formando uma proteção perfeita contra o tempo. As diferentes cores das coberturas, misturando-se com a parede dourada e a belíssima cortina da entrada, ou o véu, como era chamada, combinavam-se para criar uma estrutura de inexcedível glória.CSS 26.2
Sobre o tabernáculo pairava a coluna de nuvem durante o dia e a coluna de fogo durante a noite, que guiava os israelitas por todas as suas peregrinações. No meio do calor do deserto, sob a sombra da coluna de nuvem, havia um abrigo fresco e refrescante para aqueles que serviam no tabernáculo ou adoravam em seu pátio, enquanto lá fora estava o escaldante calor do deserto. Que bela representação da cobertura que Deus estende sobre Seu povo no meio deste mundo mau, de modo que é possível habitar no esconderijo do Altíssimo e descansar à sombra do Onipotente mesmo em meio à turbulência e conflitos deste mundo ímpio.CSS 27.1
À noite, quando o intenso calor diminuía e a escuridão cobria o deserto, então, acima do sagrado tabernáculo, pairava a nuvem, agora uma grande coluna de fogo, “à vista de toda a casa de Israel, em todas as suas jornadas”. A presença imediata e visível de Deus iluminava todo o acampamento, de modo que todos podiam caminhar com segurança através da escuridão. Que marcante ilustração foi assim dada para representar a caminhada do cristão! Pode não haver luz visível, mas quando a luz da presença de Deus o circunda, seu caminho é iluminado. Davi sabia disso quando escreveu: “Bem-aventurado o povo que conhece os vivas de júbilo, que anda, ó Senhor, na luz da Tua presença”. O mais débil e confiante filho de Deus pode ter o privilégio abençoado de ser guiado pela luz da face de Deus, a salvo das armadilhas de Satanás, se entregar-Lhe seu coração.CSS 27.2
Dentro das paredes douradas do tabernáculo, sacerdotes divinamente apontados realizavam uma obra que representava em tipos e símbolos o plano da redenção.CSS 28.1
O trabalho de Cristo tem duas fases distintas, uma realizada no primeiro compartimento do santuário celestial, e a outra no segundo compartimento. Ele oferece salvação gratuita a todos. Muitos aceitam e iniciam a caminhada cristã. Cristo estende Seu braço infinito para cercar e sustentar todos os que invocam o Seu nome, e nenhum poder da Terra nem Satanás pode arrancar um filho de Deus de Seu cuidado protetor. A única maneira de alguém se perder é deixar de segurar essa mão infinita. Como Pedro, se desviam o olhar de Cristo e fixam-no no mar da vida, afundam, a menos que, como ele, clamem: “Senhor, salva-me”, e sejam resgatados pelo Salvador.CSS 28.2
A obra de Cristo é ilustrada pela parábola das bodas do filho do rei. Todos os convidados, tanto maus quanto bons, estão reunidos para as bodas; mas quando o rei entra para examinar os convidados, todos são expulsos, exceto aqueles que estão vestidos com a vestes nupciais da justiça de Cristo. “Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos”.CSS 28.3
Havia dois compartimentos no santuário, ou tabernáculo. No primeiro compartimento, um serviço era realizado diariamente durante todo o ano, o qual tipificava a obra de chamar os convidados e reuni-los para as Suas bodas. Durante um dia, no final do ano, um serviço era realizado no segundo compartimento, o qual tipificava a obra de escolher dentre os muitos que aceitaram o convite, aqueles que são dignos da vida eterna, conforme ilustrado na parábola em que os convidados eram examinados pelo rei.CSS 28.4
Tipo – Hebreus 8:1-5. O santuário terrestre era uma sombra do santuário celestial.
Antítipo – Apocalipse 11:19. Há um templo no Céu.
Tipo – Hebreus 9:1-3. O santuário terrestre tinha dois compartimentos.
Antítipo – Hebreus 9:24. O santuário celestial também tem dois compartimentos.