Capítulo 26 – A Obra no Primeiro Compartimento do Santuário
A obra no primeiro compartimento consistia principalmente dos serviços diários da manhã e da tarde, das ofertas individuais pelo pecado e dos serviços nos dias das festividades e em ocasiões especiais. A presença visível de Deus se manifestava no primeiro compartimento, ou tabernáculo da congregação. Diante do primeiro véu, ou porta, do tabernáculo da congregação, onde o povo apresentava suas ofertas pelo pecado, Deus Se encontrava e comungava com os filhos de Israel. Às vezes, a nuvem de glória, representando a presença visível do Santíssimo, enchia o primeiro compartimento de tal maneira que ninguém podia entrar.CSS 169.1
A presença de Deus manifestada no primeiro compartimento do santuário terrestre era uma sombra da gloriosa presença e trono do Pai no primeiro compartimento do santuário celestial, onde, depois de suportar “a cruz, não fazendo caso da ignomínia”, o Salvador Se assentou “à destra do trono de Deus”.CSS 169.2
O serviço de todas as manhãs e todas as tardes era muito importante. No primeiro compartimento, o sumo sacerdote oferecia incenso sobre o altar de ouro, e preparava e acendia as lâmpadas. Ninguém, exceto o sumo sacerdote, podia realizar esta obra sagrada, que tipificava a adição do fragrante incenso da justiça de Cristo às orações do povo de Deus, para torná-las aceitáveis diante de Deus. Ele também preparava e acendia as lâmpadas que eram uma sombra do Espírito Santo emanando de Deus, que em algum momento da vida brilha no coração de cada um, convidando-o a aceitar o Senhor e Seu serviço, e que brilha continuamente na vida do indivíduo que caminha na luz, e é fiel a Deus.CSS 169.3
Enquanto o sumo sacerdote dentro do santuário estava realizando o serviço diário da manhã e da tarde diante do altar de ouro, os sacerdotes no pátio queimavam os holocaustos, as ofertas de manjares e a libação, sobre o altar de bronze e o povo permanecia reunido no lado de fora, em oração.CSS 170.1
Quando os filhos de Israel foram levados ao cativeiro, os que eram fiéis oraram, como Daniel, com suas janelas abertas em direção a Jerusalém. Eles se voltavam para o templo, onde, do altar de contínua intercessão, o incenso estava subindo. Este tipo representava aqueles que podem ser mantidos cativos na servidão cruel por Satanás, o príncipe deste mundo. Não importa onde estejam, nem quão poderosas as amarras que lhes prendem, se resolutamente voltarem suas faces do que está à sua volta e olharem para o santuário celestial, onde Cristo pleiteia com Seu sangue e apresenta Sua justiça em nome do pecador, a oração de fé trará paz e alegria para a alma, e despedaçará as ligaduras com as quais Satanás os mantêm prisioneiros. Cristo coloca diante deles uma “porta aberta, a qual ninguém pode fechar”. Não faz diferença o que esteja à sua volta, a alma pode ser livre em Deus, e nenhum ser humano, nem mesmo o diabo, pode impedi-la. “Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé”.CSS 170.2
Todos os dias, quando os pecadores apresentavam suas ofertas pelo pecado junto à porta do primeiro compartimento, confessando seus pecados, seja por meio do sangue aspergido perante o Senhor ou mediante uma porção da carne consumida no primeiro compartimento, os pecados confessados eram simbolicamente transferidos para o primeiro compartimento do santuário. O sacerdote encontrava o pecador no primeiro véu do santuário, e carregava o sangue ou a carne para dentro do véu. O pecador não podia olhar dentro do santuário, mas, pela fé, sabia que o sacerdote era fiel para apresentar sua oferta pelo pecado perante o Senhor, e deixava o santuário regozijando-se pelos pecados perdoados.CSS 171.1
No antítipo desse serviço, nós confessamos nossos pecados e, embora não possamos ver a obra no santuário celestial, sabemos que Cristo, pelo Seu sangue e a carne ferida,- as marcas dos pregos, — pleiteia perante o Pai em nosso favor, e nos alegramos no perdão dos pecados. Os pecados são cobertos, escondidos da vista. “Bem-aventurado aquele cuja iniquidade é perdoada, cujo pecado é coberto”. A medida que diariamente os pecados do povo eram, dessa forma, simbolicamente transferidos para o santuário, o lugar ficava contaminado e devia ser limpo ou purificado. Os pecados são perdoados e cobertos quando confessados, e nunca serão descobertos se aquele que os confessa permanece fiel; mas se o indivíduo abandonar o Senhor e voltar para o mundo, a parte da sua vida passada que, enquanto era fiel, estava coberta pela justiça de Cristo, aparece aberta e descoberta nos livros do Céu, porque ele mesmo afastou-se de Cristo e deve enfrentar o registro de toda a sua vida no juízo.CSS 171.2
Isso é ensinado com muita clareza na parábola do servo incompassivo, que, depois de ter sido perdoado de toda a sua dívida, tratou asperamente com seus devedores, e o senhor então exigiu que lhe pagasse tudo o que já lhe tinha sido perdoado.CSS 171.3
Chegará o tempo em que os pecados dos justos não só serão perdoados e cobertos pelo sangue de Cristo, mas todos os vestígios deles serão para sempre apagados dos livros do Céu, e até mesmo o Senhor, deles nunca mais Se lembrará. Esta obra era simbolizada pela obra no segundo compartimento no dia da expiação.CSS 172.1
Tipo – Êxodo 29:42, 43. A presença visível de Deus se manifestava no primeiro compartimento do santuário terrestre. Antítipo – Apocalipse 4:2-5. As sete lâmpadas foram vistas no Céu diante do trono.
Tipo – Êxodo 30:7, 8. O sumo sacerdote preparava e acendia as lâmpadas. Antítipo – Apocalipse 1:13 NVI. Cristo foi visto entre os candelabros de ouro no santuário celestial.
Tipo – Êxodo 40:24, 25. As lâmpadas no santuário terrestre estavam acesas diante do Senhor. Antítipo – Apocalipse 4:2, 5 NVI. As sete lâmpadas de fogo foram vistas acesas diante do trono de Deus no Céu.
Tipo – Hebreus 9:6. “Continuamente entram no primeiro tabernáculo os sacerdotes, para realizar os serviços sagrados”. Antítipo – Hebreus 7:25. Cristo vive sempre para interceder por nós.
Tipo – Levítico 4:7; 10:16-18. Pelo sangue e pela carne, os pecados eram transferidos para o santuário terrestre. Antítipo – 1 Pedro 2:24; 1 João 1:7. Pelo mérito do sacrifício do corpo e do sangue de Cristo, nossos pecados são perdoados.
Tipo – Levítico 4:7. As marcas do pecado tocavam os chifres do altar. Antítipo – Jeremias 2:22. O verdadeiro pecado permanece marcado diante do Senhor no Céu.
Tipo – Números 18:7. Ninguém, senão os sacerdotes podiam olhar dentro do véu. Tudo o que restava da oferta pelo pecado fora do véu era queimado. Todo o vestígio da oferta pelo pecado era oculto da vista. Antítipo – Salmos 32:1. Quando confessamos nossos pecados, eles são transferidos para o santuário celestial e cobertos, para nunca mais aparecer, se formos fiéis.